SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

sábado, 26 de setembro de 2020

Salmos 72 A Saúde e a justiça durante o Reino de Salomão.

 



1 Ó Deus, dá ao rei os teus juízos, e a tua justiça ao filho do rei.

2 Ele julgará ao teu povo com justiça, e aos teus pobres com juízo.

3 Os montes trarão paz ao povo, e os outeiros, justiça.

4 Julgará os aflitos do povo, salvará os filhos do necessitado, e quebrantará o opressor.

5 Temer-te-ão enquanto durarem o sol e a lua, de geração em geração.

6 Ele descerá como chuva sobre a erva ceifada, como os chuveiros que umedecem a terra.

7 Nos seus dias florescerá o justo, e abundância de paz haverá enquanto durar a lua.

8 Dominará de mar a mar, e desde o rio até às extremidades da terra.

9 Aqueles que habitam no deserto se inclinarão ante ele, e os seus inimigos lamberão o pó.

10 Os reis de Társis e das ilhas trarão presentes; os reis de Sabá e de Seba oferecerão dons.

11 E todos os reis se prostrarão perante ele; todas as nações o servirão.

12 Porque ele livrará ao necessitado quando clamar, como também ao aflito e ao que não tem quem o ajude.

13 Compadecer-se-á do pobre e do aflito, e salvará as almas dos necessitados.

14 Libertará as suas almas do engano e da violência, e precioso será o seu sangue aos olhos dele.

15 E viverá, e se lhe dará do ouro de Sabá; e continuamente se fará por ele oração; e todos os dias o bendirão.

16 Haverá um punhado de trigo na terra sobre as cabeças dos montes; o seu fruto se moverá como o Líbano, e os da cidade florescerão como a erva da terra.

17 O seu nome permanecerá eternamente; o seu nome se irá propagando de pais a filhos enquanto o sol durar, e os homens serão abençoados nele; todas as nações lhe chamarão bem-aventurado.

18 Bendito seja o Senhor Deus, o Deus de Israel, que só ele faz maravilhas.

19 E bendito seja para sempre o seu nome glorioso; e encha-se toda a terra da sua glória. Amém e Amém.

20 Aqui acabam as orações de Davi, filho de Jessé.

sábado, 19 de setembro de 2020

Carta a educadores, políticos, artistas, empreendedores ou melhor todas as pessoas sobre as escolhas em suas vidas. 1270 dias. 5781 anos.

 


Não tome uma decisão ou avalie uma pessoa observando uma cena isolada e sim vendo o filme todo. As pessoas não se reduzem as suas circunstâncias ou dores, elas carregam dentro de si pérolas que caminham com elas durante toda suas vidas. Causas, sensibilidades, ideias, sonhos, amor, fé, a busca da verdade e do saber, a luta por justiça podem nos mover a vida inteira é ser nosso alicerce a partir do qual dialogamos com Deus, a vida e outras pessoas.


Até mesmo em circunstâncias brutais como a que viveu Anne Frank e outras pessoas no Holocausto, guerras e outras atrocidades provocadas por pessoas, elas não perderam o amor ao ser humano, a vida , a fé e  a coragem em lutar por algo maior que suas vidas.  



Hoje observo pessoas falarem mal de suas vidas, de outras pessoas, muitas se suicidam por pequenas coisas momentâneas , se perdem em uma cena de suas vidas, entregam a alma, destroem vidas, se calam ou se omitem diante de injustiças, podres poderes, vinganças e outras formas de destruir sua vida e de outras pessoas.


Do outro lado do rio quando temos coragem de atravessar e ousar novos horizontes se abrem infinitas possibilidades, jornadas de aprendizados que expandem nosso ser e nos educam para outras verdades, sobretudo a do outro. A vida é cheia de labirintos sem saída quando não abrimos nosso coração para receber bençãos dadas por Deus, quando não conseguimos enxergar as oportunidades, quando não nos permitimos amar ou ter a coragem de dar um passo em outras direções. 



Cada dia, várias escolhas, calar ou falar, perdoar ou brigar, ter autonomia ou ser submisso, levantar a cabeça ou baixar, na verdade são falsas escolhas movidas por segundas intenções. As primeiras intenções que emergem do coração e de Deus são os verdadeiros caminhos da consciência, sabedoria e da verdade.


Não podemos e não vamos nos render as circunstâncias dos caminhos fáceis que querem nos livrar da trajetória que temos que atravessar a ponte, o rio, de um sonho, de uma vida que não se reduz ou se elimina por um cena ou momentos de dor, dificuldades, tristezas, mágoas ou outros. 



