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domingo, 16 de novembro de 2025

Uma jovem cientista polonesa chamada Simona Kossak tomou uma decisão que deixou todos perplexos.


 Ela deixou a civilização para viver na floresta com um lince, um javali selvagem e um corvo ladrão. Os cientistas a chamaram de louca. Ela provou que estavam errados.

Em 1975, uma jovem cientista polonesa chamada Simona Kossak tomou uma decisão que deixou todos perplexos. Ela tinha doutorado. Ela veio de uma das famílias artísticas mais prestigiadas da Polônia — seu avô foi Wojciech Kossak, o lendário pintor cujas obras foram expostas em museus. Ela poderia ter tido uma posição confortável na universidade. Em vez disso, Simona fez uma única mala e caminhou para a Floresta de Białowieża. E ela ficou lá por trinta anos. Białowieża não é uma floresta comum. É o último fragmento remanescente da selva primitiva que um dia cobriu toda a Europa. Simona encontrou uma pequena cabana de madeira no fundo do coração da floresta. Sem eletricidade. Sem água encanada. Sem vizinhos. Ela dividia sua cama com um lince chamado Żabka. Não é um animal de estimação. Mas Żabka havia ficado órfã quando filhote, e Simona a criou. Ela resgatou um javali selvagem que a seguiu pela floresta como um cão devoto. E então havia Korasek. Korasek era um corvo — mas não qualquer corvo. Ele era brilhante. Ele mergulharia em ciclistas que atravessavam a floresta, roubava objetos brilhantes dos bolsos dos turistas e trazia "presentes" para Simona: moedas, botões, pedaços de papel alumínio. Ele se sentava em seu ombro enquanto ela trabalhava. Os moradores sussurravam que Simona era uma bruxa. Animais a seguiam. Pássaros pousaram em sua mão estendida. Cervos se aproximaram sem medo. Ela estava ouvindo. A maioria das pessoas caminha pela natureza conversando, fazendo barulho, afirmando sua presença. Simona fez o oposto. Ela aprendeu a observar pacientemente, a deixar a floresta ensinar seus ritmos. Ela documentou espécies que nunca haviam sido devidamente observadas. Ela provou que animais selvagens não eram apenas autômatos movidos por instinto—eles tinham personalidades, emoções, estruturas sociais complexas. Sua pesquisa mudou a forma como os cientistas entendiam a vida selvagem. Mas seu trabalho mais importante não estava em diários. Porque enquanto Simona estudava a natureza, outros tentavam destruí-la. As empresas madeireiras queriam cortar as árvores antigas. Os desenvolvedores queriam construir estradas pela natureza selvagem. Simona lutou contra todos eles. Ela escrevia cartas. Ela entrou com processos. Ela ficou em frente a tratores. Ela fez inimigos poderosos. "Esta floresta sobreviveu por dez mil anos", ela dizia. "Quem somos nós para decidir que isso deve acabar sob nossa responsabilidade?" Sua cabana se tornou um símbolo. Jornalistas de toda a Europa vieram fotografar a mulher que vivia com animais selvagens. Documentários foram feitos. A história dela se espalhou. A opinião pública mudou. A pressão internacional aumentou. A UNESCO se envolveu. A floresta antiga, em grande parte graças à incansável defesa de Simona, ganhou proteções maiores. Simona Kossak morou naquela cabana até 2007, quando uma doença finalmente a forçou a voltar para a cidade. Ela faleceu em 2007, aos 71 anos. Mas seu legado não morreu com ela. Hoje, a Floresta de Białowieża permanece como uma das últimas verdadeiras áreas selvagens da Europa — um monumento vivo ao que o continente já foi.


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