Combater o etarismo: entre a resistência e a esperança
Ninguém disse que seria fácil e não é. Lutar contra o etarismo, no Brasil e no mundo, é enfrentar um sistema profundamente enraizado em preconceitos, hábitos de exclusão e visões ultrapassadas sobre o que significa envelhecer. Trata-se de um preconceito silencioso, muitas vezes invisível, que corrói trajetórias profissionais, mina a autoestima e marginaliza milhões de pessoas que têm muito a oferecer.
Os números falam por si. Segundo a pesquisa Etarismo e Inclusão 2023 da Robert Half, 70% das empresas no Brasil contratam pouco ou nenhum profissional acima dos 50 anos. Apesar de representarem 26% da população, pessoas nessa faixa etária compõem apenas 5% da força de trabalho formal. Em paralelo, a ONU lembra: uma em cada duas pessoas no mundo já sofreu preconceito por idade. O que isso nos mostra? Que estamos diante não apenas de uma injustiça social, mas de um problema estrutural que ameaça a economia, a inovação e até a coesão social.
Combater o etarismo exige mais do que coragem individual: é uma batalha contra uma engrenagem que parece sempre mais forte. Há dias de cansaço, de desmotivação, quando a sensação é de que a máquina vai vencer. Mas é justamente nesses momentos que surgem os relatos que renovam as forças: histórias de profissionais que se reinventaram, empresas que romperam o ciclo de exclusão, pessoas que, mesmo descartadas pelo sistema, encontraram novos caminhos para brilhar.
Aqui está a contradição central: o etarismo tenta calar, mas acaba fortalecendo a resistência. Quanto mais o sistema insiste em descartar, mais evidente se torna a urgência de criar novas narrativas sobre envelhecer. Já não falamos apenas de emprego, mas de dignidade, de cidadania, de pertencimento.
A luta contra o etarismo, portanto, é também uma luta contra a desesperança. Não é fácil, não é rápido e certamente não é linear. Mas cada passo importa. Cada assinatura em um manifesto, cada empresa que rompe barreiras, cada profissional que se recusa a aceitar a invisibilidade constrói um legado coletivo.
“Quando o sistema insiste em nos descartar, é a nossa resistência que se transforma em legado.”
O combate ao etarismo não é apenas um esforço de hoje; é a semente de um amanhã mais justo, onde idade não será sinônimo de exclusão, mas de potência e sabedoria.
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