SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

sábado, 21 de novembro de 2020

ALUCINAÇÃO.



Eu não estou interessado

Em nenhuma teoria

Em nenhuma fantasia

Nem no algo mais

Nem em tinta pro meu rosto

Ou oba oba, ou melodia

Para acompanhar bocejos

Sonhos matinais


Eu não estou interessado

Em nenhuma teoria

Nem nessas coisas do oriente

Romances astrais

A minha alucinação

É suportar o dia-a-dia

E meu delírio

É a experiência

Com coisas reais


Um preto, um pobre

Uma estudante

Uma mulher sozinha

Blue jeans e motocicletas

Pessoas cinzas normais

Garotas dentro da noite

Revólver: cheira cachorro

Os humilhados do parque

Com os seus jornais


Carneiros, mesa, trabalho

Meu corpo que cai do oitavo andar

E a solidão das pessoas

Dessas capitais

A violência da noite

O movimento do tráfego

Um rapaz delicado e alegre

Que canta e requebra

É demais!


Cravos, espinhas no rosto

Rock, Hot Dog

Play it cool, baby

Doze Jovens Coloridos

Dois Policiais

Cumprindo o seu duro dever

E defendendo o seu amor

E nossa vida

Cumprindo o seu duro dever

E defendendo o seu amor

E nossa vida


Mas eu não estou interessado

Em nenhuma teoria

Em nenhuma fantasia

Nem no algo mais

Longe o profeta do terror

Que a laranja mecânica anuncia

Amar e mudar as coisas

Me interessa mais

Amar e mudar as coisas

Amar e mudar as coisas

Me interessa mais


Um preto, um pobre

Uma estudante

Uma mulher sozinha

Blue jeans e motocicletas

Pessoas cinzas normais

Garotas dentro da noite

Revólver: cheira cachorro

Os humilhados do parque

Com os seus jornais


Carneiros, mesa, trabalho

Meu corpo que cai do oitavo andar

E a solidão das pessoas

Dessas capitais

A violência da noite

O movimento do tráfego

Um rapaz delicado e alegre

Que canta e requebra

É demais!


Cravos, espinhas no rosto

Rock, Hot Dog

Play it cool, baby

Doze Jovens Coloridos

Dois Policiais

Cumprindo o seu duro dever

E defendendo o seu amor

E nossa vida

Cumprindo o seu duro dever

E defendendo o seu amor

E nossa vida


Mas eu não estou interessado

Em nenhuma teoria

Em nenhuma fantasia

Nem no algo mais

Longe o profeta do terror

Que a laranja mecânica anuncia

Amar e mudar as coisas

Me interessa mais

Amar e mudar as coisas

Amar e mudar as coisas

Me interessa mais


quarta-feira, 18 de novembro de 2020

SER OU NAO SER CANDIDATO A DEPUTADO FEDERAL ? EIS AS QUESTÕES ! 1330 dias.



O excesso de política ou politicagem faz mal a sociedade assim como o excesso de tecnologia, economia, arte e até mesmo de religião ou educação. Isso porque o ser humano, a realidade e a vida busca o melhor equilíbrio entre essas áreas pois a luta por causas ou justiça é tão importante quanto a necessidade de produzir para viver, se educar, ter fé e aprender com a tecnologia como podemos construir um mundo melhor . Sim a vida é uma orquestra e a política deve saber dialogar com a realidade e os múltiplos desafios que ela nos coloca. Portanto ser maestro e aprender a tocar música com vários instrumentos e seres humanos é  o desafio que temos como humanidade diante das inovações tecnológicas, mudanças climáticas, e brutais desigualdades e violências que afetam a nossa vida e do planeta.


Claro! Moro Presidente! É melhor do que as Oligarquias como Coronel Ciro Gomes e outros, gangues partidárias  e elites que enriquecem pelo Estado há décadas colocando os governos a serviço de suas famílias, interesses e projetos de poder. Eles deseducam e despotencializa seres humanos com a má política da corrupção, corrompem as instituições, os empresários , artistas, pastores e até policiais ensinando que a forma como dominam e fazem política é o único meio de sobreviver numa sociedade dominada por diversas violências que os beneficiam e os financiam com os cofres públicos. 



Dou outro lado onde as pessoas vivem buscamos que se tornam independentes da má política que possam garantir seu trabalho para conquistar sua cidadania e não vender seu voto, o acesso à educação e arte de qualidade para desenvolvimento de uma consciência crítica não refém de ideologia A ou B, que a espiritualidade não se misture com Partidos, que possamos juntos garantir segurança alimentar, hidráulica e energética nos lugares onde moramos.



A política deve servir como meio para pessoas pensar suas existências e como superar os desafios da realidade que nos cerca. Necessitamos combater o mito do político como dono do poder e do Estado , e ironizar as atitudes e delírios daqueles que exercem o poder para se manter no poder a qualquer preço. Eu que atuo como educador, busco na arte novas formas de ser, viver e governar pois as inovações vêm de imagens em ação ( imaginação )  e sempre tivermos coragem de empreender projetos econômicos, educacionais, sociais e culturais capazes de transformar vidas e realidades. Democratizando informações as pessoas e condições de empreender suas vidas, trabalho, arte, educação e a cidade que moramos, afirmando a autonomia e a singularidade de cada ser e suas capacidades de fazer política e gerar sinergias com amor as causas em torno do bem comum. 



