Essa situação reflete uma realidade alarmante e confirmada por recentes pesquisas, mostrando que mais da metade dos estudantes brasileiros não sente que a escola se preocupa com seu bem-estar.
Este dado, fruto de um levantamento nacional que ouviu milhões de alunos, não é apenas um número frio; ele revela uma fissura profunda na relação entre a instituição de ensino e o adolescente.
A pesquisa em questão foi realizada pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com outras entidades e focou nos anos finais do ensino fundamental, uma fase de transição intensa na vida dos jovens.
Nesse período, a percepção de acolhimento e segurança despenca.
A escola, que deveria ser um porto seguro, um ambiente de apoio e desenvolvimento integral, muitas vezes falha em se conectar emocionalmente com seus estudantes.
O cenário é agravado pela baixa valorização dos professores, com menos de 40% dos alunos afirmando respeitar e valorizar seus docentes.
Essa desconexão mútua cria um ciclo de distanciamento e desinteresse que impacta diretamente a qualidade da aprendizagem e a permanência escolar.
Não se trata de apontar culpados, mas de reconhecer que a escola, enquanto instituição, está em um momento de transição e precisa se reinventar.
A solução não é simples, mas passa necessariamente por uma mudança de paradigma.
É preciso que a educação vá além do conteúdo curricular e abrace a escuta, o cuidado sistêmico e a criação de ambientes mais acolhedores e empáticos.
O bem-estar e a saúde mental dos alunos não podem ser temas secundários; eles são a base para qualquer aprendizado significativo.
A evasão escolar e a falta de engajamento têm raízes profundas na sensação de não pertencimento.
Quando o aluno se sente visto, apoiado e compreendido, ele cria um vínculo com o ambiente e com o conhecimento.
É um desafio para gestores, educadores e para a sociedade como um todo, mas é um caminho essencial para construir um futuro educacional mais sólido e humano para as próximas gerações.
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