Compreenda o que a razão nunca ensinara, e sim o coração e o espirito que a vida  não se reduz ou pode ser traduzida apenas em palavras. Enxergar toda a vida das pessoas que nos relacionamos, os caminhos por onde passaram, suas escolhas, dores, conquistas e saberes nos mostrara a riqueza do outro, as possibilidades de nos relacionar com ela e construir caminhos juntos. Nesse momento que egos e egoísmos desaparecem , desobstrui verdadeiras avenidas para que as pessoas possam expressar , se transformar, evoluir e quem sabe aprender a amar o outro como a si mesmo.


Disputas politicas, econômicas, sociais e outras revelam muito mais a história e  geografia das almas do que do mundo que vivemos porque ele é apenas consequências das circunstâncias que buscamos aprisionar nossas vidas e de outros seres, nega-lhes a liberdade, a voz, e a mágica de viver.



Novos ciclos se abrem quando permitimos abrir outros caminhos, expandir nosso ser e nossa vidas, gritar do que calar diante de brutais situações que ameaça seres e vidas enquanto a maioria se cala e se omite. Se você quer ser um educador, artista, politico ou líder de verdade, uma guia espiritual, um empreendedor capaz de gerar inovações e desbravar novos caminhos sempre terá que ser maior que seu ego porque a vida, o coletivo, as ideias, e espiritualidade exigiram muito mais que seu ego pode dar.


Em cada dia de luta, pequenas conquistas e aprendizado de minha vida não é meu ego que aponta o rumo mas minhas dores, coragem, buscas e sonhos. O que chamamos de Deus mesmo quando ele não responde é quando descobrimos que o significado de entusiasmo é carregar dentro de si Deus. Agradeça todas as circunstâncias e desafios que surgem em sua jornada, elas são mágicas oportunidades ofertadas por Deus para te lembrar que o dia nasce todos os dias para iluminar o caminho desde que não esqueça toda a sua jornada, suas origens, desafios, conquistas, por onde passou e o mais importante: o que o carrega em tua alma e coração. Essas pérolas ainda te levarão a caminhos e escolhas que carrega na alma e no coração. Você não tem opção, a não ser que queira entrar em tua vida falsos Deuses e suas momentâneas mentiras. 


Feliz Ano Novo Judaico. 5781 anos.







domingo, 6 de setembro de 2020

EM BUSCA DE LÍDERES QUE ESCREVAM A HISTÓRIA E DERROTEM A DITADURA DA CORRUPÇÃO!




Fortaleza ou Sodoma ? onde tudo é caro menos a vida e a dignidade humana. Eu não vou votar em quem beneficia as Oligarquias, as gangues partidárias, as  corporações ou quem tenta reduzir uma cidade aos interesses de alguns contra as prioridades públicas da maioria. De um lado várias tragédias de pessoas desempregadas, sem saúde, sem acesso a uma educação de qualidade, periferias destruídas, reféns de diversas violências, criminalidade, brutais desigualdades e do outro as elites políticas e econômicas que enricam pela Prefeitura. 


As convenções partidárias e os bastidores dos acordos entre donos de partidos e candidatos é um teatro a parte que se fossem julgadas e punidas a tempo é um prova definitiva de que vivemos num regime de ditadura da corrupção, aonde a eleição é um negócio milionário.


Eu que tive a oportunidade de lutar nas ruas, fundar vários projetos sociais, empreender negócios como executivo, atuar com políticas públicas nos Governos, como consultor na cooperação internacional , fazer arte como escritor e cineasta,  atuar como educador e palestrante, desenvolver novas tecnologias, pensar novas formas de ser, viver e governar no meio da disrupção tecnológica, mudanças climáticas e pandemia; nos ajuda a ter uma visão sistêmica da politica e da vida nas cidades. Ao mesmo tempo que enxergamos o micro de cada lugar da cidade e cada pessoa que reside nela observamos a dinâmica complexa da cidade e toda sua diversidade, contradições e mágica.


Entre os podres poderes e as dores e vozes do pobres, temos uma aula de democracia , se conseguimos apreender as várias dimensões do ser humano interagindo com a cidade. Existem milhares de formas de apreender sobre a cidade mas alguns insistem em agir e tratar as pessoas como gângsters e playboys que se acham donos do dinheiro público. 


Enfim chega de chorar é hora de ir a luta, vamos viver mais uma eleição. Vamos falar de amor, sonhos, esperanças, traduzidos em bons projetos e políticas públicas que pelo menor preço possível, transforme da melhor maneira possível milhões de vidas que residem em nossas cidades. Hoje graças as inovações podemos inaugurar uma nova geração e paradigmas de politicas públicas que amplie o impacto e a sustentabilidade delas atuando de forma integrada em rede e sinergia com todos os setores da sociedade transformando vidas distintas porem únicas.  


