Terras Raras: O Brasil Sentado Sobre o Futuro
Por: Carlos Alberto Tavares Ferreira 🌱💧 Fundador da Carbon Zero
A nova geopolítica não se medirá em barris ou barragens, mas em nanogramas
O mundo atravessa uma transformação estrutural em sua matriz produtiva e energética. A descarbonização da economia, a digitalização dos sistemas e a militarização de fronteiras tecnológicas têm um denominador comum quase invisível, mas absolutamente estratégico: os elementos de terras raras.
Esses 17 metais pertencentes ao grupo dos lantanídeos, incluindo o escândio e o ítrio, estão presentes em aplicações vitais para o século XXI: Turbinas eólicas de ímãs permanentes, motores de carros elétricos, baterias de lítio-ferro-fosfato, sistemas fotovoltaicos, catalisadores industriais, dispositivos ópticos, sensores de alta precisão, lasers médicos e tecnologias aeroespaciais. São insumos indispensáveis tanto à segurança energética quanto à soberania digital das nações.
Hoje, a China detém mais de 85% da capacidade global de refino de terras raras, o que lhe confere uma posição hegemônica e vulnerabiliza cadeias industriais inteiras no Ocidente.
A União Europeia e os Estados Unidos já classificaram esses elementos como materiais críticos para segurança nacional. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Fórum Econômico Mundial (WEF) apontam as terras raras como insumos de alto risco geopolítico e estratégico, em razão da concentração da oferta e da crescente demanda impulsionada pela transição energética e tecnológica.
O Brasil, no entanto, senta-se sobre um ativo ainda subvalorizado. De acordo com o Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), há potenciais reservas economicamente viáveis em Minas Gerais, Goiás, Amazonas, Bahia, Mato Grosso e No Estado do Paraná, com destaque para o complexo carbonatítico de Araxá (MG), um dos maiores depósitos de monazita e bastnasita do mundo.
Além disso, jazidas como a de Serra Verde, em Minas Gerais, já iniciaram produção e exportação em escala, abrindo espaço para um novo protagonismo brasileiro na cadeia global desses elementos.
O desafio não é apenas extrair, mas refinar, separar e agregar valor tecnológico às terras raras. Isso exige domínio técnico, política industrial, marcos regulatórios modernos, infraestrutura para P&D e mecanismos de compliance ambiental e social. A janela de oportunidade é estreita e estratégica.
Nesta edição, mergulhamos nos dados, nas tensões geopolíticas e nas potencialidades brasileiras que envolvem esses elementos fundamentais.
Porque o futuro será disputado grama a grama, ou melhor, nanograma a nanograma.
Apresento aqui sugestões detalhadas de política industrial e ações estratégicas que o Brasil precisa adotar para transformar seu potencial em terras raras em uma vantagem competitiva real, dentro de uma visão de soberania, agregação de valor e inserção qualificada nas cadeias globais.
Do Subsolo ao Silício: O Que o Brasil Precisa Fazer
Das reservas aos mercados: o caminho da transformação industrial das terras raras brasileiras
Apesar do Brasil possuir importantes reservas de terras raras especialmente leves, como o neodímio, praseodímio, lantânio e cério o país ainda ocupa posição marginal na cadeia de valor global. Para que essa realidade mude, é necessário construir uma política industrial robusta, integrada e orientada por missões estratégicas.
1. Domínio tecnológico nacional sobre o refino e a separação
A maior barreira tecnológica das terras raras não está na mineração, mas no refino e separação dos óxidos em escala industrial, com alto grau de pureza. A China detém mais de 85% da capacidade global por dominar as rotas hidrometalúrgicas e processos de separação por solventes orgânicos e extração iônica.
Nossa Propostas:
- Criação de Centros Nacionais de Tecnologias Críticas voltados à pesquisa e desenvolvimento de processos metalúrgicos e tecnologias limpas de separação (ex: separação por troca iônica, bioextração, eletroquímica).
- Financiamento via BNDES/FINEP de consórcios tecnológicos público-privados com universidades, empresas e institutos como o IPT, CNEN e o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM).
- Cooperação estratégica com países como Japão, Coreia do Sul e Alemanha para transferência de know-how em refino sustentável.
2. Cadeia produtiva integrada no território nacional
Exportar óxidos brutos significa abrir mão do valor agregado. O Brasil precisa internalizar etapas como a produção de ímãs permanentes, ligas metálicas e componentes eletroeletrônicos, fundamentais para a indústria de alta tecnologia e defesa.
Nossas Propostas:
- Inserção das terras raras no Plano Nova Indústria Brasil, com metas de substituição de importações e conteúdo nacional em turbinas, motores e sistemas de energia limpa.
- Implantação de zonas de processamento tecnológico (ZPTs) próximas às jazidas, com incentivos para instalação de polos de fabricação de ímãs sinterizados (NdFeB), cerâmicas especiais e catalisadores.
- Fortalecimento da Embraer, CPQD, INPE e Amazul como âncoras tecnológicas na cadeia de aplicações estratégicas (aeroespacial, nuclear, defesa, semicondutores, saúde).
3. Marco regulatório moderno e estímulo à mineração sustentável
A exploração de terras raras envolve desafios ambientais e riscos radiológicos (especialmente em depósitos com torianita e monazita).
Isso exige um marco regulatório claro, que viabilize o licenciamento ágil e responsável.
Nossas Propostas:
- Criação de uma Política Nacional de Terras Raras, nos moldes da Política Nacional de Mineração, com diretrizes de fomento, segurança jurídica e mitigação de impactos ambientais.
- Reforço da atuação da ANM, IBAMA e CNEN para criar protocolos específicos de licenciamento ambiental e radioproteção para a cadeia de elementos terras raras.
- Financiamento de tecnologias de reaproveitamento de resíduos industriais ricos em ETRs, como areias monazíticas e escórias metalúrgicas (economia circular).
