SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Ação Ecossistema e Sinfonia educacional.



Leva um determinado espaço, tempo ou, em muitas ocasiões, não é possível determinar, o momento em que o verdadeiro aprendizado adquirido pelos alunos em uma disciplina curricular de cunho academicista ganha impacto, ou seja, quando um determinado saber transforma sua trajetória de vida. Os limites de avaliação por prova privilegiam apenas uma forma de aprender focada em conceitos ou apenas no raciocínio e razão letrada. Esses itens também podem ser avaliados em vivências ou experiências estabelecidas em espaços educacionais determinados como "não escolares” (Severo, 2015). Nesses espaços o saber acaba por ser necessário para superar desafios, colaborar com outras pessoas em projetos, desenvolver autonomia, além da gama de capacidades críticas e criativas do ensino superior importantes para a produção de conhecimento, ao mesmo tempo que colabora com a sociedade em que vivemos (Burke, 2020).



Ao mesmo tempo, a curricularização da extensão nos abre uma oportunidade para ofertar aos alunos e professores das universidades, espaços educacionais não-escolares que possam atender a essa demanda conectando via plataforma digital. Criei um nome e conceito para essa plataforma digital aberta intitulando-a de: “Ecossistema e Sinfonia educacional”. Tal nomenclatura se dá, pois oferta e apresenta esses espaços educacionais não-escolares que serão cadastrados por educadores e/ou dirigentes de organizações não-governamentais (ONGs), de políticas públicas, do intitulado "Sistema S" e de projetos de extensão das Instituições de Ensino Superior (IES), gerando conexões de maneira harmônica entre diversos projetos. 



Esse portal busca geolocalizar esses espaços educacionais não-escolares nas comunidades e cidades onde estão presentes, e assim dando informações , incluindo a história dessas localidades, seus indicadores econômicos e socioeducacionais, desafios e outros, sendo apresentados por vozes e representantes dessas comunidades (Terra; Gordon, 2002). Essa ferramenta possui o papel de dialogar com alunos e professores, representantes das comunidades, mas também com poder público, empresas, e ONGs que atuam ou podem atuar em sinergia com esses espaços educacionais não-escolares, desenvolvendo importantes caminhos de aprendizagem e suas respectivas possíveis transformações (LOVELUCK, 2018).



Por isso se trata de um verdadeiro "Ecossistema Digital”, pois ao cadastrar e organizar uma rede de espaços educacionais não-escolares, busca gerar uma sistemática sinfonia educacional entre professores, alunos, comunidades, organizações não-governamentais - ONGs, poder público e empresas. 



Isso é o que denomino dentro de minha trajetória acadêmica, desenvolvimento metacognitivo e lutas por mudanças sociais, a elaboração sistêmica de uma  "sinfonia educacional” que acontece nos espaços educacionais não escolares complementares à escola e universidade, mas também e de forma complementar na plataforma digital, incluindo celulares onde os alunos vão receber suas missões educacionais inspiradoras para realizar nos espaços educacionais não-escolares, os quais serão complementares as disciplinas que estão realizando. Em seus celulares ou notebooks poderão fazer registros e memórias dessas experiências com relatos, fotos e vídeos na mesma concepção de um diário de campo visando uma metacognição.


             

Buscamos com esse portal e rede de espaços educacionais não escolares contribuir com os objetivos de desenvolvimento Sustentável - ODS da agenda 2030 (ONU, 2015) que definem que todos os setores devem participar no alcance das metas e na construção de caminhos para o acesso a direitos. Acreditamos que os espaços educacionais não escolares podem contribuir muito, incluindo na aproximação e diálogo entre setores no Brasil injusto, desigual, e violento (Souza, 2018).



Um primeiro objetivo da pesquisa e da Plataforma é atualizar e/ou construir os dados sobre a situação das crianças e adolescentes hoje no Brasil, assim como estabelecer metas de acordo com as Objetivos do Desenvolvimento Sustentável - ODS para as Universidades, Escolas, Cidades e espaços educacionais não-escolares que aderirem à Plataforma Ecossistema e Sinfonia Educacional. 



Dessa forma sistêmica, será elaborada uma rede de atores sociais comprometidos com os processos de transformação, reelaborando uma educação que emerge de uma teia de sentidos sociais vivos. É na tessitura da pessoa com a sua realidade que a mesma acaba por transformá-la em demasia, não apenas dialogando sobre a natureza social, mas se entendendo como uma, partindo do princípio basilar de que a construção de uma nova forma de sociedade é também seu papel enquanto sujeito ativo no mundo (FREIRE, 2019). 



Essa plataforma digital torna-se um instrumento de ensino, pesquisa e extensão visando problematizar as correlações entre educação e garantia de direitos na construção coletiva do bem-estar de todos (as) no contexto escolar e comunitário (Sen, 2018);  tendo os espaços educacionais não escolares como meio de acesso a esses direitos através da aproximação entre diferentes cursos das universidades com escolas e comunidades. A plataforma buscará desenvolver metodologias e pesquisas para mapear as concepções sobre bem-estar de estudantes, profissionais da educação e familiares de estudantes, em contextos pós-pandemia covid-19; a luz de suas vivências, experiências, missões educacionais e registros de memórias nos espaços educacionais não escolares e escolares. 



A plataforma digital e o conceito de um ecossistema e sinfonia educacional podem contribuir no seu formato focado em missões educacionais, como temos realizado na primeira cidade modelo em Paraipaba, no Ceará, em parceria com a prefeitura, Universidade Federal do Ceará - UFC e Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL, tendo em vista que é preciso, na dimensão dos objetivos específicos desta investigação: a) Relacionar a garantia de direitos nos cotidianos das infâncias e adolescências com as percepções sobre bem-estar enunciadas coletivamente, em contextos pós-pandemia covid-19; b) Identificar estratégias para formação de profissionais da educação na promoção e fortalecimento coletivo do bem-estar (das gerações atuais e futuras) nos contextos escolares e comunitários; c) Promover a construção corresponsável de tecnologias para o desenvolvimento sustentável e melhora da qualidade de vida no contexto escolar e comunitário. Visamos gerar sinergias entre escolas, projetos de extensão das universidades, ONGs, Sistema S, políticas públicas nas comunidades e cidades pela plataforma digital. 


   

Busco alinhar essas pesquisas visando a produção de um Plano Político Pedagógico, da plataforma digital, baseada num prática pedagógica que busca a sinfonia educacional e sinergia entre pessoas e organizações de vários setores da sociedade, visando juntas impactar e melhorar as condições e qualidade de vida das comunidades pobres. 



Teci redes em torno de desafios pessoais e coletivos que me ajudaram a construir o currículo da minha vida, num processo metacognitivo planejando minha vida desde os 15 anos, pois sempre que um questionamento me despertava na jornada, ia em busca de pesquisar autores(as) que escreveram sobre isso e experimentar vivências que me desafiavam a construir novos caminhos com novas ideias, organizações, práticas e uma postura ética que sim, podemos fazer a diferença no mundo e em nossa vidas, todavia isso depende de redes e de como educamos nosso ser em tempo integral para uma vida plena. RANCIERE



Esse processo todo se dá conforme os objetivos da Organização das Nações Unidas - ONU e a participação efetiva de alunos e professores das universidades em espaços educacionais não escolares contribuindo para sua formação e meta cognição; num mundo em profundas transformações tecnológicas e digitais, incluindo fake news e fragilidade democráticas nos governos, mudanças climáticas, engenharia genética, robótica, e avanços do crime organizado, brutais desigualdades e violências (ABRANCHES, 2020; HARARI, 2016; WALLACE-WELLS, 2019)




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