SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Pag 27- CAPITULO 4- A HISTÓRIA DE UMA HISTÓRIA. ADOLESCÊNCIA – inquietação, conflito, busca, descoberta...





Isaac, gostava de seguir o inverno, aqueles ventos eram o seu psicólogo. Neles encontrava a sua paz, na Legião Urbana, a sua rebeldia. Não só pelas letras das musicas, com sua profundidade, mas pelo ritmo da vida pulsando, como em “Faroeste Caboclo”!


Ele acreditava que todos têm seu ritmo. O ritmo de cada um é a própria harmonia de sua vida, porém esta é a época, da historia da humanidade, onde mais somos incentivados a tocar nossa música, a viver o nosso ritmo, a fazer o nosso filme, pintar nossos quadros, criar nossa filosofia, escrever nosso tratado cientifico, lutar por nossa política e quem acredita e defende este modelo de mundo, bem-vindo ao anarquismo (tantas vezes confundido e mal interpretado, pelo viés exageradamente político) da juventude, em que cada grupo de pessoas, cria a sua própria ordem, sua tribo, dentro de um pluralismo e diversidades que não castra as individualidades e permitem que o novo sempre surja. Pois é por esta razão que as rosas até hoje cantam, protestam...

Isso não é liberalismo. Não procuramos obrigar ninguém a ser liberal ou conservador. Só queremos que aqueles que gostam da “máfia” possam combater-se entre si mesmos, contanto que as conseqüências de seus atos não atinjam a quem não concorda com as regras do jogo. Os que querem conservar a tradição, não a conserve as custas dos trabalhadores progressistas. São regras simples. Quem quiser ser contra os homossexuais, crie a sua comunidade e viva longe deles. Deixem eles viverem da mesma forma que eles os deixarão viver.

Sabemos que existem questões que envolvem a todos como a ecologia e as guerras mundiais, porém se não quisermos extrapolar nossos limites saberemos conviver com eles. Ninguém tem o direito de declarar uma guerra mundial, seja por motivos religiosos ou econômicos! Também temos a impressão, de que em certos assuntos, a razão já superou as opiniões carregadas de todo tipo de interesse e destruiu qualquer lógica que a justifique.

Ninguém deve ser burro em apoiar que a camada de ozônio desapareça. Se tal indivíduo existir, devemos oferecer a ele gratuitamente e individualmente as conseqüências de sua opinião. Sei que não é tão simples, do mesmo jeito que gosto de inverno, outras gostam de verão... uns poderão gostar, de burlar as regras do jogo, de matar por matar, de utilizar o seu poderio econômico ou militar para impor seus acordos e todos nós sofreremos as conseqüências.

Apesar de tudo que falamos até aqui, dependendo da sua opinião, poderia se transformar em cinzas no seu balde de lixo. Porém podemos recordar por alguns minutos: quantas barreiras cientificas já quebramos para viver hoje na ciência da incerteza? Vivemos na ciência da crença, ou seja, mesmo para a razão existir temos que ter uma forte crença nos resultados que buscamos. A filosofia existencialista nos “condenou a liberdade, a abandonar os sistemas e viver o ser e o nada” e a partir de nós, construirmos nossos castelos existenciais, alicerçados pela crença onde viveremos...

A espiritualidade talvez seja uma das principais preocupações do homem moderno, porém não está nas igrejas, nos templos, nos ditos “enviados de Deus” e sim na relação do homem com o seu criador, sem intermediários, ou “só há um mediador entre Deus e os homens, Jesus, o Deus Filho”. Também queremos construir essa relação na política com a democracia direta, com votos via Internet e outros mecanismos que visem eliminar os representantes, que simplesmente “representam”, como se estivessem num Teatro, pois nenhum ser humano substitui um outro. Na educação, religião, trabalho e na arte o homem é conspirado, como nunca, pelo universo, que criou, a viver de suas idéias, a criar o seu mundo.

Isaac lembrou do filme Stigmata, de Rupert Wainwright, baseado num Pergaminho Aramaico, do Século I d. C., encontrado no Mar Morto, em Nag Hamadi, proximidades de Jerusalém. Algumas pessoas da Igreja temiam que tal documento pudesse destruir a autoridade da Igreja Moderna. Nele estão as palavras de Jesus aos discípulos na Última Ceia, suas instruções sobre como continuar a Igreja, após a sua morte.

