Educação ambiental é um saber sistêmico e transversal pois nosso ser faz parte da natureza que impacta nossa saúde, ao mesmo tempo que nossa educação impacta a natureza, é transdisciplinar. Nós precisamos aprender novas formas de ser, viver, educar e governar devido às mudanças climáticas, integrando tecnologias, meio ambiente e espiritualidade, pois a educação ambiental nos desafia a nos relacionar com outros seres vivos incluindo as condições de vida de toda a humanidade.
Essa jornada vivemos na disciplina da Professora Raquel Crossara da UFC e fiquei muito feliz quando ela disse que fui a primeira pessoa a trazer a temática das mudanças climáticas. Porém apenas discutir esse tema não é suficiente, e agora com o último relatório da ONU temos um ultimato de 30 anos para o Planeta Terra acabar como o conhecemos. Necessitamos urgente estudá-lo para compreender a sala de aula Terra. Algumas práticas pedagógicas usadas pela Professora Raquel ao longo da disciplina podem nos ajudar na jornada de nos educar ambientalmente e mudar nossas atitudes, consumo, as diversas formas que nos relacionamos com a natureza para cumprir nossa missão ambiental e inspirar em rede outras pessoas fazer o mesmo. Porém além da teoria é bom dar vida a esse saber em nossas casas, escolas, bairros, no trabalho, universidades e cidades.
Em outras disciplinas eu fiz o mesmo: na História da educação observamos que o referencial era ocidental e europeu, inseri referências judaicas, africanas e indígenas para ampliar nossa compreensão da História da Educação. Na disciplina de História da Educação do Ceará focada em uma política pública intitulada “ Todos com educação de qualidade para todos” e rodas sobre as desigualdades; busquei inserir outros elementos como o Ceará é o quinto pior estado em analfabetismo, 60 % da população não concluíram o estimo médio, inserindo nesse debate também pude contribuir com a disciplina como um professor, graças a oportunidade que os professores nos dão de pesquisar e falar. Nós como educadores temos essa missão de contribuir em sala de aula e dar vida ao saber. Na disciplina de Pesquisa educacional do Professor Dieb minha pesquisa é como Professores da FACED da UFC usam pesquisas em sala de aula e o impacto na aprendizagem dos alunos. Eu fiz o mesmo na disciplina de autobiografia como já escrevi a minha nos últimos 14 anos, comecei a aprender a didática que o professor dava a disciplina e trazendo outros atores para fundamentação teórica da disciplina. Em espaços educacionais não escolares e dialogicidade e formação humana em Paulo Freire começamos a desenvolver um projeto num bairro de Fortaleza, o Serviluz, e numa cidade Paraipaba em como podemos pensar a prática da interação entre escola, espaços educacionais não escolares e comunidades para contribuir em educação especial, ambiental, alfabetização, ensino remoto e a distância, melhoria do português e matemática envolvendo outros estudantes e professores da Faculdade de Educação nesse desafio.
Na educação ambiental da professora Raquel o desafio é o mesmo mas como disse por ser uma disciplina transversal as reflexões e práticas geradas nela devem ocupar toda a nossa formação e ter outros instrumentos para apreender sempre essa área e suas conexões com a educação, novas tecnologias, economia, saúde e outras. Desta forma esse relato é o primeiro de muitos que vamos dar continuidade ao longo do curso mas que as sementes foram plantadas na disciplina como por exemplo desenvolver com meu filho, projeto pensado por ele, os Hubs sociais educacionais ambientais para que comunidades pobres e escolas produzam seu próprio alimento e tenham segurança alimentar, hídrica e energética tão necessárias em um mundo que passa por brutais mudanças climáticas e todas as consequências .
A professora Raquel Crossara da UFC nos ensinou nessa jornada da disciplina várias didáticas úteis que nos ajudam a estimular nossos sentidos e pensar. Sabemos que podemos decorar uma teoria mas podemos literalmente senti-la na pele e passar dos dias observando a natureza e pesquisando. Um simples abrir a janela nos ensina como a natureza mudou ao redor de nossa casa nos últimos anos, plantar e cuidar de uma horta ou mesmo um pequena planta nos ensina assim como um bebe suas necessidades e como ela se desenvolve, ler matérias nos jornais sobre o meio ambiente e ter capacidade de compreender as questões ecológicas e seus impactos em nossas vidas é muito importante. Como cuidar e compreender a vida das bactérias e dos animais ( essa é a lição número 1 das origens da Pandemia ), e como eles se relacionam com as plantas e seres humanos, vivemos todos em ecossistemas feitos de recursos naturais que alimentam toda essa cadeia , incluindo é claro a energia solar que pode estar quente demais e faltar água. Isso impacta nossa comida, o lixo, e como disse a educação, economia e saúde na teia da vida.
Pensar ecologicamente é relacionar as diversas variáveis e fluxos vivos que interagem entre si é a maior forma de aprender educação ambiental. Existem territórios ou lugares mais complexos que os outros para pesquisar os desafios ambientais e temos que ter muito cuidado, como interferimos na natureza pois em apenas 300 anos conseguimos destruir o planeta, extinguir milhares de espécies, matar milhões de pessoas por fome ou problemas relacionados a saúde ambiental, aquecer o planeta e outras consequências em rede que ainda não conseguimos prever. Por exemplo a pandemia é uma delas, mais por exemplo tentar eliminar o excesso de ratos em uma determinada região do planeta é algo que não podemos prever o que acontecerá às outras espécies, a engenharia genética hoje também faz parte dos nossos sonhos e pesadelos e não sabemos o impacto dessas ações em nossa vida.
Nos projetos que estamos desenvolvendo agroecologia e hortas temos duas realidades, ambas moram 35 mil pessoas, um bairro em Fortaleza chamando Serviluz, onde o solo tem gás da Petrobras e outras indústrias, pobreza, criminalidade, em frente ao mar e do lado da Beira mar, o lugar mais rico da cidade. Pensar em educação ambiental lá é diferente de uma cidade a maior produtora de coco, também no litoral e com o tamanho do território do tamanho de Fortaleza mas também com 35 mil habitantes. Assim como o ecossistema do bairro onde moramos, ou da escola ou universidade.
Outras questões emergiram na disciplina e pesquisa quando estudamos os alimentos, a energia e a água porque dependemos da segurança alimentar, energética e hídrica para viver, muito mais que do Estado e do mercado. Necessitamos desses três fatores para vivermos nos lugares onde moramos e que estratégias pensando ecologicamente podemos ter para sobreviver ao colapso anunciado pela ONU. Além dos carros que andamos, as carnes que comemos, e outros pouco sabemos de suas dependências dos fósseis e da água para serem produzidas, assim como da vida em grandes cidades, poucas coisas fazemos nos compreendendo como parte da natureza de verdade, e continuamos tratando ela como inimiga a ser dominada e controlada. São estas questões e a busca por estas respostas e atitudes que a jornada em educação ambiental inicia mas deve seguir durante toda nossa vida. Essa é a minha sugestão de como devemos lidar com essa disciplina na Escola e Universidade sendo cada uma de nós educadores dessa jornada de um pequeno grão de terra a Terra da Sabedoria.
Eu sempre peço meus pais de 88 anos a fazer perguntas a Alexa sobre receitas, jogos, anotar tarefas e outros mas quando pergunto a Alexa o que acontecera conosco em 5 anos em relação as mudanças climáticas ? ela silencia mas talvez a melhor resposta fosse estudem educação ambiental e atuem em rede e rápido para salvar o planeta porque a maior tecnologia que existe é a natureza.
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