4. Inteligência geopolítica e segurança estratégica
Terras raras não são apenas recurso natural são instrumento de poder geoeconômico. O Brasil precisa reconhecer essa dimensão e agir com visão estratégica.
Nossas Propostas:
- Criação de um Fundo Soberano de Minerais Críticos, voltado ao controle nacional sobre ativos estratégicos e participação minoritária em empresas de base tecnológica.
- Inserção dos ETRs na política externa brasileira via Itamaraty, como item prioritário nas parcerias bilaterais Sul-Sul e acordos de comércio verde.
- Participação ativa do Brasil em fóruns multilaterais como a Aliança Global de Minerais Críticos (Critical Minerals International Forum) e o BRICS+ para estabelecer acordos de fornecimento cooperativo e contrapartidas tecnológicas.
Análise Técnica: As terras raras representam um divisor de águas: o Brasil pode continuar a ser apenas exportador de recursos in natura ou assumir o protagonismo de um novo ciclo de industrialização verde, digital e estratégica. Para isso, o tempo é agora porque o futuro já começou a ser medido em nanogramas.
Nossas Propostas:
Propomos a criação de um Fundo Mineral de Terras Raras, como uma iniciativa estratégica de Estado, voltada ao fortalecimento da soberania nacional e à estruturação da cadeia produtiva de valor agregado no Brasil.
Proposta: Criação do Fundo Mineral de Terras Raras (FMTR)
Instrumento soberano para o desenvolvimento, industrialização e proteção estratégica dos minerais críticos no Brasil
Objetivo do Fundo
Criar um mecanismo financeiro público-privado de fomento, proteção e desenvolvimento das cadeias produtivas associadas às terras raras e outros minerais estratégicos, com foco na industrialização verde, agregação de valor no território nacional e garantia de segurança tecnológica e geopolítica do país.
Diretrizes Estruturantes do FMTR
1. Natureza jurídica e governança
- Fundo soberano com capital inicial aportado pela União, sob coordenação do Ministério da Indústria, Desenvolvimento, Comércio e Serviços (MDIC), com participação do BNDES, FINEP, Petrobras, INB, CEF, e fundos constitucionais regionais (FCO/FNE/FNO).
- Governança compartilhada com setor privado e academia, com Conselho Gestor independente, composto por representantes da indústria, ciência & tecnologia, meio ambiente e defesa nacional.
2. Fontes de financiamento
- Capitalização inicial via:
3. Linhas de investimento e ação
- Infraestrutura tecnológica e P&D: financiamento de centros tecnológicos para refino, separação e industrialização de óxidos e ligas.
- Parcerias produtivas: participação acionária minoritária em empresas inovadoras brasileiras no setor de terras raras e tecnologias de aplicação (ímãs, catalisadores, chips, etc.).
- Fomento regional: linhas de crédito e subvenção para empresas que se instalem em polos estratégicos com beneficiamento local.
- Segurança e estoques estratégicos: constituição de reserva nacional de óxidos e ligas estratégicas, armazenadas sob controle do Estado.
- Capacitação e formação: apoio a programas técnicos e universitários voltados à geoquímica, engenharia metalúrgica, materiais e tecnologias críticas.
Exemplos internacionais de inspiração
- Rare Earth Strategic Reserve da China (1990–) – que regula oferta e estoques.
- Critical Minerals Facility da Austrália (2020–) – fundo de US$ 2 bilhões voltado à substituição da dependência chinesa.
- Defense Production Act dos EUA (2022) – recursos federais para estimular mineração e refino domésticos.
- European Raw Materials Alliance (ERMA) – plataforma de financiamento e integração industrial na Europa.
Por que o FMTR é urgente?
- Para evitar a desnacionalização dos ativos estratégicos brasileiros com elevado valor futuro;
- Para viabilizar a construção de cadeias de valor complexas (como ímãs permanentes NdFeB) no território nacional;
- Para dar musculatura financeira a empresas brasileiras emergentes em tecnologia limpa e semicondutores;
- Para garantir governança, transparência e responsabilidade socioambiental no uso das reservas.
Resumo Executivo. Fundo Mineral de Terras Raras (FMTR)
O Fundo Mineral de Terras Raras (FMTR) é uma proposta de instrumento soberano de financiamento, fomento tecnológico e proteção estratégica da cadeia produtiva dos elementos terras raras e minerais críticos no Brasil. Com capital inicial estimado entre R$ 5 e R$ 10 bilhões, o fundo seria constituído por recursos da União, dividendos de estatais do setor (como INB e Petrobras), royalties da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) e parcerias com fundos internacionais de transição energética e inovação tecnológica.
O FMTR teria governança multissetorial, com representação de órgãos do governo federal (MDIC, MME, MCTI, BNDES, FINEP), universidades, centros de pesquisa e setor produtivo, garantindo uma gestão técnica e alinhada com interesses nacionais estratégicos. Suas linhas de atuação incluirão: financiamento de infraestrutura tecnológica para refino e separação de terras raras; estímulo à industrialização de óxidos, ligas e componentes de alto valor agregado no território nacional; constituição de estoques estratégicos sob controle do Estado; apoio a startups e empresas nacionais inovadoras do setor; e programas de formação e capacitação técnica de recursos humanos.
Inspirado em modelos adotados pela China, Austrália, União Europeia e Estados Unidos, o FMTR busca posicionar o Brasil como player relevante no cenário global da transição energética e digital, garantindo soberania tecnológica, agregação de valor à produção mineral e redução da dependência externa em cadeias críticas.
Sua criação é urgente diante da crescente disputa geoeconômica por minerais estratégicos e das oportunidades únicas que o subsolo brasileiro oferece para a nova economia verde, inteligente e descarbonizada.
