SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

RESUMO DO LIVRO PROTETORES : Quando amar é proibido !




“Debemos construir entre nosotros un diálogo de generaciones. Mi generación recibió un planeta destruido, la mayor concentración de ingresos de la historia de la humanidad, el aumento de la violencia, las drogas y el crimen en la misma proporción que la soledad y el distanciamiento de las familias en nuestros hogares. De esta manera nos han prohibido amar.

¿Cómo amar un trabajo que no desarrolla nuestro potencial?
¿Cómo amar la política dominada por dinero y grandes lobbies?
¿Cómo amar una educación repetitiva y casi sin sabor? “

Discurso proferido por Egidio na Espanha após o Prêmio que recebeu da Ministra da Ciência e Inovação da Espanha e do Presidente da UNESCO Federico Zaragoza.

Este livro é uma experiência lúdica e pedagógica de colorir a matrix preta e branca que castra a nossa vida de toda intensidade, tonalidade, alma e paixão que ela necessita para fluir e evoluir.

Durante a jornada da vida e deste livro, vamos desenvolvendo dois conhecimentos vitais. Um conhecendo a si mesmo, despertando o eu, e o outro decifrando o mundo em que vivemos. A vida como a música é feitas de notas, o nosso trabalho é descobrir nossos dons , o instrumento que tocamos, e tocar realizar as músicas que dão sentido e plenitude a nossa vida
Compreender os diversos papéis que exercemos neste mundo e suas respectivas linguagens e instituições. O mundo do trabalho, da educação, da política, da cultura, da espiritualidade, tecnologia... da familia, da comunidade, da cidade, do mundo...Nestes lugares vivemos valores distintos, assumimos tarefas , falamos linguagens, conceitos , ideologias que reproduzem outras pessoas e a sociedade em que vivemos. Definimos metas, mas poucos nos questionamos para onde estamos indo , para aonde este mundo nos leva. Passamos por eles, sem entender a nós e o mundo em que vivemos, com poucas críticas, sem criar novos caminhos, deixamos de exercer um papel ativo neste mundo e sofremos por isso muitas consequências. Infelizmente somente algumas pessoas exercem seus poderes e fazem acontecer. Algumas pessoas olham as coisas acontecerem. Algumas perguntam o que aconteceu? E a maioria nem sabe, só arca com as consequências do que aconteceu.
Tudo é possível, de viagem a Lua e a Marte, robótica, genética, nanotecnologia..e porque não podemos mudar a nós e o mundo em que vivemos ? Quantas utopias já se realizaram, mas quais são as nossas? Que merecem gastar nossa energia, vida, poderes? Você conhece a si mesmo e o mundo em que vive? De forma que possa transformar o mundo em que vive de acordo com que sonha e acredita. A vida é como o DNA necessitamos encontrar nossos cromossomos poderes para lutar e evoluir sendo PROTETORES do mundo que nos REALIZA.
“Os Frankesteins vão sendo desmontados , os fios se quebrando, as partes falsas e superficiais caindo , novos horizontes, as cores vão surgindo dentro de nós, os protetores vão nascendo , com uma energia viva muito forte que vão dando forma a nosso ser e as novas realidades que nos cercam”

Até quando escrever este livro , escreve-lo com a vida, até quando cantar esta canção, esta poesia, este grito de liberdade...O que eu posso dar a Deus pelas bençãos que ele tem derramado em mim ? Eu elevo ao alto a taça da salvação como um brinde ao nosso pai . Eu vou cumprir a promessa que fiz para ele !

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Fausto de Goethe para políticos: Quem quer vender uma alma ?


Se os partidos fossem feudos e cada castelo com seu senhor feudal,
mantivesse seus vassalos, a base de trocas de favores por voto e submissão
ao rei. O nome disto é democracia ?

Se voto fosse carneirinho, e os políticos passassem a noite sonhando e
contando eles. Um cargo , duas emendas , três vereadores, quatro
cidades.... Fico pensando em quem tem coragem de dar carneirinhos para
lobo cuidar?

Se fizéssemos uma enquete entre os políticos, tipo que o CQC e o Pânico
fizeram, sobre temas da atualidade , o impacto das politicas públicas que
aprovam ou realizam , as prioridades e as demandas das comunidades ou
cidades que votam nele? Qual será o resultado ? O fato é que até para
trabalhar numa lanchonete, necessita saber fazer um sanduíche mas para ser
político não é necessário entender nem ter lutado por políticas públicas.
Claro se souber contar carneirinho, tiver dinheiro ou um feudo eleitoral ,
alguns mais modernos tipo esses que a Bolsa família forma, debater
politica pública é algo que atrapalha.

Gol de mão vale na politica, ganhar roubando, enganando, tanto faz...Esses
são nossos heróis?
No futebol e na arte brasileira, o talento importa , e vale a pena sonhar,
se emocionar , torcer, ser o camisa 12 desta seleção. Porem se a maior
parte dos políticos formasse um time e tivéssemos a liberdade, como num
estádio, de dizer o que pensamos , sentimos, sofremos, pelo menos a maior
parte da população voltaria a fazer politica. Mais e as reuniões nos
partidos ? Podemos falar o que pensamos , a maioria das pessoas tem a
liberdade de decidir ? Se na politica , um pneu fosse um pneu , o Brasil era outro.

Lula diz que saímos melhor que o primeiro mundo da crise mas esquece de
dizer que apesar da crise, os indicadores sociais de qualquer país do
primeiro mundo são melhores que os nossos, na verdade não precisamos ir
tão longe é só olhar o Chile, Argentina ou a posição do Brasil no IDH.
Apesar do tamanho da economia , do estado e dos impostos brasileiros. Porem até Deus nos permitiu ter 10 mandamentos, no Brasil agora é só um, de um lado Deus do outro o Diabo!

O que me preocupa é este delírio coletivo gerado por estas formas
perversas de fazer politica no Brasil que está formando uma geração de
profissionais em administrar partidos, sindicatos, movimentos sociais ,
ONGS e empresas ligadas ao poder, entre outros. A mágica é simples se
discordar sai fora , está atrapalhando o processo. O Bolo foi dividido,
estão reclamando do que ? Como Fausto de Goethe , eles compraram a alma
dos políticos .

Estes tipos de políticos, roubam a alma de uma nação , mas se calam com o
ficha limpa. Graças a Deus , alguns políticos não se renderam, são minoria
nos feudos, e ainda lutam para construir nossa Democracia e instituições,
o melhor caminho de construir politica publica de baixo para cima!

Egidio Guerra – é fellow da Ashoka Empreendedores Sociais  e escritor,

Os políticos pensam que o povo é babaca? Publicado: 30-05-2010 | Autor: Eliomar de Lima | Categoria(s): Eleições 2010













Eis artigo do escritor Egídio Guerra sobre a política e a classe política nestes tempos em que, segundo diz ele, o cidadão, no seu dia a dia, parece ser visto como ”babaca” nesse processo. Confira:

Os políticos devem ser líderes que nos inspiram pela força de seu exemplo,
de suas lutas , ideias, pelos caminhos que ousam desafiar a história e
iluminar a vida dos que tem na política a esperança de novos horizontes.

Porém, a Politica, em que ela se transforma? De um lado cooptação e
enquadramento de grupos que manipulam cartórios por interesses cada dia mais pessoais, à luz da vaidade, cargos e sobrevivência política a
qualquer preço. Neste caso, é até melhor que, dependendo das armas que usem, que vençam as eleições e se enganem. Eles querem o poder a qualquer preço. Para isso, vão fazer o que for necessário para usar o estado público, talvez porque este cargo os faça pessoas melhores a serviço de uma sociedade justa ou mais provável esta vaidade comprada significa acesso a dinheiro público, ao fato de não ser julgado e assim manter suas posses intactas, a continuar a briga cada vez mais mesquinha do “Flamengo x Vasco”.

Porem, pelo perfil e currículo da maior parte dos políticos, acho que eles
não saberiam fazer outra coisa, porque foram criados ou são crias desta
forma de fazer política.

O que isto tem haver com as demandas da sociedade? Os anos de poder do
PSDB e do PT, apesar de amplas diferenças, mudaram o País quando entro num hospital, escola pública ou mesmo na favela? Qual a perspectiva de sonho, de vida, da família, para além da indiferença, da violência e da criminalidade e do consumo como alternativa de sociedade? Somos socialistas ou social democratas? Ou ainda temos as veias abertas da America Latina, exportando nossa natureza comandada por elites de esquerda e direita e suas carteirinhas do partido e devoções ao rei de plantão?

Eu fui lutei muito em  dois partidos contra a corrupção , e não encontrei o saber com sabor a educação que ofertam a minha geração, nem trabalho com dignidade que pague por nossas competências de forma meritocrática. Dizem que a geração de jovens é apática e ociosa. Mas estas razões não convencem ninguém mais a amar e lutar, a partir de que referências e projetos? Acordem políticos” Da bolha onde vivem, há muito tempo não olham para realidade. Apenas para seus umbigos e egos cada dia mais inflados.

Egidio Guerra – é felow da Ashoka Empreendedores Sociais e escritor,

Categoria(s): Eleições 2010 por Eliomar de Lima

segunda-feira, 26 de abril de 2010

AS CORES QUE PINTAMOS EM NOSSO SER E NO REAL-





Quando amar não é mais proibido ! SOCIEDADE DA PAIXÃO


A vida é preta e branco e cada vez mais vermelha de sangue , tristeza e dor . Ao mesmo tempo o nosso ser e a realidade nasceram para serem coloridas com nossas atitudes, razões , sentimentos e valores!

Este livro é uma experiência lúdica e pedagógica de colorir a matrix preta e branca que castra a nossa vida de toda intensidade, tonalidade, alma e paixão que ela necessita para fluir e evoluir. Por isso deixe suas marcas no mundo em sua pele , nas atitudes e ações que realizar , se expresse, pinte , deixe uma marca , faça história para além da TV e das revistas . Faça isto, tire uma foto, filme, coloque no orkut, you tube e comunique aos seus amigos . Precisamos viver e multiplicar momentos mágicos realizando nossos planos de vidas ao lado de nosso amigos , as Tribos , que com sentimentos vamos dizer ao mundo que estamos ligados , atentos , conectados com nosso sonhos que este mundo insiste em querer destruir com suas realidades mesquinhas e pobres de qual não participamos e não concordamos com seus efeitos sobre nossas vidas.

Cada poder e atitude que desenvolvemos é uma cor que brilha em nosso ser e deixa marcas profundas em nossa vida . É a vida , é a magica que nos convida a cada dia a não nos render e olhar de frente o nosso futuro . Por isto este livro tem as paginas coloridas, e é costurado por várias expressões de jovens que através do romance, poesias, manifestos, diálogos, perguntas, biografias, contextos vão pintando o preto e branco das paginas do livro , dos jovens e do real que habitamos . Essa mágica gera pontes e conexões entre vários jovens que vão descobrindo que tocam instrumentos diferentes mas que amam as mesmas músicas e poderiam tocar juntos seus sonhos e suas vidas . Eles vão despertando para se conhecerem, seus cromossomos , e aprendendo que no ritmos de suas músicas podem gerar DNAS que superaram os limites que este realidades triste tenta nos obrigar a não ser. É um projeto de ser , e com ele ter não apenas objetos, drogas e bebidas mas momentos mágicos que mostrem a grande aventura desda vida tais como um verdadeiro amor, vitórias , alegrias com amigos, a paz em nossa família e cidade, aprender e viver coisas novas, ousar e realizar desafios nunca superados, desenvolver nossa arte, espiritualidade , trabalho e lutar por nossas causas.

Os Frankesteins vão sendo desmontados , os fios se quebrando, as partes falsas e superficiais caindo , novos horizontes, as cores vão surgindo dentro de nós, como uma energia viva muito forte que vão dando forma a nosso ser e as novas realidades que nos cercam. Vamos despertando ao som das músicas, livros, vídeos, filmes, amigos, lugares que amamos...Desenvolvendo nossa espiritualidade, trabalhos, saberes, cultura, e a cidade que nos pertence. Amarelo, azul, laranja, verde, vermelho, preto...Sorriso, lagrimas, palavras que ganham vida, “melhores no amor e na dor, melhores em tudo”

Esta mistura de cores, de sonhos, desejos , vão formando a diversidade de nosso ser e de nossa Sociedade. Em cada um de nós , sementes de novo amanhecer , como o por do sol que brilha em nosso ser ao mesmo tempo que a escuridão da noite transborda em novas cores que iluminam nosso ser em momentos mágicos que realizamos antes da alvorada. Eclipses de cores, fomes de vida e de amores, numa jornada que pintamos o caminhos com nossos saberes, sabores , cheiros, mas também com nossas imagens de algo que se multiplica e reverbera com toda energia em nossa alma.

