SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

domingo, 19 de novembro de 2023

LA VIDA É UMA FESTA!


 

Matemática, um pacto social

 

Matemática, um pacto social

Teórico afiança: a objetividade inexiste até no mundo dos números. Não há pensamento puro, mas árduos experimentos. E as grandes verdades da área são repletas de palpites — que sempre exigem acordo mútuo entre pensador e comunidade científica 

Arte: Interior de uma sala com geógrafos e matemáticos, c.1680-90/Musee Municipal, Cambrai, França 
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Andrew Granville em entrevista a Alex Tran, no Quanta Magazine | Tradução: Mariana Bercht Ruy

Em 2012, o matemático Shinichi Mochizuki declarou que havia resolvido a conjectura abc, grande questão aberta na teoria dos números, a respeito da relação entre adição e multiplicação. Havia apenas um problema: sua prova, com mais de 500 páginas, era completamente impenetrável. Ela se baseava em um turbilhão de novas definições, notações e teorias que quase todos os matemáticos acharam impossível de entender. Anos depois, quando dois matemáticos traduziram grande parte da prova em termos mais familiares, eles apontaram para o que se chamou de “uma falha séria e sem conserto” na sua lógica – apenas para que Mochizuki rejeitasse o argumento com base no fato de que eles não houvessem entendido seu trabalho.

O incidente levanta uma questão fundamental: o que é uma prova matemática? Costumamos pensar que seja como a revelação de alguma verdade eterna, mas talvez seja melhor compreendê-la como um construto social.

Andrew Granville, matemático da Universidade de Montreal, tem pensado muito sobre isso recentemente. Após ser contatado por um filósofo a respeito de seus escritos, “eu pensei muito sobre como chegamos às nossas verdades”, ele disse. “E uma vez que essa porta é aberta, você descobre como o assunto é vasto”.

Desde muito cedo, Granville gostou de aritmética, mas nunca havia considerado a possibilidade de uma carreira em pesquisa em matemática por não saber que tal coisa existisse. “Meu pai deixou a escola aos 14 anos, minha mãe, aos 15 ou 16”, ele disse. “Eles nasceram na área da classe trabalhadora da Londres de então, e a universidade estava além daquilo que eles achavam que fosse possível. Então não fazíamos ideia.”

Após graduar-se na Universidade de Cambridge, onde estudou matemática, ele começou a adaptar The Rachel Papers [Os documentos de Raquel], romance de Martin Amis, para um roteiro. Enquanto trabalhava no projeto e buscava financiamento para ele, Granville quis evitar um emprego de escritório – havia trabalhado em uma companhia de seguros durante um ano sabático entre o ensino médio e a faculdade e não queria voltar para lá –, “então fui para a pós-graduação”, disse ele. O filme nunca decolou (o romance foi adaptado mais tarde, de forma independente), mas Granville conseguiu o mestrado em matemática e mudou-se para o Canadá para completar seu doutorado. Nunca olhou para trás.

“Foi uma aventura, de verdade”, ele disse. “Eu não esperava muito quando entrei. Não tinha ideia do que fosse um Ph.D.”.

Nas décadas desde então, ele foi autor de mais de 175 artigos, principalmente em teoria dos números. Ele também se tornou conhecido por escrever sobre matemática para o público popular: em 2019, junto com sua irmã Jennifer, que é roteirista, foi coautor de uma Graphic novel sobre números primos e conceitos relacionados. Junto com outros matemáticos, cientistas da computação e filósofos, ele planeja publicar um conjunto de artigos no Bulletin of the American Mathematical Society [Boletim da Sociedade Americana de Matemática] do ano que vem, sobre como as máquinas podem mudar a matemática.

A revista Quanta conversou com Granville sobre a natureza da prova matemática – como funciona na prática e equívocos populares a seu respeito até sobre como a redação de provas matemáticas pode evoluir na era da inteligência artificial. A entrevista foi editada e condensada para maior clareza.

Recentemente, você publicou um artigo a respeito da natureza da prova matemática. Porque você decidiu que esse era um assunto a respeito do qual era importante escrever?

