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quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Estudante de Medicina em período integral, ele divide sua jornada entre livros e bisturis acadêmicos durante o dia e, quando a noite cai, veste o uniforme de coletor de lixo



De dia, as salas de aula; à noite, as ruas da cidade. Essa é a rotina de Guilherme da Silva Mazini, de 24 anos, morador de Presidente Prudente (SP), que encontrou no esforço diário a chave para manter vivo o sonho de se tornar médico. Estudante de Medicina em período integral, ele divide sua jornada entre livros e bisturis acadêmicos durante o dia e, quando a noite cai, veste o uniforme de coletor de lixo para garantir o sustento e custear os estudos em um dos cursos mais caros e elitizados do Brasil.


A história ganhou repercussão após ser contada ao g1, onde Guilherme revelou a intensidade de sua rotina. As aulas começam às 7h30 e seguem até as 17h10, mas, antes mesmo do último sinal tocar, ele já precisa se preparar para o trabalho. Com autorização especial, sai 10 minutos mais cedo da faculdade para iniciar a coleta de lixo da cidade, jornada que pode se estender até a meia-noite. O esforço, embora desgastante, é o caminho que encontrou para manter-se no curso, financiado pelo FIES, já que a mensalidade de Medicina pode ultrapassar R$ 16 mil.

Apesar do peso físico — dores nos joelhos, ombros e mãos fazem parte da rotina — Guilherme não se abala. Pelo contrário, afirma que cada noite de trabalho reforça sua determinação. Ele sonha em se especializar em psiquiatria, área que considera essencial para compreender as conexões entre a mente e as doenças do corpo. “O trabalho é duro, mas me sinto orgulhoso do que faço. A coleta de lixo também é digna e necessária, assim como o sonho de salvar vidas na Medicina”, disse em entrevista.

Com o apoio da mãe, Marilza, e inspirado pela irmã de 18 anos, que também ingressou em Medicina via FIES, Guilherme encontrou forças para seguir. Nas redes sociais, onde compartilha sua rotina, já reúne milhares de seguidores que se inspiram em sua resiliência. Para ele, cada saco de lixo recolhido é mais um passo em direção ao jaleco branco e ao propósito de transformar a vida de outras pessoas por meio da medicina.

Crédito: @arquivooculto

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