Portanto o convido em cada página que ler e virar , pintar o seu ser com as expressões que estas palavras dançam com a música de sua vida. Em cada cor que se mistura e emerge de seu ser apagamos o preto e branco da Matrix que nos rouba a oportunidade de viver. Sim somos a luz que ilumina o amor, a vida e a Sociedade. Somos Protetores que dão cor a realidade . Somos a soma de vários momentos mágicos,representados nas cenas que tem em cada página, somos o filme que gravamos em nossa pele e em nossa vida. Somos as cores que brilham em nosso ser e vão desvendando a Matrix, somos Robin Hood, Gladiadores, que não cansam de lutar , nem de viver , nem de ser , somos seres em mutação , em evolução e com ela carregamos novas realidades. Até quando escrever este livro , escreve-lo com a vida, até quando cantar esta canção, esta poesia, este grito de liberdade...O que eu posso dar a Deus pelas bençãos que ele tem derramado em mim ? Eu elevo ao alto a taça da salvação como um brinde ao nosso pai . Eu vou cumprir a promessa que fiz para ele . Eu quero correr, quero ser , quero realizar , eu vou derrubar as paredes, vou dar cores a realidade que me cerca , eu quero sentir o sol e vou dar nomes as coisas que ainda não tem nome , vou viver numa Sociedade da Paixão. E vamos em busca escrevendo juntos o nascimento de uma nova Sociedade, a Terra da Sabedoria, novas formas de nos autogovernar, vamos dançar com o poder social que emerge de nossas atitudes e sentimentos, transformando nossa vidas em música, até que as marcas revolucionem o DNA desta Sociedade . Bem Vindo Protetor a sua terra aonde amar não mais é proibido !

PERGUNTAS E REFLEXÕES 4

Quais pedidos e promessas você faz no Natal e Ano Novo ? Qual o trabalho de seus sonhos ? Já conseguiu identificar seus talentos e competências ; pensar sua carreira ? Que atividades fez e se sentiu realizado ? E a sua espiritualidade qual o melhor caminho de chegar ao pai ?
O que pensa sobre a privatização de empresas públicas e como vê a globalização e o impacto sobre nossa vidas ? Entre o estado e o mercado , qual a sua ideologia ? Quantos amigos morreram por causa da criminalidade e das diversos tipos de violência das ideologias, do mercado e do estado ? Que times você torce ? Você faz academia , quais são seus culto ao Deus corpo e deusa da publicidade? E se não tivesse consumo nem corpo quem era você ? E a sua relação com o sexo ? Quais os melhores orgasmos que teve ? O que você busca encontrar neste mundo ? Quais suas paixões ? A quem você buscaria dialogo para pedir conselhos, encontrar sentido para sua vida ? Que especialistas não lhe dão as respostas que precisamos para viver ?
Quais as palavras mágicas de sua vida ? O que é fé, liberdade, verdade, amor , justiça ? Em que ilhas gostamos de nos esconder ou viver sozinhos ? Sobre o que gostaria de dar aulas , palestras , difundir mensagens para outros jovens ? Já pensou entrevistar pessoas sobre os sentidos de suas vidas ? Que perguntas você fará a elas ? O que pensa sobre as empresas e o mercado financeiro ? E os políticos ? Que países tem qualidade de vida melhor que o seu e porque ? Existem outras formas de pensar a economia e política? O que outros empreendedores e pensadores pensam sobre isto ? Já pesquisou no google sobre isto ? O que é liberdade no capitalismo e no socialismo ? Quias são suas utopias ? Quanto vale uma vida ? Que brincadeiras de gente grande destroem milhares de vida e sonhos ? Quais são os reis e os nobres do capitalismo ? Como integrar os vários papeis que você exerce neste mundo, desenvolvendo uma Identidade , seu jeito de ser , nos vários ambientes que comungam a vida?
Que outras perguntas este livro desperta a ir em sua busca de uma identidade, de uma missão e sentidos neste mundo ? Quais os projetos de extensão você participa na Universidade ? Que temas você gostaria de realizar seminários e debater este mundo ? Que livros você transformaria em projetos que mudariam sua vida e o ambientes em que poderia dar vida a estes conhecimentos ? Que sonhos gostaria de empreender ? Que lutas vai realizar nos grêmios e os Centro acadêmicos onde estuda ? Quais mudanças realizaria onde trabalha e que teses vale pena empreender nas empresas ? Você conhece os partidos políticos , o que fazem e como se organizam e tomam suas decisões ? Quem são nosso heróis e líderes desta sociedade ou não temos heróis ? Você vai ser um numero ou um máquina neste mundo ? Que chances você perdeu na vida ? Vocês já conviveu com crianças e jovens sem esperança e sem sonhos ?
Voce conhece a Ashoka, Empresa junior, Mandalla, Banco Palmas, IPREDE , EDISCA, IEP , MH2O do Brasil? Você já escreveu seu blog ? Quem você gostaria de ser ? Quem é a sua Sininho e ode está sua Terra do Nunca ? Qual a equação da vida que temos que resolver ? Como resumiria sua vida num discurso de duas páginas ? Como podemos desenvolver nossa Tribo e seus desafios neste mundo ? Qual o mapa do mundo que quer construir ? Quias os caminhos para sua expressão e determinação deste mundo, que marcas e histórias vai deixar escritas com sua vida no blog dos protetores?

PERGUNTAS E REFLEXÕES 5

Porque outros mares gostaria de viajar ? Se tivesse que viver outra vida totalmente diferente da sua , o que faria ? Se encontrasse Deus o que perguntaria a ele sobre sua criação ? Você já se isolou em algum lugar para pensar em você , na vida e no mundo ? Você já construiu-o algo ? O que a Grécia tem haver com a Bíblia ? Quantas pessoas que você conhece o crime e a violência já matou ? O que é Justiça Social ? O que é Sustentabilidade ? Que escolas construirão a cidade de seus sonhos ? Que objetos perdidos você já encontrou e mudaram sua vida ? Que objetos representam a sociedade em que vivemos e outros que deram origem a esta sociedade ? Que outros idiomas você sabe falar ? Quais enigmas gostaria de desvendar ? Conte as vezes que foi engando e roubaram algo seu? Como serão as eleições num mundo justo ? Quantas vezes foi traído ? E quantas magoas e curas tem seu coração ? Que projetos já desenvolveu ? Quanto do lucro do seu trabalho já lhe tiraram ? E as suas revoltas aonde guarda ? O que pensa sobre o trabalho voluntário ? O que representam os partidos de centro neste mundo , os social democratas , os verdes ? Quais são as críticas mais forte s que você já leu em sua vida ? O que é o caos e ordem neste mundo ? O que fazer para um jardim não morrer ? Qual a relação entre valores, ideologias, linguagens e Instituições ? Qual a totalidade de nosso ser e do mundo que conseguimos enxergar ? Como os seres se expressam em épocas e processos históricos distintos ? Como ocorreram os maiores saltos de saber, tecnologia e valores no mundo ? Quem comanda o mundo de hoje ? Quias os poderes das vários instituições que nos aprisionam ? Quais os nossos poderes em nos libertar ? Como o trabalho viraram doenças ? O que os currículos fazem com o pensar , a crítica e a criatividade ? Onde é o seu Bosque da Liberdade , Praia Socialista, Tetro das Ruínas ? Qual o papel de um professor na Sociedade em que vivemos ? E os executivos em mudar o mundo ? E você ? Quais são seus projetos ? Quantas vezes já falou deles , pediu apoio e lutou ? Imagine outro currículo para sua vida ? Que obra de arte você faria para representar a sociedade em que vive ? Quias são as regras do jogo da vida ? Como conseguimos desvenda-las para alterar as próprias regras e o jogo quando este busca nos destruir ? O que é Sabedoria ? Quala diferença entre o simples e o complexo ? Como eles se misturam para formar o pensamento e realidade ? O que formam os 4 elementos ? O que as crianças lhe ensinam todo dia e seus filho ? O que é o Banco Mundial ? Quais ONGS você juntaria para formar o embrião de uma nova Sociedade ? O que é Ciência da Cognição ? Como mudar as escolas ? O que é Inovação Social ? Você pode sonhar ? Qual a lógica da politica atual ? O que voce pode fazer juntos com seus amigos para mudar o mundo ? Que futuros podemos construir juntos ? Que musicas são temas de sua vida ? Como misturar saberes diferentes em nosso mundo ? Qual o papel dos prêmios em nossa Sociedade ? Quias pequenas empresas em rede podemos desenvolver ? E se uníssemos Universidades, governos, ONGS , empresas, comunidades para compartilhar desafios juntos em Sinergia ? Você esta pronto para ser maestro desta orquestra ? Você conhece Dorte Verner ? Que Inovação você deixara neste mundo ? Qual a sua próxima fuga ? Qual a sua próxima síntese ? Já dançou com você mesmo ? Você esta pronto para construir um amor revolucionário em sua vida ? Qual a revolução da felicidade que vale a pena viver e lutar ? Que temas faria o dialogo entre gerações ? O que é poder social? Podemos desenvolver juntos novas formas de ser, viver e governar ? Como construir ao mesmo tempo a independência e interdependência em nossa vida ? Quias são os 12 trabalhos que lhe propomos ? Que tal realiza-los ? Que tal refletir e responder estas perguntas e ampliar nossos caminhos ? Já pensou em unir estas respostas em seu ser e viver uma jornada do apocalipse deste mundo para descobrir um mundo que está nascendo ao som das suas musicas , amigos e projetos que ama ?

domingo, 7 de março de 2010

CONTEXTOS , SERES E NOVOS HORIZONTES




O CONTEXTO DA ÉPOCA : A RESSURREIÇÃO DE NOVO SERES, CAPAZES DE CONSTRUIR NOVOS HORIZONTES CONTEXTOS DE UMA NOVA SOCIEDADE