Os falsos líderes ou chefes impõe esquemas que querem obrigar as pessoas a falar de política segundo suas normas mais que se tornam cada dia mais distantes de múltiplas vidas que são diferentes e que vivem realidades distintas nos lugares onde moram. O poder infelizmente se torna opinião pública e pesquisas de marketing para orientar retóricas e falsas mídias propagadas pelas redes sociais, já não existe convergência entre os falsos líderes que governam e a realidade governada . O Estado corrompido não é uma agente de mudanças e superação das desigualdades mas reprodutor das Oligarquias, gangues partidárias e elites .



A educação política ou cidadã é tão importante quanto a educação científica pois ela é espaço de diálogo sobre a ética e justiça, e sem elas entregamos a política ao discurso dos meios sem fins e do poder a qualquer preço. Porem necessitamos entender infelizmente como a política funciona hoje, a máquina que gira em torno da corrupção e de privilégios que organizam verdadeiras máfias bancadas com dinheiro público corrompendo a justiça, empresários, mídia, artistas e Universidades. O dinheiro público só será gasto com as vidas e as cidades onde vivemos, se desmontamos o crime organizado muitas vezes associado ao tráfico de drogas que tornou a política como caminho para o enriquecimento de quem for mais fila da puta , ignorante e mal; aonde o pior vence em cidades e Estados sem lei nem justiça. 



Ser ou não ser candidato é tornar público essas questões de forma aberta para o diálogo do que é democracia e liberdade de expressão sem a força e a loucura do dinheiro. Dialogar sobre o que é política pública e não palavras repetidas de Oligarquias, gangues partidárias e elites que impõe com campanhas milionárias e corrupção, outras prioridades distantes do deveres e dos direitos da politica, libertando pessoas, transformando vidas e as cidades onde moramos. 



A política não pode servir para escravizar pessoas mesmo aquelas com renda e diplomas universitários que deixam de pensar o coletivo e a nação para se render aos seus interesses .O maestro da política só pode reger a música porque toca a peça executada como todo cidadão toca sua vida, tão intensamente quanto todos eles, ele os modera e apressa cada um de seus membros, mas é igualmente moderado e apressado por eles. O maestro político é a forma em movimento da atual sociedade que vivemos, é o intérprete mútuo de todos em relação a todos, visando dar os próximos passos necessários para transformar as vidas e superamos juntos os desafios que compartilhamos. Desafios escritos na partitura da música onde cada um tem o dom e o poder de fazer sua parte.  



Compreender de forma complexa e diversa as razões, os sentimentos e os sonhos de várias pessoas e setores da sociedade que compõe nossa orquestra nação são as questões que sempre me moveram; por isso atuei nas Empresas, nos Governos, ONGs, Universidades, na Cooperação internacional, Igreja e na Arte, convivemos com vários saberes e realidades desde comunidades mais pobres às dos mais ricos; inclusive no mundo da política onde tive e tenho a coragem de continuar lutando pelas mesmas causas: geração de riquezas, desenvolvimento e liberdades do ser humano, integração tecnológica, ambiental e espiritual gerando novas formas de ser, educar, viver e governar.  A missão é criamos juntos uma nova civilização de um pequeno grão de terra à Terra da sabedoria. É o que sou, penso, sinto, faço e vivo nos últimos 40 anos de minha existência. Não consigo pensar em mim sem lutar pelo coletivo.   





terça-feira, 17 de novembro de 2020

A república oligárquica precisa morrer.



O processo de mudar o que significa “governar” tem sua mola principal na liberação da energia e inteligência dos setores mais violentados de nossa história de latifúndio escravocrata primário-exportador


São Paulo - Panfletos dos candidatos das eleições municipais, conhecidos como santinhos, descartados na rua Abolição, Bela Vista.ROVENA ROSA/AGÊNCIA BRASIL / AGÊNCIA BRASIL


Os resultados das eleições do último domingo evidenciaram duas linhas principais de confronto a animar a política brasileira. Não seria mero exercício retórico afirmar que nosso destino a curto e médio prazo depende do desdobrar de tais linhas.


A primeira delas indica a resiliência da República oligárquica brasileira. Os números mostram com clareza a hegemonia eleitoral de uma constelação na qual encontramos representantes tradicionais do aparato econômico e da chamada “direita de sobrenome”, ou seja, esse setor da elite política que tem relações históricas e familiares com o poder, espalhado em múltiplos níveis regionais e locais. Tal grupo há muito conseguiu se consolidar como verdadeira “casta” política e é marcado por práticas políticas conhecidas, nas quais se misturam brutalidade policial e racista, guerra contra pobres, ausência de qualquer formulação de fortalecimento do espaço comum, assim como submissão aos múltiplos interesses imobiliários e concentracionistas em operação em nossas cidades.


Esse grupo conseguiu se vender, ironia maior do Brasil contemporâneo, como “anteparo de racionalidade” contra o “extremismo” do Governo federal, como retorno da “política” contra o “populismo”. Na verdade, essa foi sua estratégia para reconstituir a balança do poder diante da ascensão de outro grupo, a saber, uma extrema direita popular, composta por setores que eram normalmente sócios menores e subalternos dos consórcios do poder. Setores compostos por: milicianos, representantes do aparato repressivo policial, agitadores midiáticos de extrema direita e pastores. Normalmente, eles eram servidores da direita oligárquica que conseguiram, nesses últimos anos, subir ao primeiro time, amparado pela força histórica das tendências fascistas na sociedade brasileira.


