http://www.youtube.com/watch?v=-OqKwup0b8c
Sem interlocutores, ele mesmo conclui sua jornada, para conquistar milhares de interlocutores.
E termina com um pedido “ a esperança, a esperança, depende de você agora denunciar o poder público que fez isto. Nós brasileiros não podemos permitir que esta história fique assim, extremamente mal contada" “
http://www.youtube.com/watch?v=-OqKwup0b8c
100 anos antes do
You tube.
Não faz muito tempo algumas décadas atras além das câmeras, a película era carérrima, ainda tinha a revelação, distribuição, exibição, que em
quase sua totalidade , quem fazia filmes eram os Grandes Studios e seus
profissionais. Ainda se acreditava no
poder de “Grandes Câmeras” como o Estado e a Democracia e seus poderes de dirigir, filmar e
representar a todos. Se lutava para que o Socialismo ocupasse o Poder, que o Paraíso vinha junto, com a ética e a estética de Lenim e Eisenstein.
Veio 1968 , os filmes de Godard e os textos de Marcuse foram
lidos nas ruas em lutas contra a Guerra do Vietnam, por Liberdades e Direitos civis , e nos Países Colonizados ou Socialistas pelo fim da ética de Stalins e outros Impérios.
Aí o Anjo da história se enganou , mandou Thatcher e Reagan , uma Baronesa e um ator, para dirigir o Neo liberalismo que culminou no domínio do Mercado Financeiro sobre o mundo e numa Revolução tecnológica com computadores, internet, câmeras, celulares, facebook, you tube, redes sociais...
Aí o Anjo da história se enganou , mandou Thatcher e Reagan , uma Baronesa e um ator, para dirigir o Neo liberalismo que culminou no domínio do Mercado Financeiro sobre o mundo e numa Revolução tecnológica com computadores, internet, câmeras, celulares, facebook, you tube, redes sociais...
Chegou a nossa era quando uma geração de estudantes de cinema precisava de uma
garagem, computadores e câmeras para realizar
um bom filme. E agora mesmo a milhares de Kilômetros de distância, sem a presença no local, sem câmera , sem
curso de cinema, jovens do mundo todo
como em 1968 , lutaram e fizeram seus documentários sobre a Primavera Árabe, Ocuppy, a luta por Educação de estudantes Chilenos e Espanhóis e outros roteiros de nossas vidas.
Enquanto isso em Alagoas , Fabiano Amorim , produzia o roteiro
da sua vida sobre outras vidas, capturava
imagens na internet sobre a desocupação do Pinheirinhos, um bairro/comunidade em São Jose dos Campos/SP pela policia numa operação de guerra .Imagens da chegada da
policia e da população buscando formas de se defender e proteger seus lares e famílias.
Ele se preparava para realizar
um documentário sobre uma guerra, um conflito civil, porem a guerra não era só contra a policia , o Judiciário , a Prefeitura de São Jose dos Campos, o Governo de São Paulo e o Governo Federal mas principalmente contra a grade mídia . De
cada lado da trincheira, éticas e estéticas a serem filmadas de forma distintas , pela grande mídia e redes sociais , modos de produção e exibição diferentes , de casa para o mundo , do lado de cá , faltava câmeras e
cursos , mas sobrava vontade e talento.
“Ou seja, o grande desafio dos tempos atuais é conseguir
reorganizar toda essa imensa quantidade de material já disponível, e fazer uma
reflexão crítica, separar o joio do trigo, e tirar conclusões. É isso o que faz
Fabiano Amorim em “Derrubaram o Pinheirinho” e é nisso o que reside a sua
contemporaneidade.” Citação de um dos primeiros Blogs a popularizar o documentário.
A História vira as histórias de cada um , modos de
produção coletivos, e metodologias não
cientificas para decodificar éticas, estéticas e politicas de uma geração.
Claro que o Professor Ikeda de Cinema da UFC , outro a difundir o documentário nas redes , poderia em sua cadeira sobre
Linguagem crítica do Cinema falar sobre a era dourada do Cinema e seus
“grandes” filmes ou sobre 1968 , os filmes de Godard , e o Impacto
deles nesta época, tempos que não voltam mais. Porem ele preferiu mostrar a sua
geração à sua própria geração, a sua forma de produção em garagens ou em casa.
