Quanto mais velha, mais nova me sinto. Ao mesmo tempo, me parece que o mundo corporativo ainda confunde idade com obsolescência, ao invés de perceber que é o oposto: experiência dá a base, e a curiosidade mantém a juventude.
Envelhecer não me fecha possibilidades. Me abre portas, inclusive as que eu mesma não tinha coragem de empurrar quando era mais jovem. Mas essa porta está pesada ainda.
Segundo reportagem recente do Valor, dos 754 assentos em Conselhos em 81 organizações do índice Ibovespa, 21% são ocupados por mulheres. Subiu um pouco em relação ao ano passado, em que o número não chegava a 20%. Os dados são da pesquisa Liderança Empresarial 2025, realizada pela Vila Nova Partners, consultoria de recrutamento de executivos e para conselhos, que mostra ainda que, em 2015, as mulheres ocupavam apenas 6,3% dos assentos.
“O que não mudou tanto nesse mesmo período”, diz a reportagem, “é a quantidade de mulheres presidindo conselhos: 3% em 2025 e 2,4% em 2015”. No cargo de CEO, a realidade piorou: a participação das mulheres diminuiu de 2024 para 2025, passando de 4,8% para 3,6%, quase atingindo o mesmo número de 2015 (3,3%).
Um dos culpados é o etarismo. Sim, os homens também passam por isso, mas a porta fica mais pesada para as mulheres. Ora, se a idade média em que um executivo se torna conselheiro no Brasil é por volta dos 53 a 57 anos e a mulher já começa a sentir os efeitos do etarismo perto dos 40, fica fácil entender os números.
Mas não quero terminar com pessimismo, não. Quero deixar aqui um convite para você, que está fazendo uma seleção para o conselho da sua empresa, a pensar não só em números, mas em fatos.
A maturidade nos oferece de presente trocas: trocamos a vida no piloto automático por escolhas com intenção, trocamos o peso do rótulo pela liberdade de aprender de novo e, principalmente, trocamos o medo de errar pela coragem de experimentar.
A idade não é limite. É licença para ser inteira.
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