Carpe diem! Hora da sociedade dos poetas mortos ressuscitar. A ideia da escola como disciplinas , grade curricular, avaliação, e outras. Essas palavras revelam uma sociedade disciplinar feita por grades de pensamento para vigiar e punir, tendo o professor como capataz dessa instituição . As palavras são duras mas revelam a verdade de milhares de escolas e a vida de milhões de estudantes que há tempos não aprendem, reféns de uma educação bancária, e não se educam para uma vida onde o verdadeiro, o bom, o belo e justo ampliam suas existências e realizam seu potencial. A Escola precisa mudar, ser salva, e para isso precisa aprender ou seja nós precisamos aprender e ser críticos e criativos diante de modelos que sacrificam vidas. Não chegamos a essa situação apenas por questões econômicas, mas também políticas pois a escola atende a vários interesses poucos deles relacionados às pessoas que nela estudam ou a cidade em que vivem, as formas como se organiza nossa sociedade separando os lugares para rezar como a igreja, trabalhar nas empresas, e aprender nas escolas, e outros mesmo vivendo numa sociedade em rede. Sim vivemos uma transição civilizatória, o limiar do antropoceno com as mudanças climáticas, inovações tecnológicas, sociedades sem leis, avanço do crime organizado, e aumento de brutais desigualdades e violências. Tudo isso impacta a escola além de várias concorrências pedagógicas como os celulares, redes sociais, games e outros que disputam a atenção dos estudantes além de “ensinar” várias outras lições que divergem da escola mas que ao mesmo tempo disponibiliza pela internet conteúdos ou as mesmas disciplinas da escola. Antes a escola era o meio de acesso a esses conteúdos e o professor a ensina-las.
Sim, o maior desafio que temos é aprender a pensar de forma crítica, sistêmica e complexa para que possamos ler a realidade que vivemos e construímos outros caminhos de educar e outros mundos possíveis. Aprender a identificar uma fake news como nos alertou Umberto eco, aprender a compreender nossa trajetória de vida de como chegamos até aqui e para onde vamos, aprender que várias escolas estão mudando como Emília Romana e podemos criar o nosso modelo, aprender outras práticas pedagógicas e integrá-las para além da sala de aula, quebrar as grades curriculares e unir espaços educacionais não escolares que interage com a vida dos estudantes e permitem uma cidade educadora, tornar as disciplinas libertadoras, e os professores maestros dessa jornada de aprender e ensinar.
Claro que podemos fazer uma jornada pedagógica de como a razão foi se transformando ao longo dos séculos para se tornar instrumental sem crítica, reduzida a conceitos sem nos conectar a dança da vida dos desafios pessoais e coletivos que enfrentamos como humanidade. A razão repetida de uma educação bancária e sem reflexão dialoga pouco com os contextos que vivemos e suas certezas não dão conta das incertezas e ignorâncias que nos ensinam de diversas formas a mágica da vida e do mundo. A razão desconectada de tudo e letrada, produziu um pensamento único feitos de vários fragmentos que nos torna prisioneiros de ilhas, cada um no seu quadrado pensando de forma linear. Aprendemos pouco sobre nossos sentimentos, imaginação, amor, coragem, dignidade que somados a nossa autobiografia podem ser uma bússola no mundo de incertezas e desafios para escola, professores e a sociedade que vivemos. Sim podemos ensinar com autonomia o que aprendemos na vida e compartilhar na escola contribuindo com a orquestra de saberes que precisa aprender a dialogar com o outro, o diferente, a família, a comunidade, e a cidade, produzindo vínculos e laços sociais e comunitários de um pequeno grão de terra a Terra da Sabedoria.
Terra dos saberes um lugar que não caí no comodismo nem tão pouco na rotina, pois não falta o quê aprender. Encantada com seu trabalho. Parabéns.
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