SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

sábado, 23 de julho de 2022

Como onda de saques por fome deu origem à milícia em município do RJ

 

  • Thais Carrança - @tcarran
  • Da BBC News Brasil em São Paulo
Populares saqueando lojas na Baixada Fluminense

CRÉDITO,REPRODUÇÃO FATOS & FOTOS

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'Grande saque' de 1962 em Duque de Caxias resultou em 42 mortos, 700 feridos e mais de 2 mil estabelecimentos atingidos. Segundo estudiosos, episódio marcou o surgimento de uma polícia paga para proteger o comércio, origem das milícias na região.

Há 200 anos, o Brasil se tornava independente. Há 100, assistia à Semana de Arte Moderna. Mas um outro acontecimento histórico, menos conhecido, completa 60 anos em 2022. 

Trata-se da maior onda de saques da história do país, que teve início em Duque de Caxias e se espalhou por toda a Baixada Fluminense. 

Em meio à inflação, à fome e a uma greve geral, o quebra-quebra aos gritos de "Queremos comer" e "Saque" deixou ao menos 42 mortos, 700 feridos e mais de 2 mil estabelecimentos atingidos, muitos dos quais nunca se recuperaram. 

"A respeito dos distúrbios, o então prefeito Adolfo David declararia ao Jornal do Brasil que tinha assistido a uma verdadeira batalha, onde mulheres, homens e crianças gritavam que preferiam morrer lutando, a morrer de fome", relatam Rogério Torres e Newton Menezes, no livro Sonegação, Fome, Saque (1987), que relata os acontecimentos de 5 de julho de 1962.

Em resposta ao episódio, comerciantes da Baixada Fluminense passaram a patrocinar grupos armados para proteger suas lojas. Segundo pesquisadores, os grupos conhecidos como Brigada de Defesa da Família Caxiense e Turma do Esculacho marcam a origem das milícias na região.

Em 2019, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro estimava que as milícias atuavam em 14 cidades do Estado do Rio e em 26 bairros da capital, com mais de 2 milhões de pessoas vivendo sob o jugo de paramilitares. 

O que estava acontecendo no Brasil em 1962 

E agosto de 1961, com apenas sete meses de mandato, Jânio Quadros renunciou à presidência da República em meio a uma crise política, numa tentativa de voltar nos braços do povo, com mais poderes. O tiro saiu pela culatra, e a renúncia foi prontamente aceita pelo Congresso. 


Mas o Congresso apenas permitiu a posse de Jango, em setembro daquele ano, sob um regime parlamentarista, tendo Tancredo Neves como primeiro-ministro. Foi uma forma de limitar os poderes do político percebido pelos militares e setores da sociedade civil como "subversivo" e "comunista". 

"João Goulart assume, mas a estrutura social, econômica e política do país estava numa crise profunda. O próprio Jango expressava todo um movimento crítico a essa realidade. Ele pregava grandes mudanças, com uma base política vinda do trabalhismo e com apoio de movimentos sociais e sindicais, que cresciam muito nessa época", lembra José Cláudio Souza Alves, professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFFRJ) e autor do livro Dos barões ao extermínio: Uma história de violência na Baixada Fluminense (2020), em entrevista à BBC News Brasil. 

Naquele início dos anos 1960, uma série de fatores contribuíam para uma crise econômica profunda. Entre eles: um endividamento externo crescente, herdado das políticas desenvolvimentistas do governo Juscelino Kubitschek (1956-61); elevados déficits comerciais e redução da capacidade de importação do país; e um aumento da inflação que se agravava desde o final dos anos 1950. 

Em 1960, a inflação acumulada foi de 25,4%; no ano seguinte, de 34,7%. Em 1962, o ano do grande saque, a alta de preços chegaria a 50,1% e a 78,4% em 1963. 

Manchete do Última Hora diz 'Explode a revolta nas filas da fome'. 3 de julho de 1962

CRÉDITO,REPRODUÇÃO ÚLTIMA HORA

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Mesmo antes de 5 de julho, episódios de violência devido à inflação e à fome já explodiam no país. Na manchete do jornal Última Hora de 3 de julho de 1962, saques em Niterói (RJ)

"Há uma inflação galopante, um aumento acelerado de preços das mercadorias da cesta básica", afirma Marlúcia Santos de Souza, coordenadora geral no Centro de Referência Patrimonial e Histórico de Duque de Caxias (CRPH/DC). 

"Começa então uma pressão dos movimentos feministas no Brasil inteiro, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro. Os movimentos de mulheres 'Panela Vazia', contra o custo de vida, contra a carestia vão pressionar o governo no sentido de controlar os preços dos alimentos." 

Com preços tabelados pela Cofap (Comissão Federal de Abastecimento e Preços), comerciantes retiravam mercadoria das prateleiras, para vendê-las a preços mais altos no mercado paralelo. 

"Faltava arroz, pão, feijão, enfim, raro foi o dia em que um ou mais produtos não entraram no 'index' dos sonegadores. Parecia que o país vivia em clima de racionamento de guerra. Como sempre, mais uma vez o governo Jango era responsabilizado pela carestia e pela falta de gêneros", escrevem Torres e Menezes. 

