SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

domingo, 28 de março de 2021

EDUCAÇÃO POPULAR COMO ESSÊNCIA PARA REPENSAR A EDUCAÇÃO E A SOCIEDADE.




As teorias e práticas da educação popular em conjunto e na história são essenciais e transversais como caminhos para repensar a educação escolar e universitária; assim como a sociedade construindo novas formas de ser, viver e governar. Várias lições estratégicas como o papel que a educação popular, Paulo Freire e Darcy Ribeiro desempenharam na formatação da LDB, incluindo educadores populares como professores, os limites da Ciência sobre a ótica da antropologia e da educação popular, a necessidade de misturar saberes acadêmicos e populares, o aprender a ser, viver, relacionar e fazer na escola e na vida, o papel da aula em campo, a urgência de repensar o currículo e os créditos acadêmicos que trate os desafios sociais de forma interdisciplinar como violência, racismo, desemprego, destruição da natureza e outros, enfim o papel da Escola e da Universidade na transformação da vida das pessoas e do mundo que vivemos. 



A educação popular questiona o que é educar ! É a educação bancária reduzida a sala de aula, professores, notas e grades curriculares ? Emilia Romagna responde que é melhor compreender como as crianças e os jovens aprendem, enquanto a Finlândia educa tratando as questões sociais como essenciais com mais tempo das crianças com as famílias, tempo para ócio, e os direitos sociais garantidos não apenas o acesso à escola. Essas são lutas dos movimentos sociais que emergiram dos educadores populares convergindo, não por acaso, com o método de alfabetização de Paulo Freire, a luta pelos direitos dos mais pobres e a criação da LDB com Darcy Ribeiro. Não é por acaso que o antropólogo e Ministro da Educação Darcy Ribeiro realizou pesquisas nas comunidades indígenas e quilombolas, também escreveu sobre o povo brasileiro, foi o criador do sambódromo, primeiro Reitor da UNB e criador da LDB. As raízes da LDB carregam muitas lições da educação popular propondo outras formas de avaliar, assim como meios de financiar uma educação de qualidade para todos, como o FUNDEB . 



Vários saberes populares têm transformado vidas criando caminhos para nossos problemas sociais, muito além da alfabetização com o qual confundimos um objetivo com a missão. Os educadores populares criam saberes e tecnologias sociais que muitas vezes tem mais impacto que as políticas públicas estatais no enfrentamento das violências , racismos, desemprego, destruição da natureza, e outros; suas teorias e práticas tem sido nas últimas décadas objetos de pesquisas, teses de mestrado e doutorado de Universidades brasileiras e internacionais. A formação dos educadores populares não é acadêmica mas na vida ensinando e despertando novos horizontes e lutas por outros caminhos. Eles não só ensinam em sala de aulas com quadros, chamadas e notas mas em campo com projetos que trabalham ao mesmo tempo a razão, o cotidiano, a cultura, os sentimentos, a imaginação e outros dialogando com a vida e outras disciplinas mas não se limitando a elas. 



Diante do óbvio que a vida ensina, a educação popular contribui bastante para pensar eixos da educação como aprender a ser, viver, se relacionar e fazer. Depois esses eixos se tornaram parâmetro da educação para ajudar a repensá-la. Edgar Morin vai mostrar os limites da educação bancária e linear, ou seja em campo e complexa, porque a ética, a nossa relação com a natureza e outras vidas, a essência do que significa conhecer, incluindo os limites da Ciência, nossa ignorância e o desconhecido, extrapolam e muito as noções de escola, aulas, notas e currículos que vivenciamos no último século sem grandes transformações. Onde herdamos a estrutura e os processos dos mosteiros que centravam o saber no professor, transmissão via fala, disciplinas, e avaliação quase como uma confissão que temos que repetir as palavras dos livros como se fossem "Bíblias" ou do Professores como "padres", tendo a Escola como Igreja. Foucault trabalha essa relação entre saber e poder em vários dos seus livros, enquanto a educação popular liberta a autonomia do sujeito em produzir conhecimento em diálogo com a existência. Do ponto de vista do método podemos falar de etnobiografia ou memorial como caminhos do ser humano pensar e organizar sua existência. Principalmente no mundo onde o acesso a livros e as informações via internet se democratiza, onde outros meios como as redes sociais, mídia, games disputam a mente dos alunos, onde o crime, desemprego, pandemias afetam a escola torna-se urgente repensar outros caminhos. 



No Mundo também de Terra planismo e fake news de um lado, observamos vários pensadores como Bruno Latour e outros questionando os dogmas, poderes, limites da ciência e seus impactos sobre a vida, um pensar fragmentado na relação com Terra. É hora de aprender que nossos principais problemas e desafios são interdisciplinares, complexos e sistêmicos como os já citados: destruição da natureza, pandemia, violências, racismo, criminalidade, e outros. A educação popular fortalece um processo e uma visão mais sistêmica da vida e do cotidiano, fortalece o sujeito na compreensão da realidade sem reduzi-la a disciplina A ou B conforme nos acostumamos no uso do método científico na Academia. Muitas vezes sem método ou contra o método, aprendemos a misturar saberes populares com acadêmicos para criticar melhor as notícias dos jornais ou a fala dos políticos. Essa consciência crítica inerente às origens da educação popular nos lembra que educar não se reduz a ciência, é preciso outros referenciais que nos guie; e nos alerte sempre que a educação popular é um caminho para repensar a educação e a sociedade que vivemos.  





sexta-feira, 26 de março de 2021

UM PROJETO E PESQUISA DE EDUCAÇÃO PARA VIDA: Metodologia, objetivos e justificativa. 1455 dias.