Esta direita oligárquica, que comunga com a extrema direita o mesmo projeto econômico de espoliação e concentração, a mesma brutalidade social e indiferença no uso da violência de Estado, mas que sabe usar melhor planilhas de CEO, conceitos acadêmicos e sabe onde fica a Avenue Foch, viu-se em meados deste ano a ponto de ser definitivamente afastada do poder dentro de uma escalada pré-golpe. Como a arte da sobrevivência lhe é um traço inerente, ela soube reordenar suas forças, capitanear chamados a “frente ampla e redentora contra o fascismo e em prol da defesa da democracia” para simplesmente repactuar uma divisão provisória de poder. Agora, ela soube se vender nas eleições como uma espécie de “volta à normalidade”, mesmo que essa normalidade seja o verdadeiro nome da catástrofe brasileira.


Ela tentará agora colocar em circulação estratégias aprendidas observando o comportamento de sua matriz, a saber, a direita oligárquica norte-americana encarnada no Partido Democrata. Nas últimas décadas, o Partido Democrata em seu eixo Clinton-Obama procurou compensar a aliança incondicional com políticas militaristas e de preservação do capitalismo financeiro de Wall Street com um “rosto mais humano” expresso na tentativa de integração de representantes dos setores mais sistematicamente violentados da população (pretos, LGBT’s , mulheres), sem mexer em praticamente nada nas engrenagens de espoliação, de precarização e sujeição socioeconômica que lhes afetam mais diretamente. Afinal, não é possível nomear Timothy Geithner (representante maior dos interesses dos sistema financeiro) secretário do Tesouro na administração Obama e fingir que se está a lutar pela transformação estrutural contra as múltiplas formas de sujeição social. A pobreza é a matriz das piores violências.


Mas há um problema que faz essa equação não fechar muito bem. A revolta vinda desses setores é potente, explosiva, assim como é real seu desejo de transformação. As tentativas de vampirizar sua força pela direita oligárquica equivalem a tentar domar, com velhos truques de mágica, processos com verdadeiro potencial de mudança. Ou seja, a tendência de que esse arranjo se quebre é grande e chegará uma hora que o espantalho de “todxs contra o trumpismo” não funcionará mais. De toda forma, o trabalho do Partido Democrata é relativamente facilitado porque eles não têm, por enquanto, nenhuma força à sua esquerda com quem se confrontar. Esse não é, felizmente, o caso do Brasil.


É nesse ponto que encontramos a segunda linha principal de confronto que emerge do primeiro turno das eleições. Se a primeira se resume às estratégias de preservação das oligarquias locais contra a extrema direita de matriz integralista, sob fundo de concordância geral, a segunda diz respeito à paulatina incorporação de novos processos coletivos de exercício do poder popular. Por isto, essas eleições foram também o início de um novo embate que começa, não por acaso, no centro econômico e financeiro do país: São Paulo.


São Paulo é uma das representações mais bem acabadas do poder das oligarquias. O Estado é governado de forma ininterrupta, há quase quarenta anos, pelo mesmo grupo e suas divisões internas. De Montoro a Doria, a linha é reta e constante. Diante de tanta continuidade há de se imaginar que São Paulo deva ostentar resultados robustos de políticas inovadoras nas áreas de saúde, educação, transporte, habitação, saneamento ou qualquer outra área. Mas a mediocridade dos resultados das políticas públicas do Estado só é ofuscada pela tranquilidade olímpica com que sua oligarquia dirigente se vê exercendo algo como um direito divino de mando entregue por deus em pessoa desde a época dos cafezais e dos bandeirantes caçadores de homens.


Há de se admirar os representantes dessa casta a falar, sem tremer, da “experiência” que porventura teriam na arte de “ser gestores”. Alguém poderia, nesses momentos, perguntar: experiência exatamente em relação a o quê? A como tentar despoluir um rio por 30 anos, como o Tietê, sem sucesso gastando 1,7 bilhão de reais só nos últimos noves anos? A como tentar passar ração humana como merenda escolar? A como implantar políticas de combate a pandemia enquanto obrigava mais de 2 milhões de pobres a pegarem transporte público lotado? A construir Rodoanéis que nunca terminam e eivados de processos por corrupção que, milagrosamente, caem no esquecimento? Talvez haja um dialeto ainda não identificado nessas terras onde “experiência” significa algo oposto ao seu sentido trivial em português castiço.


Contra isto, novas forças lutam por mostrar que “governar” pode significar abrir os processos decisórios e deliberativos à inteligência coletiva dos movimentos sociais e profissionais, à inteligência coletiva dos artistas, à inteligência coletiva das universidades. É isto que se está a defender em São Paulo, contra a falácia de um saber tecnocrata que sempre foi apenas a gestão em nome da preservação dos interesses oligárquicos de sempre. Esse processo de mudar o que significa “governar” tem sua mola principal na liberação da energia e inteligência dos setores mais violentados de nossa história de latifúndio escravocrata primário-exportador. Diferente dos norte-americanos, esses setores não precisam lidar aqui com as travas impostas pela realidade política bipartidária. Por isso, eles têm campo para declinar sua potência de transformação no espaço estendido dos embates econômicos, políticos e sociais, como vimos ocorrer na sublevação popular do Chile, com seus resultados surpreendentes. Se bem sucedido entre nós, esse processo pode ser o início de uma abertura do campo político à energia de tudo aquilo que a oligarquia temeu e procurou apagar.


