SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

sábado, 4 de janeiro de 2025

Aumentar imposto para ricos permite isentar IR de até R$ 5 mil sem rombo nas contas públicas, diz estudo

 

Mão contando notas de cem reais

Crédito,José Cruz/Agência Brasil

  • Author,Mariana Schreiber
  • Role,Da BBC News Brasil em Brasília

A ideia do governo Luiz Inácio Lula da Silva de aumentar a isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas que ganham até R$ 5 mil por mês não vai agravar o rombo das contas públicas se de fato for implementada com o aumento da tributação sobre os mais ricos, estima o Sindifisco Nacional, sindicato que representa os auditores-fiscais da Receita Federal.

A proposta — anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no início de dezembro — foi mal-recebida pelo mercado financeiro e dividiu economistas acadêmicos justamente pelo temor de que a perda de arrecadação piore o rombo nas contas da União e aumente o endividamento público.

Esse contexto é apontado como um dos fatores que acelerou a escalada do dólar no Brasil — a moeda americana bateu patamares recordes nas últimas semanas, chegando a superar R$ 6,30.

O governo, porém, argumenta que as mudanças propostas no IR terão impacto neutro na arrecadação, ou seja, não vão nem aumentar nem reduzir o valor total recolhido hoje pela Receita Federal.

Segundo Haddad, o compromisso firmado com o Congresso é de que a isenção até R$ 5 mil só será aprovada em conjunto com o aumento da tributação para os que ganham mais de R$ 50 mil por mês.

Críticos da proposta temem que isso não seja cumprido e que o Parlamento autorize a perda de receitas sem aprovar juntos o imposto mais alto sobre os mais ricos, o que agravaria a crise fiscal.

Já as estimativas do Sindifisco apontam que, se as medidas foram de fato implementadas conjuntamente, pode até haver ganho de arrecadação (entenda os números ao longo da reportagem).

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Para o auditor-fiscal Isac Falcão, que presidiu o sindicato até o final de 2024 e quando o estudo foi feito, a proposta do governo vai na direção certa ao reduzir as distorções no IR brasileiro. Hoje, pessoas de menor renda pagam proporcionalmente mais imposto que os mais ricos, pois uma parcela relevante dos ganhos da elite é isenta, como os lucros e dividendos distribuídos por empresas para seus acionistas.

Essa diferença fica clara ao se analisar a alíquota efetiva média — proporção da renda total efetivamente paga em IR — de diferentes categorias e grupos de renda.

Dados da Receita Federal analisados pelo Sindifisco mostram que professores universitários, por exemplo, pagam, em média, uma alíquota efetiva de 12,8%. Já contribuintes com renda anual acima de R$ 2,7 milhões pagam, em média, menos de 6% de IR.

Para Falcão, a implementação conjunta do aumento da isenção com a taxação maior sobre os ricos vai reduzir essas distorções, além de impactar positivamente o crescimento da economia.

"A reação negativa à proposta do governo se explica mais pela resistência dos mais ricos em pagar mais imposto", acredita.

"Os efeitos econômicos tendem a ser altamente positivos, porque os recursos liberados com a isenção até R$ 5 mil provavelmente retornarão para a economia, com a compra de produtos e serviços [pelos contribuintes beneficiados]. Já a tributação sobre altas rendas não gera retração econômica, porque essas pessoas já têm suas necessidades de consumo satisfeitas", argumenta ainda.

Hadad e Lula conversam

Crédito,EPA-EFE/REX/SHUTTERSTOCK

Legenda da foto,Haddad diz que há acordo com o Congresso para aprovar medidas sem reduzir arrecadação

Entenda melhor a proposta e as estimativas de impacto

Os detalhes das mudanças do IR pretendidas pelo governo só serão conhecidos em 2025, com o envio das propostas ao Congresso, a partir fevereiro, quando acaba o recesso parlamentar.

No entanto, com base no que foi anunciado até o momento, espera-se que o governo proponha um mecanismo tributário — a chamada dedução simplificada — para isentar rendas de até R$ 5 mil e uma redução do IR para quem ganha acima desse patamar até o limite de R$ 7 mil.