Temos que dar poder as pessoas, temos que compreender suas vidas e os lugares aonde moram como se fossem nossos pais ou filhos pois são cidadãos que tem os mesmos direitos e deveres. Essa mudança ética é o que infelizmente nossas Oligarquias, dirigentes partidários, e elites não conseguiram fazer. Não se trata fazer essa mudança na ordem do discurso e sim das praticas de políticas públicas, orçamentos e descentralização do poder para que outras vozes, talentos e sonhos possam compartilhar os destinos da cidade.


O trágico no Brasil é que mesmo novas lideranças se rendem as mesmas praticas de poder e que antes de nascer ou mesmo cumprir o que prometeram se rendem a projetos de poder. Escolher as armas certas de lutar nas eleições é a grande questão de ser ou não ser um líder de verdade! As Oligarguias, gangues partidárias e elites tem seus modos operandis de vencer as eleições num País corrupto sem leis. Sabemos que a politica é uma guerra que entre um mal maior ou mal menor existe mil possibilidades de fazer o bem e vencer. Temos que multiplicar solidariedade, compromisso, compartilhar causas e desafios coletivos, unir os diferentes e iluminar novos caminhos. O Brasil precisa de líderes que escrevam a História e a Política com dignidade, competência e com coragem de enfrentar poderosos que deviam estar presos mas infelizmente o silêncio e o pacto das oligarquias, gangues partidárias e elites que enricam pelo Estado precisa ser vencida nas urnas em nome de Deus, do amor à milhões de vidas.       

domingo, 30 de agosto de 2020

A CRIAÇÃO DO INCOMPUTAVÉL! 1250 dias

 


Todo dia você pode fazer o mesmo ou criar algo único. O fogo despertou o homem assim como sua mão para criar inúmeros instrumentos, o seu olhar como um farol iluminando novos horizontes, os sentimentos novas sociedades, os cheiros novos sabores, os sons novas palavras, a vida novos sentidos .



A vida assim como o computador serve não para nós dá respostas mas para fazer perguntas! A educação nos ensina a conversar com o mundo para critica-lo e cria-lo. O não saber, o mistério, o não conhecido é infinitamente maior do que aquilo que achamos conhecer, ele precisa ser criado, vivido, muito mais do que computado, ele é incomputável. O desapego ao pensamento gerado pelas máquinas e suas respostas, daquilo que nos computa pelas nuvens, é um abismo vazio, enquanto a insistência no aqui e agora e não no futuro computado é o que nos liberta para criar outros caminhos e histórias.



Corra atrás da experiência e não do conhecimento! Insistia um autor desconhecido, a mágica do que nos fez criar computadores, nos faz criar todos os dias seres humanos únicos que não serão controlados por celulares nem pela internet. Tudo esta conectado a tudo, isso não foi feito pela internet e nuvens, mas pela propria vida e pela história do Universo e da Humanidade. Isso nos revela diversos ciclos e trajetórias únicas que começaram bem pequenas e foram se expandindo, contagiando pela ideias e sonhos, pelo amor outras vidas e seres. 



O conhecimento sem simetria ou as ciências fragmentadas, cria monstros ou perspectivas apavorantes da realidade como as mudanças climáticas, pandemia, disrupções tecnológicas e mais brutais violências e desigualdades. É uma luz mortal que reproduz seres zumbis, fazendo mais do mesmo, sem criar algo novo, sem vidas alegres e em paz com o espirito e a natureza. 



O que são estas informações que querem que sigam ? estes comportamentos celebrados pelas redes sociais ? estes desejos insaciáveis que querem que milhões de vidas e o planeta Terra sirva a eles ? É preciso repensar para que usamos nossas capacidades computacionais, infelizmente não é para resolver a pobreza. O martelo tem muitos usos não é apenas para bater em pregos. Ele pode dar sentenças nas mãos de bons juizes ou ser uma arma poderosa nas mãos de Thor. 



O que conseguimos ver molda como pensamos, assim como o que tocamos, sentimos, cheiramos…Enquanto computamos, não respiramos a vida com liberdade…O grande sonho da computação é prever todo processo estável e tentar controlar todo processo instável. O que ainda não conseguiram realizar na previsão do clima, de pandemias, de crises econômicas na bolsa de valores nem crises ecológicas.



O pensamento computacional é caro tantos em termos financeiros quanto em atividade cognitiva humana. A computação não é neutra e ás vezes a melhor forma de vence-la e não jogar e criar outros jogos. Infelizmente passamos a confundir a simulação gerada pelos computadores com a realidade. As fake news, influenciadores digitais, e algoritmos não refletem realidade e sim elas criam realidades e transformam pessoas em zumbis que deixam de pensar, viver, sentir..