Um projeto e uma pesquisa podem durar mais de 25 anos ? Sim! esse durou como um fio que carrego em minha trajetória de vida desde os 15 anos quando comecei a planejar minha vida. Nessa mesma época eu tinha escrito um romance “ Quando amar é proibido “ onde criei 7 personagens, cada um vivia em um mundo separado dedicando sua vida a ele, quer seja na Empresa, Política, Universidade, Arte, Projeto social e Religião. O último personagem, Isaac, visitava cada um dos amigos para compreender o mundo e as regras sobre as quais cada um deles vivia, mas ele Isaac não encontrava sentido para sua vida em nenhum deles. Não é o caso aqui de apresentar o romance mas algumas ideias que nasceram nele, e acompanham toda minha vida, como se escrevesse meu próprio romance de formação como Emílio de Rousseau e outros. 


 

Um das ideias é que ao pesquisar a história das civilizações, sociedades e culturas aprendi que desde a Mesopotâmia, Egito, Grécia, Roma, Idade média, Modernidade ou outras culturas estudadas pela Antropologia temos sempre a presença de vários mundos como a economia, política, educação, espiritualidade e outros; claro com os formatos daquela época ou seja a Educação era feita nos “Jardins” e Escola na Grécia, virou Mosteiro na Idade média e Universidade hoje, mas sempre a dimensão da educação esteve presente nesses lugares e épocas. Assim como a Economia era escravidão durante muito tempo, virou feudos e depois fábricas e trabalhadores, talvez agora o trabalho será feito por robôs e inteligência artificial. Resumindo estas dimensões como educação, trabalho, e outras como espiritualidade, arte, políticas e outras sempre estiveram presentes em vários formatos históricos mas que não são na verdade dimensões ou valores humanos que transcendem as formas históricas organizadas e transformadas em poderes. 



Nesse raciocínio eu era o Isaac que gostaria de conhecer todos esses “mundos” mas sem me render a eles. Até porque o valor da utilidade econômica não pertence as empresas, nem a busca pelo saber e a verdade as Universidades, nem a luta por justiça aos políticos, nem a arte pertence aos artistas ou seja cada pessoa tem as possibilidades de desenvolver suas capacidades econômicas, educacionais, artísticas, espirituais e outras sem se render aos padres, professores, políticos, empresários e outros que buscam mais controlar e submeter as pessoas do que desenvolver o potencial de cada uma delas em várias áreas e saberes como Polímatas . 




Então, eu planejei minha vida desde os 15 e fui viver cada mundo desses: atuei em Empresas, Governos, ONGs, Escolas, Universidades, Igrejas, Artes e outros buscando ter vivências e experiências, mas ao mesmo tempo procurando estudar em Universidades e ler livros de ciências diferentes, relacionadas a estes mundos para responder perguntas que emergiam do meu ser, em relação por exemplo as diversas linguagens e valores que imperam nesses mundos, assim como suas práticas e regras para poder criticá-las e criar novas formas de ser, viver e me governar diante dos desafios que emergiram no decorrer da vida, criando projetos como alternativas a esses caminhos oferecidos pela sociedade.



Talvez, esse processo tenha sido a minha metodologia neste projeto e pesquisa de uma educação para vida. Metodologia como ter várias experiências mas de forma crítica e reflexiva na medida em que lia vários livros de forma interdisciplinar, muitas biografias, assistia vários filmes que despertava minha imaginação para entender realidades em movimentos onde vários saberes, setores da sociedade e personagens constrói a história e a realidade, onde tudo se mistura e se encontra de formas complexas, dinâmicas e diversas. É preciso aprender a dançar com a vida e seus desafios em movimento.



Nesta jornada fui encontrando os objetivos do meu projeto e pesquisa de uma educação para vida. O primeiro objetivo é que o currículo fosse a própria vida e suas várias dimensões, mundos e desafios. O segundo objetivo é que a sala de aula fosse o mundo, e que nessa jornada ia encontrar outros instrumentos e processos pedagógicos para vida, entre eles os livros, os filmes, e transformar o celular numa bússola para vida. Criando um aplicativo game que apoia, conecta e realiza projetos e pesquisas de uma educação para vida de outras pessoas, conectando as várias oportunidades no mundo real em várias setores da sociedade e dimensões da vida como trabalho, educação, arte, projetos sociais, política, aprender novas tecnologias, saúde, esporte, espiritualidade, habitação, interação com a natureza, relacionamentos familiares, e amigos. 