Hoje se torna não apenas urgente mas necessário fugirmos das prisões e guardas que se transformaram nossas instituições , aprisionando nosso ser e a Sociedade. Em busca da unidade orgânica entre ação e pensamento, devolvendo a vontade a capacidade de mudar nosso ser e a história, curando a cada um de nós. Pensar e viver o agora, os contextos que habitamos, a economia, as ideias e a ética deste mundo é urgente e necessário.
Seremos críticos e criativos tecendo novas realidades, como nos diz Gramsci “ uma síntese leonardesca do engenheiro americano, do filosofo alemão e do político francês” o que eu incluiria o ecologista e o cineasta de nossa época. Unindo a técnica , a revolução do ser e da sociedade. Seres que ao mesmo tempo são individuo e sociedade, unidade e diversidade, a luz da tecnologia e da natureza.
Isso depende de nossas escolhas e responsabilidades diante de si, dos outros e do mundo. Realizar a leitura de si e do mundo se movendo pelas lutas e necessidades próprias. Analisando concretamente as situações concretas. Viver intensamente o seu interior e o exterior do mundo. Desenvolvendo sua capacidade intelectual, unindo a vontade, o movimento entre o sentir, o compreender, e o saber como condição para transformarmos em senhores do nosso próprio destino em homens livres como ensina Gramsci.
Enfrentar as contradições e dialética das múltiplas relações sociais e ideias que temos contato, nas formas sociais e ideológicas que a vida , a economia e as instituições buscam moldar nosso ser. Essa dinâmica, que ocorre sobre o fluxo de nossas consciências, comportamentos e justificações, com as leis e os direitos , a nossa liberdade de ser e os poderes que se exercem sobre nós.
Nos interessa a formação do homem, suas experiências, e a capacidade de indivíduos e grupos transformarem suas vidas e a história. Gerando continuo desenvolvimento em novas formas de ser e viver em sociedade. Tornando as tribos e os indivíduos, e não somente o estado e a economia , em meios de nos autogovernar, a serviço da liberdade e de objetivo sociais que permitam a todos viver com dignidade. Como nos diz Gramsci “ capazes de dirigir e controlar quem dirige “ com controle social, transparência e governança em diversas dimensões e ambientes da vida e do ser. Autogoverno da Sociedade civil numa Economia Social.
“O homem é o processo de seus atos...” , “construir uma personalidade significa adquirir consciência de tais relações, modifica-la, modificar tais relações e , de qualquer modo, ter consciência plena dela”. Sendo o equilíbrio dinâmico de nosso ser e da história. Entre vínculos que formamos e emancipações e liberdades vamos tecendo e afirmando nosso ser. Já que o conhecimento e as relações sociais não são separados da organização do saber e da vida social e material. Novos comportamentos, ideias, éticas, diante de novas situações materiais de desigualdades brutais e tecnologias , vão tecendo nosso ser sem sem render a economia nem ao idealismo. Sentindo as paixões do povo e unido-as dialeticamente as leis da história. Uma educação politica que faz com que a História avance, sobre o ser da diversidade de vários homens e mulheres que se libertam e conquistam a história para suas causas e objetivos. Transformações que ocorrem aos poucos de forma celular em nossas vidas e ambientes e vão dando forma ao nosso ser e a história. É um processo indivisível , qualitativo, uma revolução passiva, guerra de ideias nos lugares onde habitam.
A vida é como um filme complexo , com roteiros e tramas incertos, com suas regras , poderes, modos de pensar, na dança entre indivíduos, suas Tribos e Sociedade. Dinâmicas internas, conexões sociais, ideias, valores, que podem ser encontrados nas infinitas possibilidades que existem dentro dos indivíduos e suas milhares de relações com a Sociedade formando contínuos em plena mutação quando instigados a despertarem. Do social ao individuo, do individuo ao social, conflitos, dialéticas, críticas e criações constroem a todo momento a História que com mais elos de integração dão luz a novas formas de ser e viver em sociedade.
Precisamos conhecer geneticamente quem somos e a Sociedade em que vivemos, se associar a outras pessoas que compartilham esta busca.
Personalidades múltiplas, consciências diferenciadas segundo os contextos e relações sociais que viveram com o a família, o bairro, a escola, o Trabalho e outras. Conhecendo a si mesmo como produto histórico ocorrido até agora. Histórias de vidas descritas, interpretadas, compreendidas, “um mapa de componentes que tem relação e pesos diferentes entre si e relações e pesos diferentes com os contextos” como nos alerta Dario Ragazzini.
Desta forma em nossa história de vida temos a escolha e a responsabilidade de sermos dinâmicos, interativos e criativos diante de conformismos que destroem nosso ser e a vida em sociedade. Sim podemos modificar nossa própria personalidade e o mundo que vivemos. Lutas que temos que realizar para nos libertar de nosso passado , depois na busca da ética e da politica como forma de independência até a completa concepção de um mundo.
Indo além da ideia que temos de nós mesmos como nos lembra Marx, o considerado certo desta cultura pode não ser quando tenho a liberdade de construir novos certos a luz de uma nova ética e forma de ser em sociedade. Podemos realizar todas as dimensões humanas do ser , para isto temos que educar a empreender este ser nos diversos mundos e relações sociais.
O atual modelo de educação busca nos fornecer respostas adequadas a contextos e não libertar para fazer as peguntas que nos realizam como ser. É necessária pensar a educação com estímulos culturais que nos despertem metáforas, a desenvolver um linguagem própria a descrever nosso eu e o mundo que nos cerca. Os processos e os fenômenos da vida estão se tornando cada vez mais complexos, o que exige novos métodos . Um autogestão de si interpretando os processos, fenômenos e contextos que vivemos. Desenvolvendo linguagens em cada dimensão, compreendendo contextos culturais, desenvolvendo potências subjetivas para transformar relações sociais e com elas o que nossa consciência compreende como realidade. Relações ativas e em movimento com infinitas possibilidades oferecidas por outros homens e pelas coisas, novas capacidades de inter relacionar-se, gerando uma nova organização e equilíbrio de si próprio.
A necessidade sobre a qual se eleva o edifício da liberdade, dando sentido racional a si e as próprias relações que temos com o mundo. Nos faz apreender que o comportamento racional é uma construção. Novos comportamentos , introduzem novas razões, visões de mundo, gerando novos programas capazes de desenhar e viver uma nova Sociedade. Faz se necessário para ser livre viver esta tensão entre as normas que internalizamos e nosso desejos, criação, potências..Conflitos entre forças , escolhemos aquelas que participamos ou não das decisões, oferecem melhores “gratificações” ou menores conflitos e sanções sociais? Vamos gerando sentidos e significados.
Desmascaremos verdades frutos de conformismos que matam a vida. Referindo -se ao concreto para além das intelectualidades, recorremos ao invés do abstrato a provas e experimentações. Ao invés da autoridades , apreendemos as causas que nos movem.
Portanto esta revolução intelectual e moral do ser , acompanha as transformações econômicas e sociais na sociedade;sendo seu espelho nas mudanças das relações sociais .
Esta teoria civil, social e politica dos comportamentos, relações sociais e instituições que atuam nas dimensões do ser abre portas para novos comportamentos a termos consciência do que vivemos como ser. Articulações e passos das passagens de níveis de consciência e ideologia que fluem do cotidiano á reflexão elaborada, uma dinâmica cultural e social que potencialize estas transformações, sustentando os processos de emancipação , conduzindo ao dialogo com o processo histórico em ato, capazes de controla-lo e desenvolve-lo. Ao mesmo tempo uma teoria e práxis individual e social.

NOVOS HORIZONTES
Depois do mundo perfeito da infância , com circo, brincadeiras de esconderijo, escola, bairro..Vem os contextos da juventudes , os momentos de auto expressão e determinação. As jovens gerações são quem elaboram os valores sociais em gestação. Vamos ficando adultos e polarizamos entre fugas e sínteses em busca de algo , até o momento de nascer de novo. Ressuscitar um novo ser e uma nova Sociedade.
Quando amamos o que somos e fazemos , unimos a criança, o jovem , e o adulto que esta em nosso ser numa jornada de vida. O que era marginal, ocupa o centro em nossa vida e em nossa Sociedade. Quanto mais vamos apreendendo e interagindo com outros seres, mas este processo acelera a velocidade.

Uma Ecologia de relações cada vez mais horizontais em tribos como nos lembra Maffesoli. Somos desfiados por estas relações múltiplas a exercer a liberdade de nosso ser, não tem como mais se esconder atrás das instituições, estamos nus! Fazemos cada vez mais parte de Tribos, somos pós-individualistas, emoção e razão ao mesmo tempo. A imaginação, as coisas simples, o conhecimento que apreendemos a nascer com estas mudanças nos permitem renascer de nossas raízes .

Sim viver nossa potência, a cada minuto em nossos cotidianos, diferenças, sem horizontes muito controlados. Sem essa que o “progresso” avança enquanto a miséria e a violência reina entre a maioria. Desvendar estes enigmas é que permite renascermos a cada dia. Sem medo de perguntar, dúvidas, erros, ...Fazer escolhas, inovar , quebrando dogmas, paradigmas, de forma irreverente , seguindo o fluxo da própria vida. Destruir verdades que paralisam a vida. Porque mesmo com as novas descobertas saiba que os interesses de pequenos poderes ficaram proclamando até morrer as mesmas mentiras, para se manterem em seus lugares. Conhecer o amor e a dor. Romper o silêncio , ter coragem de viver. Viver!Compartilhando emoções, afetos, paixões! Poderes para aqueles que fazem emergir de baixo para cima os novos caminhos que realizam os seres e a sociedade. Unindo a verdadeira ciência com a sabedoria da vida.

Dançar com a Sociedade, independente dos conceitos que sacrificam nossa compreensão da realidade. Aceitando seus desafios, o despertar do imaginário que nos leva a transformar e ser transformado ao nos ligar com tudo e todos. Realizar nosso sonhos coletivos de múltiplas maneiras.

quarta-feira, 3 de março de 2010

CONEXÃO GERAÇÃO JOÃO VICTOR 8






- O Bau da História e o Encontro de Gerações da Lua a Terra, pelo infinito ….

Nós e antes de nós, a vida e o planeta Terra , vinhemos do espaço, da Lua. Eu estava lá , tinha ido a passeio numa viagem intergaláctica de férias. Quando recebi, a carta numa caixa em formato de Bau , aonde tinha um DVD com alta capacidade de memória. Sou sincero com vocês, era uma grande viagem literalmente. Ser personagem de uma nova história , a minha e da sociedade. Ajudar ao meu pai, cumprir minha missão, realizar com ele o dialogo de gerações, empreender sonhos numa Terra da Sabedoria.
Sabe este lance de “ REALIZAR SEU PLANO DE VIDA, SENDO PERSONAGEM DE UMA NOVA HISTÓRIA A SUA E DA SOCIEDADE.- Expressando suas 6 Dimensões ( Espiritualidade, Educação, Política, Trabalho, Arte e amor ) com a sua Tribo de amigos construindo juntos as suas Identidades, Interdisciplinariedade, Intersetorialidade, Inovação, Independência, Interdependência e Impacto.”
Tinha em mente que um baú tem guardado a memória de um época, cheio de mistérios a serem desvendados. A cada dia o Baú vai ficando maior , porque a memória de todas as gerações passadas vão se acumulando e fica mais complexo e difícil decifrar os enigmas, símbolos, mapas, histórias, personagens ..que vem dentro dele. É uma certa mágica, uma jornada pessoal e coletiva, realizar o caminho que nossa humanidade passou até aqui em cada uma das dimensões da vida humana. Como como começou a educação nos nômades em suas caçadas até a educação com avatares hoje a distância, e daqui para onde vamos? Quais as próximas revoluções educacionais ? Seres humanos cada vez mais integrados ou robores ? Usar a pedagogia da produção de filmes para ensinar de formar lúdica e pedagógica, o ser humano a criar e viver cada vez mais seus personagens nas histórias ? De forma emocionante e mágica? Protetores. Como a politica começou na divisão da caça ? Hoje já podemos falar no próximo passo da democratização , o autogoverno ou democracia direta via governo eletrônico? Temos cinemas 4D, notebooks em formatos de livros, verdadeiras bibliotecas, 2 mil músicas num chip , shows interativos, mas tudo começou pintando cavernas. E a economia e a natureza, ainda haverá planeta? Hoje desastres”naturais” se acumulam , e cada dia ao invés de agir ficamos assustados e impressionados com as consequências. Qual o modelo econômico que nossa inteligência consegue criar e empreender diante de tantos absurdos ? Uma Economia Social? E quando libertaremos o amor da prisão de nossas mentes incapazes de sentir e de se emocionar ? Quando seremos orgânicos em nosso ser da mesma forma que a natureza que nos cria é ?
Enfim estas são perguntas e respostas das próximas gerações começando pela minha , que eles deveram encontrar o bau, desvendar os mistérios e enigmas, para descobrir o maior tesouro : A vida.
Como no RPG, acompanhados por desenhos e imagens, e a interatividade de músicas, filmes, vídeos, livros, no youtube, e links na internet. Transformamos esta história num filme, pois podemos ouvi-la nas letras de grandes poetas, ver imagens que transformam em realidade o que sonhamos, apreender mais na internet e nos livros sobre isto. Podemos desta forma construir e viver esta nova história , dentro de nós , em nosso ser e na Sociedade em que vivemos.
Sabe este dialogo de gerações, simbolizados pela conversas e cartas entre eu e meu pai. Deve ser aprofundados , devemos ter coragem de receber o bau da geração passadas que vem carregado em nosso DNA, vida, contextos sociais e econômicos, manifestos políticos, instituições, projetos, poesias e em nossa arte como romances. Porem curar nossa feridas como Ser e Sociedade, não é possível sem dialogo, sem uma educação humana que transforme o nosso pensar e ser em constante interação com saberes ,setores e culturas diferentes.
Ela me falou que estava desenvolvendo com Jovens de Universidades americanas, Bill, Jovens empresários, dirigentes de ONGS, Sindicalistas , gestores públicos e pesquisadores de Universidade uma nova forma de educar: A Universidade do Ser. Multiétnica, interdisciplinar, intersetorial, integrando arte e ciência, vivências de projetos inovadores, desafios que estimulem a crítica e a criatividade, vivenciar em vários mundo os papeis que temos na Sociedade na família, espiritualidade, mundos tecnológico, social, ambiental, cultural , lazer, tecnológico e as revoluções psicológicas que isso gera em nosso ser . Fantástico. Líderes em Sinergia e Justiça Social.
É nestas diversidades que compreendermos as pontes , conexões , elos, que de forma orgânica, complexa e múltipla nos une num único ser. Eu e meu pai, os baus de todas as gerações que pertencem a cada um de nós e a toda humanidade, as infinitas possibilidades e incertezas que compartilhamos neste mundo,e isto que torna a vida possível, que faz ela se expandir a cada momento , e que de forma silenciosa cala todas certezas.
Pai o amor nos une , em todo Universo, da Lua a Terra ,estamos em nosso corações e eles pulsam e apreendem o passado, o presente e o futuro com a mesma mágica que transformam estas palavras vivas.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