A computação concentra poder em arquiteturas inquestionáveis pelas nuvens , congela problemas do momento imediato em dilemas abstratos, fica obcecada por uma pequena classe de enigmas matemáticos e materiais em vez de questões mais amplas de uma sociedade democrática. Os sacerdotes da computação criam modelos falhos de si mesmos e ao fazê-los concentram poder e assumem o controle do mundo. Eles mostram o que querem mostrar e apagam o que não concorda com eles. É um Big brother digital prestando serviços políticos



Moscou não quer que o Pokemon go chegue perto do Kremlin, assim como o Google maps nos levam a becos sem saída. As redes sociais são fiscalizadas na China assim como nos EUA como nos mostrou Snodew. A ausência de internet inviabiliza aeroportos. E só aprendemos isso quando eles falham, assim como só apreendemos a fragilidade de nosso mundo com a força de um vírus. Os programas hoje produzem conhecimentos automáticos que enquadram e moldam a cultura, ao agir com nosso consentimento, ele se torna cultura. A automatização garante que damos mais valor a informação automatizada do que nossa experiência, mesmo quando ela conflita com nossos olhos, estamos imersos em pilotos automáticos que nos levam a destinos cruéis. A informação é clara e direta, e trabalha a nossa cognição pela velocidade de emissão e resposta, não nos dá tempo de criticar e criar novos caminhos e respostas. As máquinas dizem que estamos errados e concordamos.



As maquinas não podem tomar decisões por nós, nem ser responsáveis por nossos destinos. A computação hoje governa nosso presente e define o futuro ao estabelecer os mesmos padrões, ao invés da criação de novos destinos. O que é possível tem que ser computável, o que é difícil de quantificar e modelar é como se não existisse, o que nunca foi visto ou diverge de padrões conhecidos, aquilo que é incerto é excluído do campo de futuros possíveis. Um nova Matrix mais poderosa esta sendo criada nas nuvens precisamos de novos Neos.



É urgente criar o incomputável, o único, como Abraão e Jesus, como Victor Hugo e Dostoiévski , como Einstein e outros, que vão dar vida a outras histórias e horizontes, sem super simplificações e dados ruins mas com imaginação e lutando para libertar a humanidade de podres poderes, precisamos ter uma visão sistêmica e complexa da realidade e da vida, nos libertamos das máquinas e usa-las como mais um instrumento para milhares de fins e ousarmos com nossas experiências, dançando com a espiritualidade, tecnologia, arte, ciência e natureza, educando seres únicos para novos começos. 





sábado, 22 de agosto de 2020

Os melhores filmes! Modigliani: Paixão pela vida!

Por Fernanda Rodrigues Ramos

https://www.minhavisaodocinema.com.br/2018/11/critica-modigliani-2004-de-mick-davis.html



Italiano, nascido num lar judeu à beira da falência, Modigliani já teve seu nascimento marcado pelo caos. Numa época em que era lei que credores não poderiam levar nada que estivesse em cima da cama de uma mulher grávida ou que tivesse um bebê recém nascido, ele chegou salvando o pouco que sua família ainda possuía. 

Sua infância foi marcada por muita pobreza e diversos problemas de saúde que o acompanharam até sua prematura morte. Também pela saúde frágil, Modì não pôde ir à escola e tinha aulas com sua mãe, que também foi quem incentivou seu já aparente interesse pela arte.



Mas o filme tem como foco retratar sua vida adulta em Paris, que foi onde Modì viveu, de acordo com essa história, os maiores acontecimentos de sua vida. Foi lá onde se entregou à vida boêmia, às drogas, mulheres e também onde mergulhou de cabeça em sua arte. Foi lá onde foi visto como um verdadeiro artista, e também onde conheceu sua Jeanne, sua maior musa e também quem se tornou sua esposa e mãe de seus filhos; viveram juntos uma vida conturbada por muitos altos e baixos e uma imensa veneração.

Temos aqui um Modigliani vivendo em uma linha tênue entre suas profundas dores e desesperanças e uma imensa alegria e fascínio pela vida e por tudo que o cercava. Quase uma relação esquizofrênica entre os extremos dentro de si, mas completamente apaixonante e envolvente para quem vivia a sua volta.

Esta não é uma biografia fiel e nos mostra um Modì mais provocador com uma relação um tanto agressiva com Picasso que, na maioria dos momentos, traz uma atmosfera de humor à trama, o que foi extremamente necessário para que eu pudesse lidar com todos os seus conflitos internos. E por falar em conflitos, há algo nessa história que foi, na minha opinião, um ponto riquíssimo para desenrolar do lado sombrio de Modigliani: a personificação de sua criança que andava ao seu lado e lhe dava conselhos sobre os acontecimentos que mais o angustiavam. Por muitos momentos essa criança era muito mais madura do que o homem formado que estava ao seu lado.