Suas referências são “cineastas”mais novos que ele. Ao ligar a sala de aula com
as ruas e os filmes desta geração, cria caminhos para que possamos atualizar os
conhecimentos , inclusive estão online na internet , http://www.cinemadegaragem.com , e debater e viver as
questões éticas, políticas e estéticas do agora.
O livro que adotou Cinema de Garagem também é escrito por
jovens pensadores e realizadores que abrem as portas da gestação desta contemporaneidade do cinema em suas vidas .
Assim como Fabiano Amorim em seu documentário sobre o
Pinheirinho milhares de outros “cineastas” buscam caminhos éticos, estéticos e políticos por trajetórias
e lugares singulares. Há tempos em suas origens e em suas realizações.
No Ceara
Lugares como o Alpendre da Vila atuam como catalizadores que
ligam artistas de várias origens com o despertar de novas estéticas...“ a
dilatação do tempo, o investimento no cromatismo dos planos, a valorização dos
vazios nos quadros e o som desnaturalizado com ruídos amplificados. “ Segundo
Camila Vieira , em um dos artigos do livro on-line Cinema de garagem, significa
uma enorme radicalidade estética no Filme Vilas Volantes de Alexandre Veras. Este cineasta emerge destas metodologias estéticas e coletivos de produção para contar as
histórias de Comunidades de Pescadores em relação as suas memorias e as Dunas que se movem como a memória dos moradores.
Os caminhos no Ceara se entrelaçam em um mosaico com a chegada do Alumbramento
Filmes em 2007. Eles mesmos propõe em seus filmes estes caminhos como “ desta
especie de deriva urbana, motivada pelo encontro com estas pessoas e por seguir
seus percursos pela cidade...” um relato sobre o filme Sábado a noite realizado por eles. Porém o encontro não se efetiva, a realidade nega sua proposta estética,
então eles filmam olhares singulares e contemplativos sobre Fortaleza. “Um sentimento de espera por algo que pudesse
irromper numa cidade vazia...” ou talvez pudessem ter rompido as fronteiras e limites de propostas éticas e estéticas como no caso do Pinheirinhos ou em milhares de outros lugares ,aonde não há espaço nem tempo, para que tantas singularidades se expressem.
Assim os realizadores motivados pela amizade e amor ao cinema
desejam viver a sua utopia. Revelarem
seus imaginários afetivos enquanto colaboram na criação do roteiro, da
fotografia, do som e da montagem, em coletivos que nascem em atelies, na
produção de curtas em políticas públicas, como o Vila das Artes. Os filmes começaram a
circular em Festivais e passaram a a ter repercussão nacional. Depois surge neste jornada o Curso de Cinema da UFC com
“um dialogo mais rigoroso com a história do cinema e a arte contemporânea “
Do qual Ikeda em suas disciplinas vai fazer todo
resgate e compreensão de uma geração sobre estes processos históricos
mas singulares que emergem de coletivos de garagens , de cursos e de de suas
casas através de filmes que revelam éticas, estéticas e politicas. São filmes “que
assumem a imperfeição e o inacabado como estratégia politica de um cinema possível de ser feito no Ceara “ segundo
CamilaVieira.
Uma pausa visual para o impossivél!
Neste ponto faço uma pequena pausa também visual para emergir um
olhar critico e reflexões sobre estes filmes em relação a “Derrubaram o Pinheirinho
“e outras propostas áudio visuais que emergiram com a Primavera Árabe, Ocuppys
e outros.
As realidades mesmos subjetivas que registramos podem e devem
ser alteradas e transformadas está é umas das questões éticas, estéticas e
politicas mais importantes de nosso tempo. Neste sentido e com respeito as
afetividades a arte sempre ousou, além de denunciar opressões e violências , que
castram a subjetividades de milhões de
pessoas.
Torna-se vital imaginar novos caminhos. Dar visibilidade à imaginários
e vidas excluídas , que possam ser vistas para enriquecer nossas subjetividades
, diante de milhares de realidades e possibilidades de outros mundos , que
impactariam na construção de nosso ser , principalmente como artistas.