Vladimir Safatle é professor titular do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo

domingo, 15 de novembro de 2020

15 DE NOVEMBRO ! O que fizeram com a Democracia, eleições e o Estado público cearense e brasileiro? 1325 dias.



Choque de realidade! Quem ainda tiver consciência, sensibilidade, valores e acompanhar de perto as eleições em nossas cidades aprenderá que até uma guerra é mais justa e provoca menos loucuras e doenças do que aquilo que de forma absurda denominamos de eleições, democracia e Estado público. Sim claro os EUA também não é um exemplo. 



Primeiro, é uma das poucas vezes que o pobre tem chance de conseguir algum dinheiro sem trabalhar ou roubar, distribuído muitas vezes por vagabundos ou melhor ladrões que operam para políticos ladrões que roubam dinheiro público. Segundo, a maior parte dos candidatos que são eleitos, têm alguns estudos sobre isso, são frutos de oligarquias, gangues partidárias e seus privilegiados com fundos públicos e elites que enricam pelo Estado. Portanto um pobre eleito sem esses apoios é uma rara exceção que não justifica a regra. A pobreza do povo se soma aos que forem mais fila das putas para comprar votos mesmo falando em democracia.



Um povo que se alimenta de injustiças e roubo durante as eleições é o mesmo que pessoas passando fome e pobreza; enquanto alguém há anos apresenta a elas imagens e palavras que nunca se realizam em sua vidas mas querem que ela saiba escolher e votar com consciência . Sim ela tem consciência assim como de todo mundo começa pela barriga antes de chegar ao cérebro, ou melhor ela vende o voto porque alguém compra em cidades sem lei. É a mesma coisa que culpar uma pessoa que foi estuprada ou morta e dizer que a violência que a atingiu é normal, e outros mais loucos ainda, frutos desses hospícios a céu aberto, pregam que a solução é armar todo mundo. 



Diante de tantos analistas políticos em nosso Brasil e Ceará vejo muitos poucos falarem dos bastidores e engrenagens de uma campanha, muitos não falam porque são financiados por ela ou seja a mídia a serviço de uma ou das duas gangues em disputa, assim como empresários calados com seus contratos públicos e incentivos fiscais, e até artistas fazem parte, claro do pão e do circo. O que isso tem haver com Estado e política pública ? Nada nem como Democracia.



Dinheiro público não é para comprar eleições e sim para salvar e mudar vidas educando e dando oportunidades de trabalho para pessoas para que não tenham que vender seu voto. Corruptos se associam a outros corruptos e criam crime organizado tão violentos e destruidores quanto cartéis de drogas.



A opção de fazer uma campanha de casa em casa conversando com as pessoas ou via redes sociais evitando gastar grandes somas com material publicitário e carreatas. A opção de discutir e criar projetos assim como buscar parcerias e sinergias com outros setores independente de partidos é construir os elos, vínculos e fios que tecem nossa democracia e convivência social em torno do bem comum.  A opção de escutar e dar vozes às pessoas durante tanto tempo silenciadas por esquemas ou conluios de poderosos é a melhor forma de tornar a liberdade de expressão, o eixo da verdade e da democracia. 



Política não é roubo porque roubo é ladrão. E quem acredita que política não é formação de gangues porque isso é crime organizado nos interessa conversar e dialogar sobre os problemas e soluções para nossas cidades e nossas vidas. Isso exige pouco recurso, mas exige alma, esforço e a vontade de cada um de escrever e fazer história em sua cidade, Estado e nosso Brasil. Esse é o compromisso real de ser do bem, mais muito mais do que isso de não ser burro, ignorante e fila da puta. É ignorância quem afirma que ganhar eleição de qualquer jeito é inteligente, não é burro, ignorante, escroto e fila da puta. Quem afirma que ganhar eleição é fraudar pesquisas, comprando pessoas que já não tem nem a propria vida, porque nunca tiveram oportunidade de construir sua dignidade, não é inteligente, é mais uma vez burro, ignorante, fila da puta.  A verdade não desaparece porque uma pessoa rouba,  a verdade não desaparece porque um é mais escroto que seu oponente, um frauda uma pesquisa e outro compra mais votos. Senhores são muitos absurdos e porra loucas, muita loucura junta no que chamamos de democracia .



E aqueles que ainda acham que saúde é saúde , educação é educação, que necessitam de trabalho para sustentar sua família e outras políticas públicas inclusive sobre a necessidade de uma justiça e segurança que funcione em nosso país. Aqueles que ainda se importam com suas famílias, filhos e lugares onde moram. A esses nos interessa fazer política e construir democracia, ganhando ou perdendo, a esses nos interessa lutar juntos e não com ladrões e crime organizado. Essa opção não é apenas ética e inteligente é uma opção verdadeira e justa com sua vida e com a de todos. É uma opção de respeito a lei e a verdadeira democracia. 