Em meio à pressão crescente da sociedade civil, o primeiro-ministro Tancredo Neves renuncia e João Goulart indica San Tiago Dantas para substituí-lo. Dantas tinha o apoio da esquerda do Congresso e do movimento sindical, mas sua indicação foi vetada pelos setores conservadores. 

Em resposta ao veto e à indicação para o cargo do conservador Auro de Moura Andrade, o movimento sindical convocou uma greve geral para o dia 5 de julho. 

5 de julho de 1962: da greve ao saque 

"Frente à fome e à crise econômica que se abatia sobre a Baixada e temerosos de perderem seus empregos, os trabalhadores saíam de madrugada dos bairros mais distantes de Duque de Caxias e se aglomeravam próximos à Praça do Pacificador, no centro do município", escreve José Cláudio Souza Alves, em seu livro, baseado em tese de doutorado defendida no Departamento de Sociologia da USP (Universidade de São Paulo). 

Frustradas pela impossibilidade de chegar ao trabalho, cerca de 20 mil pessoas se concentravam nos arredores da praça por volta das 4h30 da manhã. 

Foi quando correu a notícia de que, em uma casa comercial próxima, havia feijão, produto que naquele momento tinha praticamente sumido da mesa das famílias. 

"Imediatamente após o saque da Casa da Banha, localizada na antiga estrada Rio-Petrópolis, quase ao lado da Galeria Baltazar, foi a vez dos demais estabelecimentos que estavam próximos: Armazém Dragão, Supermercado São Vicente, Mercadinho Nacional", relatam Torres e Menezes. 

Populares saqueando lojas na Baixada Fluminense

CRÉDITO,REPRODUÇÃO FATOS & FOTOS

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Cerca de 20 mil pessoas se concentravam nos arredores da Praça do Pacificador, no centro de Caxias, quando correu a notícia de que, em uma casa comercial próxima, havia feijão. Assim, começaram os saques

"A população carregava tudo que encontrava e, dos armazéns, passou aos açougues e padarias. Pelas ruas, homens, mulheres, crianças e velhos transportavam da maneira que podiam os mais diversos artigos: latas de biscoitos, sacos de arroz, feijão, mantas de carne-seca e até mesmo peças inteiras de carne", completam os autores. 

Do centro de Caxias, a revolta se espalha por outros municípios da Baixada, como São João do Meriti e Nova Iguaçu. Ao meio-dia, praticamente todo o comércio de alimentos já havia sido saqueado, sendo poupados apenas estabelecimentos que estenderam na fachada a bandeira do Brasil, com faixas de apoio "à legalidade democrática". 

Saqueadores saqueados, linchamentos e mortes 

Numa padaria na Av. Presidente Vargas, dezenas de pessoas que saíam com produtos saqueados foram atacadas por outras que esperavam do lado de fora. 

O dono de uma loja de materiais de construção que, armado, tentou defender uma padaria vizinha, foi morto com um paralelepípedo. Um comerciante português atingiu um menor de idade ao atirar contra a multidão, sendo posteriormente linchado. 

Após um jovem de 14 anos ser ferido durante tiroteio, o dono de uma boate foi atacado a pedradas e todos os móveis do estabelecimento empilhados na rua e incendiados. 

Capa do jornal Luta Democrática com a manchete 'Polícia massacrou, comerciantes reagiram a bala, a multidão enfurecida linchou e enforcou'

CRÉDITO,REPRODUÇÃO LUTA DEMOCRÁTICA

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Capa do jornal Luta Democrática relata os episódios de violência durante o 5 de julho de 1962

"Nós ouvimos a quantidade de pessoas que vinham na frente, gritando 'Quebra! Quebra!', e os outros que vinham atrás já saqueando tudo, quebrando todas as portas", recordou a aposentada Maria Concebida, em entrevista sobre suas memórias daquele 5 de julho, ao documentário 1962: O Ano do Saque (2014), de Rodrigo Dutra e Victor Ferreira. 

"Onde tivesse uma porta fechada que fosse de comércio, quebrava. E carregava de tudo. Então meu marido [falou]: 'Eu vou entrar, porque nós vamos passar fome'", contou Concebida. 

"Nós levamos arroz, feijão e farinha. Era a única coisa mais fácil para carregar. Não roubava as coisas de dentro das casas, não. Era só alimento. No fim, os bebuns começaram a carregar as outras coisas: cachaça, bebida, tudo." 

A greve geral e a onda de saques sem precedentes estamparam as capas e páginas internas de todos os jornais na sexta-feira, 6 de julho de 1962. 

Sob a manchete "Explosão popular no Estado do Rio: 700 vítimas e dano de 1 bilhão", o Jornal do Brasil reportava: "O Palácio do Ingá [então sede do Governo Fluminense] informou ontem à noite que 42 pessoas morreram, e 700 foram feridas em quatro Municípios do Estado do Rio, onde a população se revoltou e, ganhando as ruas, invadiu um a um todos os armazéns, empórios e mercadinhos, num saque sistemático que causou prejuízos de Cr$ 1 bilhão [1 bilhão de cruzeiros]. (...) A manifestação foi a maior dessa espécie já verificada no País." 

Capa do Jornal do Brasil com a manchete 'Explosão popular no Estado do Rio: 700 vítimas e dano de 1 bilhão'

CRÉDITO,REPRODUÇÃO JORNAL DO BRASIL

José Cláudio, da UFFRJ, conta que muitos estabelecimentos comerciais da Baixada nunca se recuperaram desse episódio. 