É urgente no meio do vazio , do mais do mesmo, ou filmes
para minha família e amigos ver que as injustiças ganhem a hegemonia das imagens,
inclusive as nossas. No momento em que fugas subjetivas nos afastam de nossos
desafios coletivos e mesmos pessoais , se fabricam seres e filmes cada vez mais
iguais. Fazer um filme de qualquer jeito
e sobre qualquer caminho talvez não seja o melhor caminho que a arte desafia
seus realizadores.
Milhares de
Pinherinhos e subjetividades invisíveis são derrubados todos os dias & Métodos singulares ou coletivos sem câmeras, nem cursos de cinema, com os
recursos da vontade e do talento. Dando visibilidade e arte , as éticas, estéticas e politicas que gritam do nosso lado.
No outro lado da Revolução temos , Fabiano Amorim , que apreende com Michel Moore a apresentar os
personagens da história que gerou o problema ou injustiça , resgatar o passado
usando desenhos gráficos e a misturar imagens de TV com entrevistas e outras técnicas de documentário apreendidas por ele pela internet. Ele cria dispositivos como uma TV dentro do filme para usar como um aliado na própria luta contra a grande mídia e suas Histórias. Uma voz em off nos conduz por uma jornada entre matérias jornalisticas, depoimentos e dados. A história é construída temporalmente
como que vivenciássemos o processo na justiça, a angustia dos moradores, as
manobras do donos do terreno , da Prefeitura, dos Governos e dos advogados do Pinherinhos. Um jogo , um documentário , que não evolui para
um final feliz.
Os efeitos do
Documentário “Derrubando Pinheirinhos “ são muito maiores!
Os efeitos se multiplicam para alem do caso do Pinheirinho em outras fronteiras. Hoje são mais de 10 mil acessos. Serve como grito em redes que visam despertar o Brasil em milhares de situações
como essa do Pinheirinho ou outras tragedias como a Boate Kiss em Santa
Catarina. Gostaríamos muito de saber toda a história , contada de forma independente
, do que esta por de trás ou embaixo, dos bastidores dos poderes que tudo
fazem menos as suas obrigações públicas , tornando se reféns de interesses
privados.
Este documentário incentiva outros jovens a percorrer este
caminho e abordar outros assuntos/temas.
Ele abre oportunidades para que comunidades, ONGS, ativistas ambientais,
e outros crie uma agenda de transparência e controle social da mídia , utilizando
esta produção em rede como alternativa
de um poder social. Sim a internet e o You tube podem gerar documentários
inteligentes e poderosos em suas mensagens e conscientização. Desde que como observamos no inicio " o grande desafio dos tempos atuais é conseguir reorganizar toda essa
imensa quantidade de material já disponível, e fazer uma reflexão crítica,
separar o joio do trigo, e tirar conclusões.
Sem interlocutores, ele mesmo conclui sua jornada, para conquistar milhares de interlocutores.
O Impacto maior se dá quando Fabiano Amorim encerra o
documentário com a seguinte fala:
“Este documentário não foi produzido por mim , mas por cada
pessoa que tirou uma foto, que fez uma filmagem, que fez uma reportagem na TV,
na internet, que fez um artigo em seu blog, que fez uma charge, que
compartilhou nas redes sociais, que fez um documentário, que brigou pelo Pinheirinho. Sem eles este
documentário jamais teria sido produzido. Sem eles o Pinheirinho estaria hoje
numa situação bem pior.”
E termina com um pedido “ a esperança, a esperança, depende de você agora denunciar o poder público que fez isto. Nós brasileiros não podemos permitir que esta história fique assim, extremamente mal contada" “
Como foi pela grande mídia, e talvez seria pelo Studio, mas neste modelo temos a oportunidade de contar esta história de milhares de formas, mesmo que nos falte câmeras e cursos de cinema nunca faltara vontade e talento de milhares de jovens neste país.Os protestos, éticas, estéticas, politicas tem que sair das garagens e casas de amigos para ganhar o mundo e a vida de espectadores cada vez mais emancipados pela arte, pelo cinema, bons documentários e pela internet.
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