SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

sexta-feira, 25 de julho de 2025

A revista classificou a resposta do STF, que determinou uma série de medidas restritivas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, como "agressiva também". Bolsonaro é réu no processo que tramita no STF por tentativa de golpe de Estado e, desde a aplicação das medidas, está usando tornozeleira eletrônica e impedido de usar redes sociais. Apoio a Lula Segundo a The Economist, no entanto, as medidas de Donald Trump contra o Brasil estão "saindo pela culatra", com o aumento do apoio de Lula entre a população brasileira. "Se atrair a ira de Trump deveria fortalecer a direita brasileira antes das eleições gerais do ano que vem, o plano está saindo pela culatra", diz o texto. "Brasileiros de todos os tipos estão apoiando Lula", afirma. "O índice de aprovação de Lula, que vinha caindo, melhorou. Ele agora lidera o grupo de potenciais candidatos para a corrida eleitoral do ano que vem." Também segundo a revista, o Congresso brasileiro, que estaria sendo controlado por partidos de direita, "se uniu em torno de Lula e está cogitando tarifas retaliatórias" aos EUA. Print da reportagem da revista The EconomistCrédito,Reprodução Legenda da foto,'Se atrair a ira de Trump deveria fortalecer a direita brasileira antes das eleições gerais do ano que vem, o plano está saindo pela culatra', diz Economist Pule Que História! e continue lendo Que História! - 8 novos episódios 8 novos episódios Disponíveis nos tocadores de podcast Ouça aqui Fim do Que História! A reportagem da revista britânica também trata da importância das vendas brasileiras aos EUA, como o comércio de café, carne e suco de laranja — e ressalta o impacto que as tarifas americanas terão em regiões onde o ex-presidente Jair Bolsonaro tem mais apoio. "O impacto provavelmente recairá desproporcionalmente sobre empresas sediadas em regiões que são redutos de Bolsonaro", diz. "É revelador que a confederação de agricultores do Brasil, geralmente leal a Bolsonaro, tenha condenado a 'natureza política' das tarifas de Trump. Até mesmo Bolsonaro tentou se distanciar. Ele afirma que as tarifas 'não têm nada a ver conosco'", afirma o texto. Segundo a Economist, os brasileiros estão particularmente enfurecidos com os ataques dos EUA ao Pix. "O Pix estimulou a concorrência no setor bancário brasileiro, antes decadente, ao oferecer infraestrutura de baixo custo para que empresas iniciantes possam fornecer serviços financeiros com facilidade", diz a publicação. "Essa concorrência crescente também prejudicou empresas de pagamento americanas como Visa e Mastercard." A Economist diz que algumas das reclamações sobre práticas comerciais desleais do Brasil "têm mérito". Segundo a revista, o país é uma das economias mais fechadas do mundo, e a indústria nacional recebe constantes estímulos do governo federal e de governos locais, afirma. O texto, porém, reconhece que essa provavelmente não é a "real preocupação" de Trump. "O governo brasileiro tenta contatar a Casa Branca desde maio para negociar um acordo comercial, mas seus apelos têm sido ignorados."

 

'Agressão chocante de Trump ao Brasil' é das maiores interferências na América Latina desde a Guerra Fria, diz The Economist

Lula e Donald Trump

Crédito,Getty Images

    • Author,Julia Braun
    • Role,Da BBC Brasil em Londres

Em reportagem publicada na quinta-feira (24/7), a revista The Economist classificou o anúncio dos Estados Unidos sobre a implementação de uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras e a suspensão dos vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) como uma "chocante agressão".

Segundo a publicação britânica, trata-se de uma das maiores interferências americanas na América Latina desde a Guerra Fria.

"Raramente desde o fim da Guerra Fria os Estados Unidos interferiram tão profundamente em um país latino-americano", disse a revista no artigo intitulado "A chocante agressão de Trump ao Brasil".

Segundo a reportagem, Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) são "inimigos ideológicos", e apoiadores do presidente americano criticam há muito tempo a investigação conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, sobre desinformação nas redes sociais.

"No entanto, o gatilho para o ataque de Trump parece ter sido a cúpula do Brics, um grupo de países emergentes, que o Brasil sediou nos dias 6 e 7 de julho", afirma a The Economist, em referência à reunião que aconteceu no Rio de Janeiro.


Nenhum comentário:

Postar um comentário