SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Pag 14 - POR QUE ALGUMAS PERGUNTAS NAÕ PODEM FICAR SEM SER PERGUNTADAS QUANTO MAIS RESPONDIDAS!



Algumas perguntas vitais são Silenciadas, devido ao potencial de conflito que trazem em si, e não “devem” serem reveladas. Já que tocam em pontos universais e diria essenciais da existência humana. Pontos que consideramos como um direito universal do Homem, porque garantem as suas condições de existência. A medida que estas perguntas “proibidas” são colocadas as relações de poder que estas ocultavam, começam a serem postas, questionadas e esclarecidas enquanto conflito. As suas respostas, são os novos paradigmas de poder que serão aceitos pela comunidade; não como verdade absoluta, mas como normas necessárias para a existência da comunidade.

O cotidiano é, sem sombra de dúvidas, o despertar para o questionar, o perguntar, o conflitar; já que lá estamos mais “Livres” das forças coercivas da Sociedade. O cotidiano que o mundo moderno insiste em chamar de acaso, providência (a seca, ser pobre, perder o emprego)...e que cada vez mais estabelece laços com este tipo de cotidiano, através de instituições místicas da Sociedade Moderna ( astrologia, filantropia mascarada ). E moderna, por incrível que seja um “moderno” próximo em um ciclo a Antigüidade dos Deuses, que comandavam épocas em que o cotidiano era o acaso e a providência. É este o ciclo do Ser Humano, que une Antigüidade e Modernidade, com laços que unem Cotidiano, Silêncio e Mística. E que para aqueles que não questionam, que não perguntam, que não encaram a entender e criticar o seu cotidiano estão tão distantes quanto os homens da idade da Pedra estão da Modernidade ou Pós-Modernidade? Qual deles preferir conceituar!

Porém o importante é não só classificar o Cotidiano e estabelecer os critérios para questioná-lo, mais tirar do seu pano de fundo histórico a forma como se apresenta. Quais as barreiras que definem esta forma e que servem, ao mesmo tempo, para inibir o questionamento desta forma “proibindo” perguntas e suas respectivas respostas que nos fariam entender os laços de poder que caracterizam o tempo em que vivemos. Perguntas enquadradas, mapeadas, que visam áreas do “saber” com respostas premiadas, condicionadas e contextualizadas a não encontrarem vida em nossa sociedade. Dentro de áreas de Domínio, intermediadas pelos interpretes desta forma, que codifica em linguagens. Hoje, quando olhamos para o Feudalismo, não acreditamos o quantos os plebeus eram burros para obedecer aos Reis? Mas e os Reis que hoje obedecemos só mudaram de nome; na essência são os mesmos.

Portanto as próprias respostas da forma são coisificações do ser, que buscam dominá-lo e alegar que estas são “as características do seu tempo”. Vamos, portanto, dar uma volta pelo cotidiano, pelo ser e o tempo em que vivemos. A modernidade após, a inversão da contradição, em que habitamos e reconhecemos, ao mesmo tempo, como lar e prisão, que cultivamos como dogmas e chamamos de ciência, que falamos em democracia e habitamos a ditadura do silêncio.

