“mãos do amor” ou “mãos de Deus”

Uma prática muito simbólica e conhecida em ambientes hospitalares, especialmente em UTIs. Trata-se da técnica das “mãos do amor” ou “mãos de Deus”, que consiste no uso de uma luva cirúrgica preenchida com água morna (ou soro fisiológico), amarrada de forma a simular o peso, o calor e o toque de uma mão humana. Essa luva é posicionada de modo a envolver a mão do paciente internado, proporcionando a sensação de acolhimento, conforto e presença.

Contexto da técnica
• Muito utilizada em UTIs durante a pandemia da Covid-19, quando pacientes ficavam isolados, sem contato físico com familiares.
• Ajuda a reduzir a sensação de solidão, medo e abandono em pacientes críticos.
• Atua também como estímulo sensorial e emocional, trazendo alívio e sensação de vínculo humano, mesmo em meio a um ambiente altamente tecnológico e frio.

Relação com o acolhimento psicológico na UTI
O recurso mostra como pequenos gestos de cuidado podem ter grande impacto psicológico. Em um ambiente como a UTI, onde predominam procedimentos invasivos, sons de máquinas e risco de vida, o paciente tende a sentir:
• Ansiedade e angústia pela vulnerabilidade;
• Solidão devido à restrição de visitas;
• Medo da morte e da separação;
• Perda de autonomia e identidade.

Nesse sentido, a “mão do amor” funciona como metáfora do acolhimento:
• Reforça o sentimento de presença e pertencimento, mesmo na ausência dos familiares;
• Promove humanização do cuidado, aspecto fundamental na atuação do psicólogo hospitalar;
• Favorece a redução de estresse e melhora do bem-estar emocional, o que pode até contribuir para a recuperação clínica;
• Inspira intervenções psicológicas que valorizam empatia, simbolismo e comunicação não verbal.

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