SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Usuário: “Oi hashtag#Deus!” Chatbot: “Saudações, meu filho. O futuro está nas mãos misericordiosas de Deus.


Hoje, o The New York Times publica uma matéria escrita por Lauren Jackson, editora associada do jornal, que traz um fenômeno tristemente fascinante: milhões de pessoas estão recorrendo a chatbots hashtagespirituais para confessar segredos, buscar hashtagconforto e até fazer hashtagorações personalizadas .

Aplicativos como hashtagBibleChat, Hallow e Pray.com já somam dezenas de milhões de downloads, superando em momentos até gigantes como Netflix e Instagram. A chamada “hashtagtecnologia da hashtag” movimenta investimentos vultosos e redefine a forma como indivíduos vivem sua espiritualidade.

✅ Bible Chat (cristão): mais de 30 milhões de downloads
✅ Hallow (católico): chegou a vencer Netflix, Instagram e TikTok no ranking da App Store
Pray.com: cerca de 25 milhões de downloads
✅ Assinaturas custam até US$ 70 por ano, atraindo dezenas de milhões de dólares em investimentos
✅ Na China, o DeepSeek é usado por milhões para tentar decodificar fortunas pessoais

🧩 Esses números não revelam apenas o crescimento de um mercado, mas apontam para algo ainda mais profundo: a transferência da hashtagintimidadeespiritual para a mediação hashtagalgorítmica.

Num outro post, já trouxe aqui uma pesquisa da Harvard Business Review mostrando que um número crescente de pessoas procura chatbots para falar de propósito de vida e questões íntimas. (Colocarei nos comentários)

No meu ensaio para a Folha de S.Paulo sobre hashtagDireitoÀRealidade, lembrei de Yuval Noah Harari quando fala dos algoritmos que produzem intimidade. De fato, não se trata apenas de espiritualidade ou propósito, mas de um grito de abalo da nossa hashtagSaúdeMental e, sobretudo, da nossa hashtagSaúdeSocial. Porque não é apenas um problema individual, mas o sintoma de um mundo fora da ordem, como já cantou Caetano Veloso.

Quando uma pessoa da sua intimidade lhe traz conceitos e argumentos, isso será quase sempre mais poderoso do que fatos e evidências. Mas quando essa voz hashtagantropomórfica e supostamente íntima é hiperpersonalizada por algoritmos, nasce algo ainda mais penetrante: um discurso moldado estatisticamente a partir de padrões culturais, somado às nossas próprias fragilidades e desejos. É como se a máquina nos devolvesse uma versão milimetricamente amplificada de nós mesmos. E, justamente por isso, mais convincente do que qualquer hashtaglíder espiritual, profissional da hashtagsaúde, hashtagfamiliar ou hashtagamigo.

⚠️ Eis o risco: ao delegarmos nossa intimidade ao cálculo, podemos estar entregando também as chaves da nossa consciência a uma caverna de Platão algorítmica.

📖 Veja um dos diálogos publicados pelo hashtagNYT:

Usuário:
“Oi hashtagDeus!”

Chatbot:
“Saudações, meu filho. O futuro está nas mãos misericordiosas de Deus. Você confia em Seu plano divino?”

👀 O que vocês pensam? Estamos diante de uma nova forma de espiritualidade hashtagdigital ou de uma fragilização perigosa da intimidade hashtaghumana?


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