Atualmente pelo mecanismo de dedução simplificada, quem ganha até dois salários mínimos (R$ 2.824), não paga imposto de renda.

As pessoas que ganham mais do que isso tem um patamar menor de isenção, hoje em R$ 2.259. Ou seja, quem ganha, por exemplo, R$ 15 mil, paga IR sobre R$ 12.741.

A princípio, esse patamar geral de isenção não vai mudar com a proposta do governo que vai acabar com o IR de quem ganha até R$ 5 mil.

E quem ganha de R$ 5 mil a R$ 7 mil terá uma redução ainda não especificada pelo governo.

O mecanismo de dedução simplificada permite ao governo beneficiar os grupos de menor renda, sem adotar uma isenção ampla, o que reduziria demais a arrecadação.

Caso seja aprovada uma proposta nesses termos, aliada a uma redução do IR de quem ganha acima de R$ 5 mil até R$ 7 mil, o Sindifisco estima que a mudança beneficiará 16,1 milhões de contribuintes, somando cerca de R$ 35,5 bilhões em renúncia fiscal para o governo.

Por outro lado, Haddad anunciou que as perdas serão compensadas com a criação de uma taxa mínima de até 10% sobre a renda de quem ganha mais de R$ 50 mil por mês.

Hoje, é comum que milionários brasileiros paguem menos de 10% de IR sobre sua renda total porque uma parcela importante dos seus ganhos não é tributada, como no caso de lucros e dividendos.

O Sindifisco simulou quanto pode ser arrecadado caso seja implementada uma alíquota mínima progressiva, que partiria de 0% para ganhos anuais de R$ 600 mil (média de R$ 50 mil por mês) e subiria gradativamente até 10% para ganhos que superem R$ 1,2 milhão ao ano (cerca de R$ 100 mil por mês).

A expectativa é que isso elevaria a arrecadação em R$ 41,06 bilhões, superando as perdas projetadas de R$ 35,5 bilhões com o aumento da isenção até R$ 5 mil e a menor tributação até R$ 7 mil.

Para o Sindifisco, essa margem extra de arrecadação é importante para manter o impacto neutro das medidas porque os grupos mais ricos costumam ter estratégias de planejamento tributário que, na prática, reduzem o valor recolhido em IR. Essas estratégias usam brechas das regras tributárias para pagar menos impostos.

Parcela pequena dos contribuintes pagaria mais, diz Sindifisco

De acordo com os dados da Receita Federal analisados pelos Sindifisco, cerca de 400 mil pessoas ganham mais de R$ 600 mil ao ano no país, o que representa cerca de 1% do total de contribuintes. No entanto, segundo a simulação do sindicato, apenas cerca de 160 mil de fato seriam afetados e pagariam mais impostos com a medida.

Isso porque parte dos que ganham acima de R$ 600 mil ao ano já paga alíquota efetiva acima dos patamares mínimos propostas na simulação e, por isso, não teriam acréscimo de tributação.

Por exemplo, a simulação do Sindifisco projeta que a alíquota mínima para contribuintes que ganham cerca de R$ 1 milhão ao ano ficaria em 7,5%. Esse grupo, no entanto, paga em média uma alíquota efetiva de 8,11%, o que significa que boa parte não teria que pagar nada a mais, caso a proposta passe no Congresso.

Na visão do Sindifisco, poderiam ser adotadas alíquotas mínimas ainda maiores do que as que o governo está propondo. A instituição fez uma segunda simulação, em que a alíquota mínima chegaria a até 12,8%, a mesma paga em média por professores universitários, em vez dos 10% propostos pelo governo.

Nesse cenário, haveria uma arrecadação extra de R$ 35,5 bilhões em comparação à primeira simulação.

"Para se ter uma ideia, o valor corresponde ao gasto com segurança pública realizado em 2023 por todos os Estados do Nordeste e Centro-Oeste juntos, segundo informações do Anuário Brasileiro de Segurança Pública", afirma o Sindifisco, no estudo.