Andy Garcia, com toda a certeza desse mundo, foi a melhor escolha possível para esse papel. Ele é genial, sedutor, conquistador e, na falta de uma palavra melhor, apaixonante!!! Te envolve do início ao fim e te faz rir e chorar (muito) com ele. Consegue trazer todas as emoções de cada fase desse artista tão genial. Senti a dor daquela criança tão pobre e doente, a dor daquele escultor frustrado por não poder exercer sua arte por conta de um pulmão adoecido, a dor por dedicar toda sua existência a pintura e nunca ter tido o mínimo de notoriedade precisando vender seus retratos em troca de um prato de comida ou uma cama para dormir, a dor da frustração por ter tanto talento e inspiração, mas passar seus dias suportando sua própria miséria, e também tive a possibilidade de sentir com ele toda a alegria de viver, todo o amor por sua criação, toda a vida que transbordava explícita eu seu sorriso,  toda a veneração por sua Jeanne, toda a criatividade que corria em suas veias e sua grande generosidade. Foi intenso e arrebatou meu coraçãozinho para todo o sempre!


Elsa Zylberstein, foi a belíssima mulher que deu vida a Jeanne. Ela, que em nada se parecia com a real Jeanne, mas era absolutamente idêntica à que Modì retratava em seus quadros com cada traço fino e delicado e seu pescoço longo.

Uma excelente escolha para retratar tão claramente a sutileza e fragilidade desta mulher que era obcecada por esse homem e parou sua vida para viver a dele. E foi esse amor doentio que permeou a vida do casal com tantos dramas e dores, mas também momentos da mais profunda felicidade.

E não fica por aí, porque temos outras excelentes interpretações, como a de um Picasso extremamente arrogante e esnobe vivido por Omid Djalili, que dá um novo tom à história trazendo competitividade, humor e uma grande admiração velada por sua imensa vaidade. Parece fútil, mas é um personagem extremamente importante e complexo em todas essas teias da vida tubulenta do nosso protagonista.

E além de tudo isso, ainda tem uma trilha sonora clássica, feita especialmente para o filme, por Guy Farley, que acrescentou  toda uma atmosfera melancólica que te toca lá no fundo trazendo ainda mais emoção à cada cena.

Amadeo Modigliani, o palhaço atormentado por sua escuridão, o gênio perdido por sua falta de confiança em si mesmo, o criador que não viu em vida a glória de sua criação, o amante arrebatado pelo amor, a sensibilidade de um homem que não podia pintar os olhos sem enxergar a alma, a poesia de uma existência repleta de emoções viscerais. Ele que foi muitos em um, foi tudo! 

    

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Educar pessoas com personalidade e vontade fortes em Escolas e Universidades ao ar livre . 1240 dias



Ainda bem que os donos das escolas estão apreendendo que os pais e filhos não querem retornar para Escolas na Pandemia, algo em torno de 80 %. A Escola tem que ser muito mais que algo obrigatório e triste que controla e enquadra as pessoas, matando a sua curiosidade e a busca pelo saber muito além das notas. Ainda bem que os Governos apreenderam a levar comida para estudantes independente de estarem na Escola ! A Escola é muito mais que comida! Ainda bem que estamos apreendendo que a Escola não se reduz a um meio para chegar a Universidade ou Trabalho. A Escola não devia ser espaço para decorar e esquecer na mesma velocidade que passa de ano. Espero e luto para que a renda básica, a produção pela robótica e o gerenciamento com Big Data e Inteligência artificial proporcione mais ociosidade e liberdade para as pessoas apreenderem no mundo e na vida mas também na Escola e Universidade. Assim como a Universidade não deve se tornar uma Escola técnica para produção de trabalhadores e sim de pessoas com capacidades criticas e criativas  para transformar suas vidas e a sociedade que vivemos.  


Enquanto além das Escolas, Universidades, Empresas, Igrejas e outros tem sido dominados e controlados em nome do dinheiro para poucos, o corpo e alma humana tem sido expressa de outras formas, educadas pela natureza, a arte, no mundo e na internet de forma livre! Redesenhando futuros e construindo presentes. 



As crianças e jovens buscam algo de bom, algo que muitas vezes não entra num programa de estudo, aonde a vida, a brincadeira e o jogo deve ser levado a sério;  ajudando a desenvolver várias competências numa escola ao ar livre. Desenvolver pessoas com personalidade e vontade forte e não pessoas dóceis que se adequam ao sistema e ao consumo. A vida se constrói por superar desafios e por nossa capacidade de resistir a quem quer transformar pessoas em objetos, vazios, e fugas vivendo de forma superficial distantes de uma vida autêntica. 



Buscamos desenvolver através de diferentes métodos a sensibilidade e a conscientização dos sentidos ( ver, ouvir, cheirar, provar…), a interação do sujeito com o ambiente, auto expressão e auto identificação de sentimentos, emoções e pensamentos tão importantes para qualquer ciência, tecnologia, causas, empreendimentos humanos e outros mas principalmente para se viver.