O SACRIFÍCIO DE ISAAC






O SACRIFÍCIO DE ISAAC
Isaac, com o sopro da vida apaga a Bomba! O sopro da vida que apaga a morte, era o Presságio que o apocalipse estava perto e ele sabia que era chegada a hora de seu sacrifício mesmo salvando a todos no teatro, impedindo que a bomba explodisse ao desativá-la, isto não traria vida aos seus amigos, eles continuariam separados, cada um em sua trilha em sua Tribo 7i... E era preciso sacrificar a solidão, para que ressurgisse o amor!
A sua busca pelo sentindo da vida foi muito solitária, as suas visitas foram muito racionais, ele precisa reencontrar o amor, fazer que cada um de seus amigos voltassem a se encontrar, purificassem as suas linguagens, a trocar de palavras, com isto verão o quanto cada um traz dentro de si, o protesto contra este mundo que despedaçou o homem e transforma seu amor em solidão...
Isaac, sabia que o seu sacrifício, faria com que eles voltassem a se encontrar, em seu nome, no nome do amor. E destruiria o maior mal do século, pois agora encontrou o sentido de sua vida, o sentido que buscava era estar junto com eles, como na infância, em harmonia com a perfeição. E gritou bem alto para que todos no teatro o ouvissem :
- O sentido que buscava encontrei, é estar junto com vocês! Mas vocês não querem estar juntos, vocês brigam demais por nada, se matam por poderes, por verdades, por independência, grana, mas só serão felizes juntos.Eu prometi que minha vida não ficará sem sentido, exclamou. Ditas estas palavras saiu correndo, pegou o taxi, foi até a Rodoviária pegou o ônibus para aquela praia e foi pensando...
Chegando lá terminou de construir o barco em forma de uma cruz, colocou seu diário inacabado num baú, ao seu lado notebook que usaria durante a viagem para escrever seus manifestos e tirou da mochila algumas coisas que queria levar com ele, durante a viagem um micro-system, com uma fita que eu havia gravado várias musicas intercaladas várias vezes com a música “Perfeição”, da Legião Urbana, de Renato Russo... Cobriu o barco, com uma lona e foi até a antiga casa, que ficava naquela cidade, onde passou sua infância. Lá na casa, abandonada, pegou sete obras de arte de sua coleção, foi até o seu antigo quarto, o mesmo onde havia chorado muitas vezes de saudades dos amigos, escreveu uma carta de despedida... colocou no envelope, colocou o endereço do Teatro e passou no correio para deixá-la!
Foi no comércio comprar algo para comer durante a viagem, que talvez pudesse ser a última. Ele disse “o céu aberto, sem esconderijo, sem perguntas, no mar que para mim sempre teve algo de especial em sua profundidade e uniformidade. Ao lado da lua, celebravam a noite dos amantes. Essa noite os amantes seriamos a morte e eu!”

Passei numa loja e comprei cicuta. Não tinha lido a tradução do diário grego que havia ficado com Michel, mas sabia que significava algo para Sócrates, diferente da morte! Coloquei tudo em meu baú e peguei a mochila grande e me dirigi até o barco.
Antes de chegar na praia, ao passar por um jardim peguei uma rosa que considerei ser a mais pura, a primeira rosa, símbolo de minha coragem, que desta vez não seria de aço, nem de ouro, de prata, seria viva como eu!
Meus olhos brilhavam, eu sentia isso, a alegria invadia meu coração, o entusiasmo tomava conta de dirigir cada um de meus passos até o barco. Chegando lá, tirei a lona, descobri o barco, coloquei meu baú-mochila dentro, ao lado de minha outra mochila e empurrei o barco até o mar! As ondas, como a vida, me levaram pelos caminhos que não deixam rastros... e o ritmo das águas agradava meu coração.
Tirei a corrente que prendia meu baú grego e dele tirei sete pedaços de correntes, alianças, que separei com a minha força, mas que depois iria uni-las mais uma vez. O espaço para uni-las, ficou aberto e as sete alianças quebradas, coloquei-as ao meu redor.
Começava o apocalipse, quando de repente o mar enfureceu-se ao ver as alianças separadas. A palavra apocalipse é a transcrição de uma palavra grega que significa revelação! E os gregos tinham Ilíada como a sua Bíblia, da mesma forma que cristãos encontram na Bíblia os significados para suas palavras, que são os valores, pois em ambas o inferno ou ades é o mundo sem valores, o mundo sem vida...
Viver significa, através das “guerras”, confrontar os valores que nos levam à comunhão com o Absoluto, porém, a humanidade moderna contemplou a busca da tecnologia, como forma para ter tempo de encontrar a si mesmo e seus pontos em comum, o que a juventude esta conseguindo pela internet, em suas festas, nas Tribos, no amor ,enquanto muitos ainda ao invés disso com o tempo disponível, se entregam as suas velhas neuroses, politicas, poderes vazios, palavras repetidas, horrores de tudo isto , não percebeu ainda que chegou o tempo, onde temos que usufruir da tecnologia para encontrar a humanidade dentro de nós. Abandonar os velhos “deuses” e entregar nossos corações que batem com a razão e o sentimento empreendendo sua vida nesta busca.
A coragem e o medo invadiam o coração de Isaac, ele vivia naquele momento, a tensão típica de sua geração, ou aquele que se abateu sobre Cristo nos seus últimos momentos: “se possível afasta de mim este cálice!” Tinha ouvido muitas palavras durante a sua caminhada, o tempo era tenebroso como o céu que começava a se formar, com nuvens escuras, trovões, era assim, também que ele via como as pessoas falavam...
As suas palavras estão mortas devido a sua ideologia, a linguagem de seus templos, daquele lugar que consideravam o berço da verdade. Eram como se fossem sete Igrejas seguidas por seus discípulos, até o amor que Isaac seguia havia se transformado no Templo da Solidão. Isaac, precisava primeiro encontrar o amor, para poder dar vida às palavras, através de sua vida.
Os valores de sua época, a coragem e o medo se confrontavam em seu coração, foi quando lembrou dos dois baús, o da sabedoria e o do amor. Recordou que Sócrates havia preferido a morte, do que entregar-se à ignorância de seus reis, pois não haveria maior dor para o coração do homem, que ter que se submeter ao mundo irracional, entregando a sua razão.
É esse o maior crime que pode ser cometido a um jovem, dar-lhe como única opção de sobrevivência, a irracionalidade deste mundo e de muitas de suas instituições. Por esta decisão, por este ato de coragem, Sócrates bebeu o cicuta.
Isaac havia decidido que faria o mesmo, iria dar as palavras à sua vida, como fez Sócrates, permanecendo vivo até hoje. Isaac conseguira desta vez trazer as Ideologias à tona, as sete igrejas... e o conflito de valores que acontecia em seu seio. Porém Isaac gostaria de manifestar e deixar para o seu grupo de amigos o que ele tinha aprendido da essência das expressões humanas.
Ao formar a totalidade dos sete discursos inclusive o seu, pode sentir em cada uma das áreas: Educação, Trabalho, Arte, Religião, Política, Prazer e Amor. Peguei meu notebook, deitei no barco e comecei a escrever, pois aquela viagem trazia para mim a essência da educação!

MANIFESTO DA EDUCAÇÃO

A Educação é uma viagem ao mundo do desconhecido, que só ao entrar nos seus limites é que podemos conhecer o sentido do rumo que indica o caminho a adentrar em minha jornada, o que quero ver com a escolha e me aproximar dos valores que sigo! Alguém pode me ajudar com mapas, que podemos interpretar pelos símbolos, conceitos, que ali estão impressos ou vivenciá-los, abstrair pela prática, sem saber como se chamam!
Enfim descobrir, o horizonte que piso e que me cerca e tentar construir nele um lar que me dê segurança. E em minha viagem é bom que me perca, que entre em áreas perigosas... só assim saberei o que eu descobri. Eu só posso dizer que tenho lar, quando conheço outros lares, se não ele representará minha prisão. É o que eu acredito ter descoberto, na verdade alguém descobriu para mim e me cobriu com ela. E este outro, como uma ideologia, quer que habite seu lar, o seu currículo, o seu mapa, só me mostrará em essência o que eu já conheço e, por isso, desconheço a mim, o navegante! Precisamos ter na Educação, o momento da descoberta que é a oportunidade que a vida nos oferece para conhecermos o caminho por onde andamos!
Lembrei de que um dos pais da educação brasileira disse: “Ninguém educa ninguém, ninguém se educa sozinho, os homens se educam em comunhão”. O problema da educação é muito serio, o analfabetismo é gritante e, se fizermos esta comunhão, estaremos a construir a verdadeira educação, valorizando os potenciais de cada aluno, voltando a educação para a vida, reformulando totalmente esse sistema.
De repente um trovão estremeceu o barco, varias ondas gigantescas, passavam ao meu lado, a água começava a entrar no barco. O medo da morte invadiu o meu coração, mas isto não poderia acontecer pois não tinha concluído minha missão, a minha vida não estava ainda em plenitude quando a morte perderia o seu significado. É nesta relação entre vida, morte e plenitude digitei em meu computador...

MANIFESTO DA RELIGIÃO

O que é a morte? O que é a plenitude? Onde a morte perde o significado, que esta Religião diz alcançar? O que é o homem? Quem é Deus? Que a religião garante o poder da eternidade e da decisão sobre o destino do homem, mesmo lhe dando o livre-arbítrio? Eis a Religião: um mundo de perguntas sem respostas, onde a crença expressada pela fé é o caminho da verdade. Crença que alguns descobrem em seu coração ou verdades que são oferecidas externamente! Sobre estas formas tenta-se atribuir um conteúdo, uma ideologia, que tira-me do livre contato com a totalidade. Totalidade que me inclui e que a ligação com esta é a Fé. A felicidade de trazer a tona em todos os seus atos a totalidade que é o caminho, que qualquer parte de um holograma traz em si. É a infinitude do espaço, do tempo e da molécula. Do grande e do pequeno, em sua extensão e profundidade, que requer aos nossos olhos ver como um só, o ponto da totalidade. Que só a fé, a crença, alcança em toda extensão e profundidade dos meus atos e do mundo que me cerca. Como esta viagem que busca também a expansão e a profundidade do meu ser, o ser como indivíduo que pertence à totalidade. E aquilo que acredito pela Religião posso descobrir pela Educação.
Aquelas duvidas sobre o porque de tantas divisões em busca de Deus, do inicio do diário, ainda permanecem.
Não entendo. Se estamos buscando um mesmo Deus, porque tantas lutas e incertezas permeiam esta constante procura. É digno de pena ver que tantos seres foram e são mortos em nome de um Deus que acima de tudo pregou a VIDA...
Pelo que vi, pude perceber que Deus é amor. “É preciso amar as pessoas”. O próprio Cristo disse “Amai-vos uns aos outros como o Pai do Céu vos amou”
Precisamos fazer o amor ser amado e assim estaremos a procura de Deus. Se é um só Deus, não importa o meio ou a religião que utilizamos para chegar até Ele. O importante é que estamos no caminho.
Quando todas as religiões se unirem e professarem o DEUS AMOR, o ECUMENISMO será alcançado e DEUS, independente dos templos se fará presente no nosso meio.
Quando olhei ao meu redor, percebi que o céu estava diferente, o horizonte de meu corpo, tinha como centro, o ponto de totalidade com o Universo e a vertical da minha pessoa como da cruz, já não ligava o céu e o inferno, pois o pecado não existe em meu coração... o ades estava sobre meus pés, Zeus no Céu e Poseidon no Mar e a terra na totalidade que nos unia, através de minha razão que dividia e o espírito que unia um só Deus. E a dor, em vez de pecado, me mostrava algo de bom e algo de novo. Eu não tinha medo de enfrentá-lo.
Mais sabia da emboscada que as ideologias e seus deuses haviam produzido, o medo de ir além de seu templo, de seu lugar. Mas se houvessem lideranças que pudessem remar juntas, já tínhamos um mapa, sabíamos que o mar fazia parte do barco, pois estão unidos em seu sentido. Precisávamos agora que cada um de nós deixássemos nossas ilhas, construíssemos nossos barcos. Não estamos sozinhos nesta viagem!


