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Outro dia eu vi um pássaro morto na rua, estava sobre um canteiro distante (o que achei estranho, mas não me interessei em questionar o motivo), perto do supermercado.
O corpo imóvel e os olhos estáticos do animal me fizeram sentir algo em relação à vida que não sei bem explicar...
Pensei comigo: "É... as coisas vivas estão sujeitas à morte".
Não fiquei triste, esse não foi exatamente o sentimento que tive.
Acredito que, embora eu não saiba a história do pássaro, ele se foi porque assim Deus quis ou permitiu.
Mas fiquei meio murcha ao pensar que ele ainda tinha uma cor tão vibrante. Seu corpo (agora duro e sem vida) parecia saudável.
E agora, era menos um a cantar por aí!
Nesse sentido, fiquei magoada com a perda daquele animal. É quase como ninguém fosse sentir sua falta.
Mas pensei que logo nasceriam tantos como ele… Podiam nascer dez para aquele um cujo corpo estava diante de mim — ainda que nenhum destes fosse ele.
Bem, eu não sei exatamente como funciona a natureza.
Mas sei que não adiantava pensar ou “sofrer” diante da morte daquele pássaro — comum ou não, importante ou não, querido... ou não.
Ele já não estava mais lá, eram apenas penas que não voam mais e um bico calado.
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