A capacidade de auto apreender e de desenvolver seu talento, de potencializar dons, e desenvolver o que gostamos de apreender e fazer o que amamos. E não de dar respostas prontas que os adultos querem saber, sem puder expressar suas vozes, talentos, diferenças, sonhos e atitudes.



“Eu sou um artista e meu lugar de cultivo da arte não deve se tornar um escola. Eu não sou um pedagogo mas um mediador, provocador, estimulador e catalizador .” Nós temos que dar as condições e disposições para que as pessoas possam desenvolver faculdades criadoras que estão providas naturalmente.



A trajetória da vida de cada pessoa é como um romance de formação, uma narrativa muitas vezes fascinante e perigosa, na qual somos heróis buscando responder a uma questão fundamental: é possível uma vida feliz e com sentido? Buscamos o difícil equilíbrio entre a liberdade individual e os constrangimentos da sociedade. Porém pandemias, guerras, disrupções tecnológicas, mudanças climáticas e outros abrem novos rumos para a prosa do mundo, e já não nos adaptamos aos ideais da “normalidade”. A rebelião torna-se um dever, e a juventude deve lutar contra os valores de um mundo “maduro”, porém medíocre. 



Quando as ilusões são perdidas, aprendemos as duras regras do jogo do mercado. Os novos personagens de sua propria história buscarão, no caos da sociedade ou no tédio da vida de consumo, algum sentido para suas vidas vazias. Em vários países e cidades a história é outra:  a “formação” não é mais o objetivo dessas “pessoas comuns”, que esperam da vida apenas “justiça”, sem transtornos nem revoluções. Enquanto outros lutam para sobreviver a professores sádicos, idealizando a infância e desprezando o inabitável mundo dos adultos. Um mundo que explodirá durante guerras e pandemias, destruindo os pressupostos estéticos e sociais da vida que conhecemos e nos deixando uma pergunta incômoda: é possível buscar ainda algum sentido para a vida, em meio aos traumas e às ruínas do mundo contemporâneo?



Assim vamos construindo ao mesmo tempo presentes e futuros. O Futuro já foi visto com esperança e confiança. “ O progresso como uma linha evolutiva para um mundo melhor, com mais conhecimento e tecnologia, porém se mostrou uma fantasia. Ao invés de promissor e brilhante, o porvir que aguarda as novas gerações nascidas em berço digital, precarizadas e altamente conectadas, é incerto e amedrontador.” Por isso necessitamos nos educar pela arte e articular referências culturais de arte, cinema e literatura com o pensamento imaginativo, simbólico, realista, pseudo naturalismo, crítico e criativo na educação de nossa crianças, jovens e adultos. 



Hoje somos incapazes de conceber o que ainda está por vir. Enquanto isso observamos nas ruas uma reação raivosa de um corpo estrangulado”. “Eu me identifico politicamente com a insurreição psicótica que está acontecendo em vários locais da Terra. Não porque haja uma estratégia; não há. Mas sim porque é uma reativação do corpo coletivo, da solidariedade, da empatia, do afeto, do compartilhamento", observou. "Não acredito que haverá jamais uma revolução capaz de transformar o todo da sociedade, mas que haverá comunidades autônomas que vão se libertar, que vão sair, que vão instituir redes de sobrevivência, de solidariedade, de troca, de afetividade. A subjetividade foi reconhecida na política durante a época moderna”.



A subjetividade, a arte, a espiritualidade, o cuidar da saúde, as causas sociais e politicas, a relação com a natureza e as cidades, apreender e interagir com as novas tecnologias, o amor, a família e outros são vários caminhos para reconstruímos nossas comunidades, sociedade e vidas, apreendendo a nos educar juntos, crianças, jovens, adultos e idosos com personalidades e vontade fortes em Escolas e Universidades ao ar livre .  




terça-feira, 11 de agosto de 2020

ESTADO EMPREENDEDOR E BEM COMUM POR MARIANA MAZZUCATO E O PAPA.


 

Mariana Mazzucato é considerada uma das economistas mais influentes dos últimos anos. E existe algo que ela quer ajudar a consertar: a economia global.


"Admirada por Bill Gates, consultada por governos, Mariana Mazzucato é a especialista com quem outras pessoas discutem por sua conta e risco", escreveu a jornalista Helen Rumbelow no jornal britânico The Times, em um artigo de 2017 intitulado "Não mexa com Mariana Mazzucato, a mais assustadora economista do mundo".

Para Eshe Nelson, da publicação especializada Quartz, a economista ítalo-americana não é assustadora, mas "franca e direta, a serviço de uma missão que poderia salvar o capitalismo de si mesmo".