Se estabelecia que a Igreja de Cristo era muito mais que um prédio. Cristo não estaria em prédio de madeira e pedra. Não precisaríamos de uma instituição entre “mim (Deus) e o homem (nós)”. Somente Deus e o homem. Sem representantes nem Igrejas.

“O Reino de Deus está dentro de você, à sua volta, não em templos de pedra e madeira. Rache uma lasca de madeira e estarei lá. Levante uma pedra e me encontrará”. É este o Evangelho de Tomé, considerado por estudiosos o mais precioso registro das Palavras de Jesus Cristo. O Vaticano não o reconhece e descreve como herético. Era o que lembrava o filme “Stigmata”. Portanto, não se trata do fim da História como pregou o filósofo Furukawa e sim, o fim de algumas instituições que mesmo mortas em sua razão de ser, ainda coordenam nosso viver, a exemplo dos modelos centralizadores, normativos e autoritários das Universidades, Estado e Igreja.

Novas formas de ser, pensar, gerir, viver estão surgindo e se auto organizando, a partir de modelos únicos, baseados nas realidades e nos contextos em que surgem como por exemplo, nas novas organizações não-governamentais, no direito alternativo, nas comunidades formadas a partir do poder local, em novas formas de educar, trabalhar, fazer arte, enfim, um novo mundo que surge a partir do apocalipse das instituições, configurando o juízo final dessa sociedade. Esse apocalipse – o fim da história, o fazia recordar do que havia lido no livro “Deus, Genes e o Destino”, de Steve Jones, lido durante sua viagem à Cidade de Armagedão, na Terra Santa, onde o autor afirma “que em quatro mil anos esta cidade foi devastada e construída vinte vezes”, por diversos reis e por diversos motivos. Assim serão nossas cidades como São Paulo, Nova Iorque, Paris, Jerusalém, Tóquio, Berlim, Moscou, JonhsBurg, que através da dança de seus “reis”, instituições e formas de viver, provocam constantemente apocalipses, esperanças, medos e mudanças. Mas, mesmo assim, oportunidades de seleção da semente humana entre os que serão salvos e os malditos, para um novo mundo que surge.

Muitos diriam, isto é o caos. Todavia a certeza que nós buscamos nunca existiu. Mais muitos pagaram o preço da certeza dos outros. Quantos Hitler levou com ele pro inferno? Por quantos homicídios o comunismo e o capitalismo respondem? Quanta vida foi castrada pela moral, tradição e inquisição? Quantos morreram de AIDS, sem seres responsáveis por ela e quantos morreram de fome e doença, porque algumas Nações não sabem jogar dados no mercado financeiro?

O que aparentemente mostra-se complicado e complexo para mentes carregadas de instituições, preconceitos que acumularam até as 18 anos, como disse Einstein “é o bastante simples!” Apenas almejamos que cada um viva o seu livre-arbítrio, em comum com aqueles que concordam com as regras do jogo. Não importa o jogo, contanto que não prejudique quem pagará um preço por um cheque que não assinou. Não se trata apenas de preconceitos pessoais, exigem também a eliminação de preconceitos culturais , espirituais e sociais! O desemprego não é uma conseqüência da natureza. Nem a pobreza. Principalmente aqueles que pagam o caviar de quem são nobres por natureza, apesar de ser filho de empresário, que herdou a mais-valia. 

Não posso esquecer que Marx, não era marxista, era, antes de tudo, economista. Que hoje o capital fictício é lembrado por capitalistas que perderam sua indústria no mercado financeiro.
E que antes classificavam Marx como um isto diferente do deles. Infelizmente Marx é como Einstein, não porque são judeus, apenas porque ampliaram e aprofundaram a realidade para quem queira concordar ou não, a teoria da relatividade existirá como a mais valia. Tratam-se de conceitos, que ultrajados pela Ideologia tornam-se comuns ao bom senso e ao senso comum, para quem sobrevive dele, às custas de quem deveria lucrar com o seu trabalho!

Nenhum comentário:

Postar um comentário