Silhueta de homem obseva uma imagem de leão, símbolo do Imposto de Renda

Crédito,Joédson Alves/Agência Brasil

Legenda da foto,Ricos pagam proporcionalmente menos impostos no Brasil, aponta Sindifisco

Reforma mais ampla do IR foi adiada

A expectativa era de que o governo enviaria ao Congresso, em algum momento, uma ampla reforma do IR, para simplificar e corrigir distorções tanto da tributação de renda das pessoas físicas como de empresa.

A proposta do governo de criar uma alíquota efetiva mínima sobre os mais ricos foi uma forma mais simples de enfrentar essas distorções.

Na prática, isso vai permitir a taxar ao menos parte dos lucros e dividendos, que hoje são isentos, sem realizar uma reforma mais ampla.

Isso porque alguns economistas defendem que a taxação direta da renda distribuída aos acionistas só deveria ser implementada junto com a revisão da tributação dos lucros das empresas.

Em entrevista à BBC News Brasil no início de dezembro, o economista Samuel Pessôa, pesquisador do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), criticou a opção do governo pela solução mais simples, de criar um imposto mínimo.

"Eu acho que o esforço de mudar a legislação brasileira, tributando mais os ricos, é positivo. Há sinais de que as altas rendas no Brasil pagam pouco imposto. Mas essa medida é um esparadrapo, vai pegar um monte de coisa diferente", disse Pessôa.

"A questão é que há vários regimes tributários. Tem gente que pagou na Pessoa Jurídica 34% e outros que pagaram na Pessoa Jurídica 5%. Se na Pessoa Física ambos pagarem menos do que 10% da renda declarada, eles serão cobrados pela diferença até atingir 10% de alíquota média efetiva [segundo a nova proposta do governo], sem considerar que pagaram valores diferentes na jurídica", disse ainda.

O Sindifisco, por sua vez, tem visão diferente.

"A gente precisa sim enfrentar [as distorções] do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas. Esse é um problema importante que o Brasil tem que resolver. Mas isso não é condição para se tributar as pessoas físicas mais ricas", afirma Falcão.

"Quando a gente vai amarrando muitos problemas difíceis de resolver todos juntos, e decide que só pode resolver se for resolver todos eles conjuntamente, o que acontece, na prática, é que você não resolve problema nenhum", ressalta.

OS LIMITES DA EDUCAÇÃO CONTEUDISTA, REPETITIVA E ADESTRADORA.

 



Quando verificamos os resultados do Brasil no PISA e no Timss, a posição em rankings internacionais, e comparamos com índices nacionais, temos que fazer sérias reflexões sobre os vencedores. Entre os 56 países participantes (membros da OCDE e parceiros) no PISA, o Brasil ficou no fim da lista, na 44ª posição, atrás de outras nações latino-americanas, como Uruguai, Colômbia e Peru. O Brasil está entre os piores países em ranking global, Timss, que apresenta o desempenho de estudantes do 4º e 8º anos do ensino fundamental na área de matemática. A primeira pergunta é: nós estamos nos enganando ou queremos enganar quem ? Como reduzir a educação a duas notas e negar o impacto de outras variáveis sobre o ensino e o aprendizado ? E tenta-se apagar a História e as políticas educacionais que geram não apenas boas notas mas cidadania, justiça social, riquezas, inovação, tecnologias, políticas públicas e outras.
Os marqueteiros ou coaches educacionais vendem falsos modelos de educação conteudistas, repetitivos e adestradores. Essa má educação destrói escolas e as vidas de alunos e professores. Esse modelo além de destruir a capacidade crítica e reduzir a criatividade, tem por critério passar no vestibular, conseguir um diploma de falsas universidades precárias em ensino, pesquisa e extensão; afetando nossa economia e mais do mesmo em relação aos nossos desafios econômicos, sociais e ambientais. 


Já a educação duradoura está alicerçada no fortalecimento de indivíduos e coletivos a médio e longo prazo, se enraíza na cultura e necessita desenvolver autonomia freiriana, interações sociais a luz de Vygotsky em torno do bem comum, afetos que reduz as violências como fez Wallon, a imaginação que ilumina inovações, o processo de individuação que é necessário ser potencializado na escola, caminhos múltiplos de aprendizagem, e outros. Esses processos educacionais se somam, regem e fortalecem o estudo das ciências, português e matemática, capazes de produzir pensamentos complexos, interdisciplinares e sistêmicos com capacidade crítica e criativa. Não apenas como instrumentos para uma prova e notas. O letramento em português , matemática e ciências se dá por múltiplos caminhos nas escolas, casas e sociedade. As aulas requerem inovações educacionais que dialoguem com o cotidiano e a vida dos alunos e professores, os desafios são bem vindos, assim como práticas que lidem além da razão com a coragem, liberdades, e a imaginação de exercer seus caminhos intelectuais com autonomia.