Num relatório interno, a Associação Comercial e Industrial de Duque de Caxias concluiu que 30% dos comerciantes saqueados não se restabeleceram, 50% voltaram em condições precárias e apenas 20% retornaram em condições normais, cita o professor, em seu livro. 

"Os processos de indenização eram complexos, pois eram necessárias regularizações e documentações para acessar. Então os comerciantes mais dinâmicos, mais organizados, mais poderosos conseguiram obter recursos volumosos e reestruturam seus mercados. É quando surgem supermercados como Sendas e Casa da Banha", diz Marlúcia, do CRPH/DC, sobre o processo de concentração do varejo em grandes redes, após a onda de depredação. 

Outra consequência do levante popular de 5 de julho foi um reforço na segurança por parte dos comerciantes através de grupos armados. 

"O delegado convocou voluntários para o policiamento da cidade. Estes, em grupo de 12, formariam a Brigada de Defesa da Família Caxiense. Surgia assim uma força paramilitar da qual faziam parte muitos jovens que pertenciam a famílias abastadas da cidade", escreve José Cláudio. 

Eronides Batista, presidente da Associação Comercial, assim justificou a criação da milícia, em reportagem da revista Fatos & Fotos, de 21 de julho de 1962: 

"Milícia é forma de expressão. Não há comando militar. Eles apenas procuram evitar novos saques e perturbações; e até hoje não houve incidentes entre eles e o povo. Nós não somos favoráveis, é evidente, à fome. Mas não somos responsáveis por ela", defendeu Batista. 

Páginas internas da revista Fatos e Fotos com a manchete 'A mílicia da ordem'

CRÉDITO,REPRODUÇÃO FATOS & FOTOS

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As milícias de Duque de Caxias foram tema de reportagem da revista Fatos & Fotos, de 21 de julho de 1962

O professor da UFFRJ avalia que essa milícia nascente é diferente por exemplo, do grupo de Tenório Cavalcanti, político de Caxias conhecido como o "Homem da Capa Preta", vestimenta que usava para esconder a submetralhadora que sempre carregava, chamada Lurdinha. 

"Cavalcanti tinha um grupo de capangas, mas de âmbito privado, pessoal. O que acontece em 1962, que é a indicação de algo diferenciado, é a formação de grupos de vigilantes, homens que vão pegar em armas para proteger o comércio, muitos deles ligados à classe média, como a Turma do Esculacho", cita José Cláudio. 

Ele destaca que muitos desses "playboys armados" se projetam politicamente a partir de sua ação nas milícias, caso, por exemplo de Hydekel de Freitas, genro de Tenório Cavalcanti, que depois se tornaria prefeito de Duque de Caxias e deputado federal. 

"Surge daí a ideia da formação de uma estrutura de segurança contra uma ameaça que são os próprios populares da cidade, ao passarem necessidade e fome. É o embrião de uma estrutura apoiada pelo Estado, financiada pelos comerciantes e tendo por trás um apoio político que a mantém", diz o pesquisador, sobre os paralelos com a milícia atual. 

Mas os resultados da greve geral não foram apenas negativos. Foi dessa mobilização da classe trabalhadora que nasceram conquistas como o 13º salário.

De 1962 a 2022 

Para José Claudio, passados 60 anos, as desigualdades sociais do país se intensificaram, com um fator inédito: a pandemia, que penalizou mais as camadas vulneráveis. Ele cita ainda a volta da inflação e da fome, como elementos que permitem um paralelo entre agora e então. 

"Mas, naquela época, havia um movimento popular e grupos sindicais muito fortes, que queriam modificações na sociedade. Esses grupos estavam se organizando e se movimentando. Hoje, não há um movimento forte por parte das camadas populares para sanar as desigualdades sociais e uma organização política desses grupos dentro do campo da esquerda", avalia o sociólogo. 

"Ao contrário, há um crescimento de grupos de extrema direita. Movimentos que querem manter essa população controlada a partir de discursos conservadores, moralistas e que apoiam o extermínio, como 'bandido bom é bandido morto'." 

Capa da revista Fatos & Fotos com título 'O Motim da Fome'. 14 de julho de 1962

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Para José Cláudio Souza Alves, da UFFRJ, inflação e fome são pontos comuns entre 1962 e 2022, mas contexto político é bastante diferente

O pesquisador observa que as milícias e os grupos de extermínio se mantiveram ao longo da ditadura militar, aprofundando suas relações políticas, econômicas e territoriais. 

"Eles começam a se eleger nos anos 1990, como vereadores, prefeitos e deputados estaduais nessa região da Baixada. Até que, a partir de meados dos anos 1990, as milícias vão se configurar como são hoje, uma estrutura mais ampla, com vários mercados de bens e serviços que eles vão monopolizar nas áreas que controlam", diz o professor. 

"O poder desses grupos hoje é muito mais expressivo do que aquele grupo da Turma do Esculacho, que pegava em armas. Hoje já superamos isso em muito: são mais de 2 milhões de habitantes atingidos pela milícia somente no Rio de Janeiro, 14 municípios com presença maciça de milicianos, um território de 348 km quadrados onde eles estão atuando e, na cidade do Rio, 57% do território ocupado por grupos criminais está na mão de milícias. Então isso mudou muito e, a meu ver, piorou muito, daquele momento para o atual."

