Este fim de semana teve comemoração. Um Sassicaia 2011, vinho italiano de mais de seis mil reais, anunciado como símbolo da liberdade recém conquistada por Daniel Vorcaro, fundador do Banco Master. Nada contra quem celebra com bons rótulos. O problema é quando o brinde se transforma em provocação. E o gesto vira recado.
Vorcaro foi preso por suspeita de fraudes bilionárias. O Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do banco. O caso envolve emissões de crédito sem lastro, uso de empresas de fachada e promessas de retorno fora da curva. Tudo isso sob a supervisão de um "comitê consultivo" com nomes de peso: ex-ministros, ex-presidentes do Banco Central, ex-presidente da República. Uma blindagem institucional. Ninguém viu. Ninguém disse nada. Ou todos sabiam.
Mas não quero falar do banco. Quero falar da doença que o caso escancara: a falência ética nas organizações.
Hoje, estruturas de governança são desenhadas para parecer sérias, não para funcionar. Conselhos existem no PowerPoint. Comitês são nomeados para inglês ver. Compliance virou slogan de campanha. E a ética? A ética virou pauta de workshop, não de decisão estratégica.
Empresas contratam conselheiros de prestígio para preencher relatório. Criam códigos de conduta que ninguém lê. Entregam bônus por resultados que distorcem a realidade. Toleram líderes que performam bem, mesmo que cruzem todas as linhas. A cultura dominante é simples: entregue resultado. O resto se ajeita depois.
Mas ética não é discurso. Ética é decisão. É a escolha difícil. É o momento em que alguém levanta a mão na sala e diz "não". É a prática cotidiana de colocar o certo acima do conveniente. Ética não se vê no evento corporativo. Se vê na linha de aprovação, no contrato, na cláusula ignorada, no fornecedor oculto, na reunião que não virou ata.
A ausência de ética não começa com fraude. Começa com silêncio. Com pequenas concessões. Com o "deixa passar". Com o "todo mundo faz". E termina no escândalo. Na manchete. Na liquidação. No medo de uma delação.
Você que é executivo, conselheiro, fundador: sua organização é realmente ética? Ou apenas parece?
Há muita gente hoje no mercado brindando com vinhos caros. O problema não está no vinho. Está no que ele representa.
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hashtag#conselhos hashtag#governança hashtag#ética
Vorcaro foi preso por suspeita de fraudes bilionárias. O Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do banco. O caso envolve emissões de crédito sem lastro, uso de empresas de fachada e promessas de retorno fora da curva. Tudo isso sob a supervisão de um "comitê consultivo" com nomes de peso: ex-ministros, ex-presidentes do Banco Central, ex-presidente da República. Uma blindagem institucional. Ninguém viu. Ninguém disse nada. Ou todos sabiam.
Mas não quero falar do banco. Quero falar da doença que o caso escancara: a falência ética nas organizações.
Hoje, estruturas de governança são desenhadas para parecer sérias, não para funcionar. Conselhos existem no PowerPoint. Comitês são nomeados para inglês ver. Compliance virou slogan de campanha. E a ética? A ética virou pauta de workshop, não de decisão estratégica.
Empresas contratam conselheiros de prestígio para preencher relatório. Criam códigos de conduta que ninguém lê. Entregam bônus por resultados que distorcem a realidade. Toleram líderes que performam bem, mesmo que cruzem todas as linhas. A cultura dominante é simples: entregue resultado. O resto se ajeita depois.
Mas ética não é discurso. Ética é decisão. É a escolha difícil. É o momento em que alguém levanta a mão na sala e diz "não". É a prática cotidiana de colocar o certo acima do conveniente. Ética não se vê no evento corporativo. Se vê na linha de aprovação, no contrato, na cláusula ignorada, no fornecedor oculto, na reunião que não virou ata.
A ausência de ética não começa com fraude. Começa com silêncio. Com pequenas concessões. Com o "deixa passar". Com o "todo mundo faz". E termina no escândalo. Na manchete. Na liquidação. No medo de uma delação.
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