Essa jornada, claro tem uma justificativa.


Numa Sociedade disciplinar e linear, como linhas de produção, foram divididos os espaços para educar, trabalhar, rezar, governar, se divertir, cuidar das doenças, e outras. Porém se esses espaços fossem todos para nuvens e podemos realizá-los de casa ou de qualquer outro lugar pelos celulares ? Se a memória, os documentos, a mídia, as artes, o trabalho, conteúdos educacionais, e agora a inteligência for digital e artificial. Numa sociedade em redes como definiu Manuel Castells que luta por democracia direta, renda básica, tempo livre e contra os controles tecnológicos, destruição da natureza e a financeirização da vida. Qual a missão da educação diante destes desafios históricos de um lado e entre o que a educação não deve ser ? Entre esses polos temos a justificativa deste projeto e pesquisa de uma educação para vida buscando caminhos e instrumentos para torná-la possível. 



Algo temos certeza essa missão não é anular seres humanos, padronizá-los em sistema de ensino, fortalecer as burocracias e tecnologias que buscam nos controlar, ou transformar pessoas em robôs, nos render e submeter as brutais desigualdades e violências que vivemos, sermos instrumentos da destruição da natureza e mudanças climáticas entre outros. Necessitamos de mais autonomia, outras perspectivas e olhares sobre a educação em rede, complexa, diversa, sistêmica, decolonial, mas também tecnológica, científica que desenhe futuros a luz da antropologia e da humanidade. Porém esses caminhos não se revelam apenas através de teorias e conceitos mas de práticas e linhas de pesquisa que transformem o mundo numa sala de aula e a vida no currículo, não em mortes, brutalismos, e pandemia como temos feito atualmente, acelerada pela política, finanças mas também pelas ciências e tecnologias. 


A melhor síntese que li recentemente foi o livro Brutalismos de Mbembe que unifica as violências econômicas, tecnológicas, ambientais, sociais para mostrar como já tratamos com profunda insensibilidade e falta de humanismo as várias tragédias que vivenciamos de mortes na pandemia, refugiados, racismos, crimes e outras. Mbembe clama urgência para agir agora, e não apenas criar e justificar conceitos resíduos que se calam no cotidiano da ausência de atitudes e lutas.    




Nós podemos aprender por outros caminhos em redes com a arte, com a cidade, tecnologias, espiritualidade, com a política, a natureza, pelo amor e claro pela educação que hoje reduzimos em disciplinas e currículos, mas por diversos e múltiplos caminhos que a vida nos oferece. Múltiplos caminhos como tem proposto Emilia Romana, Finlândia, Canadá, Japão; e comunidades indígenas, quilombolas, projetos sociais que há tempos tem nos ensinado outras formas de ser, viver e nos governar. Essas jornadas nos transforma e nós transformamos elas, despertando novos métodos, inovando, integrando, gerando sinergias, ampliando a sustentabilidade orgânica da vida e dos saberes. Estas habilidades são muito mais que adquirir conteúdos e sim escolher entre várias fontes, criticá-las, criar, compreender a história de forma interdisciplinar que nos trouxe até aqui, e avaliar que caminhos seguir individualmente e coletivamente. A necessidade de criar outros instrumentos e processos pedagógicos que anime essa jornada capaz de transformar o mundo numa sala de aula e o currículo na vida.



Essa jornada sempre foi feita pela humanidade desde que partiu da África vivemos de imigrações, guerras e refugiados mas nesta jornada  aprendemos muito. O que podemos aprender pelas biografias de cientistas, líderes políticos e espirituais, artistas, empreendedores, educadores que nos mostram que as grandes ideias, inovações, conhecimentos, instituições, tecnologias, lutas políticas, causas espirituais e outras não foram produzidas de forma linear nem apenas reféns do método científico, mas muitas vezes contra o método e sem método. As perguntas e os desafios impactam o método que escolhemos em busca de respostas e elas nunca dançam sozinhas. É nessa dinâmica múltipla, diversa e complexa que aprendemos a imaginar, enxergar e construir novos horizontes e metamorfoses para nossas vidas e o mundo que vivemos.


   

Outro passo é com a nossa própria vida, trajetória, como aprendemos? Vivemos? Amamos ? Como despertamos novos horizontes, metamorfoses, evoluções, acasos ? interagimos e nos dividimos? Somos capazes de compreender essa sinfonia entre a teoria e prática, entre conhecimentos populares e científicos, no diálogo entre nossas capacidades crítica e criativa, entre razões, valores, visões, vivências e experiências, podemos compreender as músicas que a vida toca em sinfonia ou ruídos com as nossa vidas, sociedades e a Terra que vivemos? Essa é nossa missão e justificativa desta jornada, ao mesmo tempo projeto e pesquisa de uma educação para vida.





quarta-feira, 24 de março de 2021

QUANDO A EDUCAÇÃO INCLUI AS CORES BRASILEIRAS COM PAULO FREIRE E DARCY RIBEIRO.