MANIFESTO DA POLÍTICA

Senhores eu não falar sobre mim, mas das razões que trouxeram até aqui, portanto gostaria de falar sobre vocês, mas não sou um de vocês, como se todos nós fossemos iguais.
Gostaria de falar sobre cada um, suas individualidades e as razões que o trazem até aqui. A liberdade, ela que nos une!
Seria difícil num único manifesto falar individualmente para tantas pessoas sobre elas mesmas, mas é esta a essência da política. Porém fica bem mais claro se falarmos sobre os sonhos que temos em comum e que conosco trazemos dentro de nossos corações, expressos pela paixão que sentimos ao ouvirmos palavras que a realidade pode ser e deve ser semelhante ao coração de cada um que é único e por isso a política fala de cada um.
Dar um passo em direção à individualidade e a socialização , hoje não castrá-la com a desigualdade de oportunidades, que normalmente tem o poder de abrir as portas há quem as escolhe como caminho.
Para podermos aceitar que isso seja diferente, alguém teria de nos provar o porque da vida e de estarmos neste mundo. Que deveria dar à juventude, igualdade de oportunidades para que em sua sobrevivência pudéssemos encontrar sua resposta tão repetida: a razão de viver. Pois num mundo onde as perguntas essenciais não tem respostas e muitas respostas são dadas a perguntas não essenciais, a política torna-se a essência!
A seriedade e a honestidade precisam ressurgir na política e “os fins deixarem de justificar os meios”. Como Nicolau Maquiavel e sua luta de infeliz de principes.
Ao olhar o meu redor já havia imaginado a minha natureza e a do mundo que me cercava, suas expressões que se confundiam nos valores. Assim era Educação, Religião e Política... Transformações da mesma essência, que se resumem na busca da sabedoria, ou a não-busca, a ignorância. Sentia que nela estava a propagação desse malefício, que presente no deus-homem, elimina a vontade da busca. Essas três esferas têm limites que encerram no homem, no desejo de buscar, só naqueles em que o nada se aceitava, a ausência era sentida. Só neles em que o sentido da busca, foge do sentir, é que a ignorância é escolhida pelos atributos de indução. Vale ressaltar que eles não são deuses, do nada podem contar vantagens e se enraivar por nada construir. A ausência da construção é destinada a quem aceita o seu eu como acabado e pronto a se realizar. Em que? Vivem apenas esperando dias melhores...

Aquele barco havia sido construído por mim, como a minha arte simbolizada pela viagem e luta que travaria no mundo e lá estava eu com duas formas de construção! O trabalhado e a Arte! Só que havia uma diferença! Poderia agora suspender a tempestade, mudar o meu destino da mesma forma que o mar seca, para ver como seria um naufrágio da Humanidade sem água, sem juízo final em terra seca no mundo.
Porém não conseguiria com o barco que construí com minhas mãos, mudar a sua cor. Em um havia limites , noutro o limite sou eu , e em mim, como no meu trabalho a coragem ou medo são os valores que conduzem este destino. Pois posso realizar, efetivar aquilo que eu quero neste mundo. Deus nos deu a cada um de nós esse direito.
E sabemos o quanto é forte o nosso desejo porque o medo segura a realização deste e ainda assim saímos em busca da concretização da arte no mundo real! Porque só alguns tem coragem?

MANIFESTO DO TRABALHO

Nós precisamos sobreviver e o trabalho é a garantia para vida, todavia as atuais condições indicam mais para a morte. A nossa sociedade evoluiu para o absurdo, a sua concepção do trabalho nada mais é que um visão positivista da inteligência humana, a inteligência que, sem reflexão, caminha a passos largos ao lado do egoísmo humano, que também não reflete o outro!
O absurdo é tirar do homem as condições de sua sobrevivência, após tirar as ferramentas de trabalho, acusado-o de incompetente e inútil, sem esta sociedade ter-lhe dado o direito à luta. É esta a barbárie moderna, que destruiu a Grécia e escravizou o povo hebreu! A mesma barbárie que não pensa e vive dos escravos e prisioneiros de suas guerras comerciais, que são isoladas, constituindo-se verdadeiros continentes, semelhantes a Auschwitz. Com uma grande diferença: Hitler e SS assumiam a morte dos judeus. Os Hitler’s de hoje são covardes se escondem, atrás de birôs e fazem de suas canetas metralhadoras.
Não podemos esquecer o significado de trabalho, como área de realização humana, como garantia de sua sobrevivência. Como a forma ideal de deixarmos a barbárie para a historia do passado. O trabalho que envaidece o homem e torna feliz, a todos os seres humanos. Eis o desafio que temos que enfrentar de frente, se ainda quisermos falar em sociedade, civilização. A extinção deste é o fim da civilização é a declaração para os que não tem esse direito de que a guerra é a única forma de lutar. Quando a “razão” cerceada pela ideologia tira do homem o trabalho. Não há negociação, quando a razão não está mais em pauta!

Isaac agora fala da outra construção que o homem realiza, desta vez essa não tem aqueles limites que os deuses da realidade impõem, quando não utilizam a sua criatividade para criar, apenas com fito de destruir as suas criações, com sua inutilidade e que preenchem com outras “maiores” para ocupar o tamanho do vazio que nada preenche em seu coração, dominado pelo medo, que precisa criar ao redor de seus castelos, ilusões de segurança nem que seja as custas de milhões de vidas humanas.

MANIFESTO DA ARTE

A coragem e o medo ocupam o mesmo lugar no homem. O lugar da arte. Alguns a chamam de imaginação, porém as imagens que coloco em ação são reflexos de seu criador.
A arte é a criação sem limites, onde o homem oculta ou liberta seu espírito. Seu espírito que constrói nas obras de arte, traços ou palavras de sua ideologia. Estética ou, em contato com o absoluto, a arte revela a sua história, a história de seu criador! Ela anda a passos largos esperando sempre que o homem a concretize, que a arte emancipe ou desmorone a realidade. Porém é a arte a melhor forma das pessoas se conhecerem. Se cada um de nós apreciar a si e a sua obra de arte, que são dois lados da mesma moeda verá que nela está o conteúdo do seu saber, ou de sua ignorância, revelada com coragem ou que se oculta com medo. Mesmo o quadro “O Grito”, que fala sobre o medo, revela a coragem da busca do homem pelo absoluto que é o amor!
O mundo moderno é estético, como o dos gregos; devemos resgatar o nosso contato com o absoluto da arte, pois não há caminho mais curto para revelar a criação de seu eu, que a arte encarada com coragem que pode levar-nos ao amor!
Isaac descobriu que sua existência e seu universo estavam semelhantes ao caos e procurou uma forma para entender o juízo final que o cercava, descobrindo na origem de seu tempo, o século XX, as heranças grega e cristã. Vislumbrou que a sabedoria e o amor se relacionavam com a coragem! Era óbvio para ele que tudo começa com a descoberta e a necessidade da coragem para concretizar suas realizações que trazem o amor na essência e como resposta a união do saber e da coragem.
Precisou falar sobre as sete igrejas de seu tempo. Sabia que a educação, religião e política traziam a busca pela sabedoria, ou a ignorância pela ausência da busca. Que depois de realizar o nosso projeto, entrávamos no mundo da coragem e do medo, onde o ser humano iria, através da politica, trabalho e/ou da arte, concretizar sua busca. Na realidade com limites , na arte sem limites, o medo levaria ao prazer e a segurança de que se acabaria transformando esta busca: em objetos. Ou esta construção levaria, ao amor que requer sabedoria e coragem para ser vivido.
Naquele momento, em sua viagem pelo mar da vida, repleto de ondas, Isaac queria falar sobre o horizonte que enxergava logo a sua frente dependendo de seus mapas, do caminho escolhido e da coragem em remar nesta direção!
O prazer hoje vira dor, porque a plenitude dos valores é o amor e a busca do amor sem coragem e sabedoria é o prazer.
O medo poderia naquele momento impedir a sua visão, transformando em algo que lhe desses segurança momentânea e Isaac poderia ocultar a sua busca em alguma ilha cercada pelos seus reais desejos e deixar o amor para trás, se contentando com o prazer, solidão, mas seu ideal era maior.
É válido lembrar: há prazer no amor que dá forma à totalidade humana, mas não há no prazer, o amor. A totalidade é inacabada, pois o amor é preciso enxergar o eterno e contemplar sua totalidade com ele. No prazer existe apenas uma relação de domínio, de seres inacabados, que tentam dominar o seu medo, ocultando com o prazer!