- Texto originalmente publicado em:  https://bbc.in/3J82yY3

quinta-feira, 21 de julho de 2022

AS NARRATIVAS POLÍTICAS FEUDAIS DA CASA GRANDE CEARENSE.


 

Maquiavel no Ceará está mais preocupado com as intrigas, fofocas, e brigas de comadres da nobreza de 01, 02, 03, 04s, piores ou igual a Bolsonaro, vivendo do Estado há décadas do que com a pobreza, violências e falta de políticas públicas sofrida pela maioria da população que vive na Senzala no século XXI financiando bilionários com incentivos fiscais e campanhas milionárias.

 

A busca da verdade pouco importa diante de tantos fake News e fake história produzidos por fake líderes que compram ou ganham de presente mandatos e cargos públicos. Nossos fakes líderes não conhecem determinados fatos que só irão descobrir mais tarde quando se desfizeram da ilusão e podridão que vivem.  Várias decepções e revelações viram, nada de novo, semelhantes a eleição passada que era preciso dividir para enfraquecer a oposição no primeiro turno. No segundo turno enganar a todos como única alternativa.

 

A narrativa é voltada para o futuro e não para o presente e o passado apenas para enganar as mentes políticas circenses submissas em troca dos brioches do povo sem pão. É preciso aprender temporalmente a interpretar os signos das palavras, fotos, pessoas, e matérias na mídia dos espetáculos sem Shakespeare, nem Brecht. Observar o tempo todo em que são encenados porque eles são plurais apenas para confundir os especialistas mas revelam idiotas reféns das narrativas de seus egos.

 

Os diversos signos não são do mesmo tipo, não aparecem da mesma maneira, nem podem ser decifrados da mesma forma porque seus objetivos são serem encenados para gerar caos e confusão enquanto o profeta de sempre aparece para cuidar do rebanho de outros mitos. No cotidiano das intrigas e fofocas não existe meio que emite e concentra tantos signos em espaços tão reduzidos que se misturam e propagam em grande velocidade. 

 

Essas narrativas obedecem a seus papas e seus ritos profanos. Essas narrativas são vazias e querem substituir pensamentos e ações políticas verdadeiras. Elas são sem sentido pois negam os interesses, o materialismo, e a história em jogo são decepcionantes, cruéis e estúpidas frutos de casas grandes que se acostumaram a jogar a política na lata do lixo assim como os militares ambos ditadores de corrupções e violências contra o povo.

 

Antecipa ação e pensamento ao mesmo tempo que anula a verdade. Essa narrativa é vazia e provoca uma exaltação nervosa para aqueles que interessam sejam vistos como políticos e seus atos mediados pelos bonecos da poeira como verdade. Porém a verdade tem uma relação com o tempo, não mediado por Coronéis e suas casas grandes. É preciso aprender a decifrar mentiras mesmo que isso revele fatos desagradáveis e dolorosos. Nós só procuramos a verdade quando estamos determinados a fazê-los em situações concretas, quando sofremos violências e desigualdades brutais que nos impele a essa busca. Essas violências políticas da Casa grande que nos rouba a paz e a vida.

 

Entre diversas coações e acasos que sofremos violências nos força a pensar e buscar o verdadeiro da inteligência que nasce da revolta e da dor e não do circo, em luta contra as desigualdades e pobreza sofrida por nosso povo. Aprendemos verdades do tempo que perdemos nessas ilusões e descobrimos outros tempos em busca de verdades históricas e políticas, não perdendo tempo com a nobreza de seus egos e delírios de poder. 

 

segunda-feira, 11 de julho de 2022

O dia em que a Terra vai atingir 8 bilhões de habitantes, segundo a ONU.

 


Quinze de novembro de 2022. Esta é a data em que a Terra vai atingir a marca de 8 bilhões de habitantes, segundo estimativa feita pelas Nações Unidas.

A população global terá população total de 8,5 bilhões em 2030; 9,7 bilhões em 2050; e 10,4 bilhões em 2100. 

O Brasil — que em 1990 possuía a quinta maior população do mundo — chega em 2022 como o sétimo mais populoso: somos 215 milhões. E vamos continuar a crescer ao longo deste século. 

Em 2050, a ONU projeta que o Brasil terá uma população de 231 milhões e continuará como o sétimo país mais populoso do mundo, mas com diferenças nos países à sua frente (confira no pé desta reportagem a lista).

Os dados fazem parte da estimativa oficial da ONU feita no relatório Perspectivas da População Mundial 2022, divulgado nesta segunda-feira (11/7). Esta é a 27ª edição do estudo.

Outro dado relevante é que já no ano que vem a Índia deve ultrapassar a China como país mais populoso do planeta — ambos já possuem atualmente cerca de 1,4 bilhão de habitantes. A China tem aproximadamente 14 milhões de pessoas a mais que a Índia, segundo a ONU, e poderá observar um declínio de sua população já a partir do ano que vem.

