O Educador americano John Dewey nos lembra que “ A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida. “ E “ Os homens nunca usaram totalmente os poderes que possuem para promover o bem, porque esperam que algum poder externo faça o trabalho pelo qual são responsáveis.”
Sim podemos escrever e construir uma história sem o Estado na medida em que esse tem servido para guerras, corrupção, destruição da natureza, e aumento das desigualdades e violências . Uma autoconsciência da sociedade civil e de cada pessoa é mais poderosa que qualquer lei e mais feliz que sucessos e catástrofes. Sim talvez podemos aprender com a história e as catástrofes e com nosso próprio ser pelas experiências.
Visando conquistar nosso liberdade devemos exercer nosso poder como defende Dewey. Porém “ Nós só pensamos quando nos defrontamos com um problema.” Os desafios que a sociedade enfrenta ao invés de catástrofes tem o poder de nos educar ao mesmo tempo nos liberta de viver em busca de sucessos frágeis e tristes.
Diante de tantas tragédias apreendemos a responde-las com comédias cada vez mais fugazes como drogas momentâneas quando devemos nos educar para vida e os desafios do mundo que vivemos. Uns dizem que o dinheiro é a resposta para tudo é uma pena que eles não conhecem o livro negro nos quais são inscritas as notas mais importantes sobre as fortunas e seus segredos que por exemplo o crime organizado ensina todos os dias a milhões de crianças e jovens pelo mundo.
Vivemos numa sociedade em que os vizinhos contam os segredos, as paixões ludibriadas, as vaidades feridas, os vícios , os desapontamentos, as vinganças, os tagarelas são os melhores agentes da polícia; muito melhor será quando podemos falar de amor , amizades, alegrias, sem a vergonha de inovar o nosso ser mudando nossa casa, comunidade e a cidade que vivemos com elos que transbordam de paz.
Ao invés disso o mundo tem se tornado cada vez mais complexo e ingovernável em que destinos heterogêneos e extremos se misturam e se perdem. Como os chamou Adorno "caçadores de sangue" compreendendo as fraquezas das pessoas e a catástrofes que vivem muitos se tornam pastores, empresários da fé transformada em lucro, se misturam com outros corruptos políticos, empresários escravocratas, educadores do sucesso e das notas, artistas de sorriso fácil que propagam o cinismo, a desumanidade, a indiferença em relação ao destino do outro. A comédia humana alimentada pela dor tem sido bem pior que a Divina comédia de Dante.
É nesta sociedade que a juventude e a maturidade necessitam cada vez mais de conhecimento que na visão de Dewey “ EDUCAÇÃO NÃO É UMA QUESTÃO DE FALAR E OUVIR,MAS UM PROCESSO ATIVO E CONSTRUTIVO.” É preciso desafiar as pessoas e dar poder pois “ a mais profunda das solicitações na natureza humana é o desejo de ser importante” .
Devemos reconhecer que continuar com os mesmos modelos nas escolas e Universidades têm conduzido a rigidez, a cristalização e a morte de pessoas mesmo em vida, reproduzindo comportamentos destrutivos e não a liberdade, só a mutação, ainda que seja dolorosa, perpetua a vida.
Compreender porque buscamos o sucesso e o que nos leva a catástrofes nos educa pelo conhecimento que liberta, que gera um círculo sem fim, um equilíbrio e um compromisso com nossas vidas e com o mundo que vivemos, a devida proximidade e o distanciamento, a participação apaixonada e o conhecimento confiável.
O mundo colocou tudo a venda inclusive a fé, o amor e a educação , misturou capital e sorte na bolsa de valores, transformou democracia em corrupção, guerra em negócios, portanto para vencer os banqueiros precisamos muito mais que perfume, inteligência e profecias.
Muito mais do que novas modas ou tecnologias aonde as escolas ou a vida não pode parecer um shopping ou salão de belezas. Tudo que era sagrado é profanado, o que era sólido virou poeira no ar, e não fomos educados a pensar sobre isso.
Temos que buscar enxergar e imaginar o mundo e o ser como páginas em branco e escrevê-las com experiências que amplie o ser e não reduza seu potencial. Multiplicar destinos e vidas capazes de escrever de forma singular milhares de histórias em suas vidas. Não cem mil jovens buscando o mesmo sucesso pelos mesmos caminhos se digladiando entre si e cada um plantando sementes de catástrofes pelas consequências de seus atos nas bolsa de valores, guerras, crimes, drogas, destruição da natureza, consumo, servindo a podres autoridades e políticos com suas paixões egoístas. Fortunas rápidas as custas de combates ferozes, um devorando o outro. Ao invés desse caminho podemos educar cem mil jovens para viver histórias que inovem seu ser e a terra que vivemos.
Dewey é um bom mestre nessa jornada que não cabe em 80 dias nem em dar a volta ao mundo. Os caminhos e os passos são outros mais naturais e orgânicos menos artificiais. “Se alguém desejar perceber a distância que pode haver entre os “fatos” e o significado dos fatos, permitam que esse alguém entre no campo da discussão social. Muitas pessoas parecem supor que os fatos carregam em si o seu significado, na sua própria face. “
É preciso experimentar, compreender e viver cada passo. A teoria de Dewey se inscreve na chamada educação progressiva. Um de seus principais objetivos é educar a criança como um todo. O que importa é o crescimento — físico, emocional e intelectual.
O princípio é que os alunos aprendem melhor realizando tarefas associadas aos conteúdos ensinados. Atividades manuais e criativas ganharam destaque no currículo, e as crianças passaram a ser estimuladas a experimentar e pensar por si mesmas. Nesse contexto, a democracia ganha peso, por ser a ordem política que permite o maior desenvolvimento dos indivíduos, no papel de decidir em conjunto o destino do grupo a que pertencem. Dewey defendia a democracia não só no campo institucional, mas também no interior das escolas.
Aprender a ser herói mesmo que por um dia é a melhor forma de inovar de forma sistêmica seu ser e a terra que vivemos. Mas que o que ser herói hoje ? que ilusões vendemos e propagamos do sucesso e do prazer a qualquer preço pela ausência de uma educação sistêmica capaz de inovar e criticar o ser e a Terra que vivemos.
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