SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

sábado, 27 de setembro de 2025

É aí que entra o processamento emocional.



Pensar é mais do que um ato automático do cérebro, é um processo que organiza nossas emoções, influencia nossas atitudes e define o rumo das nossas decisões. Quando os pensamentos estão embaralhados, como um emaranhado de fios coloridos, nossas ações tendem a ser impulsivas, confusas e até prejudiciais às nossas relações pessoais e profissionais.

É aí que entra o processamento emocional.

O cérebro humano possui áreas distintas que participam desse jogo entre emoção e razão.
A amígdala cerebral, por exemplo, é como um alarme, dispara respostas rápidas diante de ameaças ou pressões, típicas em períodos de prova ou vestibular.
Já o córtex pré-frontal é responsável pelo planejamento, autocontrole e tomada de decisão. O equilíbrio entre essas duas áreas é o que nos permite não apenas sentir, mas dar sentido ao que sentimos.

Quando o estudante aprende a “soltar” a tensão (através de práticas como atividade física, escrita ou meditação), reduz-se a hiperatividade da amígdala. Isso libera o córtex pré-frontal para funcionar melhor, exatamente o que é necessário para memorizar fórmulas, organizar redações e manter a calma no dia do Enem.

Comportamento não é só o que fazemos, mas também como pensamos e sentimos antes de agir. Quando uma emoção não é processada, ela se infiltra em atitudes automáticas, a procrastinação, a ansiedade que paralisa, a raiva que explode em sala de aula ou em casa. Já quando conseguimos separar e identificar os sentimentos, temos mais clareza para escolher respostas conscientes e eficazes.

Isso vale também para algo que todos enfrentamos, o comentário desnecessário ou inadequado que escutamos ou lemos. Sem processamento emocional, reagimos no impulso, devolvendo com agressividade ou nos fechando em mágoa. Mas, quando aprendemos a organizar pensamentos e emoções, conseguimos responder com firmeza e respeito, ou até escolher o silêncio consciente, sem deixar que aquilo se torne um gatilho que nos tira do equilíbrio.

No contexto escolar, especialmente em épocas de pressão como Enem e vestibular, a gestão dos pensamentos e emoções é tão importante quanto o conteúdo estudado. Não adianta dominar a matemática se a mente está dominada pelo medo. Processar emoções ensina o aluno a entrelaçar raciocínio e afeto, criando narrativas internas de confiança e resiliência: “Eu posso não saber tudo, mas sei o suficiente para avançar.”

Esse treino emocional impacta além da prova, melhora a convivência com colegas, fortalece a relação com professores e dá aos jovens um recurso que levarão para a vida adulta: "a capacidade de não se perder no emaranhado mental, mas de construir uma trama coerente entre sentir, pensar e agir."

Pensar bem não é luxo, é ferramenta de sobrevivência e de crescimento. É o que nos permite transformar caos interno em clareza, e clareza em ação que faz diferença no mundo.

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