Um dos principais fatores do aumento populacional dos últimos anos é que estamos vivendo mais. A expectativa de vida global vem subindo nas últimas décadas. Em 2019, a expectativa de vida no mundo era de 72,8 anos — um aumento de quase nove anos em comparação com 1990. Segundo a ONU, essa expectativa deve continuar subindo e atingir 77,2 anos em 2050.

Apesar do aumento populacional, a taxa de fecundidade (o número médio de filhos que cada mulher tem) vem caindo no mundo. Em 2021, cada mulher dava à luz em média 2,3 bebês, em comparação com cinco em 1950. A expectativa é de que a taxa mundial de fecundidade caia ainda mais, atingindo 2,1 até 2050.

A população mundial continua crescendo, mas num ritmo menos acelerado do que no passado. Em 2020, o aumento da população caiu para um ritmo abaixo de 1% pela primeira vez desde 1950. O relatório da ONU indica que a população mundial atingirá um pico de 10,4 bilhões em 2080 e que esse patamar ficará estável até 2100, quando então deve começar a cair.

Algumas regiões do planeta — como América Latina e Caribe, Europa, América do Norte, Leste e Sudeste da Ásia e Ásia Central e do Sul — devem atingir o tamanho máximo de suas populações antes de 2100, já iniciando o processo de declínio populacional antes da virada do século.

A ONU atribui grande parte — dois terços — do crescimento populacional previsto para 2050 à estrutura etária atual da população, considerada jovem. Mesmo que os governos venham a implementar programas para tentar reduzir a taxa de fertilidade, a população continuaria a crescer por causa dessa estrutura herdada do passado, segundo o relatório.

Confira abaixo quatro previsões da ONU sobre as mudanças populacionais ao longo deste século:

1. Mais idosos no mundo; mais homens idosos


Os idosos vão compor uma parcela cada vez maior das sociedades. Atualmente, pessoas com mais de 65 anos representam 10% da população. Em 2050, esse percentual vai subir para 16%. Em 2050, haverá duas vezes mais idosos com mais de 65 anos do que crianças com menos de cinco anos.

O motivo para isso, segundo a ONU, é a combinação de aumento da expectativa de vida com queda nas taxas de fertilidade.

Deve haver uma redução no percentual de mulheres entre os mais idosos. As mulheres têm expectativa de vida superior a dos homens e representam 55,7% da população com mais de 65 anos hoje. Mas em 2050, esse percentual deve cair para 54,5%.

A expectativa de vida das mulheres é maior do que a dos homens, segundo o relatório da ONU. Mulheres vivem em média 5,4 anos a mais do que os homens. Na América Latina, a diferença é ainda maior: elas vivem 7 anos a mais do que os homens — a maior discrepância entre gêneros registrada no mundo.

No relatório, a ONU faz um alerta para que os países adaptem seus programas de aposentadoria e saúde pública para lidar com esse novo cenário com mais idosos.

Em partes da América Latina, Ásia e África, a ONU ressalta que a população com idade para trabalhar (entre 25 e 64 anos) ainda está em crescimento, o que dá a esses países uma oportunidade para se beneficiar do chamado "bônus demográfico" — quando a população em idade para trabalhar cresce e o número de crianças e idosos que dependem dos trabalhadores ou do Estado para viver é baixo. Demógrafos consideram esse momento crucial para dar um "salto de desenvolvimento". 

Esse é o caso do Brasil — a população em idade ativa está no maior patamar da série histórica e a relação de dependência de crianças e idosos, no menor.

No entanto, a ONU alerta que é preciso investir em educação e saúde para otimizar esses ganhos.

2. Imigração é motor de crescimento populacional em países ricos

Nos países ricos, a imigração já responde hoje por uma parcela maior do aumento populacional do que os nascimentos.

Entre 2000 e 2020, a imigração para esses países ricos fez a população crescer em 80,5 milhões. Já o número de novos nascimentos — descontadas as mortes — responde por 66,5 milhões GRANDES MOVIMENTOS DE MIGRAÇÃO INFLUENCIAM NO CRESCIMENTO POPULACIONAL DE PAÍSES

Nas próximas décadas, a imigração seguirá sendo o motor do crescimento populacional dos países de alta renda.

Já alguns países no mundo terão queda populacional de 1% ou mais entre 2022 e 2050 justamente por causa da imigração. Isso acontece por causa de baixas taxas de natalidade e, em alguns casos, por haver muita gente deixando essas nações. É o caso de Bulgária, Letônia, Lituânia, Sérvia e Ucrânia.

3. Problemas para os mais pobres

Segundo as Nações Unidas, o rápido crescimento populacional será um dos desafios para o desenvolvimento sustentável das sociedades — sobretudo para o setor de educação e em países mais pobres. O crescimento mais acelerado da população acontecerá nos 46 países menos desenvolvidos do mundo. Segundo a ONU, muitos desses países são também os mais vulneráveis ao aquecimento global.

A Ásia é hoje o continente mais populoso do mundo — mas grande parte do crescimento populacional futuro virá da África Subsaariana. Mais da metade do aumento projetado da população global até 2050 estará concentrado em apenas oito países: República Democrática do Congo, Egito, Etiópia, Índia, Nigéria, Paquistão, Filipinas e Tanzânia.

4. Impactos da covid-19

A pandemia de covid foi o principal fator que derrubou a expectativa de vida no mundo nos últimos anos — de 72,8 anos em 2019 para 71 anos em 2021.

