As biografias são escritas com palavras em livros e agora com imagens em séries pela internet mas cada passo foi determinante para se tornarem personagens de nossa história. Compreender como seres se individualizam e se tornam singulares em cada escolha de vida diante dos desafios que a terra impõe é aprender sobre o despertar de uma vida sistêmica que lida com várias dimensões e áreas do ser se tornando única ao transformar a terra que vivemos.
Adoro ler biografias de artistas porque eles produzem obras de arte únicas que não podem ser reduzidas a um aspecto da vida daquele ser. Elas são síntese de escolhas e formas de olhar o mundo. Esse belo que muitas vezes nos deixa triste nem sempre foi produzido pelo bem, muitas vez o mal e o sofrimento produziram arte.
Descobrir que Dostoiévski era Engenheiro, fez política contra o czar, e foi preso na Sibéria me fala muito sobre seus livros. Assim como o Inferno de Dante na política e um amor nunca realizado. Rimbaud cansou de ser poeta e foi caçar diamantes da África assim como Shakespeare ficou rico com suas peças. Nada linear nem científico como nossos currículos e métodos que querem nos educar, repleto de contradições, incertezas, e saltos no escuro sem luz.
Escolhi alguns artistas e estudei suas obras e biografias visando encontrar alguns passos que são essenciais para desenvolvimento e inovação de nosso ser. Muito mais que suas obras foram suas escolhas de vida que nos ensinam muito mais que suas artes. As artes são consequências das vidas sistêmicas, não apenas de suas personalidades, família, educação, contexto social e desafios da época, política, economia, tecnologias, o que faziam para sobreviver, espiritualidade, saúde, relacionamento com a natureza, viagens, artistas que lhe influenciaram e outros. Os temas e as formas como produzem sua artes com técnicas da época mas principalmente inovando, revelam os limites que eles transgrediram para produzir suas singularidades, transformando a própria vida numa obra de arte.
Porém não posso falar em arte sem falar de economia numa visão sistêmica pois elas impactam sobre o desenvolvimento do ser de diversas formas. Alguns economistas brigam entre si mas me ajudam a iluminar o caminho de forma complexa e sistêmica de como a economia pode ajudar a transformar e realizar vidas únicas e não destruí-las ou massifica-las; quase sinônimos.
O pensamento de Amartya Sen começa com o estudo de como alcançar o bem comum a partir da escolha coletiva dos caminhos mas leva a necessidade de recolocar a ética na economia. Essa escolha do Prêmio Nobel de economia nos ensina o desenvolvimento do ser como liberdade que leva de novo a necessidade de dialogar sobre sistemas de justiça como algo que restringe o bem comum e a liberdade da maioria.
Entender a trajetória da pessoa e de seu pensamento nos ensina que a esquizofrenia de John Nash que nos levou a lidar com múltiplos caminhos ao mesmo tempo na economia nascendo a teoria dos jogos, leilões e outros como métodos mais adequados a dinâmica e a complexidade da sociedade que vivemos. Assim como as consequências da primeira guerra foram lições determinantes para Keynes pensar os caminhos que nos levaram a sair da segunda guerra com economias mais humanas e mais democráticas em suas oportunidades e direitos. Porém de que adianta pensar a economia por esses vários caminhos propostos por esses pensadores sem pensar a inovação e destruição no capitalismo e comparar esse sistema com o socialismo como fez Schumpeter.
A economia é múltipla e diversa de acordo com suas tecnologias, mercados, preços, setores, múltiplas relações que ela provoca na sociedade e na política com os governos, empresas, meio ambiente, pessoas e suas respectivas inovações tecnológicas. Reduzi-las a um, dois ou três fatores é negar a compreensão de uma lei da casa e todas as relações com a sobrevivência, fome, miséria, criminalidade, violências, consumo, publicidade e indústria cultural sem a qual ela não sobrevive como conhecemos hoje. Resumindo até a economia precisa de arte para viver e se tornar única. A arte com Dickens e Victor Hugo nos ensinou muito sobre as piores consequências da economia na vida de milhões de pessoas e mudou as leis e o pensar de economistas com novas razões, sentimentos, valores e sonhos nada calculáveis inovando seres e a Terra que vivemos com novos desafios.
Neste encontro entre arte e economia necessitamos de filosofia para compreender como a Escola de Frankfurt necessita da crítica como essencial para o despertar do ser na compreensão de nossa sociedade porque sem criticar nosso ser e nossa sociedade como podemos inovar o ser e a Terra de forma sistêmica ? infelizmente nos tornamos reféns de modelos que nos anulam ou destroem nossas capacidades de criar e imaginar ! É preciso dar outros passos para compreender para onde estamos indo antes mesmo de mudar o caminho porque o despertar tem que ser consciente e mágico, mas isso fica para outro diário quando vamos dialogar com filósofos e educadores sobre uma Educação e uma economia na teia da vida que nos leva as novas formas de governar e a respectiva integração tecnológica, ambiental e espiritual. Os 3 capítulos da minha tese sobre uma inovação sistêmica do ser e da terra. É nos bales da vida em troca de pão que vivemos e escrevemos nossa biografia em busca personagens de uma nova história e de um terra da sabedoria para uma era depois das oligarquias, gangues partidárias e elites que enricam roubando o Estado.
Nem tão longe que eu não possa ver
Nem tão perto que eu possa tocar
Nem tão longe que eu não possa crer
Que um dia chego lá
Nem tão perto que eu possa acreditar
Que o dia já chegou
No alto da montanha, num arranha-céu
No alto da montanha, num arranha-céu
Se eu pudesse, ao menos te contar
O que se enxerga lá do alto
Com céu aberto, limpo e claro
Ou com os olhos fechados
Se eu pudesse ao menos te levar comigo lá
Pro alto da montanha, num arranha-céu
Pro alto da montanha, num arranha-céu
Sem final feliz ou infeliz, atores sem papel
Nenhum comentário:
Postar um comentário