Algumas turmas de escolas públicas brasileiras hoje, normalmente profissionalizantes, são formadas por alunos de uma cidade, com alunos de outras cidades ao redor e os alunos de bancadas oriundos de escolas privadas. Do lado dessas escolas de excelência sempre tem as escolas onde estudam os alunos de piores notas, normalmente muito pobres e das zonas rurais. Resumindo na disputa dos Governos para quem tem as melhores notas, temos vários tipos de escola pública para os mesmos cidadãos brasileiros que não vão ter a mesma chance. Umas que tem melhores condições físicas, enquanto outras não tem banheiro nem água nem biblioteca , outras Professores recebem o décimo quarto salário pelo seu desempenho e outras nem salário mínimo, enquanto estas mesmas escolas sofrem as consequências do aumento da criminalidade, disputam vagas nas Universidades e na formação de capital humano, no mundo onde educadores gerenciam metas e resultados em busca de rankings, e cientistas de dados buscam estratégias de melhorar o desempenho da escola. Bem, esse é um resumo do atual capítulo da história da educação brasileira, mas como podemos pensar e escrever os próximos capítulos ? Bem, um caminho é compreender a história da educação brasileira e entender quando ela passa a se tornar mais brasileira, passando a ser escrita por outras cores e lidando com os reais desafios de todos os brasileiros e não os privilégios de alguns. 



O Brasil ao invés de pensar o sistema educacional para todos a longo prazo, como fizeram várias nações com menos dinheiro e condições que nós, incluindo as questões sociais como fez a Finlândia. O Brasil continua focado em melhorar as notas de alguns, enquanto uma minoria entra no ensino superior ou coloca eles numa posição melhor no mercado de trabalho e renda ? Não. 



Os primeiros passos de Paulo Freire vai ser alfabetizar aqueles que nem as escolas chegavam e que representavam milhões de pessoas porque tão importante quanto o ENEM, cotas, estruturas físicas, melhores condições para os professores, avaliação e gestão é questionar como se dá o acesso à escola pelo cidadão mais pobre de todas as cidades, onde tudo deve começar. Essa prioridade é tão importante quanto o método de alfabetização que ele criou. Além de outras lições que ele nos deixou em seus livros e frases que de diversas formas começa a colorir a educação brasileira com soluções para desafios típicos brasileiros. Sim porque grande parte de nossa população não tem acesso a educação de qualidade, é preta, pobre e cercada pelo crime e várias formas de escravidão e violências desde o descobrimento do Brasil.  



 

ESTUDAR NÃO É UM ATO DE CONSUMIR IDÉIAS, MAS DE CRIÁ-LAS E RECRIÁ-LAS. 

      

Esse é outro ponto essencial: o que consideramos educar como nação brasileira ? A Finlândia por exemplo que nos anos 70 era um país rural , sem estradas, fica ao lado da Rússia que há qualquer momento podia invadi-la e invadiu, resolveu que não dava para separar educação dos problemas sociais, segundo que deveriam ter menos aula para as crianças terem mais tempo com a família e ócio, e terceiro aos invés de priorizar a avaliação era melhor gastar energia em melhorar a aprendizagem. É quase a opção inversa brasileira que não resolve as questões sociais, aumenta o período escolar e foca na avaliação. Nós deveríamos aproveitar nossa diversidade cultural e ambiental como nos ensinou Darcy Ribeiro visando fortalecer nossa criatividade na economia como temos feito nas artes, incluir o ensino da cidadania, ética, filosofia, política, culinária, cuidar da casa e outros como acontece em vários países como Japão, Inglaterra, Canadá e França; isso nos faz muita falta porque fortalece a autonomia, a civilidade e a cooperação além de ensinar a pensar pelos caminhos da capacidade crítica e criativa.



Infelizmente as Escolas e Universidades brasileiras têm servido para enquadrar pessoas de acordo com critérios nascidos em outros países. Não valorizamos e punimos a singularidade de nossos alunos desde a creche, onde se comportar igual e de preferência calado é um valor central para o que consideramos educar. Desrespeitamos muitas vezes os saberes populares , os idosos e as comunidades evitando que o tecido social e vínculos criem espaços de educação que transcendam a escola, e inclua o diferente e o excluído. Essas são outras lições que temos que aprender com Paulo Freire se quisermos colorir a educação brasileira.



No livro medo e ousadia duas lições de Freire são essenciais: uma onde uma aluna dele, juíza da turma de Doutorado em Direto, o questiona sobre uma aula porque vão estudar uma carta de três páginas de um agricultor analfabeto ? Essa aula vai levar 16 horas para eles entenderem o saber que o agricultor transmite e a juíza pede desculpas. A segunda é quando Paulo Freire é questionado se o professor pode levar ideologia de esquerda ( ou de direita ) para sala de aula ? ele responde “ quem pensa que são esses professores ? representantes de DEUS para fazer isso e discorda.” Talvez a escola seja o último espaço democrático e republicano que sobrevive em nosso País de Governos, Empresas, Exércitos, Igrejas e ONG 's aparelhadas por grupos políticos. Não se trata da escola sem partidos e sim do direito à educação, a liberdade e a autonomia, as políticas públicas sem ser moeda de troca ou refém de carteirinha de partido assim como os programas sociais .  