Na América Latina, durante o mesmo período, a expectativa de vida caiu em três anos. Em países como Bolívia, Botsuana, Líbano, México, Omã e Rússia, a expectativa de vida caiu quatro anos entre 2019 e 2021.

Outro impacto da covid na demografia foi a restrição de mobilidade no mundo nesse período, que dificultou movimentos migratórios. Mas a ONU disse ser difícil estimar qual foi a consequência disso no crescimento populacional.

5. Mais populosos no passado, presente e futuro

O relatório da ONU relaciona os países mais populosos do mundo em 1990 e 2022, e uma projeção para 2050.

Países mais populosos do mundo em 1990:

  • China: 1,144 bilhão de pessoas
  • Índia: 861 milhões
  • EUA: 246 milhões
  • Indonésia: 181 milhões
  • Brasil: 149 milhões
  • Rússia: 148 milhões
  • Japão: 123 milhões
  • Paquistão: 114 milhões
  • Bangladesh: 106 milhões
  • Nigéria: 94 milhões

Países mais populosos do mundo em 2022:

  • China: 1,426 bilhão
  • Índia: 1,412 bilhão
  • EUA: 337 milhões
  • Indonésia: 275 milhões
  • Paquistão: 234 milhões
  • Nigéria: 216 milhões
  • Brasil: 215 milhões
  • Bangladesh: 170 milhões
  • Rússia: 145 milhões
  • México: 127 milhões

Países mais populosos do mundo em 2050 (projeção):

  • Índia: 1,668 bilhão
  • China: 1,317 bilhão
  • EUA: 375 milhões
  • Nigéria: 375 milhões
  • Paquistão: 366 milhões
  • Indonésia: 317 milhões
  • Brasil: 231 milhões
  • Congo: 215 milhões
  • Etiópia: 213 milhões
  • Bangladesh: 204 milhões


domingo, 19 de junho de 2022

Como os limites podem estimular a criatividade

 


BBC Ideas

Histórias curtas para mentes curiosas

                18 junho 2022



Isaac Newton (1643-1727) fez algumas de suas maiores descobertas quando estava em isolamento durante a epidemia de peste bubônica que atingiu a Inglaterra no século 17.


A reclusão também parece ter inspirado William Shakespeare (1564-1616), que escreveu a peça Rei Lear quando todos os teatros foram fechados durante uma quarentena em decorrência da mesma doença em Londres.


Na década de 1960, o célebre autor infantil Theodor Seuss Geisel (1904-1991), mais conhecido como Dr Seuss, foi desafiado a escrever um livro cujo vocabulário não excedesse o limite de 50 palavras não só venceu a aposta, como Ovos Verdes e Presunto se tornou uma de suas obras mais famosas.


Tendemos a pensar em criatividade e liberdade como duas coisas que caminham sempre juntas. E que as restrições podem, por sua vez, parecer um tanto... limitantes.

Mas especialistas acreditam (e os exemplos acima nos mostram) que não é bem assim.


"É um belo mito pensar na criatividade como um campo aberto de infinitas possibilidades. A realidade é que, quando as pessoas estão diante de um campo aberto maravilhoso, elas podem ficar paralisadas", explica a psicóloga cognitiva Catrinel Tromp.


"As restrições são as âncoras da criatividade."


Isso acontece porque diante de uma limitação, somos levados a encontrar soluções.


"A resiliência (capacidade de superar obstáculos) aparece quando você tem problemas e desafios. Isso, por sua vez, te dá ideias", afirma a neurocientista Susan Greenfield, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, especializada em criatividade.


Estas limitações podem ser de cunho político e socioeconômico, por exemplo, como lembra a artista britânica Quilla Constance.


"Ser uma artista mulher, negra e de origem proletária pode ser visto como uma limitação dentro do mundo da arte, que historicamente é um espaço bastante patriarcal, branco e de classe média", avalia.


Ela cita o exemplo da hoje aclamada artista negra americana Faith Ringgold, ícone da luta pela igualdade racial e pelos direitos das mulheres nos EUA, que conseguiu driblar as adversidades de forma criativa:


"Ela queria fazer aquelas telas enormes, da mesma forma que muitos homens estavam fazendo grandes obras de arte modernistas. Mas ela não tinha espaço em casa para fazer isso. Ela começou então a fazer essas colchas enormes — enrolar e levar para várias galerias. Ela é um ótimo exemplo de como um artista pode florescer sob limitações."


Limitações na medida certa


Greenfield observa, no entanto, que as limitações podem nem sempre ser benéficas para a criatividade.


"Existe uma questão interessante sobre se as restrições são realmente benéficas ou problemáticas para a criatividade. E acho que a resposta para ambos os casos é sim", diz ela.


Então até que ponto as limitações podem estimular a criatividade?


Pesquisas indicam que existe uma curva de criatividade em forma de U invertido. Sem as limitações, podemos nos sentir entediados e pouco estimulados. Mas se houver muitas restrições, podemos ficar estressados e oprimidos. O ponto ideal está no meio.


E a boa notícia é que todo mundo pode exercitar a criatividade.


"A maioria das pessoas tende a pensar que a criatividade é algo que acontece com pessoas que têm um talento específico. Isso é um equívoco", afirma o psicólogo Volker Patent, da Open University.