Gostaria de dizer aqueles bandidos que dominam uma cidade com a força do dinheiro roubado e do crime organizado em conluio de partidos que apesar de vocês o amor existe. A ciência e a psicologia foram criadas para reduzir o vazio existencial desses loucos pelo poder e assim como remédios para acalmá-los em seus delírios. A tecnologia tem mudado vidas muitos mais do que políticos ladrões assim como bons empresários, artistas, educadores, religiosos, atletas, empreendedores sociais, cientistas e outros que gastam seus dons , energias , sonhos e talentos em realizar o bem todos os dias apesar de vocês políticos ladrões profissionais que vivem de destruir vidas , dignidades e sonhos corrompendo nossas cidades, juventude e eleições.  A nossa vitória é a mudança de hábitos e atitudes, amanhã vai ser maior e nós acreditamos sim que pessoas com consciência é que mudam a história em nome do bem , do belo , do justo e do amor e de Deus. 








sábado, 7 de novembro de 2020

PALESTRA : LIBERDADE DE EXPRESSÃO, DE VIVER E DE SONHAR ! 1315 dias.




As ideias têm o poder de aprisionar ou de libertar e isso depende de como escolhemos viver. Isso mesmo as palavras expressam a vida, o que sentimos, sonhamos, e como nos libertamos das grades do medo e da vergonha que impedem o desenvolvimento de nosso ser e de como lutamos para transformar a sociedade que vivemos de seus podres poderes.  Necessitamos de luz, energia, alimento e água para viver. O resto podemos construir transformando nossa vida e a comunidade que vivemos. 

Muitas vezes percorremos as mesmas ruas mas algo mudou ? As paisagens mudam ou mudamos nós? O tempo anda para frente ou para trás ? tudo ao mesmo tempo.  Os fios vindo de todas as expressões de nosso ser quando reproduzimos comportamentos bons e ruins ou criamos novos, se ligam com os desafios e as diversas formas que a sociedade busca nos moldar com algumas formas de ser, pensar e viver que buscam nos encaixar em modelos pre determinados pelos poderes da época que vivemos ou nos libertar com nossa vontade interior e exterior. 



Quanto mais e melhor expressarmos o amor nos libertamos do ódio, o saber nos libertamos da ignorância, a fé nos libertamos do vazio e do vácuo quando achamos que somos Deuses, as causas nos libertam dos podres poderes, a arte do que é feio e ruim, assim o belo, o bom, e o justo caminham juntos em nossa vida. A técnica modela o mundo e nos modela muito mais do que o trabalho por isso que precisamos de Ciência e sabedoria para viver. Sim também necessitamos do outro e dos outros que pensam diferente para sermos orquestra e juntos tocamos a música de uma vida , Universo em expansão e múltiplos e diversos desafios. Onde todos são importantes. Necessitamos empreender, sabendo e sentindo, agindo com a mente corpo num ecossistema do qual somos ele; pois só expressamos nosso ser no ambiente do qual somos ao mesmo ruptura e evolução. 


Cada livro e cada autor tem o poder de nos educar com suas práticas pedagógicas, sociais , econômicas, ambientais, artísticas, científicas, tecnológicas e outras. Muito mais do que ideias elas expressam como esses seres mudaram a época em que viviam , eles resolveram escrever a história e não apenas vive-la,  escolheram os caminhos da democracia e da liberdade de expressão, expressando suas dores, sonhos, ideias; e construindo e caminhando novas formas de ser, pensar, educar, viver e governar.  


Se quisermos sermos livres temos que ter coragem de expressar nosso ser através de nossas vidas, necessitamos nos educar por múltiplos caminhos e dimensões humanas como o trabalho, educação, arte, tecnologia e por nossas relações políticas e sociais; e como compartilhamos nossa vida com nosso corpo, família, Deus e a natureza do qual somos frutos.


Empreendendo sonhos de um pequeno grão de terra a Terra da Sabedoria.  




quinta-feira, 5 de novembro de 2020

UM MUNDO! A VITÓRIA DO EUA ! BIDEN PRESIDENTE!


Dê luz as pessoas e elas vão achar o caminho ! Essas são palavras para o nosso tempo. CONTAGEM REGRESSIVA ! 3635, 3486, 1902, 1775, 665... votos para o Estado da Georgia declarar a vitoria de BIDEN PRESIDENTE! UM SÓ MUNDO ! A VITÓRIA DA DEMOCRACIA AMERICANA! BIDEN 306 X TRUMP 229.


O que há de errado com o mundo, mamãe!

Pessoas vivendo como se não tivessem mães

Eu acho que o mundo inteiro está viciado no drama

Só atraído por coisas que vão trazer o trauma

No exterior, sim, estamos tentando impedir o terrorismo

Mas ainda temos terroristas aqui vivendo


Nos EUA, a grande CIA

The Bloods, The Crips e KKK

Mas se você só tem amor por sua própria raça

Então você só deixa espaço para discriminar

E discriminar só gera ódio

E quando você odeia, você fica irado, sim


Loucura é o que você demonstra

E é exatamente assim que a raiva funciona e opera

Cara, você tem que ter amor, isso vai nos esclarecer

Assuma o controle de sua mente e medite

Deixe sua alma gravitar em torno do amor, galera, galera


Pessoas matando, pessoas morrendo

Crianças machucam e você as ouve chorar

Você pode praticar o que você prega?

E você daria a outra face?