NINGUÉM LIBERTA NINGUÉM, NINGUÉM SE LIBERTA SOZINHO: OS HOMENS SE LIBERTAM EM COMUNHÃO 


Eu considero que devemos ter um compromisso pedagógico com as palavras do Paulo Freire se ele pensou e escreveu algo devemos respeitar suas posições e não negá-las. Da mesma forma Darcy Ribeiro como Antropólogo , Ministro e Reitor deixou várias contribuições e ajudou a colorir a educação brasileira à luz de nossas raízes e olhando de frente e de forma profunda nossos desafios educacionais como nação. 



Ele que fundou o sambódromo no Rio colocou nossa cultura como um dos eixos educacionais e o povo brasileiro. Ele que fundou a UNB e foi um defensor e legislador incansável da educação brasileira aprovando leis que até hoje protegem a educação como a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional (Lei No 9394/96) que gerou o Fundeb e outras que por exemplo facilitam a avaliação por outros meios.  Porém principalmente por ter enfrentado a Ditadura e contribuído de diversas formas com as lutas educacionais, sociais, indígenas e populares e ter vivido e escrito sobre elas, nos dá um referencial teórico para pensar a educação brasileira a partir do Brasil e de seu povo.  



Eu considero que este deve ser o primeiro capítulo de nossa história, talvez nossa história contada de trás para frente, ajude a entender que tentaram tornar a educação reféns dos religiosos, militares, de elites, oligarquias políticas e burocracias partidárias. Essas fórmulas de cima para baixo nunca criaram raízes, pelo contrário se fragmentaram ou transformaram em programas pontuais; os nossos mais duros e difíceis desafios que é levar o acesso a uma educação de qualidade para todos com o potencial de transformar vidas e as cidades onde vivemos, incluindo nossa economia, mas não tornando a educação refém nem do Estado nem do mercado mas que pertença a todos cidadãos brasileiros.



Tá vendo aquele edifício moço?

Ajudei a levantar

Foi um tempo de aflição

Eram quatro condução

Duas pra ir, duas pra voltar

Hoje depois dele pronto

olho pra cima e fico tonto

Mas me chega um cidadão

e me diz desconfiado, tu tá aí admirado

ou tá querendo roubar?

Meu domingo tá perdido

vou pra casa entristecido

Dá vontade de beber

E pra aumentar o meu tédio

eu nem posso olhar pro prédio

que eu ajudei a fazer

Tá vendo aquele colégio moço?

Eu também trabalhei lá

Lá eu quase me arrebento

Pus a massa fiz cimento

Ajudei a rebocar

Minha filha inocente

vem pra mim toda contente

Pai vou me matricular

Mas me diz um cidadão

Criança de pé no chão

aqui não pode estudar

Esta dor doeu mais forte

por que que eu deixei o norte

eu me pus a me dizer

Lá a seca castigava mas o pouco que eu plantava

tinha direito a colher

Tá vendo aquela igreja moço?

Onde o padre diz amém

Pus o sino e o badalo

Enchi minha mão de calo

Lá eu trabalhei também

Lá sim valeu a pena

Tem quermesse, tem novena

e o padre me deixa entrar

Foi lá que Cristo me disse

Rapaz deixe de tolice

não se deixe amedrontar

Fui eu quem criou a terra

enchi o rio fiz a serra

Não deixei nada faltar

Hoje o homem criou asas

e na maioria das casas

Eu também não posso entrar

Fui eu quem criou a terra

enchi o rio fiz a serra

Não deixei nada faltar

Hoje o homem criou asas

e na maioria das casas

Eu também não posso entrar

OS NOVOS NORMAIS E OS LOUCOS NA PANDEMIA DA COVID19. A EDUCAÇÃO E AS ORIGENS HISTÓRICAS DA PSIQUIATRIA!


Como é possível um crime sem interesse ou motivo ? de alguém que está consciente do crime sem puder ser declarado louco. Nem a justiça podia julgar pois não há interesse nem motivo, nem a Psiquiatria poderia curar pois não há doença. Foucault no livro “ Os Anormais” de 1975  já falava sobre neurociência e  talvez ficaria impressionado com as mortes feitas pelo tráfico no México, os coachings e os efeitos da pandemia sobre crianças e jovens ? Antes de falar sobre o presente, gostaríamos de nos lembrar da história que transforma cientificamente, a ausência da razão num mecanismo patológico positivo. É esse o papel do instinto, peça nesse jogo do saber e poder. Na falta do delírio, da demência, da alienação é na falta disso que em casos extremos se recorre ao instinto.