O foco nas respostas das questões, depois de ler livros didáticos e aulas expositivas, foco nos conteúdos que perde seus contextos e relações, é reforçado com mais questões do mesmo, e funciona como um processo de repetição e adestramento. Ao invés disso, o amor ao saber deve ser o horizonte que a educação e as escolas alicerçam e pavimentam os caminhos da vida.


Porém os limites de nossa educação não está nas escolas, professores e alunos, mas sim muitas vezes nos gestores dito educacionais, seus interesses, falsas propagandas e corrupções. É sobre essas ignorâncias e brutalidades que devemos canalizar o diálogo e ser escutados de forma democrática e republicana. A educação não pode ficar refém de tecnocratas, oligarquias e gangues partidárias que atuam como máfias. 


A História e a educação mudam com ideias, inovações, múltiplas vozes, respeito aos contextos onde as escolas atuam, ampliando os limites que reduzem o ser humano, o saber, a cidadania e a nação. Lutamos contra os ridículos poderes e interesses que durante 525 anos negam uma educação de qualidade ao seu povo, incluindo o acesso a creches, educação superior e outras. E infelizmente assim continuamos a viver de vender commodities, diversos tipos de crimes e corrupções, sustentando os privilégios de elites com escravidão, baixos salários e desigualdades da maioria, continuamos a exportar cérebros, o autoritarismo domina, sem a mesma chance de oportunidades para todos. Enquanto a política pública exclui, geramos a segunda população carcerária do mundo, uma das maiores desigualdades, destruindo a natureza brasileira e sofrendo os impactos da pobreza, violências e mudanças climáticas. A Educação é o caminho mais barato e eficaz em relação aos custos das consequências de uma educação conteudista, repetitiva e adestradora de lidar com todos esses problemas de uma vez só; como fizeram outras nações pelo mundo. A responsabilidade da Educação no Brasil é de todos os setores, Governos, Empresas, ONGs, Movimentos sociais, gestores, professores, alunos, famílias e comunidades. Uma Educação para todos contra os privilégios, corrupção, violências, desigualdades. Pílula vermelha ou azul ?               




sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

A AULA DOS POLÍTICOS CEARENSES PARA O BRASIL! POR PATATIVA DO ASSARÉ.




Querem que ensine português e matemática,
e negam vidas e cidadania,
enquanto nas escolas e comunidades, 
as violências, desigualdades e precariedades dominam,
a corrupção e brutalidades são os mestres dos políticos,
tentam apagar a história e a geografia do poder,
tecnocratas, oportunistas e oligarcas,
enganam o povo e os eleitores, transformam governos em máfias,
durante décadas, mais dos mesmos, deixam miséria, corrupção e impunidade,
impunes e incompetentes, usam as instituições, 
sem regras, sem lei, uma selva dos mais corruptos e violentos,  
excelente ver militares golpistas na cadeia,
mas porque o Bolsonaro não está preso ?
porque Lira e outros oligarcas estão soltos?
porque a Democracia vira a Ditadura da corrupção,
que mata milhares, persegue e cala quem denuncia.
As brutalidades, ignorâncias e mentiras dos políticos corruptos dominam, 
e se acham inteligentes e importantes,
quando sem limites do ridículo, do absurdo, do nepotismo, 
da corrupção, do aparelhamento dos governos por famílias dominam ,
sobre os comandos oportunistas que vendem a alma , os trabalhadores,
os pobres, os partidos e a Democracia.  

O Peixe

Tendo por berço o lago cristalino,
Folga o peixe, a nadar todo inocente,
Medo ou receio do porvir não sente,
Pois vive incauto do fatal destino.

Se na ponta de um fio longo e fino
A isca avista, ferra-a inconsciente,
Ficando o pobre peixe de repente,
Preso ao anzol do pescador ladino.

