A Educação, Economia e Saúde são fios que andam juntos na Teia da vida. Existe educação sem escola ? Mas o que dizer das sociedades sem escolas, onde apenas uma minoria tem o privilégio de frequenta-las ? nos questiona o antropólogo Tim Ingold. As pessoas que não frequentaram a escola são sem educação, e portanto, não civilizadas ? Porém essas pessoas sabem muito que nós, pessoas educadas, não sabemos, conclui Tim Ingold, inclusive conviver com a natureza e manter sua saúde. Como esses conhecimentos são adquiridos ? e como eles impactam nossas vidas e o mundo que vivemos ? em relação à economia, saúde, meio ambiente e outros. O conhecimento difere de cultura para cultura, assim como as instituições que facilitam sua passagem de cada geração para a próxima. A Escola é uma dessas instituições, mas há muitas outras. Talvez estejamos vivendo um momento de transição em nosso sistema educacional ? Tim Ingold nos dá algumas pistas. A educação é algo que acontece com todo ser humano que vive em sociedade, incluindo desenvolver seus pensamentos, suas capacidades críticas e criativas, inclusive a linguagem e pensamento simbólico, aprendemos nossas maneiras de fazer as coisas em resposta às condições prevalecentes do ambiente e de nossa saúde. Projetamos nossa economia e futuros, e educamos as pessoas a lidar com elas ? ou cometemos os mesmos erros em prejuízo da educação, economia e saúde porque ainda não fomos educados como outros povos “ incultos “ que somos parte da teia da vida ?
Nós precisamos além da Escola e Universidade de outros instrumentos pedagógicos que nos ajudem a escolher e refletir sobre os impactos de nossos comportamentos na vida e na Terra. Nós precisamos formar médicos para lidar com as novas tecnologias, pois a engenharia genética substituirá parte dos tratamentos e remédios, ao mesmo tempo aprender com a prevenção, saúde publica, interpretação e geoprocessamento de dados na medida que as consequências das mudanças climáticas nos afetem. Nós precisamos valorizar e educar Polímatas que possam trabalhar em conjunto com especialistas visando relacionar educação, economia, saúde e outras áreas para que possamos prever futuros e nos educar para eles unindo saberes científicos, ancestrais, e populares com saberes e pesquisas produzidos por Governos e Empresas visando uma atuação em rede porém geolocalizada. Nós precisamos aprender sobre as brutais privações que sofrem bilhões de pessoas porque não existe solução sem elas enquanto alguns bilionários buscam outro planeta para vivermos? Como nos ensinou John Rawls no Princípio da diferença em sua teoria da justiça como equidade, alguns bens são primários e necessários para qualquer pessoa viver no mundo, independente de seus objetivos e escolhas. A respectiva concentração na liberdade das pessoas e não apenas na conquista pode nos ajudar a avaliar a vantagem individual e privação nas sociedades contemporâneas e mudar nossa educação, economia e saúde na teia da vida.
Pobreza não é apenas renda da mesma forma que ricos escolarizados destroem o mundo e vidas com a renda e liberdades que tem. Nós necessitamos aumentar as oportunidades para que o maior número de pessoas conduza uma vida minimamente aceitável. De forma personalizada, usando o celular e uma plataforma na Web, podemos conhecer se as pessoas têm propensão a doenças, se vive em áreas propensas a desastres ambientais, se esse bairro é dominado por crimes e epidemias, sobre o consumo das pessoas e o acesso às políticas públicas entre outras informações que nos ajudem a criar uma jornada e um planejamento para educar as pessoas a transformarem suas vidas e cidades, gerando um conhecimento complementar à escola, criando e acessando oportunidades em parceria com outros setores através de HUBs SOCIOAMBIENTAIS em suas comunidades.
O Desemprego gera fome, apesar de existirem alimentos disponíveis com a queda de consumo em vários setores da economia. As falhas nutricionais geram doenças, morbidade, mortalidades e suas consequências para economia e saúde. Essa é uma das medidas da pobreza que podem impactar o planejamento econômico ou políticas públicas de saúde imediatas geo localizadas com foco nas particularidades e diferenças de cada pessoa. Da mesma forma que as mudanças climáticas na teia da vida exige outras mas que a integração tecnológica, ambiental, econômica e educacional pode nos ajudar a pensar de forma sistêmica, polímata a médio prazo uma nova geração de políticas públicas com impacto social alicerçadas por novas formas de ser, viver, educar, trabalhar, governar e novas leis. O que estamos aprendendo com a pandemia é que milhares de pessoas, em especial profissionais da saúde, não estão atuando de forma constante e exclusiva em prol de seu bem-estar e sucesso como defendem várias teorias econômicas, ideologias, políticos, educadores e elites. Pelo contrário, o altruísmo dos profissionais de saúde tem mantido o mundo em pé para 1% usufruírem de forma egoísta seus privilégios, enquanto milhares deles morreram em suas missão de proteger e curar outras pessoas. Será que políticos, economistas, profissionais do mercado financeiro e outros que correm menos riscos podem fazer o mesmo? Podem aprender o que nenhuma Escola ou Universidade os ensinou ? Alguns eventos negativos como a pandemia gera solidariedade e compromisso por parte dos cidadãos para fazer algo para prevenir a sua ocorrência. Essa é a nossa esperança como razão. Muito mais que escolhas, ampliar as oportunidades para pessoas, temos que nos educar para formar valores e com responsabilidade sobre nossas atitudes e comportamentos com a teia da vida.
Egidio Guerra - De um pequeno grão de terra á Terra da Sabedoria.
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