Os conflitos, reivindicações, distribuição e redistribuição do poder no início do Século XIX vai exigir respostas da Psiquiatria para lidar com as revoltas políticas desde revoluções republicanas , democráticas, nacionalistas e socialistas, e o aumento da criminalidade do qual vai emergir a loucura instintiva, que é mais uma pedra no edifício piramidal da taxonomia. A partir dali a "psiquiatrização" ou seja todo comportamento considerado anormal pela sociedade visando lidar com as revoltas, crimes, loucos nas famílias e outros. Em épocas de pandemia, como a que vivemos, vários especialistas estão sendo convocados para dar respostas e curas aos efeitos da pandemia sobre cada um de nós. Hoje, tão importante quanto a vacina tem sido o debate sobre o que fazer com os “loucos” e os anormais que tem reagido de diversas formas a pandemia e suas consequências na política, economia, educação, sociedade e outros. Tudo em nome da Ciência e da verdade.  Qual o diagnóstico e a teoria nos vai dar respostas para saciar nossa fome dos novos normais e de cura na Pandemia? Será que outra Pedagogia nova vai surgir da Psiquiatria nova como foi no Século XIX e XX para melhorar o funcionamento da sociedade ? visando trazer de volta nossos alunos, a sociedade, a economia e deixar como sempre as pandemias, revoltas, loucuras e crimes produzidos pela miséria de lado ? para que a Ciência e a Educação produzam novos normais? Essa mesma miséria e destruição da natureza que produziu essa e outras pandemias, e o ciclo da história se renova rendendo o Século XXI da tecnologia e do mercado financeiro ao poder de um vírus! 



Será que vai caber de novo às Escolas e Universidades produzirem esses novos normais ? Ou vamos ter que abrir mais presídios para lidar com aumento da pobreza e desempregados ? ou matar mais quantos negros e pobres ? reabrir os hospícios ? ou como lidar com o poderio crescente do crime organizado que nasceu em períodos de miséria e desemprego! Será tão difícil ao invés de definir o novo normal nas escolas e clínicas , se podemos aprender com as cem linguagens da criança como faz Emilia Romana ou aprender com a política social e educacional da Finlândia que gera uma economia criativa. O que podemos aprender com Foucault e Deleuze sobre as sociedades que vivemos ? ou melhor com tudo isso que vivemos, quando começou a se organizar suas causas e consequências no Século 18 e 19, incluindo o lado bom e ruim da História. Necessitamos aprender sobre os saberes e poderes que produz comportamentos em nossa sociedade, e educar as pessoas a se libertar e cuidar de si para se curar com todo potencial humano individual e coletivo.



A ordem e a segurança pública  são muito mais comprometidas pelas “grades” curriculares, controles e notas que impomos, enquanto a Finlândia, Itália e outros tem construído caminhos diferentes. A necessidade de tempo para amar e cuidar de nossas famílias, e ócio para criar, assim como a renda mínima. A robótica, inteligência artificial e internet das coisas podem proporcionar essa mesma renda mínima e tempo, mais tempo para educar, ao invés de criminalizar e enlouquecer pessoas que lutam pela sobrevivência. Necessitamos educar professores que dominem práticas pedagógicas, atuando como maestros de saberes diferentes e não apenas ensinar matemática, química, biologia, física e outros.  Até porque a internet disponibiliza cada vez mais conteúdo gratuito, mas onde se aprende ética, emoções , sensibilidade, liderança, complexidade, visão sistêmica é na Escola e Universidade em sala de aula ? Temos muito que aprender com o desenvolvimento infantil de Piaget, com o papel da linguagem no ensino com Vygotsky, com o valor das experiências na pedagogia de Dewey e com  a complexidade de Edgar Morin, onde não devemos separar o conhecimento da vida e da natureza e principalmente do desconhecido. 



O que gera o perigo e os distúrbios muitas vezes não é o indivíduo, e sim a sociedade e a ausência de educação para vida não apenas para o trabalho ou passar no vestibular. No século XIX se associou a loucura, a doença, os anormais com o perigo, distúrbios e desordens provocados por comportamentos que geram revoltas, aumento do crime e problemas nas escolas, trabalho e nas famílias. O importante no Século XIX ou agora, não é o que pensa ou apreende o doente ou o estudante, e sim o que ele faz ou nota que tira, o que ele é capaz de compreender para o que ele é capaz de cometer principalmente sendo preto e pobre, do que ele pode conscientemente querer para o que pode acontecer se for convencido pelo consumo, fome, crime que roubar e matar é o único caminho de viver.  Eles precisam ser presos, internados ou adestrados em escolas onde não se aprende a viver. A morte passa a ser prioridade e não a vida da maioria. Os pobres e loucos agora são malvados, e mais importante que o amor são as lacunas que provocaram suas doenças no interior de suas famílias e comunidades.  A troca do bom pelo mau procedimento social, emerge como portadora de valores patológicos. Agora indivíduos e famílias serão consumidos pela psiquiatria e psicologia e influenciaram a política e os Governos.