O camponês, também, do nosso Estado,
Ante a campanha eleitoral, coitado!
Daquele peixe tem a mesma sorte.

Antes do pleito, festa, riso e gosto,
Depois do pleito, imposto e mais imposto.
Pobre matuto do sertão do Norte!


 

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

SOBRE OS 70 ANOS DA UFC E A PERSISTÊNCIA DA EXCLUSÃO, VIOLÊNCIAS E DESTRUIÇÃO DO MEIO AMBIENTE NO CEARÁ.





O que define o conhecimento superior nas Universidades no mundo é a capacidade crítica e criativa. Se faz necessário refletir o contraditório, a antítese do que em 70 anos as Reitorias da UFC não fizeram ou poderiam ter feito mais. Afinal muitos discursos públicos são em nome dos pobres, dos estudantes, suas famílias, e das comunidades mais vulneráveis onde muitas vezes são produzidos e negados os conhecimentos. Sobre a função social da UFC. 

Carcará
Pega, mata e comeCarcaráNão vai morrer de fomeCarcaráMais coragem do que homemCarcará
Pega, mata e come.



A homenagem a Maria Bethânia é um bom começo sobre as razões de sua arte, cultura e poesia. As letras falam por si mesmas, assim como sua crítica aos muros da Universidade no discurso que agradeceu o Doutorado e o pedido de outra educação na Universidade que enfrente a exclusão, que una sentido, sentimentos e razão. Mas o quanto as Reitorias em 70 anos fizeram  em prol dessa mudança na educação ? O quanto reforçam um modelo de educação em que 60 % dos cearenses não concluíram o ensino médio, que reforça bilionários e uma economia que privilegia poucos em detrimento da pobreza e desigualdades que atingem a maioria da população, uma UFC que lutou contra a ditadura militar mas cala para Ditadura da corrupção e oligarquia que mantém esses modelos nas últimas décadas. É simbólico que um prédio da UFC funcionará no antigo Aquário, onde se enterrou centenas de milhões em corrupção no Governo da Oligarquia. No Ceará, com milhares de jovens mortos pela violência, o crime enterra corpos, não podemos como sociedade nos calar para corrupção e enterrar os direitos de vidas dos pobres cearenses roubados em prédios. Nem fazer parte de uma política cultural comandada pela oligarquia que privatizou equipamentos culturais sobre o controle da Oligarquia, e nega a democracia, o acesso à cultura e a falta de transparência como vimos recentemente na lei Paulo Gustavo. O corredor cultural para além da Avenida da Universidade, Reitoria e Dragão do Mar tem que ser pensado no que gera a exclusão e negação da autonomia de milhares de produtores de culturas neste estado. 

Afinal a violência histórica no Ceará se dá pela construção de prédios, praias para estrangeiros, bilhões em incentivos fiscais, que nega um mínimo de cidadania e dignidade para maioria dos cearenses. Ao invés disso, fortalecemos privilégios de famílias que vivem da política há décadas com péssimos resultados sociais, morte de milhares de jovens e mulheres. Negando inclusive a ciência e a crítica social como nas politicas públicas, apesar da existência dos cientistas chefes, ou no caso do TCE com um fake news da futura conselheira sobre a luta das mulheres. 

A política de construção e abandono de prédios na UFC merece uma pesquisa, principalmente se comparado com a política de extensão e estudantil que exclui e leva ao abandono de jovens pobres e das comunidades onde moram. Jovens que levaram décadas de suas vidas estudando para chegar à Universidade merecem condições melhores de ensino, aprendizagem e permanência na Universidade. Assim como o conhecimento que melhore as vidas das comunidades pobres que pagam os salários dos professores e mantém a Universidade pública. A extensão é um dos melhores caminhos agora por lei.  

Nos últimos dois anos temos lutado com a Reitoria da UFC para levar projetos de extensão com ciência para o Jangurussu com poucos avanços. Assim como no último mês levar a comunidade para comemorar os 70 anos na UFC, não com cursos e projetos sociais que não mudam vidas, conforme os parâmetros da ciência ou as vozes democráticas da comunidade, poucos escutadas e negadas. Não se trata de um grande evento, nem da entrega de homenagens a privilegiados, nem de prédios, nem vender projetos de professores para o Governo, mas um ato para escutar o que pensam as comunidades sobre a Universidade, mas que também não teve nenhum apoio, pelo contrário.