O Mapa das Riquezas Estratégicas
Segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB), doze estados apresentam potencial confirmado ou em mapeamento avançado. Entre eles, destacam-se:
Minas Gerais no Centro da Nova Geopolítica Mineral
O estado de Minas Gerais, historicamente associado ao ouro, ao ferro e ao nióbio, agora desponta como uma das principais fronteiras nacionais das terras raras. Segundo levantamentos do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), quatro regiões concentram depósitos com elevado potencial mineral e importância estratégica para a transição energética e tecnológica: Araxá, Tapira, Poços de Caldas e o Grupo Mata da Corda.
1. Araxá - A Joia Mineral de Terras Raras e Nióbio
Localizado no Triângulo Mineiro, o Complexo Carbonatítico de Araxá abriga um dos maiores depósitos conhecidos de monazita e bastnasita, minerais ricos em elementos terras raras leves (ETRs leves) como lantânio (La), cério (Ce), praseodímio (Pr) e neodímio (Nd). Trata-se de uma jazida já parcialmente explorada pela Companhia Brasileira De Metalurgia E Mineracao (CBMM), que hoje lidera mundialmente a produção de nióbio, mas também detém recursos associados de ETRs.
Estudos indicam que o depósito contém até 30 mil toneladas de óxidos de terras raras (REO), associados às pilhas de rejeito e à matriz mineralógica da própria mineração de nióbio, o que abre espaço para projetos de reaproveitamento com viés de economia circular e refino sustentável.
2. Tapira - Potencial em Fosfato e Monazita
A região de Tapira possui depósitos de rochas fosfáticas associadas a minerais acessórios contendo ETRs, especialmente monazita, que contém torianita em proporções variáveis. Os estudos do SGB e da CPRM identificam a presença de terras raras principalmente em contextos de mineralização disseminada, abrindo a possibilidade de exploração conjunta com o setor de fertilizantes, hoje em retomada no Brasil por questões de segurança alimentar.
O desafio principal é tecnológico e ambiental, pois há necessidade de processos de separação que isolem os radionuclídeos presentes na monazita com segurança e viabilidade econômica.
3. Poços de Caldas - Complexo Alcalino com Elementos Estratégicos
O maciço alcalino de Poços de Caldas, um dos maiores do mundo, apresenta mineralizações de zircônio, titânio, tório e terras raras, com ocorrência de eudialita, pyrochlore e xenotima. Os levantamentos apontam uma forte presença de ETRs pesadas, como disprósio (Dy) e térbio (Tb), elementos estratégicos para ímãs de alta performance e aplicações militares, aeroespaciais e eletrônicas.
Há interesse crescente de grupos internacionais nessa região, mas o avanço depende de pesquisas mais profundas de caracterização geológica, avaliação ambiental e modelagem econômica para aproveitamento sustentável.
4. Grupo Mata da Corda - Reservas Primárias e Potencial Latente
Localizado entre os municípios de Coromandel, Patos de Minas e Presidente Olegário, o Grupo Mata da Corda é uma sequência de rochas vulcânicas e sedimentares com potenciais depósitos de carbonatitos e fosforitos contendo elementos terras raras, zircônio e nióbio. Embora em estágio ainda exploratório, a região é promissora e estratégica por sua proximidade com infraestrutura logística, energética e industrial, o que reduz o custo futuro de implantação de plantas de beneficiamento.
Pesquisas geofísicas e geoquímicas indicam presença de ETRs em estruturas profundas, o que pode favorecer a viabilidade de lavra a céu aberto ou por métodos híbridos, com menor impacto ambiental.
Minas Gerais: Pilar de uma Política Nacional de Minerais Estratégicos
A diversidade geológica de Minas Gerais aliada à existência de infraestrutura técnica, universidades de excelência (como a UFMG e UFOP), presença de empresas já atuantes em minerais críticos e sinergia com polos industriais posiciona o estado como epicentro natural para a criação de um polo tecnológico nacional de terras raras.
Nossas Propostas específicas para Minas Gerais:
- Implantação de um Parque Tecnológico Mineral em Araxá com laboratórios de refino e separação de óxidos;
- Parcerias entre o governo estadual, CBMM, CETEC-MG e o FMTR para agregar valor local;
- Desenvolvimento de um Plano Estadual de Minerais Estratégicos, articulado com o Plano Nacional;
- Incentivos fiscais e tecnológicos para startups voltadas à purificação, reciclagem e aplicação de ETRs em ímãs e dispositivos eletrônicos.
Minas volta, mais uma vez, a ser a locomotiva mineral do Brasil mas agora com os olhos voltados ao futuro.
Goiás no Mapa das Riquezas Estratégicas: Catalão e Minaçu
Minaçu - Depósito Pela Ema (Serra Verde Mineração)
- Operação pioneira A Serra Verde é a primeira produtora fora da Ásia a operar em escala comercial, com produção de elementos magnéticos críticos como néodímio (Nd), praseodímio (Pr), térbio (Tb) e disprósio (Dy) Reddit+15Brasil Mineral+15conexaomineral.com.br+15.
- Capacidade e projetos de expansão A Fase I do depósito Pela Ema tem capacidade para produzir cerca de 5 mil toneladas por ano de óxido de terras raras, com projeção de vida útil de 25 anos. Estuda-se a expansão para uma Fase II que poderá dobrar a produção antes de 2030 Wikipédia+8Brasil Mineral+8Industria News+8.
- Características geológicas e tecnológicas O depósito é do tipo argila iônica, um dos maiores fora da Ásia, com vantagens operacionais: mineração a céu aberto, baixo risco, processamento sem reagentes perigosos, impacto ambiental reduzido e custos operacionais competitivos svpm.com.br+7svpm.com.br+7Jornal Opção+7.
- Sustentabilidade e infraestrutura A energia da operação vem 100% de fontes renováveis. A empresa adota práticas ESG robustas e modela sua operação com tecnologia de classe mundial, empilhamento de rejeitos a seco e uso de frota moderna com sistemas de segurança e controle ambiental Wikipedia+15Brasil Mineral+15Brasil Mineral+15.
