Essas enchentes do final de ano na Bahia, Tocantins, e Minas talvez represente as lágrimas que como povo guardamos, diante de tantos sofrimentos. Sim, somos culpados de ter nascido brasileiros ? Somos culpados de tanta ignorância e burrice de nossos dirigentes como Bolsonaro e Paulo Guedes, ou outros há décadas no poder como Lula e Coronel Ciro Gomes ? Somos culpados pelos roubos dos cofres públicos brasileiros de políticos ladrões ? Somos culpados pela fome e desemprego de milhões de brasileiros ? Somos culpados por ter o pior STF do mundo que simboliza para o Brasileiros a injustiça, a desordem e o caos dos interesses dos poderosos brasileiros.
O mundo olha para o Brasil como um Paraíso ambiental, o celeiro e o pulmão do mundo, mas quanto de sua riqueza sacia a fome e a miséria brasileira ? Quanto uma das maiores economias do mundo gera de igualdade de oportunidades? A mesma chance para seu povo ascender socialmente pela educação e trabalho ? e não pelo crime e roubo como políticos e crime organizado ?
Nossas lágrimas representam a dor mas também significam o início da revolta e luta por dias melhores. Nossa dor só será curada quando compreendermos que não devemos lutar por gangue A ou B de políticos rivais, mas pelo que nos une, em torno de causas e projetos comuns para os Brasileiros. Se temos que priorizar o trabalho, a educação, a fome, a habitação, a proteção de nossa natureza não importa a ordem, pois uma causa leva a outra para construir um projeto de nação com diálogo e Democracia.
Mas a política brasileira exige escolher um lado, mas nenhum deles é isento de corrupção, nem dialoga sobre um projeto de Brasil, apenas usa os sonhos e energia das pessoas para fortalecer projetos pessoais com baixo ou nenhum compromisso com o coletivo nem causas.
O que podemos fazer em 2022 para que não se repitam as tragédias ? Elas funcionam como auto profecia de um povo que sofre todas as consequências da omissão, silêncio e impunidade das autoridades. Elas negam os direitos das políticas públicas que reduziram os efeitos das enchentes, da fome, violências e outras brutais desigualdades. Elas existem lado a lado da luxúria de poucos, corrupção, desperdícios e delirantes gastos com o dinheiro público. A prioridade tem sido a vontade do Rei sem Democracia.
É urgente ressignificar o poder e com ele o valor da vida de qualquer pessoa e do planeta Terra. Por isso temos que colocar os pés nas ruas, conversarmos mais com diferentes pessoas, enraizar nossos compromissos com grupos de classes e raças diferentes das nossas, pois são essas vivências que produzem outras verdades e com elas a construção de outras histórias. Democratizar responsabilidades é assumir que independente de que partido ganhe as eleições, estaremos juntos cobrando os compromissos assumidos sem delegar a ninguém essa tarefa cotidiana. A participação ativa deve ser uma prioridade nacional, criar instrumentos de governos como plebiscitos e outros instrumentos de democracia direta que recoloque a participação cidadã como principal ativo estratégico da luta de um povo por seus direitos e deveres.
Os vínculos sociais são mais importantes que os votos. Eles constroem a médio e longo prazo um horizonte para uma nação. Os vínculos ampliam os círculos com os quais se governa e dão propósito ao poder. Temos que aprender a estar nas ruas ao mesmo tempo que podemos contribuir com os governos democráticos da situação e da oposição. A nossa função no jogo eleitoral é mostrar as forças das ruas, mas que sejam expressão das vozes das comunidades, incluindo suas pequenas empresas, escolas, artistas, projetos sociais e ambientais, e outros que se organizam em torno de objetivos e prioridades comuns. Ampliar a cidadania de todos é um processo chave que temos coragem de ousar por novas formas de ser, viver e governar. A Juventude clama por suas vidas, seus sonhos não cabem mais em suas urnas e governos autoritários burocratas decadentes que falam de política sem amor nem causas.
Em 2022 é com mais Democracia, participação e diálogo que vamos superar nossas tragédias históricas. É em nome dos que morreram ou pagaram com suas vidas e mortes, que podemos transformar pequenas conquistas em grandes passos em direção a um projeto de nação, negociado com as lutas e as vozes da maioria do povo brasileiro.
Egidio Guerra
Empreendendo sonhos de um pequeno grão de terra a Terra da Sabedoria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário