SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Escola de Frankfurt.

 


Quando a cultura se contenta em entreter, deixa de transformar.


A cultura já foi o território dos mitos, da arte, da filosofia, da memória coletiva.

O espaço onde o ser humano buscava sentido, transcendência e identidade.

Hoje, porém, ela parece cada vez mais refém de outra lógica: a do mercado.

Não importa o valor intrínseco de uma obra, mas sua capacidade de vender, viralizar, agradar algoritmos e patrocinadores.

Como já alertaram Adorno e Horkheimer, a arte quando massificada deixa de provocar e passa a anestesiar.

Nietzsche também já havia apontado para esse excesso: informação em abundância, mas sem profundidade, sem tempo de maturação.

No lugar da sabedoria, proliferam opiniões superficiais.

E o público? Deixa de ser espectador e se torna consumidor.

Não busca obras que o transformem, mas produtos que confirmem seu gosto, reforcem sua identidade de nicho e deem pertencimento instantâneo.

O consumo cultural vira status, não busca de sentido.

Talvez o caminho esteja na experiência da pausa, do silêncio, da contemplação.

Porque a verdadeira cultura não é a que imediatamente agrada, mas a que incomoda, inquieta e permanece.

Ironia da vez: numa sociedade que tem medo de ser transformada, pedem-se mais likes que reflexões, mais trending topics que ideias.

"Uma cultura que não transforma, apenas entretém."

Cultura deixou de ser bússola e virou espetáculo.

Transformar dá trabalho, entreter dá ibope.

Por isso, hoje pedimos mais likes que ideias.

"Uma cultura que não transforma, apenas entretém."

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