Pai, Pai, Pai, ajude-nos

Envie algumas orientações de cima

Porque as pessoas me pegaram, me questionaram

Onde está o amor? (Ame)

Onde está o amor? (O amor)

Onde está o amor? (O amor)

Onde está o amor? O amor, o amor?


Simplesmente não é a mesma coisa, os velhos métodos mudaram

Novos dias são estranhos, o mundo é louco?

Se o amor e a paz são tão fortes

Por que existem pedaços de amor que não pertencem?

Nações lançando bombas

Gases químicos enchendo os pulmões de crianças

Com o sofrimento contínuo enquanto os jovens morrem jovens


Então pergunte a si mesmo se o amor realmente se foi

Então eu poderia me perguntar o que realmente está acontecendo de errado

Nesse mundo em que vivemos, as pessoas continuam dando

Tomando decisões erradas, apenas visões deles dividendos

Não se respeitando, negue o seu irmão

Uma guerra está acontecendo, mas a razão está disfarçada

A verdade é mantida em segredo e varrida para debaixo do tapete


Se você nunca sabe a verdade, então você nunca sabe o amor

Cadê o amor, gente, vamos (não sei)

Cadê a verdade, pessoal, vamos (não sei)

Cadê o amor, pessoal


Pessoas matando, pessoas morrendo

Crianças machucam e você as ouve chorar

Você pode praticar o que você prega?

Ou você daria a outra face?

Pai, Pai, Pai, ajude-nos

Envie algumas orientações de cima

Porque as pessoas me pegaram, me questionaram


Onde está o amor? (Ame)

Onde está o amor? (O amor)

Onde está o amor? (O amor)

Onde está o amor? (O amor)

Onde está o amor? (O amor)

Onde está o amor? (O amor)

Onde está o amor? (O amor)

Onde está o amor? O amor, o amor?


Eu sinto o peso do mundo em meu ombro

Conforme estou ficando mais velho, gente, as pessoas ficam mais frias

A maioria de nós só se preocupa com ganhar dinheiro

O egoísmo nos levou a seguir a direção errada


Informação errada sempre mostrada pela mídia

Imagens negativas são o principal critério

Infectando as mentes jovens mais rápido do que as bactérias

As crianças querem agir como o que vêem no cinema


Ei, o que quer que tenha acontecido com os valores da humanidade

O que quer que tenha acontecido com a justiça e igualdade

Em vez de espalhar amor, estamos espalhando animosidade

Falta de compreensão, levando-nos para longe da unidade

Essa é a razão pela qual às vezes eu estou me sentindo mal

Essa é a razão pela qual às vezes estou me sentindo mal

Não é nenhuma maravilha porque às vezes eu estou me sentindo mal

Tenho que manter minha fé viva até que o amor seja encontrado

Agora pergunte a si mesmo


Onde está o amor?

Onde está o amor?

Onde está o amor?

Onde está o amor?

Pai, Pai, Pai, ajuda-nos

Envie algumas orientações de cima

Porque as pessoas me pegaram, me questionaram

Onde está o amor?


Cantem comigo todos

Um mundo, um mundo (nós só temos)

Um mundo, um mundo (é tudo o que temos)

Um mundo, um mundo


E algo está errado com isso (sim)

Algo está errado com isso (sim)

Algo está errado com o wo-wo-world, sim

Nós só temos

(Um mundo, um mundo)

É tudo que temos

(Um mundo, um mundo)



Egidio Guerra - De um pequeno grão de terra á Terra da Sabedoria.


TIGRES PODEM SER PRETOS NEM TODO CISNE É BRANCO.

 


Aprenda a enxergar o novo, a mudança que está acontecendo ao seu lado e você não consegue enxergar nem participar, porque continua olhando a vida e as coisas com a lente do passado. Chega de querer classificar as coisas em categorias que não existem mais, conceitos vazios de sentidos, é hora de personalizar.


Enxergar que existem tigres e cisnes pretos; que a realidade, a diversidade e a evolução nos desafia a aprender sempre criando novos presentes e futuros.  


Tudo que conseguimos entender de forma personalizada que não se reduz a um preconceito ou categoria  pré estabelecida, é em certo sentido humanizado e tolerável . O resto são dogmas e violências que querem nos classificar ou classificar os outros.  


Entre o cotidiano e o familiar, e as rupturas politicas e históricas existe um abismo que precisamos apreender a saltar. A tragédia e o épico se alimenta de heróis enquanto o romance do cotidiano de pessoas simples personalizadas; entre os encontro do rio e do mar surge pessoas únicas em momentos históricos como tigre negros no meio da selva de listras míopes para verdades.


As grandes forças da história se tornam inevitáveis e irresistíveis inaugurando revoluções politicas de onde emergem novos personagens como tigres negros e inauguram uma revolução cultural nas formas de ser, pensar, viver e governar. No meio de inovações tecnológicas, mudanças climáticas, pandemia e brutais desigualdades e violências necessitamos enxergar os tigres negros que são poucos mas que começam a escrever a historia e a transição de nossa sociedade para outra civilização . 