- Contratos e credenciais de mercado A Serra Verde já firmou acordos de offtake com compradores globais e suas amostras foram testadas e aprovadas por grandes clientes internacionais svpm.com.br+5Brasil Mineral+5Jornal Opção+5.
- Desafios socioambientais Comunidades locais relataram eventos como alteração na coloração da água e abortos em animais. Ainda ocorreram demissões mais frequentes do que contratações nos primeiros meses de operação, o que evidencia a importância de políticas sociais e monitoramento ambiental eficaz Poder Goiás+1portaltela.com+1.
Catalão - Complexo Carbonatítico e Cinturão Mineral
- Diversidade mineral e potencial exploratório O município de Catalão registra depósitos expressivos de terras raras (Lantânio, Cério, Praseodímio, Neodímio, Samário, Európio, Gadolínio, Érbio, Itérbio e Lutécio), além de abundância de nióbio, fosfato, titânio, tório e urânio Brasil Mineral+9Wikipédia+9Jornal Opção+9.
- Atividade mineral consolidada A região é sede de atividades industriais consolidadas, como a extração de nióbio (pela Anglo American/China Molybdenum) e fosfato (Copebrás e Vale Fertilizantes), com infraestrutura logística e mão de obra especializada prontas para atrair novos projetos de terras raras RedditWikipédia+1Wikipedia+1.
Visão Estratégica para Goiás
Goiás emerge como um hub mineral estratégico no centro do Brasil com Minaçu já em produção e Catalão com múltiplos depósitos mapeados e infraestrutura consolidada. Esse contexto justifica investimentos robustos em:
- Refinarias e plantas de separação locais, conectadas ao FMTR e aos centros de P&D nacionais;
- Política industrial estadual para atração de empresas de fabricação de ímãs e componentes tecnológicos;
- Planos de desenvolvimento regional em torno de Minaçu e Catalão, com geração de empregos qualificados, monitoramento socioambiental e diversificação econômica local.
Bahia: Sul em Evidência na Corrida das Terras Raras
A região sul da Bahia desponta como uma das mais promissoras no Brasil para exploração de argilas iônicas ricas em terras raras (ionic clays) e depósitos de areias monazíticas, especialmente nas áreas sob atuação da Brazilian Rare Earths/Borborema Mineração e outras mineradoras juniores australianas como a Equinox Resources.
1. Projeto Borborema Mineração / Brazilian Rare Earths (Vale do Jiquiriçá e Camaçari)
- Escopo e investimento: protocolo de intenções assinado com o Governo da Bahia prevê investimentos totais de R$ 3,5 bilhões, divididos em duas fases Wikipédia+15Minerabrasil+15Brasil Mineral+15.
- Fase I - Ubaíra / Jiquiriçá: estrutura para produção de concentrado de óxidos de terras raras, com recursos de aproximadamente R$ 500 milhões e previsão de início de operação até 2028. Espera gerar cerca de 200 empregos diretos e 250 na construção Minerabrasil+4Bade Valor+4Revista Mineração+4.
- Fase II - Polo Industrial de Camaçari: planta de separação de óxidos com capacidade inicial de 15 mil t/ano, escalável para até 55 mil t/ano, com investimento estimado em R$ 3 bilhões e operação prevista para 2034. Emprego estimado: 800 diretos em operação e 1.250 na construção Brasil Mineral+2Bade Valor+2Revista Mineração+2.
- Além das terras raras: o projeto também contempla recuperação de escândio, urânio, nióbio, tântalo e titânio minerais estratégicos para as cadeias industriais de defesa, energia e eletrônica Reddit+15Industria News+15Brasil Mineral+15.
2. Projetos de Argilas Iônicas - Equinox Resources (Campo Grande / Jequié)
- A empresa australiana Equinox identificou depósitos de argilas iônicas no prospecto Campo Grande, próximo a Jequié, com mineralizações superficiais (até 10 m) de alto teor, permitindo extração de baixo custo svpm.com.br+3Brasil Mineral+3Brasil Mineral+3.
- Na fase inicial de perfuração, amostras revelaram concentrações de TREO (óxidos totais de terras raras) de até 2.282 ppm, com indicações de depósito de rocha dura abundante em monazita abaixo da camada de regolito Brasil Mineral+1Brasil Mineral+1.
- A estratégia de exploração inclui sondagens com trado e perfuração reversa (RC) para delineamento dos alvos de monazita e argila, com foco em potencial comercial Brasil Mineral.
3. Empresa Multiverse / Tabuleiro - Pesquisa na Bahia (argilas iônicas e rejeitos)
- A Multiverse Mineração atua em uma área de cerca de 30 mil hectares no sul da Bahia, com descobertas confirmadas de argilas iônicas contendo elementos terras raras por análises credenciadas Multiverse Mineração.
- Em parceria com o SENAI CIMATEC, desenvolveu um laboratório de beneficiamento em Camaçari para processar rejeitos de extração e extrair terras raras com menor uso químico e foco em economia circular Senai Cimatec.
- O projeto piloto visa viabilizar a primeira planta industrial de extração de argilas iônicas do Brasil possivelmente a primeira da América Latina Senai Cimatec.
4. Características geológicas e vantagens comparativas
- A maioria dos depósitos mapeados é do tipo argila iônica, que pode ser extraída com técnicas simples de superfície e processada sem reagentes agressivos ou lixiviação ácida, reduzindo custos operacionais e impactos ambientais svpm.com.br.
- Depósitos de areias monazíticas, muitos contendo urânio como subproduto, oferecem potencial para produção de concentrados de monazita e subsequente refino de ETRs e minerais radioativos associados Brasil MineralIndustria NewsBrasil Mineral.
5. Infraestrutura regional e ambiente de negócios
- A Bahia possui conexão logística estratégica via a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), com trechos próximos às regiões de interesse mineral, possibilitando saída eficiente da produção pelo Porto de Ilhéus Reddit+2Reddit+2Reddit+2.