Crianças hiperativas ou bi polares no mundo de redes sociais, games e outros meios que nos educam e impactam nosso comportamento como a indústria cultural. Sim, com a Escola de Frankfurt temos muito que aprender sobre nossa sociedade. Agora na família, escola e pela cidade temos que ser acompanhados e controlados pelas tecnologias, produzidos e normalizados por algoritmos. Eles vão definir quem são os novos normais e os que devem ser criticados, excluídos e punidos ? Será que o DNA ou os neurônios vão demonstrar quem é biologicamente incapaz ? numa sociedade que tem aprendido a viver com os especiais, deficientes e outros construindo caminhos comuns ou queremos planejar antes de nascer, uma raça pura ?  E os gênios esquizofrênicos como John Nash e suas teorias dos jogos que quebrou a linearidade e o caminhos bipolares de nossa sociedade em prol da diversidade de atores, até na economia, e caminhos múltiplos ? 


 

Hoje observamos sentimentos, afetos, solidariedade, famílias, amor sendo destruídos tudo em nome do dinheiro e do poder . Indivíduos sendo isolados e excluídos antes da pandemia pela miséria, refugiados, violências, desigualdades, mudanças climáticas e outros. Vários atos voluntários e involuntários se misturam em nossa sociedade perturbada com tantas tragédias. Pessoas reféns do sonho do consumo e do dinheiro sem conseguir enxergar as tragédias da realidade. Os instintos e os comportamentos automáticos estão na raízes históricas das doenças mentais. Os comportamentos que já não precisam ser raros ou absurdos mas tudo que foge às regras da ordem, da conformidade, do controle definidas por uma regularidade administrativa, obrigações políticas e sociais. Os comportamentos tornam-se patológicos e claro necessitam de remédios para segurar os distúrbios orgânicos, neurológicos e sociais. A sociedade precisa funcionar com velocidade com ou sem pandemia, mesmo que estejamos caminhando para abismos, destruindo o planeta e milhões de mortes ?


  

Tudo que antes a moral, o judiciário, ou os governos disciplinaram como desordens, indisciplinas, agitações, indocilidade agora a psiquiatria e a psicologia podem resolver com diagnósticos e testes. A norma a que se opõe a irregularidade, desordens , esquisitices, excentricidades, desnivelamentos, discrepâncias muitas vezes provocadas por tragédias, violências, pobreza. Agora temos os dois usos da norma: a norma como regra de conduta e a norma como regularidade funcional. A norma que se opõe a irregularidade e a desordem, a norma que se opõe ao patológico e mórbido, agora em busca do novo normal. Será agora em todas as partes nas condutas mais ínfimas, mais comuns, mais cotidianas por exemplo o que escrevemos nas redes sociais, suas notas, e fotos. Objetos cada vez mais familiares no estudo da psiquiatria, neurociências e outras influenciando a medicina, justiça, e política porque agora os grandes problemas e desafios da sociedade que exigem liberdade, igualdade e solidariedade são tratados como problemas do indivíduos nas escolas, hospitais, justiça e governos. Tristeza, cansaço, solidão ..é o novo normal agora para muitos, mas sempre foi para grande maioria.   


Parece cocaína mas é só tristeza, talvez tua cidade

Muitos temores nascem do cansaço e da solidão

Descompasso, desperdício

Herdeiros são agora da virtude que perdemos

Há tempos tive um sonho

Não me lembro, não me lembro


Tua tristeza é tão exata

E hoje o dia é tão bonito

Já estamos acostumados

A não termos mais nem isso


Os sonhos vêm e os sonhos vão

E o resto é imperfeito

Disseste que se tua voz

Tivesse força igual

À imensa dor que sentes

Teu grito acordaria

Não só a tua casa

Mas a vizinhança inteira


E há tempos nem os santos

Têm ao certo a medida da maldade

E há tempos são os jovens que adoecem

E há tempos o encanto está ausente

E há ferrugem nos sorrisos

Só o acaso estende os braços

A quem procura abrigo e proteção


Meu amor, disciplina é liberdade

Compaixão é fortaleza

Ter bondade é ter coragem

Lá em casa tem um poço

Mas a água é muito limpa   



  


domingo, 21 de março de 2021

PLANEJAR A TERCEIRA ONDA DE COVID NO BRASIL PARA SALVAR VIDAS E A ECONOMIA. USE FILTRO SOLAR E MASCARA !



Não existe contradição em aprender a pensar no longo prazo e ser mais veloz. Se quisermos salvar vidas e a economia, essa é a missão que deve unir o Brasil. Foi isso que Israel e outros países fizeram ao mesmo tempo com vacinação, pacote econômico, medidas restritivas, Lookdown e monitoramento dos casos. Há tempos abandonamos os testes , monitoramento nunca fizemos, pacote econômico é uma vergonha, e continuamos a destruir a economia e matar vidas com velocidade sem planejamento. Os Brasileiros não devem pagar o preço com suas vidas da ignorância e maldades de nossos políticos. 