"Não existe algo como um gene para a criatividade", completa Greenfield.


Embora grande parte das limitações seja imposta, como no caso de um lockdown em decorrência de uma epidemia, você também pode escolher estabelecer limites para estimular a criatividade.


A seguir, especialistas compartilham algumas dicas:


1. Marque na agenda

"Agende um horário específico em que você não fará nada além de se envolver na tarefa criativa. Esta é uma das maneiras pelas quais as pessoas com muito pouco tempo conseguem escrever livros — ao dizer a todos em sua família que é isso que você vai estar fazendo, você está, na verdade, reservando um espaço para si mesmo para que algo criativo aconteça", recomenda Patent.


2. Saia da zona de conforto

"Evite a familiaridade e abrace a novidade. Seja usando materiais diferentes, um método diferente ou um processo diferente. Se você sempre escreve poesia, tente prosa", sugere Tromp.


3. Acione o cronômetro

"Comece a desenhar e dê a si mesmo cinco minutos. Faça outro desenho. Dê a si mesmo 10 segundos para fazer o desenho. Quando temos menos tempo para fazer algo, geralmente as informações mais importantes aparecem", propõe Constance.


4. Troque de papéis

"Se você toca em uma banda e está se sentindo muito travado, troque de instrumento. Isso pode gerar novas ideias em suas músicas também", diz Patent.


5. Trace limites

"Pinte um ponto vermelho ou uma linha azul no canto superior esquerdo da tela em branco e desafie-se a incorporar essas restrições na composição. E mesmo que você não acabe usando essas restrições específicas no produto final, elas podem ser benéficas para a criatividade desde que você brinque com elas espontaneamente. O que pode acontecer é que a mera experiência de brincar com diferentes limitações amplie sua imaginação e melhore a criatividade", sugere Tromp.


Este artigo foi baseado no vídeo How limits can boost your creativity ("Como os limites podem estimular a sua criatividade"), da BBC Ideas — você pode assistir ao vídeo aqui (em inglês).

- Este texto foi originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-61463427

VEJA O VÍDEO DE COMO A ECOSSISTEMA DIGITAL E EDUCACIONAL trabalha para realizar sua missão de inserir 60 bilhões na Economia gerando mercado consumidor em 23 setores e trabalho para 4 milhões de jovens em 100 cidades transformando suas vidas e comunidades.




VEJA O VÍDEO DE COMO A ECOSSISTEMA DIGITAL E EDUCACIONAL trabalha para realizar sua missão de inserir 60 bilhões na Economia gerando mercado consumidor em 23 setores e trabalho para 4 milhões de jovens em 100 cidades transformando suas vidas e comunidades, melhorando sua educação, saúde, praticando esportes, acessando arte, aprendendo novas tecnologias, apoiando suas famílias, realizando projetos sociais, ambientais e habitacionais onde moram com apoio de projetos de extensão das Universidades, ONGs, políticas públicas e Sistema S. Aproveitamos as capacidades ociosas, otimizando recursos e ampliando impactos através de um aplicativo no celular que desperta planos e objetivos de vida conectando jovens as oportunidades no mundo real. O celular como uma Bússola a vida como um game unindo real e virtual tornado jovens personagens de suas próprias  historias atuando em clãs. 


Durante mil dias, cada dia uma conquista, numa jornada educacional para construirmos juntos vidas boas, belas, justas, econômicas e ambientalmente sustentáveis através de missões educacionais inspiradoras onde ganha moedas sociais e abre sua conta bancária com a acesso à micro crédito e outros. Ele relata por vozes, fotos, videos e imagens como foi cumprir cada missão gerando a biografia e o filme de sua vida. O jovem avalia o impacto e os custos das politicas públicas, ONGs, Sistema S e projetos de extensão das Universidades criando um mercado do social com transparência.  


Nesta jornada geramos uma disciplina de plano de vida com aulas e projetos em campo nas Escolas, Universidades e comunidades com jovens que nem estudam nem trabalham , geramos uma fintech de impacto social, comércio eletrônico via marketplace, rede social com publicidade, conteúdo de arte  sobre as historias de vidas e urbanizamos comunidades  pobres com pequenos negócios e projetos sociais, ambientais, educacionais, tecnológicos, arte, esporte e outros. Assim inserimos 60 bilhões na Economia por ano ao invés de gastarmos 300 bilhões por ano em presídios e segurança o que nas últimas décadas gerou o aumento do crime organizado e mortes de quase 2 milhões de jovens. Nenhum país no mundo cresceu sem tirar as pessoas da pobreza, gerar cidadania , trabalho e mercado consumidor foi assim que EUA, Europa, Japão, Alemanha ao incluir a parte oriental com a queda do muro de Berlim, Coréia do Sul, tigres asiáticos e agora China que tirou 300 milhões de pessoas da pobreza.



VIDEO COMPLETO NO LINK : https://drive.google.com/file/d/1RfC0Ij4oLPFJybnRJ7nTivXpeNBX2o48/view?usp=sharing

sábado, 18 de junho de 2022

NARRATIVAS E VIDAS QUE EXPRESSAM O SER E OS DESAFIOS DO MUNDO QUE COMPARTILHAMOS. OS DONS E BRUNO'S QUE VIVEM EM CADA UM DE NÓS NESSA REDE DIVINA TERRA.



