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segunda-feira, 15 de setembro de 2025

A pergunta que fica: quantos palcos Vitória Régia ainda precisamos erguer para fingir que não vivemos debaixo de um pântano social?



 Um palco de R$ 30 milhões. Sim, trinta. Poderia ser até o triplo, e não caberia contestação.


Afinal, é dinheiro privado: Rock in Rio e Vale fazem o que bem entendem com seus cofres.

O problema não é o palco em si. O problema é o cenário em volta.

Um “Vitória Régia” cercado de bairros onde o saneamento básico ainda é ficção científica.

Famílias convivem com esgoto a céu aberto, mas o show vai ser televisionado para o mundo com glamour e holofotes.

Ironia das ironias: o palco gigante vai “florescer” em meio ao descaso estrutural.

O povo que não tem água tratada vai ter Mariah Carey.

Quem não tem coleta de lixo, terá Joelma iluminada em telões de LED.

É a arte elevada ao mais alto nível da contradição social brasileira.

Mas, claro, a festa é privada.

O marketing é global. E a realidade?

Continua invisível, escondida atrás da cortina do espetáculo.

A pergunta que fica: quantos palcos Vitória Régia ainda precisamos erguer para fingir que não vivemos debaixo de um pântano social?


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