MANIFESTO DO PRAZER

O prazer hoje se transforma em dor, ambos compartilham do mesmo lugar no coração do homem, o lugar onde ainda não é possível enxergar a totalidade, apenas uma pequena parcela de si, que tenta desesperadamente ocupar o vazio “externo” com o vazio interno. Até mesmo cercando seu eu, com a busca do amor sem coragem e sem sabedoria.
Eis o prazer, que não admite que a plenitude, responsável pela união dos valores, seja o amor, sem a coragem, o medo, a sabedoria e a ignorância só tem sentido numa totalidade que as une quando encontra o amor. Este que não necessariamente está vinculado a vida que independente deste, o que chamo de transcendência, enquanto o prazer necessita da vida, como precisa de um objeto!
Os caminhos da busca representam o inicio, a coragem e o medo, o meio e o fim, o prazer e o amor. Numa visão da totalidade grega, o céu é a coragem e o medo, comandado com Zeus... que entrega a ades, seu irmão, o prazer da falta do sentido, da falta de valores. E a Poisedon, o mistério do mar, ainda desconhecido da ignorância, que provoca medo ou coragem ao coração do homem. Mas todos eles buscam no cronos, o tempo, o amor, através do homem, o mesmo do cristianismo dividido entre o céu dos valores e o inferno sem valores.
Sabedoria, ignorância, coragem, medo, amor, prazer, escolham seus deuses, realizem oferendas em suas expressões humanas de seu ser e naveguem...
Depois de Isaac ter celebrado, seus espíritos de deus, restava um: O amor!
Restava um selo, para que Isaac, como ser humano presente na totalidade, abrisse o livro de sua vida, seu diário! Como estava chegando ao fim sua viagem, Isaac começou a preparar o seu baú, ligou seu micro system e colocou bem alto a musica Perfeição, de Renato Russo, fechou o seu diário e colocou-o numa caixa fechada por sete nós diferentes, desatando o último, pois era o seu... Colocou dentro do baú, os setes objetos e as setes obras de arte. Os objetos eram, a coroa que os reis usavam alegando o “poder divino”, como todos os homens que fazem da religião uma coroa, para justificar o seu poder divino sobre os homens. O segundo objeto era a espada de guerra que os homens usam na política para ter o domínio. O terceiro objeto era a balança que os homens usam para medir o trabalho no capital, o quarto objeto era um cartaz de seu época que representava a busca incessante do prazer. Pois ali estava representado o homem e sua luxuria, cercado pela miséria do povo e a sua própria miséria causadora da fome, “não se ter o que comer, não se ter a quem amar”, da doença do corpo e do espírito, das guerras etc. ...
O quinto objeto era um retrato de seu professor, que lhe lembrava vários de seus professores, que através da educação lhe mostravam o caminho para a busca de Deus, embora que muitos deles fossem ateu, mas tinha seu Deus: “Educação!”
O sexto objeto era uma folha em branco, onde os homens do século XX criavam e transformavam em realidade, todas as suas atrocidades. Se utilizavam do poder da criação, para criar a arte que destrói o espírito humano.
Guardou todos os objetos, fechou o baú, que era o seu sétimo objeto. Ficou meia-hora em silêncio. Depois encheu um copo com cicuta e tomou. Os trovões aumentavam a sua intensidade, o mar ficava cada vez mais violento e Isaac começou a dançar, ao som da perfeição, girava em torno de si mesmo. Antes de morrer em sua Dança escutou sete trombetas, as suas vestes brancas, ficaram vermelhas. O barco tremia, mais relâmpagos!!! Isaac escutava agora as últimas três trombetas, a noite estava ficando mais escura...Lá estava ele , no barco, ele tinha filmado tudo, e transmitia pela internet , rosas caíram sobre ele, e se lembrava de um sonho que teve quando jovem e desmaiou ao ser atacado numa guerra de gangues. Existe um tempo para tudo como em Saravejo do U2.
Porém Isaac era o sétimo anjo, a água era doce e suas vestes voltaram a ser brancas. Isaac havia acabado de escrever em seu diário: “já que também pudemos celebrar a estupidez de quem escreveu este livro, está tudo morto, enterrado agora. Já que pudemos celebrar a estupidez ..” Era como se estivesse engolindo suas palavras e seu estômago se tornou amargo... o seu sacrifício ainda não tinha chegado ao fim. Isaac tinha em sua frente, ao morrer, o selo de Deus, o Amor!
A Bíblia é uma arte que se realiza... seu criador, Deus, é Aquele em que os limites não existem, pois não há entre Ele e sua criação nenhuma diferença. Ele é o começo, o meio e o fim, ou seja, “o alfa e o ômega!” A verdade é a vida!
A Isaac, restava vários ciclos até 2012 para realizar seus projetos, para tornar os projetos de seu diário em realidade!
E ele começou a criar o ritual de purificação, deixou seu corpo no barco, na direção que o vento lhe dava, durante três dias, até chegar na beira da praia, de onde partira... Os pescadores avistaram aquele barco e correram até ele, trazendo até a margem da Praia Socialista.
No dia anterior, Michel havia visitado o Teatro, que depois de tudo que ali acontecera, apesar de Isaac ter impedido o ato de terrorismo de Tomé, em sua mente tinha ficado os escombros. Logo após sua visita, dirigiu-se aos correios para ver se tinha alguma correspondência para o Teatro e lá encontrou a carta que Isaac havia lhe enviado antes de partir para o seu sacrifício.
Nesta carta Isaac, falava de sua viagem, pela vida e pelo barco e de tudo que aprendera no Trabalho e na Arte. Falava das ideologias, dos valores, das linguagens, da modernidade, da Grécia, da Bíblia, de seu grupo de amigos e esperava que Michel revelasse isso ao mundo publicando seu diário.
Ele não havia decidido o título, porém pediu que decidissem entre o protesto das rosas , Quando amar é proibido , o sacrifício de Isaac, ou Protetores ( o nome de sua Tribo ) , mas também ali já adiantava para ele o final do livro com a sua viagem de barco pelo mar e o seu sacrifício. E pediu que ele e o seu grupo de amigos escrevessem na realidade, a última parte do livro: celebrar o ritual de purificação da primeira rosa.
Pediu ainda que fossem junto até a praia, o mais rápido possível... e lá alugassem um barco e rumassem ao mar, onde iriam encontrar seu corpo e um baú! Deveriam cremar o seu corpo, apreciar e estudar o que havia no baú. As obras de arte, incluindo o diário, eram a essência dos manifestos, pois ali individualizava os protestos, a partir das diversas interpretação que o diário e os quadros podem ter de acordo com a subjetividade de cada um e de como vê a modernidade!
Pedia que após a cremação do seu corpo, pegássemos um barco e fossemos a alto mar, fizéssemos um círculo e no centro colocássemos suas cinzas.
Os manifestos deveriam ser lidos como seus últimos desejos, de forma que todos pudessem falar uma linguagem que não fosse a sua! Assim David do mercado financeiro deveria ler o manifesto da Arte, assim como Amy, o manifesto do Trabalho. Enfim todos deveriam contemplar em suas vidas, as outras linguagens. E assim que um tivesse falado a linguagem do outro, continuaria com as outras cinco linguagens abordadas nos manifestos. A última linguagem, deveria ser celebrada, a do amor que une corpo e espírito. Um pouco das cinzas de Isaac, deveria ser devolvidas ao mar de onde vieram... E assim como estava escrito, foi realizado, as palavras se concretizaram.
Quando os pescadores colocaram o Barco na Praia, Michel, Nicolau, David e Bin já esperavam. Foi um momento muito forte. Todos nos emocionamos, não queríamos acreditar no que estava acontecendo.
Procuramos a família de Isaac e informamos tudo a seus pais que, junto a todos os nossos parentes e amigos, velaram o corpo por meia hora no crematório. Em seguida, foi realizado um ato ecumênico presidido por Bin e Padre Luís, que em emocionada pregação lembrou a vida e a trajetória do Isaac e pediu ao Deus Amor que o acolhesse em seu templo eterno.” Venha meu coração está com pressa , quando a esperança esta dispersa, só a verdade é que liberta, chega de maldade e ilusão, venha o amor tem sempre a porta aberta, e vem chegando a primavera, nosso futuro recomeça , venha que o que vem é perfeição.”
Terminada a cremação fomos realizar o último desejo de Isaac e vários barcos já estavam no mar para acompanhar. Prontos para sair, seus amigos, todos abraçados e emocionados levaram o baú até o Barco. Cada um desatou o nó, que protegia o diário. Isaac havia em cada nó, expressado o quanto uma linguagem amarra o Ser Humano e para surpresa deles ao lado do Diário se encontrava uma Rosa, que após o fim do ritual desabrochou!
Era a primeira Rosa, a Rosa pura..., que havia sobrevivido ao sacrifício de Isaac. Enquanto as cinzas de Isaac desapareciam no movimento da água, pura em suas intenções, simples em sua composição, clara em seus propósitos, a maior parte do ser humano, que gera a energia da vida, se alimentara de suas cinzas e esperamos fazer brotar daquela semente preciosa os frutos almejados pelo inesquecível Isaac. Parte de suas cinzas foram plantadas no jardim do teatro e brotaram várias rosas como a Rosa primeira e pura. E dela desabrochara a Honra e a Glória da Sabedoria, da Coragem e do Amor. Que em sua luta no mundo está a preparar o seu lugar no Céu, na Terra, no Cronos, na Eternidade, preenchendo-os com sua intensidade, pois são as águas onde as cinzas são sementes que fazem dos homens rosas!
Como Hamlet, Isaac, ressuscitou o seu ser no terceiro dia, continuando presente naqueles que mais amou: a juventude, despertando o amor verdadeiro e a criação de novas histórias de amigos que, juntos, constróem o enredo de suas histórias, promovendo mais sementes mudanças no mundo, em cada leitor.

“PERFEIÇÃO

Letra: Renato Russo – Legião Urbana

Vamos celebrar a estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos
Covardes, estupradores e ladrões
Vamos celebrar a estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar o nosso governo
E nosso estado que não é nação
Celebrar a juventude sem escolas
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião
Vamos celebrar Eros e Thanatus
Persáphone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade
Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
E os mortos por falta de hospitais
Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
E o voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
Todos os impostos, queimadas, mentiras e sequestros
Nosso castelo de cartas marcadas
O trabalho escravo e nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia e toda a afetação
Todo o roubo e toda a indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã
Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar um coração
Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado de absurdos gloriosos
Tudo o que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos o hino nacional
(A lágrima é verdadeira)
Vamos celebrar nossa saudade
E comemorar a nossa solidão
Vamos festejar a inveja
A intolerância e a incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente a vida inteira
E agora não tem mais direito a nada
Vamos celebrar a aberração
De toda nossa falta de bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror de tudo isso
Com festa, velório e caixão
Está tudo morto e enterrado agora
Já aqui também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou essa canção
Venha, meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha, o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça
Venha, que o que vem é perfeição”

Vejamos o que aconteceu a cada um de nós. Bin é líder de um movimento ecumênico dentro das Igrejas, pregando a fé acompanhada de ações; David, aos poucos, está mudando. Se tornou um Agente de Responsabilidade Social. Suas empresas colaboram com várias ações de responsabilidade social , sem a necessidade de figurar na publicidade; Nicolau recebeu “O Príncipe”, com a dedicatória feita por Isaac e deixou a política partidária, se engajou na liderança comunitária e, ao que consta, se casará com Maria, colega de Michel, da faculdade de pedagogia, com quem mora desde a morte de Isaac e tem mudado significativamente.
Soube que Bin fará a Celebração do Casamento deles. Maria está no quarto mês de gravidez e já anunciou: se for do sexo masculino seu nome será Isaac.
Após nos reunirmos decidimos atender pedido do próprio Isaac, fazer várias cópias, com o título de “Quando amar é proibido!”, incluindo nossos testemunhos, de jovens protetores, e por fim, constando os depoimentos daqueles a quem ele tanto admirou nos campos da Arte, Religião, Trabalho, Educação e Política. Uma dessas cópias, juntamente com o baú e os objetos nele contidos seria depositado abaixo do piso do palco do Teatro, na sede da Terra da Sabedoria.

INDO AO ENCONTRO DO TEMPLO DO DEUS DA RELIGIÃO E IMPLODINDO PELA ARTE ESTE MUNDO PARA QUE OUTRO POSSA NASCER ...






INDO AO ENCONTRO DO TEMPLO DO DEUS DA RELIGIÃO E IMPLODINDO PELA ARTE ESTE MUNDO PARA QUE OUTRO POSSA NASCER ...

