Eu te amei como Pablo Neruda amou Matilde: "De repente, não mais que de repente, meus passos caminharam no teu caminho." Mas hoje, como Fernando Pessoa, confesso: "Tudo vale a pena se a alma não é pequena." E a minha alma, embora cheia de ti, precisa seguir adiante.
Você foi meu verso mais bonito, minha "flor do deserto" como diria Khalil Gibran. Mas até as flores mais raras têm seu tempo, e o nosso, meu amor, foi breve como um haicai de Bashō:
"Queda de pétalas...
O vento passa, leva você,
e eu fico só."
Drummond já sabia: "O amor é eterno enquanto dura." E o nosso durou o que tinha que durar—nem mais, nem menos. Agora, como Vinicius de Moraes, eu digo: "Que seja infinito enquanto dure." Mas infinito, para nós, foi só um instante.
Machado de Assis escreveu que "a vida é cheia de obrigações que a gente cumpre por mais vontade que tenha de as infringir." E eu, por mais que queira ficar, preciso cumprir a minha: seguir sem você.
Te deixo com Rumi, que me ensinou: "Você não é uma gota no oceano. Você é o oceano inteiro em uma gota." E você, minha musa, sempre será esse oceano em mim. Mas agora, como Lorca, eu sigo "verde que te quiero verde", levando tua cor na memória, mas plantando novos jardins.
Até sempre,
ou até nunca.
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