Claro que vários professores da UFC ao longo de 70 anos dedicaram suas vidas às lutas políticas e sociais, a extensão e produção de conhecimento em nome dos excluídos e trabalhadores. Em nome deles, uma outra Universidade é possível como Maria Bethania homenageada nos 70 anos da UFC clamou a gestão universitária presente no evento. Essa é a maior homenagem que a UFC pode fazer nesses 70 anos; essa é a maior diferença que o atual Reitor Custodio pode fazer é plantar um legado social que olhe de frente para a pobreza e as desigualdades que sofrem os cearenses, quer seja para propor caminhos ou denunciar.  Nunca mais a omissão de gestões anteriores é a nossa esperança.         



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sábado, 16 de novembro de 2024

A epidemia de ansiedade com matemática no Brasil e no mundo revelada por estudo da OCDE.

 

A epidemia de ansiedade com matemática no Brasil e no mundo revelada por estudo da OCDE

Professora mostra lousa com cálculos para aluno

Crédito,Getty Images

Legenda da foto,Houve um aumento na ansiedade em relação à matemática na grande maioria dos 81 países avaliados

A principal pesquisa internacional sobre educação, feita pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), mostra que os estudantes estão desenvolvendo uma postura cada vez mais negativa em relação ao aprendizado de matemática.

O Pisa (Programa para a Avaliação Internacional dos Estudantes, na sigla em inglês) mostra que houve um aumento acentuado no nível de ansiedade em relação à matemática entre os alunos da grande maioria dos 81 países avaliados, especialmente no Brasil.

Na média dos países da OCDE e parceiros, 65% dos estudantes têm ansiedade em relação às suas notas em matemática e cerca de 40% dos estudantes ficam nervosos, tensos ou desamparados resolvendo problemas matemáticos. No Brasil, esses índices são ainda mais altos: 79,5% e 62,3% respectivamente.

Divulgados nesta quarta (13/11), os dados mostram uma análise mais profunda dos resultados dos testes aplicados em 2022, pouco após o fim da epidemia de covid-19.

O relatório é a continuação da primeira parte do estudo, publicada em 2023. O Pisa é realizado a cada três anos pela OCDE em 81 países, entre membros e parceiros da organização. Na edição de 2022, que teve participação de cerca de 700 mil estudantes de 15 e 16 anos, a matemática foi o foco da prova.

Na maioria dos países houve um aumento nesses índices de ansiedade em relação à matemática em comparação com 2012, com Europa e América Latina tendo aumentos significativos. Coreia do Sul, Singapura e Tailândia foram os únicos países onde os índices de ansiedade caíram entre 2012 e 2022.

Segundo a OCDE, esses resultados são preocupantes. “Isso pode impactar não apenas desempenho, mas sua prontidão para o aprendizado ao longo da vida”, diz o relatório. “Essa descoberta também sugere que o bem-estar dos jovens se deteriorou, e são necessárias políticas públicas para cuidar da saúde mental dos alunos.”

A cada edição, o Pisa escolhe um tema para fazer um aprofundamento — em 2022, o estudo se dedicou a entender como os alunos lidam com estratégias de aprendizado e quais suas posturas em relação à vida.

Questão de confiança

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Novo podcast investigativo: A Raposa

Uma tonelada de cocaína, três brasileiros inocentes e a busca por um suspeito inglês

Episódios

Fim do Novo podcast investigativo: A Raposa

Um dos principais índices analisados foi a chamada autoeficácia dos alunos: “o quanto os alunos acreditam em suas habilidades e capacidades de praticar certas atividades e realizar tarefas, mesmo quando encontram dificuldades”.

“A autoeficácia tem a ver com o aluno aprender a controlar seus impulsos e emoções para ter disciplina de aprendizagem voltada para o atingimento de metas”, explica a especialista em educação Cláudia Costin, ex-diretora global de Educação do Banco Mundial.