Eles não são de esquerda nem de direita, não carregam em seus discursos velhos discursos enterrados há décadas pela história, são frutos de seu trabalho e suor, de novas ideias, outras formas de fazer arte e do despertar das novas tecnologias impactando as mídias e as diversas formas de liberdade de expressão boas e algumas infelizmente ruins como fake news e algoritmos. Porém as facas podem matar ou cortar alimentos para alimentar a vida. Nossos dons e talentos servem para o bem ou o mal dependendo das escolhas que fazemos para alimenta-los podem produzir boas ou más colheitas. 


Tigres negros unem o tecer com paciência o véu do compromisso com a habilidade de rasga-la com um golpe de espada. É preciso ser inteligente numa realidade complexa com profundas mudanças, existem momentos de calmaria como os romances ao mesmo tempo surge acontecimentos inesperados que nos exigem atitudes e mudar rapidamente nossas formas de pensar e agir. Nem sempre o Estado e seus dirigentes estão do lado do povo, sim eles mentem e roubam para se manter no poder. Existem militares bons e ruins assim como políticos encapuzados que atuam como o crime organizado em partidos e governos. O individuo é sua a trajetória  de vida. 


A força do Estado não consegue lidar com as milhares de formas de se construir o cotidiano e romper com podres poderes que buscam tornar as pessoas escravas. A força exterior do Estado que atua com violência e arbitrariedades não consegue calar a força interior do ser humano em se libertar, lutar e sonhar.  


Ser um tigre negro é uma exigência histórica do tempo que vivemos e de nossa alma que visa realizar todo nosso potencial e transformar nossa vida e o lugar que vivemos. Aprender a enxergar a vida e a realidade que se transforma  é nos permitir quebrar as grades que nos aprisionam e as bolhas que nos sufocam; e infelizmente nos matam mesmo em vida quando anulamos as nossas infinitas possibilidades de evolução como ser humano e sociedade.

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

A cidade dividida que ajuda a explicar por que algumas nações fracassam e outras prosperam.

 

  • David Edmonds
  • BBC Big Idea
Ilustração mostra uma cidade rica à esquerda e uma cidade pobre à direita
Legenda da foto, 

O que explica essa diferença entre os lugares?

Por que alguns países, como a Noruega, são ricos, e outros países, como o Níger, são pobres?

É uma grande questão que muitos fizeram, fazem e continuarão fazendo. E por quê? Porque há várias possíveis respostas para isso.

Para o filósofo e economista alemão Max Weber (1864-1920), um dos mais importantes teóricos do desenvolvimento da sociedade ocidental moderna, foram as diferenças religiosas ou culturais que determinaram os diferentes resultados econômicos.

Outros argumentaram que a falta de recursos naturais ou de técnicas impediu os países pobres de gerarem crescimento econômico autossustentável. Há também quem fale no impacto determinante do colonialismo ou do neocolonialismo.

Mas James Robinson, professor da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, e diretor do Instituto Pearson, argumenta que não é nenhuma dessas coisas.

Ele estudou profundamente a diferença entre países pobres e prósperos.

"A diferença é extraordinária", disse ele em entrevista à BBC. "A renda per capita da Noruega é pelo menos 50 vezes maior que a de um país pobre da África Subsaariana como Serra Leoa ou de um das Américas, como o Haiti. A expectativa de vida em Serra Leoa ao nascer seria de 30 anos e na Noruega, de 80 anos. Portanto, essa é uma diferença extraordinária em termos de vida e bem-estar das pessoas." 

Experimentos naturais

Para tentar entender a questão, Robinson estudou um aspecto conhecido como "experimentos naturais".

Essas são situações não planejadas e instrutivas porque mostram o que acontece quando os humanos são distribuídos aleatoriamente e expostos a diferentes condições.

imagem com dois aquários, um maior com um peixe maior e sozinho, e outro menor, com vários peixes menores
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É por causa da geografia? Dos recursos naturais? Ou passa por questões culturais?

Pense, por exemplo, na fronteira que separa a Coreia do Norte da Coreia do Sul, estabelecida desde 1953, ou em Berlim, que foi dividida entre leste e oeste por décadas durante a Guerra Fria.

Nesses casos, a Coreia do Sul tornou-se muito mais rica do que a Coreia do Norte, e Berlim Ocidental tornou-se muito mais rica do que Berlim Oriental.

Experimentos naturais como esses são importantes quando você estuda a questão de por que algumas nações falham e outras prosperam, e Robinson analisou um deles durante anos: Ambos Nogales.

As duas Nogales

Nogales é uma cidade dividida: parte fica no norte de Sonora, no México, e no sul do Arizona, nos EUA.

"Antes que o presidente (Donald) Trump ficasse animado com muros, já havia um em Nogales."

Nogales está em dois países: México e EUA
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Nogales está em dois países: México e EUA

Devido à relação tensa que existia entre os dois países durante a década de 1910, as autoridades mexicanas ergueram cercas temporárias na fronteira. Mas, depois da Batalha de Ambos Nogales, que eclodiu em 1918, a primeira cerca permanente na fronteira foi construída entre as duas cidades.

"Portanto, existem duas Nogales, elas são muito semelhantes em muitos aspectos, mas em aspectos altamente relevantes para a vida e as oportunidades das pessoas, são dramaticamente diferentes", aponta Robinson.

Portanto, vamos voltar à pergunta: por quê?

Todos os tipos de possíveis explicações foram dadas para entender essa enorme diferença na riqueza das nações.

Uma delas é...

A cultura?