O jornal The New York Times a definiu como "a economista de esquerda com uma nova história sobre o capitalismo", em 2019. Em maio deste ano, a revista Forbes a incluiu no relatório: "5 economistas que estão redefinindo tudo. Ah, sim, e elas são mulheres".

"Ela quer fazer com que a economia sirva às pessoas, em vez de focar em sua servidão", escreveu o colunista Avivah Wittenberg-Cox.


O valor e o preço


Mariana Mazzucato é professora de Economia da Inovação na University College London, na Inglaterra, onde também é diretora-fundadora de um instituto de inovação na mesma universidade. Também é autora do livro O Estado empreendedor: Desmascarando o mito do setor público vs. setor privado.

O trabalho de Mazzucato teve inclusive um impacto fora dos círculos dos economistas. "No futuro econômico, a visão da economista Mariana Mazzucato, professora da University College London, é interessante. Acho que ela ajuda para pensar no futuro", escreveu o papa Francisco, em março, em uma carta dirigida a Roberto Andrés Gallardo, presidente do Comitê Pan-Americano de Juízes para os Direitos Humanos.


Mazzucato acredita que o capitalismo pode ser orientado para um "futuro inovador e sustentável que funcione para todos nós", diz a organização Ted, que promoveu três palestras com ela.

De fato, Mazzucato considera que a crise desencadeada pela pandemia de covid-19 é uma oportunidade de "fazer um capitalismo diferente". Ela fala há anos sobre a importância dos investimentos do Estado nos processos de inovação.

Um de seus objetivos é acabar com o mito de que o Estado é uma entidade burocrática que simplesmente promove a lentidão. Outro é demonstrar que na economia "o valor não é apenas o preço".



A entrevista é de Margarita Rodríguez, publicada por BBC News Mundo, 08-08-2020.

 

Eis a entrevista.


Você já chegou a declarar: 'Não podemos voltar à normalidade. O normal é o que nos levou não apenas a este caos, mas também à crise financeira e à crise climática'. Essas palavras têm um significado especial para a América Latina, uma região com alto nível de desigualdade e pobreza, que luta contra as mudanças climáticas e com muitas de suas comunidades atingidas pela pandemia de coronavírus. Como podemos evitar voltar à normalidade pré-pandemia? Por que as pessoas não deveriam querer voltar a isso?


A crise nos mostrou as deficiências na capacidade dos Estados e também que a maneira como vemos o papel do Estado no último meio século foi completamente inadequada.


Desde a década de 1980, os governos foram instruídos a se sentarem no banco traseiro para permitir que as empresas administrem (a economia) e criem riqueza. O Estado só poderia intervir para resolver problemas eventuais. O resultado é que os governos nem sempre estão adequadamente preparados e equipados para lidar com crises como a pandemia de covid-19 ou a emergência climática. Ao se presumir que os governos precisam esperar até que ocorra um grande choque sistêmico para agir, são tomadas medidas insuficientes.


Nesse processo, as instituições essenciais que fornecem bens e serviços públicos de maneira mais ampla (como o Serviço Nacional de Saúde no Reino Unido, que teve cortes de verbas de US$ 1 bilhão desde 2015) ficam enfraquecidas. As medidas de austeridade impostas após a crise financeira de 2008 foram o oposto do investimento necessário para aumentar a capacidade do setor público e, assim, prepará-lo para o próximo choque do sistema.


Na América Latina, é fundamental que a agenda se concentre na criação e na redistribuição de valor.


Altos níveis de desigualdade e pobreza significam que existem populações vulneráveis com potencial para enfrentar enormes dificuldades econômicas no contexto de uma crise como a que estamos enfrentando agora. E, para agravar ainda mais as coisas, as economias latino-americanas são caracterizadas por enormes setores informais. Em todo o mundo, incluindo a América Latina, Estados despreparados gastam menos recursos para financiar serviços públicos. Além disso, eles também têm menos opções para ajudar o setor informal, o que é desastroso para as populações vulneráveis.


Portanto, os Estados devem criar valor investindo e inovando para encontrar novas maneiras de fornecer serviços públicos a populações vulneráveis na economia informal. Quando os Estados ficam em segundo plano e não se preparam para crises (o que aconteceu em muitos países, não apenas na América Latina), sua capacidade de oferecer serviços públicos é severamente prejudicada.


Mas esses serviços públicos devem fazer parte de um sistema de inovação: cidades verdes e crescimento inclusivo exigem inovação social e tecnológica. As tendências de desindustrialização na região criam dificuldades adicionais. Os Estados não têm capacidade para exigir que os produtores locais aumentem a criação de bens necessários para enfrentar a crise (por exemplo: suprimentos hospitalares), o que os obriga a depender do mercado internacional em colapso para acessar esses bens.