- O ambiente regulatório estadual tem mostrado abertura institucional ao setor mineral crítico, com apoio do governo e do SENAI CIMATEC na estruturação tecnológica e energética da cadeia produtiva.
- A região também atrai projetos industriais verdes, como a fábrica de baterias de lítio da Bravo/ByD em São Sebastião do Passé, reforçando a tendência de formação de hub de economia verde na Bahia Reddit.
Visão Estratégica para a Bahia
A Bahia emerge como um polo estratégico nacional para terras raras, com projetos em diferentes estágios que abrangem exploradores juniores, plantas piloto industriais e futuras unidades de separação. A diversificação geográfica dentro do estado entre Ubaíra, Jequié e Camaçari fortalece a capacidade de integração com o Fundo Mineral de Terras Raras (FMTR), atração de investimento privado, desenvolvimento tecnológico local e implantação de cadeias de valor.
Piauí no Radar das Terras Raras: 39 Ocorrências na Bacia do Parnaíba
Contexto e levantamento
Um levantamento geológico abrangente conduzido pelo SGB identificou 39 novas ocorrências de elementos terras raras (ETRs), urânio e fosfato na borda oriental da Bacia do Parnaíba, entre o Piauí e o Ceará, com destaque para o estado do Piauí. Reddit+12SGB+12O Povo+12. Essas ocorrências se concentram nas formações geológicas Devonianas Itaim, Pimenteira e Longá, onde foram detectadas concreções fosfáticas e arenitos com altas concentrações minerais. Wikipedia+2SGB+2O Povo+2.
Teores minerais e relevância técnica
- Fósforo (P₂O₅): entre 16% e 27% nas concreções fosfáticas;
- Terras raras (TREO): média de 0,4%, com picos anômalos de até 2,3% em algumas amostras SGB;
- Urânio: concentrações variaram de 9 a 1.270 ppm, níveis economicamente significativos incluso em cenários adversos Reddit+14SGB+14periodicos.ufpi.br+14.
Os arenitos também apresentaram enriquecimentos em ETRs (com médias próximas a 0,2% e picos de até 0,4%), mesmo sem fosfato, sinalizando mineralizações autigênicas ou precipitação associada a processos hidrotermais SGB.
Metodologias e recomendações geológicas
O Informe Técnico nº 27 recomenda que os próximos passos envolvam:
- perfis geofísicos com gamaespectrômetros portáteis (>1.500 cps) para detectar anomalias radiométricas;
- mapeamentos detalhados em estruturas geológicas como vênulas, fraturas, concreções nodulares e texturas mosqueadas, indicativas de recorrência mineral Rigeo+2SGB+2O Povo+2.
O estudo classifica o potencial regionais como promissor a altamente promissor, destacando a necessidade de sondagens específicas para caracterizar volumes e viabilidade econômica SGB.
Potencial estratégico e modelo de economia circular
A presença simultânea de fosfato, urânio e ETRs num mesmo contexto geológico oferece uma oportunidade para aplicação de economia circular, usando fosforitos como matriz e extraindo ETRs como subproduto via lixiviação diluída, técnica já testada internacionalmente com taxa de recuperação próxima a 100% SGB.
Esse tipo de modelo facilita a viabilidade industrial ao permitir aproveitamento múltiplo do mesmo substrato geológico, alinhado à segurança energética e soberania em materiais estratégicos.
Visão Estratégica para o Piauí
Embora ainda em fase preliminar, o mapeamento do Piauí alinha-se a outras regiões em desenvolvimento no país como Minas, Goiás e Bahia, consolidando uma nova fronteira nacional de exploração mineral crítica. A infraestrutura de pesquisas locais, apoiada pelo SGB federal e parcerias estaduais, poderá pavimentar a criação de polos de prospecção e, posteriormente, processos industriais integrados de refino ou reciclagem.
Nossas Propostas de ação:
- Estabelecimento de acordos técnico-científicos entre o SGB e o governo do Piauí para avanço das sondagens geoquímicas e geofísicas.
- Priorização de licenciamento e investimentos exploratórios sob gestão do FMTR (Fundo Mineral de Terras Raras).
- Criação de um programa estadual de pesquisa mineral sustentável, com ênfase na transição energética e mineração multi-mineral.
Apresento aqui, um texto técnico detalhado sobre o Projeto Seis Lagos e o potencial ainda inexplorado da Amazônia para terras raras e minerais críticos, com base nas evidências mais recentes e no levantamento do Serviço Geológico do Brasil (SGB).
Amazonas: Projeto Seis Lagos e o Potencial Oculto da Amazônia
Morro dos Seis Lagos - Carbonatito do Noroeste do Amazonas
Localizado no município de São Gabriel da Cachoeira, o Morro dos Seis Lagos abriga um dos mais importantes dados geológicos da Amazônia. Trata-se de um carbonatito ferrífero de classe mundial, com potencial para contenção recorde de nióbio, terras raras, urânio, tório, titânio, bário e estrôncio, conforme detalhado pelo Serviço Geológico do Brasil e estudos recentes publicados no Journal of Geochemical Exploration blogdopolli.com.br+9SGB+9SGB+9.
Principais características:
- Estimativas indicam pelo menos 236 milhões de toneladas (Mt) a 2,81% de Nb₂O₅, o que consagraria o local como principal reserva mundial de níobio Portal Amazônia+1Portal Amazônia+1.
- A crosta laterítica associada contém teores médios de TREO (óxidos totais de terras raras) de 1,75 %, com amostras atingindo até 3,1%, concentrados em minerais como cerianita, florencita, bastnaesita, monazita e thorbastnaesita agego.org.br+4Lume+4Portal Amazônia+4.
- A chamada Bacia Esperança, formada por restituições cársticas, apresentou média de 1,68 % TREO, ampliando o potencial além da crosta laterítica primária reddit.com+11Lume+11conexaomineral.com.br+11.