“Tem a ver com o quanto o aluno consegue ser o protagonista da própria vida escolar para realizar seu projeto de vida”, explica Costin.

O Pisa 2022 mostrou que paises com os menores níveis de autoeficácia foram também os que tiveram maiores níveis de ansiedade com a matemática. É o caso da Argentina, do Brasil, de Brunei, Camboja, Chile, Costa Rica, República Dominicana, Guatemala, Malásia, México e Filipinas.

“Alunos mais confiantes e alunos menos ansiosos fazem mais perguntas quando não entendem algo que está sendo ensinado”, diz o relatório. “Eles são mais proativos e mais motivados em seu aprendizado.”

“Todas as estratégias de aprendizado e motivações sustentadas ao longo da vida estão relacionadas a alunos que se sentem mais confiantes para resolver tarefas matemáticas e menos ansiosos sobre matemática, independentemente de seu desempenho”, destaca o trabalho.

Alunos em sala de aula

Crédito,AFP

Legenda da foto,Autoconfiança é um fator fundamental no desenvolvimento dos alunos

Pensar matematicamente

No Brasil, os problemas no ensino da matemática vão ainda mais longe, afirma Claudia Costin.

“Temos um problema grave de ensino de matemática independentemente de ansiedade e independente da pandemia”, afirma ela.

Nos resultados da primeira parte do Pisa 2022, que mostravam o desempenho dos alunos nas provas, a média de pontos do Brasil (veja os gráficos abaixo) foi de 379 em Matemática, 93 pontos abaixo da média da OCDE (de 472 pontos).

gráfico

Como em todas as outras edições da avaliação, realizada desde 2000, os resultados de 2022 mostram que a condição socioeconômica dos alunos está diretamente relacionada ao desempenho em matemática. O fator socioeconômico é responsável por 15% da variação no desempenho dos alunos tanto no Brasil quanto na média da OCDE.

No entanto, mesmo os alunos mais ricos no Brasil tiveram um desempenho em matemática abaixo da média da OCDE. Os alunos brasileiros em todos os estratos sociais tiveram um desempenho em matemática abaixo dos alunos com perfil socioeconômico parecido em países com o mesmo perfil do Brasil, como Turquia e Vietnã, diz o relatório da OCDE.

“Os resultados mostraram que 73% dos alunos brasileiro não chegaram ao nível básico de conhecimento. Isso é gravíssimo, realmente inaceitável”, diz Costin.

A especialista aponta que este resultado está ligado ao fato de que no Brasil não ensinamos os alunos a pensar matematicamente.

“É uma questão de método e de preparo do professor. É preciso que os professores tenham uma didática específica para matemática, que ensine os alunos a pensar matematicamente em vez de apenas resolver exercícios”, afirma ela.

Como o ensino de matemática no Brasil é muito focado em fórmulas e na resolução de exercícios, diz Costin, o aluno memoriza e sabe responder nas provas, mas em uma prova minimamente diferente, como a do Pisa, ou na aplicação do conhecimento na vida real, o aluno fica perdido.

Os resultados do Pisa sobre a ansiedade mostraram essa dificuldade: mesmo os alunos que se mostraram confiantes em sua habilidade de resolver exercícios na sala de afirmaram ter pouca confiança para aplicar os conhecimentos no dia a dia.

Para mudar esse cenário, é fundamental que o Brasil mude a formação que os professores têm recebido na faculdade, segundo Costin. Além de uma didática específica para matemática, é preciso maior diálogo entre teoria e prática.

“Os professores precisam ser ensinados da mesma forma que vão ensinar os alunos”, afirma. “Como o professor vai passar confiança, melhorar a autoeficácia dos alunos, se muitas vezes ele próprio não tem essa autoeficácia?”

Para Costin, outro fator é o tempo de aula.

“Países com bons sistemas educacionais têm entre sete e nove horas de aula por dia. No Brasil, o ensino fundamental tem só quatro horas de aula. Isso é muito insuficiente”, afirma Costin.

Segundo a OCDE, países que tiveram menores índices de ansiedade e melhor desempenho em matemática, como Coreia do Sul e Singapura, se destacaram também pela relação positiva dos professores com os alunos.