E não há nenhuma ambigüidade nisto se entendemos como crenças! Se pensarmos a razão e a verdade científica como não pertencente ao mundo Natural, mas ao mundo humano simbólico. Afinal existe alguma Ciência que não seja humana? O mundo Humano é essencialmente dominado por “verdades”, “profetas”, suas crenças, suas normas, códigos e representantes, instituições, que são formas concretas de poder. E que para sobreviver, como um corpo humano, precisam ser alimentadas por “dietas das massas” sem diversidade, evitando as perguntas que são as vitaminas do espírito do seu tempo. Nos empurram a força coerciva; o enlatado, a propaganda, as receitas dos “mestres da boa alimentação e do” Saber “. E cada vez mais ficam gordos, alimentados por nossa ignorância e pela deles. O espírito continua fraco, a cabala se renova, pois a sua necessidade aumenta com o tempo e apaga-se. Sem coragem para acender nos lugares proibidos do domínio do dinheiro, do poder e do saber. E com o adentro da modernidade ficamos famintos, pobres, dominados, e ausentes da busca pelo “saber”. A modernidade conseguiu construir suas muralhas da sociedade, dentro do ser que nela habita, da mesma forma que na essência do que comemos esta a forma de como deve ser digerido. E assim optamos pela forma de como abdicamos de nosso ser, da ausência do alimento do espírito onde o cotidiano foi sendo desabitado a medida que pouco conhecemos nele, algo de nossa construção. Porque nem mesmo nos reconhecemos mais como construção do ser que somos, dos nossos vizinhos, colegas de trabalho mas insistimos em falar em comunidade. Porem antes de começar a viver a pos-modernidade, queria dizer que aqueles que lutam e sonham por dias melhores; que do deserto mais seco e mais sombrio, em sua natureza brota a vida. Dos desertos, podem surgir às rosas mais bonitas e vivas. Porque para sobreviver neste Deserto é necessário ser, muito mais do que em terras onde jorram água. Nestas terras a água é composta entre seres que compartilham às vezes só a esperança! No deserto você critica, compõe e cria do nada a vida, uma semente que precisa de velocidade e forma para sobreviver, florescer e procriar. Pois no deserto se sofre, e entende o sofrer, se chora e entende o chorar, para poder entender o significado de rir e viver. Para poder ser a rosa no Deserto, dentro dele na essência do Ser que ri e chora, e transformar-se em rosa. Em Rosa, através da prosa, ser a linguagem do Deserto que é tão frutífera na Cidade!

Cidade que cada vez mais se torna com a tecnologia que “fala” pelo Ser, um deserto sem linguagem. E sem comunicação, sem linguagem, não há pensamento, não há critica... Não há Seres, não há Cidade. Apenas um deserto sem linguagem, a modernidade.

Feito de cotidiano aonde o silêncio, a indiferença e a solidão formam o triple da Ditadura Moderna sobre o ser Humano, que sozinho não fala com outro ser. As suas expressões dos ser Moderno como a tecnologia, o consumo de massa e a democracia da ilusão, consolidam o feedback de socialização sem essência, sem palavras, sem pensar.

Por isso é preciso nomear aquilo que sentimos e falar (PENSAR) sobre elas. Aprender a pensar, criar estilos, novos tipos de rosas que nascem do deserto. Efetuar as perguntas necessárias, as criticas essenciais. Identificar as respostas a partir das omissões que ocultam as perguntas proibidas. Estas que são anteriores a qualquer consolidação de qualquer resposta, pois indicam a existência humana, a vida, o ser humano como anterior aos regimes de poder, pois estas perguntas rompem com a ditadura do silêncio apresentando à sua forma, um sentido, um significado... E quando a este significado não encontra, não encontra o Ser, e sem o Ser não existimos, não perguntamos, nem respondemos, como hoje fazemos! Esquecemos, calamos, como deveríamos silenciar? Não dá para agüentar, pois morrer não está nos planos da humanidade. Não perderemos esta chance de viver.

A evolução opera nem que seja por crises que nos alertam, avisam que algo está errado. A Aids provocou um reflexo sobre o Sexo! O terrorismo sobre a realidade que vive num mesmo lugar, e somos afastados apesar da vizinhança, há o desmoronamento da segurança que construímos no mundo da ficção que torna-se a nossa vida.

Se ainda não vivi, não sei o porque calar! Falo, Penso, Vivo, o mundo vou mudar! Reflito, Critico, Por que Calar? Se a Sobrevivência é tirada dos que calam! Quero Viver, quero falar... O mundo se escreve com Vida. Se acaso não percebemos a ferida que o Silêncio constrói, piora vira Solidão, o câncer da indiferença se alastra não no corpo, mas na alma. Só o antídoto da palavra acaba com a Epidemia do Medo, mesmo quando o antídoto não cura o câncer da Solidão, pois mesmo que você fale sozinho, a indiferença será curada, pois o teu pensar e o meu comungam dos mesmos Sonhos! Quando pensamos, Sonhos se realizam no tempo, Domínio do Ar aonde tudo se transforma, até mesmo a vida em palavras eternas... Que chegam pelos livros e pelos livros retornam a sua origem: a realidade. Portanto realize-se, fale, pense, silencie a solidão, com a Indiferença que o Ser tem por elas, quando descobre a si mesmo e ao outro! Quando Reconstrói, reconstrói-se em palavras, em atos, um mundo escrito, revelado... Por que não? Construído!

