Sébastien Lecornu, escolhido por Emmanuel Macron após o fracasso de François Bayrou na Assembleia, apressou-se a se encontrar com um ex-presidente, supostamente aposentado da vida política e já condenado várias vezes por corrupção e financiamento ilegal de campanha, aguardando seu julgamento até o final deste mês no caso líbio (7 anos de prisão exigidos), e que recentemente abriu a porta para uma aliança com o Rassemblement National (Off).
Que mensagem estamos enviando aos nossos concidadãos?
▶️ Que um reincidente judicial múltiplo continua sendo uma figura-chave na vida política no exato momento em que se trata de compor uma nova equipe de governo.
▶️ Que o trabalho do sistema de justiça e do Ministério Público Financeiro Nacional pode ser apagado por um simples almoço "amigável".
▶️ Que a promessa de um "novo método" se resume a reciclar o velho mundo.
Em um momento em que a sociedade francesa está exigindo respostas sobre poder de compra, saúde e ecologia, esse primeiro gesto do novo primeiro-ministro não deveria ter sido se encontrar com hashtag#syndicats, hashtag#associations, autoridades eleitas locais - em vez dos fantasmas incômodos de uma (ultra) direita desinibida?
Essa escolha diz muito.
▶️ Ao obscurecer a mensagem de "clareza e estabilidade" que acaba de ser proclamada, o "método Lecornu" é definitivamente desacreditado, mesmo antes de um novo governo ter sido formado.
▶️ Macron, em seu ponto mais baixo nas pesquisas, está afundando um pouco mais em uma lógica que é mortal para nossa democracia, reciclando constantemente as mesmas redes, as mesmas personalidades, mesmo que isso signifique virar as costas à justiça e à vontade popular.
▶️ No campo da justiça criminal, enviamos um sinal aos cidadãos de que as condenações e acusações não têm consequências, desde que mantenhamos um catálogo de endereços e habilidades interpessoais.
Enquanto o país enfrenta inflação, uma crise imobiliária, um hospital sob pressão e uma divisão social, o primeiro-ministro optou por se voltar - com o consentimento do presidente - não para os hashtag#syndicats, hashtag#associations ou autoridades eleitas locais, mas para a sombra incômoda de uma direita desacreditada.
Não se trata apenas de um passo em falso, é uma confirmação: nossa Quinta República é feita refém por um círculo oligárquico onde o poder é transmitido entre as mesmas figuras consanguíneas, às vezes condenadas, sempre protegidas. Uma lógica antidemocrática que mina a confiança, deslegitima as instituições e enfraquece nosso futuro coletivo.
Nosso país não precisa de fantasmas do passado ou alianças conturbadas. Precisa ser ouvido, transparente e politicamente corajoso.
Lecornu já é ilegítimo.
hashtag#Démocratie
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