Tomei, com vinte minutos de atraso, o ônibus e durante a viagem, estava com um misto de ansiedade e saudade, todavia, a paisagem verde do pouco que resta da Mata Atlântica, a vida das cidades que antecediam aquela na qual encontrei o baú, fiquei tentado a descer, mas, treinando minha resistência, não desci. Tendo em vista que a vontade de lá permanecer, não me traria de volta ao ônibus e talvez ali encontrasse uma forma de sobreviver. Aos poucos iria tentar, talvez, reconstruir Atenas, começando pelo meu barraco...
Deveria continuar, poucas vezes na vida entendi o que era disciplina no sentido moderno, essa foi uma delas. Abandonar aquilo que me realizaria para ir em busca de algo, neste caso a procura me realizava e a ordem me proibia de questionar o que estava acontecendo. “que eu me organizando posso desorganizar, que eu desorganizando posso me organizar “ Era como um Deus que falava baixinho, que só meu coração escutava e seguia em frente, me fazia bem ouvi-lo...
Chegando na cidade ninguém me esperava, pois estava cumprindo o planejado, com alguns dias de atraso. Perguntei a uma senhora que estava na lanchonete, da principal e única praça da bela e florida Cidade, onde ficava a Casa de Deus. Ela me falou que logo no final daquela rua, havia um morro e eu poderia ao chegar lá, pedir permissão e entrar.
- Porque tenho que pedir permissão?
- Porque segundo eles, a Casa de Deus é uma morada que só é permitido a entrada daqueles que falam a sua mesma língua! Subi aquela montanha, certo de que a cada pessoa que, era um rito, seus gestos, suas vestes, seus símbolos... estava para entrar no mundo movido pelos ritos. Comecei a pensar sobre a juventude de Bin, com certeza as suas frases eram marcantes .
Lembrava-me ainda do seu namoro, na infância, com Maria, amiga de Michel. Ao terminar, ele veio me explicar o motivo:
- Sabe, Isaac, nós nos separamos porque eu pedi, via em seus olhos que ela não me amava mais, apesar de meus sentimentos serem os mesmos. O próprio amor por ela, chamou pela liberdade e felicidade dela. Ela me queria por perto, como um irmão, mas percebi a falta de amor, que constrói a paixão. Ela estava perdendo a força da vida! E essa força vital eu amo mais que a tudo .
Depois de algum tempo, soube que ele havia entrado para um destas congregações do Novo Tempo. O mundo que o cercava insistia que esta força vital que transbordava em seu coração, só poderia ser agraciada pela Religião, mas, sempre suspeitei de seus questionamentos a respeito do celibato e seu amor humano que não pode nem deve ser confundido com o divino. Só ali, na religião, ele não perderia tempo e teria o encontro direto com Deus! Depois de seis meses frequentando a Congregação e o Teatro, aconteceu o assassinato de Renata! Ígor, que a matara, escapara ileso da justiça humana e soube que vive a promover rachas entre gregos e troianos, ponde em risco as vidas dos transeuntes, mas era assim que ele, Ígor e seus amigos burgueses, sentiam prazer, alcançariam o êxtase! Como ele, também escapara toda uma multidão de pessoas que eram os responsáveis diretos pela miséria, que habita os Ades desta Terra. Deixou assim de acreditar na justiça humana, para crer na justiça divina! Ainda nos vimos na confraternização natalina pouco depois da morte de Renata. Depois, fez de seus ritos e orações até aquele dia de chuva torrencial, como uma tempestade que a partir dali se prolongaria em seu coração. Foi, quando tive a última notícia dele pelos jornais.
Ele havia se rebelado contra seu esconderijo e estava numa das “Casas de Deus” destruindo todos os objetos que lhe prendiam aos ritos, menos aqueles que são Sagrados, para a maioria das Religiões como a Bíblia. Ele queria de volta a Liberdade, era o seu último suspiro de vida que celebrava a Revolta contra todos os deuses infláveis que os homens criam para substituí-los! Ou para administrar o vazio do homem moderno! A maior autoridade, de sua igreja tinha interesses econômicos e políticos maiores que a sua razão. E pretendia, colocar uma igreja em cada país do mundo, para competir com a Igreja Católica, Protestante dentre outras, com aquela sua atitude ele lembrou o que o Rabi de Nazaré fez ao expulsar os vendedores do Templo de Jerusalém, há quase dois mil anos...
Depois escolheria uma região no mundo e a declararia lá como sua sede do Poder Central, assim como é o Vaticano! Loucura, ou mesmo desejo daqueles que criaram o Vaticano, como outros poderes centrais? Seria acionista de empresas e assim garantiria a sobrevivência e a perpetuação de seu poder, hierarquia e influência no mundo todo através de seus batalhões.
Só que seu projeto estava sendo ameaçado por uma nova Igreja que crescia mais rápido e assim outra que seguindo o exemplo desta última, também queria o seu lugar ao Sol. Neste caso o Sol não é Deus! E naquele dia Bin havia sido escolhido, para liderar uma ofensiva e montar uma estratégia para ocupar os mesmos lugares, que as outras Igrejas estavam ocupando... Não aguentando aquele discurso, quebrou toda a Igreja e foi punido por seus Superiores e pela Imprensa como o “religioso que estava possuído, momentaneamente, pelo mal!”
Foi isolado, naquela cidade que eu acabava de chegar... e seu ritmo de ritos foi triplicado, até que encontrasse a verdade, o “Deus” que eles buscavam. Precisava se isolar para encontrá-lo, ou melhor, a memória não poderia ser ocupada de outros pensamentos. Pensar era o mesmo que orar! Seu labirinto não tinha paredes, as suas portas estavam trancadas pelos cadeados da Fé e a sua Fé estava entregue ao Deus Absoluto e seus projetos terrenos, à política de interesses de seus superiores!
Finalmente cheguei ao meu destino. Toquei a companhia daquele grande porte de madeira, cheia de desenhos, desenhos que eram realidade. Se prestarmos atenção, toda obra de arte, traz consigo o seu criador! A Ilusão não tem essência, assim como a Imaginação cria caminhos, através do que está despedaçado em seu criador. Ele sempre busca unir uma totalidade!
Bin, veio atender a porta, não nos abraçamos apenas cumprimentamo-nos com um aperto de mão, esse era o rito de como falar com as pessoas, não que estivesse escrito mais imaginariamente trabalhava em silêncio, ao reproduzir as regras que seguimos para todas as esferas da ação humana. Isto dava a ele mais segurança e, ao mesmo tempo, mais medo de romper com os mitos. Sem sua coragem, encontrei Bin diferente!
- Quais são as novidades Isaac?
- Não são boas Bin, sabe o nosso Teatro? Amy continuou lá depois que a nossa turma se separou. Como ela gostava de Arte, lá ela ficou desenvolvendo, criando e realizando sua obra de Arte!
- Mas nunca ouvi falar de nada da Arte de Amy, exclamou Bin
- Nem eu, não sei bem o que ela continua fazendo lá, não sei se é uma peça de Teatro onde ela encena todos os personagens com a HOKMA, ou está escrevendo um livro... Não sei. Sei que ela me ligou, pedindo um dinheiro emprestado há uns dois anos e agora ligou de novo, dizendo que havia hipotecado o Teatro para o Banco de David. Ele também havia emprestado o dinheiro. E, agora, David iria consolidar a tomada do prédio, por falta de pagamento. Já que uma Seita, ou, desculpe, uma dessas Igrejas que adoravam comprar prédios suntuosos estava querendo comprá-lo. E como eu já vinha lhe visitar aqui para conhecer mais sua Religião, lembrei, daquela notícia no jornal, que você tinha se negado a assumir o projeto de expansão de sua Igreja. E você poderia me ajudar, já que talvez seja a sua Igreja que esteja comprando.
- É, Isaac, a minha novidade é que eu aceitei, liderar o projeto de expansão, minha missão designada pelos superiores! Bem é algo que só eu posso fazer, como assim me convenci em minhas orações e nas conversas com os meus amigos da Igreja! Mas não estamos comprando nenhum Teatro! Foi uma Igreja? Tem certeza?
- Claro, ela me falou o nome, não sei bem se era Jesus Cristo é... A casa do pastor... Não lembro.
- Não Isaac, é uma outra Igreja, que está nos ameaçando e quer derrubar a nossa Fé e o nosso “Deus”, o perfeito! Foi bom você ter me visitado, essa informação é preciosa! Quando e onde será o leilão?
- Amanhã, no próprio Teatro. Será proforme pois todos os documentos já estão assinados. Sabe o Ígor, que matou Renata, é o pastor dessa Igreja... não sei se Morada de Deus ou do Pastor... e deu propina aos funcionários do Banco!
- Ígor? Não acredito! Assim é demais ele matou Renata e agora quer profanar o lugar Sagrado de minha juventude e ainda por cima, sua Igreja é o abrigo de todas as suas maldades. Mas só poderia ser, como vê na verdade é comigo que ele quer guerra, exclamou irado, em pé, com um tom de voz que mistura desespero, depressão e pânico.
- Calma, Bin... nós podemos fazer alguma coisa, é só pensar!
- Não, Isaac eu quero ir amanhã bem cedo para lá, tenho algo que quero entregar a Ígor e a David, seu parceiro... Você irá comigo até a Cidade, mas de lá seguirei sozinho, essa guerra é minha! Até lá, podemos descansar, convido-o a cear comigo e meus irmãos! Me acompanhe, este é seu quarto! Tome banho e troque de roupa. Eu volto para conversarmos.
Tomei banho, troquei de roupa e resolvi fazer minhas orações, ajoelhei-me e orei em voz alta:
A disciplina aliada ao pensamento construtivo e a socialização deste é que nos torna poderosos, se fundamentados nos princípios do amor, podemos colocar em prática a visão de um novo mundo.
A análise do todo para atribuir sentidos às partes, modificando-os, unificando suas linguagens e a perfeita simetria com um objetivo maior, nos confere a sabedoria, mas para isto temos que ter no conhecimento, proveniente do indivíduo que enxerga o Absoluto, a fonte dos questionamentos.
“Navegar é preciso”. Entre aquilo que julgam bem e mal, já que em essência o mal não existe, ele é ausência do bem, da luz que liberta... entre o que julgamos certo e errado, os lados opostos que se unem no pensar, a dedução e a indução, todas as áreas do saber, as ideologias, as diversas linguagens e expressões da ação humana, pois só através desta experiência é que estaremos livres de preconceitos, na hora de decidir unificar. Porém são os valores espirituais, a crença no Pai, a fé no novo mundo que nos abrirá o caminho, fazer alcançar o objetivo maior sem que no meio da estrada por onde estivermos troquemos nossa missão.
Missão esta que é dada segundo nossos valores e talentos, o primeiro que é o, desejo do Pai, do criador, para o qual fomos preparados, visando dar sentido à nossa existência. Por esta razão ergo a cabeça, olho o futuro e multiplico durante a caminhada os dons que recebi, unificando na busca do Pai, a Perfeição, o Absoluto, em quem acredito mais do que em mim, com minhas imperfeições. Vejo n’ Ele o que me falta e procuro seguir as suas palavras construindo-as.
Assim seja. Amém. Emunah...
Ao escrever aquelas palavras, em meu diário lembrei o quanto me faltava, que muitas bobagens eu poderia ter escrito nele e que, de algumas delas já discordava, mas era isso que importava, esse processo de buscar e não se prender a ideologia como verdades, como deuses.
Essa era uma das principais mensagens deste diário. O redigi por achar que o jovem deveria escrever seu diário, falar sobre tudo e sobre todos, não ter vergonha de orar em voz alta e homenagear seu Pai! Pegar seu diário e falar em voz alta o que o homem e a vida representam para ele e sua coragem, deveria fazer orações teístas dirigidas a um Deus Ecumênico. Ainda faltava celebrar o Amor e a Sabedoria. A Natureza e o Espírito. Às vezes me levantava e orava cantando e escolhi uma de minhas poesias para fazer oferendas a meu Pai e sua maior criação, a natureza:

Pai se olhares em meus olhos, verá os raios
Se tocardes me minha pele sentirá o frio
Como a Natureza, sou teu filho!
Se observares a minha coragem,
Em minhas palavras,
Verá que a escuridão não me cala,
Em minha busca pela sabedoria, só ouço a tua voz!
Na realidade é só o amor que nos comunica
A voz que não cala
Quando escuta meu pensamento,
É a mesma energia, que da água, incita o movimento
Que o homem, pela razão, chama eletricidade,
Mas não explica o movimento,
Se ilude com meias-verdades...
Eu porém acendo a luz e vejo a Ti!
O meu espírito
Não cansou no caminho,
A mesma energia das águas
Me movimenta em sua direção,
Que o indivíduo chama de paixão,
Faz coisas por ela, sem entender e questiona a Ti,
A Ti questiono...
Eu, como sou possível?
Só entendo através de Ti.
Que está em toda parte!
Inclusive em mim!