Você disse que 'a crise da covid-19 é uma oportunidade de criar um capitalismo diferente'. O que isso quer dizer? O que esta crise está nos dizendo sobre o sistema atual que outras crises não nos disseram?


Há uma "tripla crise do capitalismo" acontecendo. Uma crise de saúde: a pandemia global confinou a maioria da população mundial, e está claro que somos tão vulneráveis quanto nossos vizinhos, local, nacional e internacionalmente.

Uma crise econômica: a desigualdade é uma causa e uma consequência da pandemia. A crise da covid-19 está expondo ainda mais falhas em nossas estruturas econômicas. A crescente precariedade do trabalho é uma delas. Pior ainda, os governos estão agora emprestando para empresas em um momento em que a dívida privada é historicamente alta, enquanto a dívida pública tem sido vista como um problema na última década de austeridade. Além disso, um setor de negócios excessivamente 'financeirizado' tem desviado o valor da economia.

A terceira crise é climática: não podemos voltar aos 'negócios de sempre'. No início deste ano, antes da pandemia, a mídia estava cheia de imagens aterrorizantes de bombeiros sobrecarregados (tentando apagar incêndios), e não de profissionais de saúde.



O capitalismo como o conhecemos pode sobreviver? Ele deve ser salvo?


Essa crise e a recuperação de que precisamos nos dão a oportunidade de entender e explorar como fazer o capitalismo de maneira diferente. Isso justifica repensar para que servem os governos: em vez de simplesmente corrigir as falhas de mercado quando elas surgirem, elas devem avançar ativamente para moldar e criar mercados para enfrentar os desafios mais prementes da sociedade.


Eles também devem garantir que as parcerias estabelecidas com empresas, envolvendo fundos governamentais, sejam motivadas pelo interesse público, e não pelo lucro. Quando empresas privadas pedem resgates para os governos, devemos pensar no mundo que queremos construir para o futuro e na direção da inovação que precisamos alcançá-lo, e, com base nisso, adicionar condições que beneficiem o interesse público, não apenas o privado. Isso garantirá a direção da viagem que queremos: verde, sustentável e equitativa.


Quando as condicionalidades são bem-sucedidas, elas alinham o comportamento corporativo às necessidades da sociedade. No curto prazo, isso se concentra na preservação das relações de trabalho durante a crise e na manutenção da capacidade produtiva da economia, evitando a extração de fundos para os mercados financeiros e a remuneração de executivos. A longo prazo, trata-se de garantir que os modelos de negócios levem a um crescimento mais inclusivo e sustentável.

Papa


Em 31 de março, em sua conta no Twitter, Mazzucato reagiu às palavras do papa Francisco sobre seu livro: "Estou profundamente honrada pelo papa ter lido meu livro O valor de tudo: criar e absorver a economia global e por concordar que o futuro — especialmente pós-covid-19 — tem a ver com uma repriorização de 'valor 'acima' preço'".


A especialista disse à BBC News Mundo que ela foi convidada a participar de uma comissão do Vaticano focada na economia no âmbito da pandemia da covid-19 e nos contou sobre essa experiência: "Fornecemos relatórios semanais ao papa e à Diretoria do Vaticano, antes dos discursos semanais do papa, sobre aspectos-chave da resposta econômica à covid-19. É uma grande honra".


"Nosso instituto de pesquisa e inovação se junta ao grupo de trabalho de outras universidades, incluindo a Georgetown, nos Estados Unidos, e do World Resources Institute. Esses relatórios variam da economia política do alívio da dívida à reestruturação das relações econômicas público-privadas", prossegue.

Bem comum


"Nosso principal interesse é trabalhar com o Vaticano sobre como seu conceito de 'bem comum', do qual falamos em termos de 'valor público', pode ser usado para estruturar a forma de investimento e colaboração públicos e privados. Sem isso, corremos o risco de fazer o mesmo que aconteceu com a crise financeira de 2008: bilhões foram injetados sem afetar a economia real. A maior parte disso voltou ao setor financeiro e a crise seguinte começou a crescer", diz ela.

"Para construir um crescimento inclusivo e sustentável, precisamos de investimento público impulsionado pelo conceito de bem comum e novos tipos de relações público-privadas que são estruturadas sob condições que criam um ecossistema mais simbiótico e não-parasitário. E temos que trazer grupos de cidadãos e sindicatos para a mesa de discussão, para garantir que não apenas tenhamos uma transição mais justa, mas que também haja vozes diferentes para definir que tipo de sociedade queremos. Acredito que a energia renovada por trás dos movimentos sociais, como o Black Lives Matter, é um bom sinal de que haverá uma forte pressão para que nossas sociedades evoluam progressivamente. Se não o fizermos, perderemos."