E afinal é isto o que somos: escrevemos o que somos, concretizamos o que acreditamos, despertamos! Falando, procurando saber se o que compreendemos de fato entendemos, significamos ou apenas nos surpreendemos, tirando ao vento segredos que nos revelam, e selam a aliança que temos com o Deserto e as Rosas, o Ser e o Nada, Deus!

Afinal, hoje no mundo em que vivemos onde a vida está em último plano, quem pode nos provar o porque da vida e de estarmos neste mundo? Se ninguém, Ser Humano, pode nos provar sobre que regras somos julgados, se somos julgados e por quem? O que é a verdade neste contexto? O que pode ser considerado certo ou errado em um mundo aonde para as perguntas essenciais não se busca as respostas; e onde muitas respostas são dadas as perguntas não essenciais. Toda a humanidade e a história encontraram em seu caminho, pedras deste quebra-cabeça. Alguns preferem dividi-lo em dois: Razão e Sentimento! Outros passam pelo mundo sem solucionar a sua parte do quebra-cabeça, enterram-se sem saber porque vieram ao mundo? Sem revelar o Seu Ser, a partir das respostas das perguntas essenciais. O que vai dificultando a solução, para os que permanecem na luta. A luta está em perguntar Por Que? Entender e revelar a resposta através das palavras, podendo assim interligá-las de forma que possamos primeiro enxergar todo o quebra-cabeça para saber exatamente aonde as partes se encaixam! Cada um encontrará a sua, até que um dia poderemos encontrar a Solução, que com certeza terá em cada uma de nossas respostas, a visão do holograma da felicidade, isto se o nosso horizonte for a busca da sabedoria que é vizinho da Bondade e da Coragem.

Até lá não podemos castrar nossa liberdade e vontade. O resto são lições simples que devemos vivê-las com rigor, sendo que isso é a metade do caminho. A outra metade são os valores que trago comigo durante esta jornada.

Só determinados valores serão premiados, outros nos levam a trajetória errada. Os caminhos são simultâneos, porque a forma de percorrê-los depende do seu conteúdo. Devemos segui-lo com determinada ordem, por isso esperamos que cada um defina seu ritmo, e que ele seja constante depois de definido, não importando se a sua resposta ainda não esteja nos livros; afinal se estivesse não estaríamos falando sobre isto, a necessidade de cada um descobri-la! O que importa neste caso é que sua Sabedoria possa guiá-lo e que diversas fontes da expressão humana forme um único saber simples, que possa ser dialogado com o outro, ensinado na escola, esta a primeira que deveríamos freqüentar!

Até lá eu não quero viver dentro de uma ideologia que não me pertence, que tem as rédeas do meu destino, controlado por quem o criou ou detém o poder sobre este caminho. Quero caminhar, viver, Ser uma ideologia ou um sonho que acredite nele tanto quanto acredito em mim. Quero criar meus mitos, símbolos... mas antes da criação quero entender a razão da sua existência, mesmo que esta seja viver sem razão, construindo crenças ou Mitos. Mais até lá, quem sabe terei uns momentos de felicidade, paixões fortes, exatamente porque estarei vivendo dos meus sonhos, de minhas crenças. O meu futuro será o meu presente, pois tudo aquilo que acredito, viverei hoje! Como hoje se vive em função do dinheiro, prazer, de imposições de outras pessoas! Não mais viverei assim, penso, assim faço. Hoje reconheço quem trava suas relações de poder comigo e porque! Quem vende seus Mitos, Ideologias. Quando na verdade, são estas instituições, que representam o poder da verdade, que tiram do Ser o que há de mais humano nele: a Liberdade!

Por isso é importante descobrir que por detrás de uma história, existe uma história de como ela foi construída. Porque elas são narradas daquela forma, os personagens, os temas, os cenários, o roteiro como um filme ou documentário. Alguém que de alguma forma organizou e sistematizou a sua construção. Todas as histórias têm a sua mágica, é importante “desvendá-la”! Por esta razão, gostaria de contar a história da minha história. E assim possamos nos comunicar em essência e intensidade! Quando o amor não for mais proibido, já teremos rompido com a Ditadura do Silêncio e conhecido melhor a história de nossas histórias de vida aonde realizamos as perguntas proibidas e o deserto com rosas floriu. Porem antes de ser rosa sua história começa como semente em sua infância

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