Os noruegueses, prossegue Robinson em seu argumento, têm em suas raízes a ética de trabalho protestante. Mas outras nações não têm essas bases. 

Só que isso não pode explicar o fenômeno Nogales.

Em termos de música, comida, valores familiares, etc., não existem diferenças culturais significativas entre Nogales do Norte e do Sul. Robinson cita então outras evidências para refutar a narrativa cultural.

Nogales, Sonora
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As questões culturais não podem explicar a diferença entre as duas Nogales

"Algo que temos estudado muito é o impacto do colonialismo europeu no desenvolvimento comparativo do mundo. Muitas pessoas dizem: 'a razão pela qual a América é tão próspera é porque os ingleses vieram, eles trouxeram essa ética de trabalho protestante anglo-saxônica'. Mas se você olhar para a questão do impacto da cultura britânica de forma mais ampla no mundo colonial, verá que isso não pode ser verdade", argumenta.

Segundo ele, "é verdade que entre as ex-colônias britânicas estão os EUA, Austrália e Nova Zelândia, mas também o Zimbábue e Serra Leoa. Portanto, não foram realmente os britânicos na América do Norte que criaram toda essa prosperidade".

Para Robinson, o colonialismo fornece evidências de que as hipóteses culturais não explicam realmente o desenvolvimento comparativo entre nações.

Portanto, se não for a cultura, o que mais poderia explicar a desigualdade de riqueza?

A geografia?

Talvez alguns países tenham uma localização geográfica vantajosa: um clima melhor, por exemplo, ou ligados a uma rota comercial.

Mas isso também não explica o fenômeno Nogales.

E os recursos naturais?

Existem países ricos em recursos naturais. A Noruega, por exemplo, tem petróleo.

"Sim, mas a Arábia Saudita e Angola também têm petróleo", responde Robinson. "Os recursos naturais são excelentes se você os tiver. Mas o que é realmente importante é o que você faz com eles.

escudo de nogales com as bandeiras dos eua e do méxico
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O que explica o fenômeno de Nogales?

"Nem a Coreia do Sul nem o Japão são ricos em recursos naturais. Talvez tenham boas terras. Este é um bem que está distribuído pelo mundo, mas demanda investimentos, tecnologia, irrigação, fertilizantes para ser produtivo."

Segundo o economista, "o problema da África, por exemplo, é que não há revolução verde, variedades melhoradas de sementes, não tem infraestrutura, não tem estradas, não tem investimento".

"Portanto, não acredito que o mundo físico determine a prosperidade da sociedade", conclui.

Portanto, se a cultura, a geografia e os recursos naturais não podem explicar a diferença, o que pode então?

Uma palavra: instituições

De acordo com a pesquisa de Robinson, a resposta é: instituições.

"Refiro-me às regras que os próprios humanos criam e que influenciam os seus incentivos e oportunidades. Os seres humanos respondem a incentivos, mas criamos regras na sociedade que geram diferentes padrões de incentivos e que fazem a diferença."

O que os países ricos têm, segundo o economista, são instituições que funcionam, como parlamentos ou tribunais mais honestos e regras que regem os direitos de propriedade e estimulam a competição empresarial.

"Último retorno antes de entrar no México", diz uma placa da cidade fronteiriça
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"Último retorno antes de entrar no México", diz uma placa da cidade fronteiriça

E essas regras tendem a ser mais justas, previsíveis e aplicáveis ​​a todos.

Robinson faz uma distinção entre o que ele chama de instituições extrativistas e inclusivas. As instituições extrativistas são aquelas que beneficiam um pequeno número. As instituições inclusivas beneficiam a população em geral.

Dois bilionários

Para ilustrar esse ponto, vamos voltar ao México e aos EUA. Não às duas Nogales, mas a dois dos cidadãos mais ricos desses países: Carlos Slim e Bill Gates.

Gates fundou a Microsoft. Slim está envolvido em vários setores econômicos, e alguns de seus negócios, como o mercado de telefonia fixa, são quase monopólios.

"São dois empresários brilhantes, grandes empreendedores extremamente enérgicos e ambiciosos, mas o mais importante é como fizeram sua fortuna", enfatiza Robinson.

"Bill Gates ganhou dinheiro com a inovação. Carlos Slim ganhou dinheiro com monopólios.

Carlos Slim e Bill Gates
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Carlos Slim e Bill Gates, dois bilionários em lados opostos da fronteira México-EUA

"A inovação de Bill Gates o tornou extremamente rico, mas gerou muito mais riqueza para a sociedade: ele atraiu pessoas e recursos para a indústria de computadores. No caso de Carlos Slim, seus monopólios reduziram a renda nacional muito mais do que sua riqueza pessoal."

Por que eles se comportaram de maneira diferente? "É uma questão do mundo em que vivem, de instituições que canalizam suas energias e talentos em direções muito, muito diferentes."

"Se você quer ficar rico na América Latina, o que você faz é conseguir monopólios e formar vínculos com os políticos. Como se faz nos EUA? Você se torna um empresário, abre um negócio e inova", diz Robinson.

Tudo isso levanta uma questão importante. Como Nogales do Sul (México) então pode vir a se transformar em Nogales do Norte (EUA)? Como as instituições extrativistas podem ser transformadas em instituições inclusivas?

Bem, esse é o assunto da pesquisa em andamento de Robinson, e as respostas ainda estão sendo investigadas.