Essa composição geológica reforça o caráter estratégico do local, ideal para exploração não apenas do nióbio, mas também dos elementos terras raras leves e pesadas (ETRL e ETRP).
Limites legais e proteção ambiental
O Morro dos Seis Lagos está dentro da Terra Indígena Balaio, da Reserva Biológica Morro dos Seis Lagos (36.900 hectares) e contíguo ao Parque Nacional do Pico da Neblina, áreas sob categorias de proteção integral que atualmente proíbem qualquer atividade mineral amazoniareal.com.br+7Lume+7SGB+7SGB+12Wikipédia+12Wikipédia+12.
Esse enquadramento legal impede o licenciamento de lavra, mesmo diante das reservas minerais reconhecidas desde os anos 70 pela CPRM, que realizou sondagens entre 1975 e 1999 antes da concessão ser anulada via ação do Ministério Público do Amazonas en.wikipedia.org+2uc.socioambiental.org.br+2Wikipédia+2.
Obstáculos e desafios institucionais
A exploração do Seis Lagos enfrenta barreiras técnicas, ambientais e administrativas:
- Tratam-se de áreas protegidas, o que exige mudanças legislativas específicas para viabilizar qualquer iniciativa industrial.
- Há forte oposição das comunidades indígenas e órgãos como Funai e Ibama, que têm papel ativo na preservação do território amazoniareal.com.br.
- Aspectos logísticos e de sensibilidade socioambiental tornam qualquer intervenção gravosa, exigindo protocolos rigorosos de governança e consentimento.
Horizonte de pesquisa e desenvolvimento
Embora inviabilizada para exploração atualmente, a região continua a ser objeto de estudo científico e estratégico:
- O SGB lançou programas de avaliação do potencial mineral da Amazônia, incluindo Seis Lagos e outras províncias como Eldorado do Juma e Maicuru SGB+4agego.org.br+4conexaomineral.com.br+4.
- Estudos geológicos publicados aplicam geoprocessamento, geoquímica multivariada e modelagem hidrotermal para entender os mecanismos de enriquecimento de minerais críticos e orientar mapeamentos futuros SGB+1SGB+1.
Visão Estratégica para a Amazônia
A Amazônia segue quase invisível no radar econômico formal, mas possui reservas com potencial transformador:
- O Seis Lagos sintetiza uma fronteira mineral com altíssimo valor econômico e geopolítico, podendo impulsionar políticas de transição tecnológica se houver marco institucional adequado.
- Apesar de inviável hoje, a região alimenta estudos geológicos estratégicos que mapeiam recursos mineralógicos para o futuro, em consonância com o Fundo Mineral de Terras Raras (FMTR).
- Perspectivas de cooperação técnica, levantamento geofísico avançado e pactos com populações indígenas poderão preparar o terreno para projetos de valorização mineral com consentimento e governança.
Aqui apresento um texto técnico embasado sobre o potencial de fosfatos enriquecidos com terras raras no Mato Grosso, especificamente no contexto de depósitos identificados em projetos como o de Campo Verde, com base em estudos disponíveis e metodologias geológicas referenciadas.
Mato Grosso: Potencial de Terras Raras em Fosfatos - O Caso de Campo Verde
Embora ainda existam poucos estudos públicos focados especificamente em Campo Verde (MT), o estado faz parte de contextos geológicos associados à presença de fosfatos enriquecidos com terras raras, similares aos encontrados em outras regiões do Brasil.
Contexto técnico dos fosfatos com ETRs no Brasil
Estudos brasileiros, especialmente na jazida de Tapira (MG), demonstram que os fosfatos têm papel geoquímico fundamental na fixação dos elementos terras raras, como o Lantânio, Neodímio e outros, em fases minerais como rabdofânio e crandallita, resultantes da alteração de apatita e perovskita Reddit+12PPeGeo+12Revista do Instituto Geológico+12.
Essa associação reforça a ideia de que formações sedimentares ou intrusivas contendo fosfato no Mato Grosso, potencialmente presentes na região de Campo Verde, podem apresentar enriquecimento similar de ETRs através de processos naturais de intemperismo e alterito.
Evidências geológicas e analogias regionais
- Projetos exploratórios em Goiás (ex.: Fazenda Buriti) utilizam dados geofísicos e petrofísicos para mapear zonas mineralizadas de ETR em rochas alcalinas SGB+1PPeGeo+1Repositório da UnB.
- No Piauí e na borda da Bacia do Parnaíba, depósitos fosfáticos com TREO médio de até 0,4 % (picos de 2–2,3 %) foram identificados, demonstrando que estruturas sedimentares com fosfato podem render mineralizações relevantes SGB.
Esses padrões geológicos mostram que áreas com fosfato no Mato Grosso devem ser analisadas sistematicamente com foco no potencial de enriquecimento secundário de ETRs.
Potenciais do projeto Campo Verde
Com base em analogias técnicas e metodológicas regionais, o projeto Campo Verde (MT) poderia apresentar:
- Depósitos fosfáticos com enriquecimento natural em ETRs, possivelmente até níveis econômicos (0,2-0,4% TREO).
- Usos agrícolas e industriais: aproveitamento de fosfatos para fertilizantes com possível coextração de ETRs como subproduto de alto valor agregado.
- Estratégia de economia circular integrada: extração de fosfato + recuperação de terras raras + outros minerais estratégicos (urânio, tório), se presentes.
Recomendação de ações exploratórias para Mato Grosso
- Levantamento geofísico-radiométrico aéreo e terrestre, em regiões identificadas com fosfato ou anomalias radiométricas.
- Campanhas de amostragem geoquímica, perfurações de trado e sondagens reversas, para avaliar teores de TREO e fósforo.
- Caracterização mineralógica por MEV/EDS, DRX e geoquímica, para identificar fases portadoras de ETRs em fosfato ou apatita secundária.
