SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

terça-feira, 2 de setembro de 2025

O peso invisível que tantas mulheres carregamos todos os dias.



O poder dessa imagem está justamente em revelar uma verdade: o peso invisível que tantas mulheres carregamos todos os dias.


Mais de 7 milhões de mulheres chefes de família no Brasil sustentam casa, filhos e carreira — muitas vezes sozinhas. E globalmente, dedicam 4,1 horas diárias a cuidados não remunerados, contra 1,7 horas dos homens (Fórum Econômico Mundial).

Essa imagem não é só arte. Cada detalhe fala de força, cuidado e resiliência. O corpo revela esforço; o olhar, determinação. O peso que ela carrega é invisível, mas palpável. Uma mensagem que ecoa em cada mulher que equilibra múltiplos mundos sem manual, sem pausa, sem reconhecimento proporcional.

Essa escultura fala sobre mim, sobre nós. O ser mãe solo que é sobre sustentar casa, filhos, carreira — e ainda sorrir como se fosse simples. Como psicóloga, vejo a sobrecarga mental transformar vidas em silêncio.

Como pesquisadora de mulheres de negócios e liderança, reconheço que o trabalho invisível feminino continua sendo a engrenagem mais negligenciada do sistema. E, como mãe, sei: o peso que carregamos não aparece em relatórios, mas mantém de pé tudo o que chamamos de lar, principalmente o lar emocional.

A obra é denúncia e manifesto. Porque “não fazer nada”, para nós, é sustentar o impossível. Ainda assim, seguimos: transformamos dor em potência, invisibilidade em voz, peso em liderança.

A imagem simboliza a carga mental — o trabalho silencioso de planejar, organizar, cuidar, sustentar e ainda performar no mercado. Uma liderança feminina muitas vezes invisível, mas sem a qual nada funciona.

Um monumento real dentro de nós: um lembrete de que mulheres líderes não devem ser definidas pelo peso que suportam, mas pela visão que constroem. Afinal, liderança não é carregar o mundo nas costas — é compartilhar o peso, redesenhar sistemas.

A reflexão que ela provoca é profunda: até quando confundiremos liderança com sobrecarga?

Até quando mulheres precisarão provar força carregando o impossível, quando o verdadeiro poder está em escolher, delegar e priorizar?

E quais pesos ainda carregamos sozinhas… e quais estamos prontas para transformar em estratégia de liderança e vida?

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