 

Hoje vivemos em pânico sem ver a luz nem o túnel, e continuamos anestesiados com o número de mortes e as cenas de multidões nos transportes, praias, festas clandestinas e outros. Perdemos Empresários, Médicos, Enfermeiras, Políticos, Educadores, Artistas, Padres, parentes, amigos, milhares de pessoas nas comunidades mais pobres e nada disso nos conscientiza como nação a repensar como estamos lidando com a pandemia ? Porque se Não ! O problema não é a pandemia, e sim como negamos a importância da vida e do trabalho dos outros, ou seja como os interesses de alguns vivem às custas das vidas de milhões de brasileiros. O Brasil sempre foi assim não é novidade, a corrupção é o principal fator para as mortes que ocorrem por falta de hospitais, profissionais de saúde, doenças e desigualdades que ajudam a propagar os vírus mais do que qualquer outro fator.



No Brasil ninguém é responsável por nada e não apenas o Bolsonaro, muitos políticos que os acusam são tão responsáveis quanto ele por milhares de vidas mortas pela corrupção há décadas no poder tipo Lula e Ciro. No início da Pandemia escrevi mais de dez artigos e alertei vários políticos sobre a gravidade da situação, não porque sou vidente, apenas porque acompanho as notícias e pesquisas de vários países. A segunda onda já estava no mundo, enquanto por aqui cruzamos os braços e, desculpe os termos , abrimos as pernas no meio de uma guerra. Hoje a terceira onda já está no mundo e as variantes da Inglaterra, África e Brasil circulam, o vírus continua desobedecendo as nossas arrogâncias, irresponsabilidades, ignorâncias e maldades.  



Click nos links são artigos anteriores sobre a Pandemia escritos no começo, há mais de um ano. 


Deus é irônico? Um vírus pode destruir o capitalismo ? A CURA 1075 dias.


CURA CORONA VÍRUS!


NAO É SALVAR A ECONOMIA OU POLÍTICOS ! É GUERRA PELA VIDA E A VERDADE !


Nós somos o Vírus!


ZERA TUDO! RESTART TERRA.


GAME TERRA- OS LIMITES DA VIDA.


O Vírus desobediente e as curvas da ignorância sobre as variáveis não lineares e complexas.


Até 2023 vou escrever 1000 artigos e impactar um milhão de pessoas é pouco ?  É o que posso fazer com o que tenho, não sou político nem funcionário público, mas como cidadão posso fazer a diferença. Eu previ que o número de mortes por habitante no Ceará ia ser absurdo e alertei políticos mas o Estado e a Prefeitura fizeram vou destruir hospitais de campo, depois de ter gasto milhões , além da corrupção, como se dinheiro não fosse o problema, como se a melhor estratégia não salvasse vidas , e entre eles elogios apesar do impacto de milhares de mortes. Qual é o critério de como avaliar políticas públicas e os gastos? Se não são mortes eu não sei o que é, talvez a vaidade e os delírios deles passem a ser. Alertei que os gráficos tentando mostrar o achatamento da curva nos telejornais, sem as medidas necessárias, é um instrumento sem efeito, porque a matemática da pandemia depende de vários fatores como temos visto nas falhas constantes das previsões. Enfim muitos com milhões em suas contas pensaram que iam se salvar em suas fortalezas mas o vírus revela a fragilidade de grandes poderes econômicos, políticos, e científicos, imagine ilusões de que o vírus pede seu cartão, ele na verdade cobra sua vida. E os que têm milhões em conta o que estão fazendo diante de tamanhas tragédias por segundo ? 



Se der tempo vou começar a estudar medicina quero ajudar na pesquisa de pandemias e suas relações com as mudanças climáticas e brutais desigualdades no mundo que vivemos. Porque ? Porque se cada um não buscar fazer mais do que sua parte, não seremos velozes atuando em redes, e o planejamento não envolve apenas os Governos, Empresas e Universidades, e sim cada um de nós neste novo normal. 



Acho que na verdade o que estamos vendo hoje nos prova o quanto somos insensíveis, diria anormais em relação a dor e sofrimento no mundo. Há tempos, como em momentos de guerras, deveríamos estar todos mobilizados fazendo nossa parte. Acho que só vamos vencer a pandemia quando isso acontecer. O que falta é líderes ? não são armas para matar e sim armas para lutar pela vida é o que precisamos, e nos planejar como numa guerra para salvar vidas e proteger nossa economia que nos dá capacidades de salvar mais vidas. A não ser que alguns entre nós se considerem Deuses ? 



O que tenho visto é vários bilionários enriquecendo na pandemia, políticos se projetando para transformar em discurso político, e a grande maioria de nossa população indiferente, apática e insensível, salve- se quem puder ! O problema é que o vírus egoísta não estudou limites geográficos nacionais, economia nem medicina, seu planejamento é simples e ágil. Porém somos mais inteligentes e solidários que o vírus, se nos planejar, organizar e agir com conhecimento e sabedoria localmente e globalmente. Nós já fizemos isso em outras guerras e vencemos inimigos mais poderosos como o Nazismo e Stalin. Mas se eu puder dar um conselho para o futuro, há quase uma década atrás, eu diria use filtro solar, álcool gel e mascara! As mudanças climáticas estão presentes cada vez mais, e a culpa é nossa não é de Deus mas de Homo Deus.


   

Egidio Guerra - De um pequeno grão de terra á Terra da Sabedoria.