“Países como Coreia e Singapura demonstraram que é possível estabelecer um sistema educacional de primeira linha mesmo partindo de um nível de renda relativamente baixo, priorizando a qualidade do ensino e com mecanismos de financiamento que alinham recursos com necessidades”, escreve Mathias Cormann, secretário-geral da OCDE, no relatório.

Para garantir que todos os alunos atinjam um nível mínimo de conhecimento, Singapura oferece opções de aulas diferentes para alunos de acordo com seu grau de aprendizado.

Segundo o estudo, isso faz com que os alunos com mais dificuldade recebam o reforço necessário para ter os conhecimentos que vão usar durante a vida, ao mesmo tempo que fornece aprofundamento para os que têm mais interesse e aptidão.

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

UM MAL EXEMPLO PARA O MUNDO! AS ELEIÇÕES VIROU BUSINESS DE APRENDIZES SEM LEI, INSENSÍVEIS ÀS VIDAS E A MISSÃO DO ESTADO, CONSTITUIÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS.



O tamanho de nossa luta é pequena que não altera em nada toda essa estrutura, mas ela não nos impede de pensar e dizer a verdade de forma honesta e sincera para construirmos a História por outros caminhos. E assim como a luta de Gandhi, Mandela e milhares de líderes espalhados pelo mundo. Nós buscamos conscientizar pessoas ampliando suas capacidades críticas e revoltas para construir outros caminhos para suas vidas. É muito fácil culpar os pobres, negros, imigrantes, gays e outros pelos problemas de nossa sociedade, como faz Trump, quando a verdadeira culpa é das brutalidades e violências de nossa elite. Será que os filhos da elite ou mesmo da classe média estudariam se não tivesse comida, casa, saúde ?  A resposta é sua, mas não há ética em nossa sociedade quando brutalidades e violências de políticos são aplaudidas em troca de bens de consumo e dinheiro.


Não existe Estado, Constituição e Democracia com a insensibilidade das elites as dores, sofrimentos e vidas dos pobres. A sensibilidade nos ensina a Democracia, aprender a escutar e sentir a voz e a dor do outro ou mesmo a nossa. A sensibilidade nos ensina a ouvir os sonhos, entender o poder da imaginação para criar novos horizontes para nossas vidas e cidades. Mas não podemos esquecer os traumas psíquicos e as expressões de corpos das pessoas pobres como nos ensina Dostoievski, Victor Hugo e Tostoi; pois esses corpos revelam fome, doenças, e violências que irão impactar as políticas públicas a vida toda. 




https://www.youtube.com/watch?v=JWOzNkw17Qk


O Estado e as eleições são o grande negócio das elites que fabrica e gera impunidade para bilionários. Várias pesquisas têm provado como empresas tem se transformado em instrumento de poder e loucuras para psicopatas, somada a uma educação neoliberal individual que busca enriquecer a qualquer preço por meio da liberação de impostos, corrupção, violências e insensibilidades as custas do coletivo, da sociedade, da democracia e da justiça social. Um mundo sem lei cada vez mais dominado por vários tipos de máfia e seus ditadores.     


Qual a diferença entre Trump, Putin e Maduro? Nenhuma. Trump com 37 crimes julgados na Justiça, Putin invadindo países, e Maduro comandando uma Ditadura. Bilionários influenciando votos e campanha com muito dinheiro. Hitler foi eleito pelo sentimento de desespero e ódio para fazer a Alemanha grande de novo e deu em guerra mundial. Assim como Putin quer a Grande Mãe Russia grande de novo. Muitos na justiça, bilionários, imprensa, políticos, ninguém mais está preocupado com o Estado, a Democracia e as políticas públicas. Tudo virou business e aprendizes de falsos empresários. Sim o mundo preferia uma mulher negra, pobre, filha de imigrantes como a maioria do mundo, mas 1% feito pelas elites da extrema direita escolheram outros caminhos para lidar com as eleições.  

E há tempos, nem os santosTêm ao certo, a medida da maldadeE há tempos, são os jovens que adoecemE há tempos, o encanto está ausenteE há ferrugem nos sorrisosE só o acaso estende os braçosA quem procura abrigo e proteção.