- Modelagem econômica preliminar (NPV, IRR) caso os teores se confirmem entre 0,2 % e 0,4% TREO.
- Integração com o Fundo Mineral de Terras Raras (FMTR) e parcerias com universidades como UFMT e SGB para agregar valor local e viabilidade técnica.
Apesar da escassez de estudos publicados específicos para Campo Verde, o potencial de fosfatos enriquecidos com terras raras no Mato Grosso configura-se como um front econômico estratégico, especialmente se confirmado por levantamentos geológicos e geoquímicos detalhados. Nesse cenário, o estado pode emergir como uma nova fronteira para exploração de minerais críticos alinhados à transição energética.
O Paraná desponta como uma potência silenciosa no setor mineral brasileiro, especialmente no contexto dos Elementos Terras Raras (ETRs), insumos considerados estratégicos para a transição energética global, defesa e alta tecnologia.
O que antes era uma promessa geológica agora começa a se consolidar com projetos concretos, reservas comprovadas e modelo de exploração sustentável.
Paraná Terras Raras S.A. e o Projeto Rio Negro: Mineração com Propósito
O destaque atual é o Projeto Rio Negro, da Paraná Terras Raras S.A., uma iniciativa inovadora que se firma como a primeira mineradora brasileira voltada à extração de terras raras pesadas (HREE) em argilas iônicas, tipo de depósito que deu à China sua supremacia global nesse mercado.
Neste mês, a Carbon Zero assumiu oficialmente a consultoria técnica dos programas socioambientais, de sustentabilidade e da base ESG da mineradora, com o compromisso de transformar a exploração mineral em uma referência nacional em rastreabilidade, responsabilidade e valor compartilhado.
Bases Geológicas Estratégicas no Estado
Segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB), o Paraná apresenta ocorrências promissoras de ETRs em diversas formações:
- Grupo Castro e Formação Guaratubinha – com rochas vulcânicas e sedimentares alteradas, ricas em minerais hospedeiros de terras raras.
- Serra do Mar – depósitos sedimentares com cascalhos e areias arcoseanas, com adsorção natural de elementos.
- Lateritas com titânio – com potencial para recuperação de terras raras como subproduto em novos modelos de mineração circular.
Mas é nas argilas iônicas que reside o maior diferencial estratégico do Paraná.
Argilas Iônicas: O Trunfo Paranaense na Geopolítica Verde
As argilas iônicas são solos altamente intemperizados, nos quais os ETRs estão adsorvidos nas partículas do solo, o que permite uma extração limpa, sem necessidade de explosivos ou britagem pesada. O método utilizado no Projeto Rio Negro, lixiviação direta de baixo impacto permite:
- Extração de ETRs pesadas, como térbio, disprósio e ítrio, fundamentais para ímãs permanentes usados em motores elétricos, turbinas eólicas, sensores e tecnologias militares;
- Processamento mais limpo e com menor risco ambiental, comparado a minas de carbonatitos ou rochas duras;
- Criação de uma nova rota de fornecimento global, diversificando o mercado hoje dominado por China e Mianmar.
E mais: as reservas do Paraná são estimadas em volume 3,5 vezes superior às da China, o que pode reposicionar o Brasil geopoliticamente no fornecimento de minerais críticos.
Infraestrutura, Logística e Ecossistema de Inovação
Além da geologia, o Paraná reúne condições ideais para um novo polo de mineração sustentável no Brasil:
- Infraestrutura logística eficiente, com acesso aos portos de Paranaguá e Antonina;
- Parques tecnológicos e universidades de excelência, como UFPR e UTFPR, aptas a apoiar pesquisa, inovação e capacitação técnica;
- Governança ambiental e social madura, com espaços de diálogo entre governo, setor privado, comunidades e academia.
Um Novo Paradigma de Mineração para o Brasil
O Paraná se apresenta como referência internacional de mineração de baixo impacto, com rastreabilidade, eficiência e forte integração entre ciência, tecnologia e sustentabilidade.
Com a atuação da Paraná Terras Raras S.A. e o suporte da Carbon Zero nos programas ESG e socioambientais, o estado poderá liderar a nova corrida global por minerais estratégicos, sem repetir os passivos ambientais do passado.
A exploração de terras raras no Paraná não é apenas um projeto econômico, é um projeto de país.
O Brasil Pode Ser Líder. Se Escolher Caminhar com Propósito
O Brasil está diante de uma encruzilhada histórica. Somos um país de abundância mineral e biológica, mas ainda prisioneiros de um modelo extrativista de baixo valor agregado. Exportamos riqueza bruta e importamos tecnologia, empregos e conhecimento. Isso precisa e pode mudar.
O Ciclo das Terras Raras Não Pode Repetir os Erros do Minério de Ferro ou da Soja
As terras raras são críticas para a transição energética global. Elas estão presentes em turbinas eólicas, baterias, ímãs permanentes de motores elétricos, sistemas de defesa, semicondutores e painéis solares. São insumos geoestratégicos para o século XXI.
O Brasil e em especial o Paraná, com suas argilas iônicas 3,5 vezes mais ricas que as da China pode e deve assumir um novo papel: o de liderança com responsabilidade.
Para Isso, Precisamos de um Novo Modelo de Desenvolvimento:
Desenvolver cadeias produtivas nacionais completas, da pesquisa geológica ao produto de alto valor agregado, como ímãs e dispositivos de alta performance;
Atrair investimentos de impacto voltados à extração limpa, beneficiamento com rastreabilidade e reconversão industrial verde;
Criar polos de emprego qualificado, inovação tecnológica e capacitação profissional voltados à indústria 4.0 e materiais estratégicos;
Integrar mineração e regeneração, com projetos socioambientais robustos, base ESG, proteção à biodiversidade e envolvimento das comunidades locais;
Garantir rastreabilidade, transparência e controle social, transformando o setor mineral em exemplo global de boa governança.
