SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Autismo.



Em uma roda de conversa recente com professores, surgiu uma pergunta que traduz muito bem o desafio da escola de hoje: “O socioemocional ajuda na inclusão, principalmente dos alunos com algum nível de espectro autista?”


Essa questão revela não apenas uma dúvida prática, mas uma necessidade urgente. Porque inclusão não se resume a abrir a porta da sala de aula, trata-se de preparar o espaço, os professores, os colegas e até as famílias para que aquele estudante seja, de fato, parte da comunidade escolar.

A imagem mostra como, por dentro, uma mente autista pode se sentir sobrecarregada. Barulho, luz intensa, dúvidas constantes sobre como será interpretado, medo de ser visto como “difícil”... tudo isso é realidade neuropsicológica.
A Neurociência nos ensina que o cérebro autista processa estímulos de forma diferente, muitas vezes mais intensa. A Psicanálise acrescenta que esse sujeito precisa ser reconhecido em sua singularidade, não apenas encaixado em padrões.

Isso significa que a escola não pode ser apenas transmissora de conteúdo. Precisa ser espaço de acolhimento, de Gestão Emocional coletiva, onde cada professor aprenda também a ler os sinais invisíveis de sobrecarga, ansiedade e exaustão.

Aqui entra o Socioemocional. Não como um “complemento bonito”, mas como ferramenta essencial. Ele ensina os estudantes a desenvolver empatia, a reconhecer que diferenças não são barreiras, mas oportunidades de convivência. Ele prepara professores para perceber que não basta conhecer o diagnóstico, é preciso sentir junto, respeitar o silêncio, oferecer pausas, valorizar pequenas conquistas.

O Socioemocional também amplia a visão da escola, não se trata só do estudante autista. É sobre todos ao redor, colegas que precisam aprender a lidar com diferenças, professores que precisam se fortalecer emocionalmente, famílias que necessitam de orientação e acolhimento. Quando esse círculo se amplia, a inclusão deixa de ser teoria e passa a ser vivência.

Uma escola preparada é aquela que entende que cada mente é única. Gestão zemocional, Psicanálise e Neurociência convergem ao afirmar, sem espaço de pausa, de escuta e de apoio mútuo, não há inclusão real. Uma escola despreparada pode até matricular, mas não consegue integrar.

E é justamente aí que mora o desafio e também a beleza, quando olhamos para o estudante autista, estamos sendo convidados a rever a escola inteira. Inclusão não transforma só a vida dele, transforma a cultura escolar.

"Incluir não é favor, é humanidade em prática, é aprender, todos os dias, que a diferença não ameaça...ela amplia."

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