A vida e a sociedade são feitas de narrativas escolhemos algumas delas para construirmos uma imagem de quem somos. Alguns escolhem seus Dons e Brunos para narrar e viver suas vidas de verdade. A grande maioria nem escolhe a narrativa nem a vida, mas é excluída dela e anda quase sempre em piloto automático reproduzindo ideias, comportamentos e até violências sem consciência crítica nem criativa do que pode ser liberdade, amor e paz. Graças a Foucault e Deleuze podemos pesquisar como essas podres verdades, saberes e poderes são produzidas por práticas e se tornam grades e armas nas vidas das pessoas que ao invés de pensar a si mesmos, suas circunstâncias e contextos falam mais do mesmo sem produzir diferenças em suas vidas, sociedades, economias e modos de ser, pensar e viver. 



As narrativas podem se tornar mais complexas quando experimento mundos diferentes do meu, Amazônia, misturando saberes, dialogando com quem pensa e é diferente podemos juntos encontrar conexões e pontes para reconstruir o tecido social principalmente comunitário e ambiental que o neoliberalismo e ditadores como Bolsonaro destrói. Já na economia infelizmente muitas startups e mentes milionárias tentam tornar todo ato de compartilhar e comunicar em lucro individual visando favorecer alguns que se acham gênios pelos absurdos que cometem como por exemplo vomitar uísque em lugares que pessoas dormem por falta de lares. Absurdos como destruir a humanidade e a Terra para vomitar lucros a custas de bilhões de vidas diante de bilhões de estrelas acham que seus egos e vaidades são mais importantes ?



As narrativas dependem também de nossas habilidades para enfrentar os desafios da vida inclusive criminosos e ditadores para comunicar aos outros nossas esperanças, utopias mas também narrativas em entrevistas de emprego, conversas de bares e pelas redes sociais que falem também de nossas causas, dores, amores, lutas... Mas, infelizmente uma onda atrás da outra onda busca destruir valores e coisas duradouras que levaram décadas para serem construídas como uma educação ética e estética.  Já outras levam séculos ou milênios como a natureza para que mais um vez poucos possam vomitar no único planeta que temos em nome de seus egos e vaidades. 



Vejo e escuto muitas narrativas reféns de omissões, medos e dores que tornam a insensibilidade e falta de ética viverem em um mundo cada vez mais injusto, desigual, violento, economicamente e ambientalmente insustentável. Essa narrativas levam milhões de pessoas a viver reféns de seu quadrado incluindo incompreensões de direita e esquerda que atacam a todos que julgam do lado errado mas esquecem de suas ignorâncias. Falsos rebeldes e falsos profetas sem causas apelam para o espetáculo do poder como meio de sobreviver no circo de tragédias e brutalidades onde a vida, o outro e o amor pouco importa diante do império do dinheiro sem justiça nem Democracia à qualquer preço.



A narrativa individual busca destruir narrativas coletivas e negar a expressão de quem pensa diferente ou negar a Amazônia viver. As narrativas se tornam meros produtos a serem vendidos para enganar pessoas e criar mundos paralelos diante da realidade de bilhões de pessoas ou da natureza mesmo transformadas em metaversos, bitcoins, garimpeiros, startups, seja milionário, uma onda atrás da outra para que não gastemos nosso tempo e educação em criar, produzir e imaginar narrativas melhores de quem somos e de outros mundos possíveis.



Mais importante que ficar rico ou deixar um legado é viver uma existência boa, bela e justa com quem compartilhamos a vida e os lugares por onde passamos. Essa narrativa começa com o despertar de que cada pessoa é importante e rara nesse mundo que pode transformar sua vida e de várias pessoas fazendo coisas boas para todos. Essa é a atitude mais importante que se pode tomar na vida é construir sua narrativa de vida de forma consciente, crítica e criativa compartilhando com as vidas que cruzam nossa jornada incluindo comunidades indígenas, periferias, e refugiados na construção de outros destinos como Dom e Bruno plantaram com suas vidas outras colheitas. 



O silêncio que guarda em teu coração ganha vida em verbos e se multiplica ao teu redor em sementes que iluminam caminhos dos que buscam também expressar seu ser e gritar sua revolta. A humanidade e o planeta tem sido massacrado de forma brutal por poucos que se consideram Deuses mas suas narrativas são pobres, violentas e tristes e a cada dia perdem adeptos que sacrificam suas vidas pelos egos de alguns. Outros saberes, práticas e subjetividades constroem e realizam outras narrativas, mas é preciso imaginar outros mundos, sociedades e vidas possíveis que não cabem  mais nem no capitalismo ou no socialismo.



A ideia de poder sem propósito não produz heróis mais vilões sem vergonha de sua feiura e ignorância como Bolsonaro. Enquanto isso outros Brunos e Dons nascem da terra como os índios, quilombolas, Kibutz, e cooperativas. Se o mundo ainda não acabou pelo delírios de Hitlers e neo liberais é porque as narrativas continuam a emergir da Terra e de outros Universos através da espiritualidade que desde a eternidade gera a vida, destrói Dinossauros e Deuses auto proclamados, assim esquecemos a origem divina da vida e da Terra de um pequeno grão de terra a Terra da Sabedoria.