Liderar Com Responsabilidade, Não Apenas Com Volume
Ter reservas não basta. O futuro será moldado por quem souber o que fazer com elas e como. O mundo exigirá não apenas toneladas, mas ética, ciência, transparência e impacto positivo.
O Brasil tem a chance de ser protagonista na transição verde não por sua abundância, mas por sua capacidade de inovar com propósito.
A Carbon Zero Está Pronta Para Essa Missão
A Carbon Zero está ao lado das empresas, governos, cientistas e investidores que acreditam ser possível criar valor sem destruir valor.
Somos a consultoria técnica responsável pelos programas ESG, socioambientais e de sustentabilidade da Paraná Terras Raras S.A., pioneira no Brasil na exploração de terras raras pesadas em argilas iônicas, com tecnologia de lixiviação direta, de baixo impacto ambiental.
Apoiamos modelos que combinem:
- Mineração limpa
- Inovação rastreável
- Inclusão territorial
- Precificação de ativos ambientais
- Neutralidade de carbono
As Terras Raras São o Meio. O Propósito é o Que Nos Diferencia.
A descarbonização global é um desafio civilizatório. Seremos medidos não apenas pela tonelagem que extraímos, mas pelo legado que deixamos.
Você quer fazer parte desse futuro? Converse com a Carbon Zero. O tempo da mineração cega acabou. E o tempo da mineração com propósito começou. O Brasil pode e deve liderar um novo ciclo: ético, limpo, regenerativo e estratégico. contato@carbonzerobrasil.com
MENSAGEM FINAL
O Brasil Não Pode Repetir o Ciclo da Extração Sem Transformação
Minério bruto não gera soberania tecnológica. Volume sem valor agregado é dependência. E riqueza natural, quando mal gerida, se transforma em vulnerabilidade.
As terras raras são mais do que uma oportunidade econômica: representam um divisor de águas entre as nações que liderarão a transição energética e aquelas que seguirão presas ao papel secundário de exportadoras de matéria-prima.
O Brasil tem tudo para ser protagonista:
Reservas geológicas entre as mais promissoras do mundo
Capacidade industrial em expansão
Centros de excelência em ciência e tecnologia
Compromisso com uma agenda climática valorizada nos mercados globais
Mas liderança não é destino: é escolha.
Se quisermos ocupar o lugar que nos cabe, precisamos:
Construir cadeias produtivas completas, da extração à inovação tecnológica
Garantir rastreabilidade, controle ambiental digital e transparência em toda a operação
Estimular uma mineração regenerativa e carbono neutra, com valoração real dos ativos ambientais
Gerar inclusão produtiva nos territórios, com benefícios diretos para comunidades e municípios
A transição energética global não pode ser financiada com destruição ambiental local.
O Brasil carrega o privilégio da abundância, mas o verdadeiro diferencial está na capacidade de transformar recursos em soluções sustentáveis, e não em commodities descartáveis.
Não basta explorar terras raras.
É preciso fazer com elas algo extraordinário.
Carlos Alberto Tavares Ferreira 🌱💧 Tenham uma boa leitura, e peço que de sua opinião e participe nessa construção de um Brasil mais respeitado pelas suas ações e pelos seus caminhos e exemplos de nação responsável.
Até o próximo artigo.
Fontes de Pesquisa e Referência Técnica
1. SGB – Serviço Geológico do Brasil (CPRM)
- Mapas e levantamentos geológicos regionais do Brasil
- Boletins técnicos sobre ocorrências de elementos terras raras em:
- Atlas Geoquímico do Brasil
- Estudos sobre argilas iônicas no Paraná com destaque para terras raras pesadas
2. ANM – Agência Nacional de Mineração
- Repositório de Requerimentos Minerários e Registros de Lavra
- Plano Nacional de Mineração 2030
- Base de dados de processos minerários (SIGMINE)
3. MME – Ministério de Minas e Energia
- Relatório de Terras Raras no Brasil – Panorama e Perspectivas (última versão 2022–2024)
- Estudos do Programa Mineração e Desenvolvimento
- Plano Nacional de Mineração e Estratégia de Recursos Minerais Críticos
4. Instituições Acadêmicas e Científicas
- UFRJ, UFPR, UFPA, UFMG, USP – com teses e dissertações em Geologia Econômica e Geoquímica
- Instituto de Geociências da USP: estudos sobre adsorção de ETR em solos lateríticos
- Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT): estudos de beneficiamento e separação eletromagnética de ETRs
5. IEA – International Energy Agency
- The Role of Critical Minerals in Clean Energy Transitions (IEA, 2021 e 2023)
- Relatórios sobre demanda global por neodímio, disprósio, térbio e ítrio no setor de renováveis
6. USGS – United States Geological Survey
- Mineral Commodity Summaries – Rare Earths (edições anuais)
- Comparativo internacional de reservas de argilas iônicas (China x Brasil)
7. OECD – Organization for Economic Co-operation and Development
- Relatórios sobre rastreabilidade mineral e governança responsável da cadeia de suprimentos
8. Banco Mundial (World Bank)
- Minerals for Climate Action – The Mineral Intensity of the Clean Energy Transition (2020)
- Mapeamento de riscos socioambientais e benefícios de valor agregado na mineração sustentável
9. Relatórios Técnicos e Publicações Especializadas
- Roskill, Adamas Intelligence e Argus Media: preços, demanda e concentração de mercado global de ETR
- Green Minerals Alliance – recomendações de práticas ESG em mineração crítica
- WEF (World Economic Forum) – Critical Minerals for the Energy Transition
10. Dados de Infraestrutura e Logística
- INFRAERO, ANTAQ e DNIT – dados sobre corredores logísticos no Paraná e corredores de exportação no Norte e Centro-Oeste
- Governo do Estado do Paraná – planejamento estratégico e parque tecnológico CAPPE/UEM
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