Resolvi andar um pouco pelo convento e, quanta suntuosidade! A Igreja tinha suas paredes banhadas em ouro e uma lâmpada imensa de prata pura era fixa na nave central.
Uma reflexão se fazia necessária: para quê tanto luxo? As próprias divindades as rejeitavam. O “deus homem”, é certo que veio para contrapor o verdadeiro Deus e fez tais fortalezas. Essa lembrança já estava presente num seguidor de Deus, mais ou menos entre 1200 e 1226 desta era cristã.
Ao questionar tanta riqueza, tanto luxo, afastando os “seguidores de Cristo” dos ideais por este pregados, fundou um movimento que abdicava de tais regalias para viver de pobreza. Após sua morte, com o passar do tempo, o movimento que ele fundou deu prosseguimento às faraônicas e desnecessárias construções e, deixou de lado a pobreza. É impossível dizer que eles são “poverellos” . Foi esse mais um traído em seus ideais.
Bin abriu a porta de repente e pode contemplar minha poesia.
- Desculpe Isaac é que nosso jantar está na mesa.
Me levantei e começava agora a minha última caminhada, porque meus ideais eram tão fortes que sobreviveriam até a ultima caminhada. Muitos guerreiros ficaram pelo caminho é uma pena, poderíamos lutar juntos, era só recomeçar...
- No jantar, um padre da Igreja católica veio jantar conosco, ele estava na cidade a procura de uns antigos escritos e dormiria conosco... Quis saber mais sobre estes escritos, pois o meu achado grego já era para mim bastante valioso.
- Sobre o que são esses escritos? Quem os escreveu? Foi Jesus? Perguntei.
- Não! Foi um jovem que viveu na mesma época e não tornou-se discípulo de Jesus. Ele acreditava na política, nas artes, e na educação e pediu a Jesus para caminhar por suas crenças! Jesus permitiu porque via em seus olhos que ele também falava do amor! Esses escritos são o seu diário, talvez um instrumento musical, algumas obras de arte da época, uma rosa de ouro, símbolos de jovens protetores, que devem estar enterrados num baú, numa destas praias que nos cercam. O Bau das gerações!
Ele falava sobre o seu mundo, seus problemas políticos, cantava a sua poesia, contava as suas histórias, disse o padre ao ser interrompido!
- Mas espere, eu encontrei este baú mas ele era grego, consta todo que o senhor disse e foi aqui perto...
- Não é possível! Isso é um milagre de Deus! Exclamou o Padre Luis.
- Eu achei. O senhor quer ver, alguns dos itens enumerados estão aqui comigo, com exceção do diário, que Michel, meu amigo, está traduzindo e o baú, deixei em meu apartamento.
- Vamos ver, exclamou o Padre Luis, pedindo permissão ao superior da casa para interrompermos aquele jantar. Fomos até meu quarto. Ele examinou cuidadosamente o que constava no baú ...
- Não pode ser, não é este: onde você o encontrou? Vamos comigo no carro da congregação até lá!
- É meio longe é lá na Praia Socialista, falei.
- Não importa. Quando chegarmos será hora de amanhecer! E a luz nos permitirá ver, até o final do dia!
- Então vamos...
Arrumei rapidamente minhas coisas, Bin que durante o jantar ficou calado, resolveu ir também. Correu até o seu quarto arrumou suas coisas. Pediu só meia hora para preparar um presente que levaria para o Teatro! Correu para um quarto escuro e ficamos o Padre Luís e eu a preparar o carro, alguma alimentação...
Depois de meia hora, entramos no carro e seguimos nossa viagem...
Graças a Deus, dormi um pouco até lá. Todos nós ficamos calados porque cada um estava ali se dirigindo a algo que fazia sentido em nossas vidas. O meu era através de minha busca, encontrar sentido para a vida; o Padre Luís só pensava em como iria esburacar a praia inteira, atrás do Baú Hebraico-Cristão e Bin como impediria a venda do Teatro para Ígor. Foi ai que lembrei que ainda não tinha feito minhas velhas perguntas para Bin e aproveitei a viagem para isto!
- Bin, por que o homem pula de um extremo da realidade para o outro e não consegue entender o mundo que o cerca?
- Não sei, Isaac! Não me interessa essa busca, eu não busco Deus, Deus é que me busca. Eu preciso aceitá-lo!
- Mas você aceitá-lo, não significa ir em sua busca? O homem, por exemplo, na sua grande maioria não o busca durante a vida, com raras procuras na infância, na juventude não tem tempo e só na velhice começa a se voltar para Deus. E sem essa busca, quer encontrar Deus! Acho que encontra apenas a si mesmo, o seu único Deus! É principalmente nos dias de hoje, que quer que o homem encontre as suas próprias leis e regras, justificando assim todos os seus atos, em nome de sua verdade.
Por outro lado nos dias de ontem esse espaço era ocupado pela moral, sem questionamento, por dogmas criados por uns, seguidos por outros! Esses são os dois extremos que tem em comum vários aspectos: onde um inicia, o outro termina, são frutos da mesma essência, pois ambos não explicam a magia do mundo que os cercam, nem pensam, nem sentem, pois sentir o outro, como se sente, só no momento ao criar a nossa moral a compartilharmos com outro, o Deus Eterno!
Se cada um de nós podermos sentir a nossa participação na totalidade do absoluto ela se concretizará, o Absoluto quer cada um de nós presente em sua totalidade, quer em sincronia, simetria, sinergia e sabedoria com outros e com ele. Só assim poderemos viver sem os “deuses” que criamos, ora para justificar nossos atos, ora para garantirmos que são justificados pela moral, quase nunca pelo coração! Pois só encontraremos a verdade que não nos pertence através do coração.
- Não Isaac, você está enganado, eu sei o que é a verdade. A verdade é a minha crença e por ela justifico tudo e a todos. Ela que trago comigo, a verdade, me permite que todos possam enxergar através de mim, me provando através de seus atos, a Deus. A verdade que fui incumbido de interpreta-la é lógico, fazer de meu povo, o escolhido que será recompensado, construindo aqui o mundo ao seu suor, seja visto com outros olhos.
Os olhos que atribuem o valor sagrado, antes de passar pelo espírito, pois seus olhos são os meus!
- Bin, o valor do Absoluto, que para mim é Sagrado, é um valor que independe de outros valores? Que não é divisível, pois representa a totalidade, que ao ser dividida é cortada a nossa compreensão e o que intitulo como Deus é a minha própria compreensão, que celebro com minha linguagem cortada. A durabilidade do Sagrado é eterna e o valor que pode ser possuído de uma maneira comum e indivisa pelo maior número de pessoas. E a quem o sente sabe que é, o que proporciona satisfação plena oriunda do espírito, consagrando o Sagrado com a nossa alma, é uma pequena parte do holograma da totalidade! Porém, a coragem, a lucidez e o engajamento resoluto podem nos levar a encontrar o caminho!
Finalmente chegamos na praia, descemos correndo e nos dirigimos para bem próximo de onde eu havia deixado um barco que estava construindo, pois bem próximo havia encontrado o baú! Lá mesmo o Padre Luís começou a procurar um sinal. Não vendo nada, apenas dunas, resolveu perguntar a uns pescadores se eles sabiam onde encontrava a antiga carcaça de um navio que deveria estar ancorado por ali, pois há muito tempo atrás aquele local era mar e agora virou terra e quem sabe um dia voltaria a ser mar... pois o baú havia sido amarrado na ancora deste barco e um jovem teria velejado neste barco pelo mundo em busca da “Terra Prometida”, onde transformaria seus sonhos em realidade. Porém os Bárbaros e seus deuses, o perseguiram já que não tinham vida em plenitude, queriam matá-lo pela inveja da vida plena que seus olhos transmitiam, refletindo seu coração.
O jovem hebreu, não tendo mais saída, dirigiu seu barco para um iciberg, colocou suas coisas num baú, amarrou na ancora e jogou ao mar. Sem esquecer de deixar uma carta em hebreu para seus parentes e ali mesmo tirou a sua vida... para justificar aos hebreus que continuariam lutando, pois como ele não entregaria a sua vida a um bárbaro, decidiu sacrificá-la por uma causa maior. Vários pescadores já haviam cercado o Padre, admirados pelo fato dele, em nossos dias, andar de batina e sempre segurando o breviário, mas principalmente para ouvi-lo... Porém, nenhum deles sabia de alguma coisa sobre esse baú! Até que eu falei:
- Acho que posso encontrar o seu baú, quando encontrei o baú de madeira , tinha um pequeno bau de prata, dentro dele com vários cadeados , e uma corrente o prendia... mas não consegui quebra-la deve haver algo preso a ela...
- Me mostre onde foi! Exclamou Padre Luís. Levei-o até lá e vários pescadores, Bin, o Padre e eu cavamos até onde pudemos, quando finalmente vimos brilhar a fivela quebrada do baú com o sol que irradiava a sua Luz. Rapidamente puxamos e o Padre tratou logo de abri-lo, forçando com uma pedra até romper o cadeado... Dentro do baú encontrou uma harpa, sete obras de arte, um tecido, uma caixa fechada por sete cadeados, rosas de prata e lógico um diário...
O Padre Antonino abriu o diário, e ficou lendo por ininterruptamente. De início, fiquei só observando até que não aguentei mais e pedi que ele me falasse sobre o que tratava.
- Aqui fala como o trabalho, a educação, a religião, arte, a política e o prazer poderiam ser realizados com o amor!
- Lembrei que o diário grego falava como todas essas coisas poderiam ser feitas com sabedoria! Parecia escritos por jovens protetores e revolucionários cada um em sua época, mundos e histórias diferentes mais as mesmas causas e sonhos compartilhadas por gerações. Cada um deixa seu bau e a história e a luta continua, novos desafios e personagens de uma nova historia que renasce e se eterniza. Até a Lua, acho que vem gente agora de outras gerações e planetas no ajudar, de volta a Terra.
- Isaac, desculpe mais a coragem nos chama! Chegou a hora de irmos ao Teatro, exclamou Bin!
- É Padre Luís. Adeus, preciso ir em busca de algo que dê significado ao diário que estou escrevendo. O senhor me ajudou bastante obrigado, posso dizer que a cada momento, ato ou passo que se sucede, me torna outra pessoa. Não sou o mesmo, provando que “a vida é um aprendizado constante”.
Saímos de lá correndo, pois daqui a apenas duas horas seria a entrega do Teatro ao seu novo dono! Quando pegamos o ônibus, pedi o celular de um jovem que estava ao nosso lado e dei um toque para Michel que me retornou e começaríamos a falar:
- Michel, tudo bem? Já estou voltando, você tem algo para dizer sobre a tradução do diário grego?
- Claro, Isaac fiz varias anotações e quero lhe entregar pessoalmente para que possamos tecer alguns comentários..., falou Michel.
- Bem, podemos nos encontrar no teatro daqui há duas horas, estarei lá... assim você poderá ver a turma, claro que quase todos estarão lá, pois Renata não mais está no nosso meio, exclamei!
- Boa ideia, a gente se vê lá, um abraço! Não se esqueça que lá será um bom momento para conversarmos, falarmos sobre o que temos feito de nossas vidas!
Assim que desliguei o telefone, agradeci ao jovem e desmaiei de sono, Bin e eu havíamos passado a noite acordados...

DE VOLTA AO TEATRO...

Estava sonhando com as cinzas se juntando no mar, enquanto o balé da vida era dançado, tendo a água, com o seu célebre movimento, a tarefa de uni-las. Eram cinzas diferentes em suas formas, mas que interagiam entre si formando a totalidade de uma rosa no Mar... quando Bin me acordou...

- Vamos Isaac! Disse Bin.
Já íamos saindo do ônibus quando Bin voltou rapidamente e gritou...
- Espere já ia esquecendo meu presente. Pare motorista, gritou Bin. Subiu bem rápido, pegou no porta bagagem de mão e desceu uma caixa vermelha, com uma rosa murcha, pintada na frente... Corremos pegamos um táxi, pois já estava na hora!
Ao chegarmos no Teatro, entrei primeiro, estava um pouco envolvido pela emoção... ao chegar ali era como se um filme começasse a ser rodado, me lembro momentos inesquecíveis, nossa conversas e sonhos mas já não eramos os mesmos. Bin pediu um momento. Ao chegar lá Amy, chorando, estava assinado a venda do Teatro. David sorria pois esta operação lhe daria muito lucro e com uma de suas mãos entregava o dinheiro que iria pagar a nova campanha de Nicolau, desta vez para o Senado. Michel já me aguardava com as traduções, em uma de suas mãos, enquanto a outra assinava aquele ato como testemunha. Ser testemunha de momentos históricos sempre foi o papel da maioria dos intelectuais! Lembrei neste momento que ali sobreviveria outro prazer, sem amor, sem sabedoria e sem coragem, pois Renata estava morta. Não era um momento de palavras, os atos falavam por si, pois ao ver Bin entrar no Teatro, abrindo o seu presente, percebemos uma bomba, que ele acionou em seu peito, que destruiria a todos do nosso grupo de amigos e áreas da expressão humana, pois ao ver o capital arruinando, a arte subjugada, a educação como testemunha, tendo a política como seu comparsa. Ao lembrar do prazer que foi morto e ao ver o terrorismo que mata... Vi que havia chegado a hora do meu sacrifício, pois o amor naquele momento se transformou em solidão!
Mas, Isaac ainda poderia nos salvar porque eu não sou Isaac, eu sou Amy , sou a arte , e ainda não havia falado sobre mim, que tenho a capacidade de me comunicar com todos os homens através do absoluto! Que posso fazer com que o coração de cada um homem se liberte, ame, num mundo quando amar é proibido , lute pela vida, tenha amor, sabedoria e coragem para colocar em tudo o que faz. Possa unificar as suas linguagens ao perceber a totalidade que o rege, o que há de comum em todos os seres e não apenas as nossas diferenças. Pois só ao atribuirmos sentido ao todo, poderemos ver como as partes se relacionam e a realidade que hoje subjuga o homem com suas restrições, que castram seus sonhos, sua liberdade e sua esperança, não terá mais força sobre o homem, que a destruíra transformando sua arte em realidade, buscando a perfeição que a totalidade nos pede. Desta forma possamos dar a nossa contribuição, a arte fez a sua crítica do capital que hoje como um “deus” subjuga os homens, para que eles aceitem a sua realidade. A arte trouxe a coragem, como sempre fez de estar a frente de seu tempo. Como ela, através de filmes, livros, poesias, músicas, pinturas sempre trouxe a exaltação do espírito e mostrou ao homem as suas futuras criações, hoje eu e Amy trago a criação que ilumina o Teatro da Vida.
Só ela, a Arte pode fazer com que Nicolau rasgue o cheque e continue abrigar os palanques de sua juventude ao lado de Michel que não será apenas testemunha, verá que Bombas virarão rosas, pois o amor e o prazer ressuscitarão do coração humano. O trabalho voltará a ocupar o seu lugar de edificação da alma humana, aos meus olhos que está em cada um de nós. Podemos iluminar o sentido de nossas vidas, pois lá nos comunicamos com o Absoluto!
Podemos perceber que somos Nicolau, David, Michel, Bin, e Amy que tem em Isaac, seu encontro que Renata comunica. Porque nossas linguagens são uma só, os nossos valores, que tem na arte uma forma de fazer com que cada um de nós interprete este manifesto. Ao ver um quadro de Van Gogh, uma obra de Shakespeare, o Grito, todo ser humano pode expressar os manifestos de seus sentimentos, de seus valores. A arte é o maior manifesto, porque ela permite que cada um de nós possamos expressar, individualmente o seu manifesto ao que sente e vê. E recriar uma grande obra em cada olhar, a luz de seu tempo, como fazia meu pai ao repintar quadros!
A arte não é a expressão humana mais importante, ela apenas comunica com mais clareza o sentido que atribuímos a todas as nossas outras obras de arte: O Trabalho, a Educação, a Religião, o Social, a Política, o Prazer e o Amor, presente em todas as demais, sem ele nada somos. Porque a Arte é...