A forma como os matemáticos aproximam-se da pesquisa em geral não é bem retratada na mídia popular. As pessoas tendem a ver a matemática como essa busca pura, onde simplesmente chegamos às grandes verdades apenas com o puro pensamento. Mas a matemática é feita de palpites – muitas vezes, palpites errados. É um processo experimental. Aprendemos em etapas.

Por exemplo, quando a hipótese de Riemann apareceu em um artigo pela primeira vez, em 1859, parecia magia: eis aqui essa conjectura maravilhosa, tirada do nada. Por setenta anos, as pessoas falavam sobre o que um grande pensador pode conseguir apenas com o pensamento. Então o matemático Carl Siegel encontrou os rascunhos de Riemann nos arquivos de Göttingen. Riemann na verdade tinha enchido páginas com cálculos de zeros da função zeta de Riemann. As famosas palavras de Siegel foram: “lá se foi o pensamento puro”.

Então há essa tensão na forma como as pessoas escrevem sobre matemática – particularmente alguns filósofos e historiadores. Eles parecem pensar que somos alguma criatura mágica pura, um unicórnio da ciência. Mas, em geral, nós não somos. Raramente é apenas puro pensamento.

Como você caracterizaria o que os matemáticos fazem?

A cultura da matemática é construída em torno de provas. Nos sentamos e pensamos, e 95% do que fazemos são provas. Muito do entendimento a que chegamos se dá por meio da luta com as provas e da interpretação dos problemas que surgem enquanto lutamos com elas.

Frequentemente pensamos em uma prova como um argumento matemático. Por meio de uma série de passos lógicos, ela demonstra que certa afirmação é verdadeira. Mas você escreve que isso não deve ser confundido com uma verdade pura, objetiva. O que você quer dizer com isso?

O principal objetivo de uma prova é persuadir o leitor da verdade de uma asserção. Isso significa que a verificação é chave. O melhor sistema de verificação que temos em matemática é que muitas pessoas olhem para uma mesma prova a partir de diferentes perspectivas e ela se encaixe adequadamente no contexto que eles conhecem e no qual acreditam. De certa forma, não estamos dizendo que sabemos que é verdade. Estamos dizendo que esperamos que ela esteja certa, porque muitas pessoas a testaram a partir de diferentes perspectivas. As provas são aceitas por esses padrões da comunidade.

E aí existe essa ideia de objetividade – de ter certeza que aquilo que se afirma está certo, ou sentir que você tem uma verdade suprema. Mas como podemos saber que estamos sendo objetivos? É difícil sair do contexto em que você fez uma declaração – ter uma perspectiva de fora do paradigma estabelecido pela sociedade. Isso é tão verdadeiro para as ideias científicas quanto o é para qualquer outra coisa.

Pode-se perguntar o que é objetivamente interessante ou importante em matemática. Mas isso também é claramente subjetivo. Porque consideramos Shakespeare um bom autor? Shakespeare não foi tão popular em seu próprio tempo quanto o é hoje. Existem convenções sociais evidentes a respeito do que é interessante, do que é importante. E elas dependem do paradigma atual.

Em matemática, como isso se manifesta?

Um dos exemplos mais famosos de uma mudança de paradigma é o cálculo. Quando o cálculo foi inventado, ele envolvia a divisão de algo que está se aproximando de zero por outra coisa que também está se aproximando de zero – conduzindo a zero dividido por zero, que não tem nenhum significado. Inicialmente, Newton e Leibniz criaram objetos chamados infinitesimais. Isso fez com que as equações funcionassem, mas não de forma sensata ou rigorosa para os padrões de hoje.

Agora temos a formulação épsilon-delta, que foi introduzida no fim do século XIX. Essa formulação moderna é tão estonteantemente, obviamente boa para acertar esses conceitos que quando se olha para as formulações antigas você pensa, o que eles estavam pensando? Mas na época, considerava-se que fosse a única forma de resolver o problema. Para ser justo com Leibniz e Newton, provavelmente eles teriam adorado o jeito moderno. Eles não pensaram nele por causa dos paradigmas da sua era. Então demoramos um tempão para chegar aqui.

O problema é que não sabemos quando estamos nos comportando assim. Estamos presos à sociedade em que vivemos. Não temos uma perspectiva externa que nos diga quais suposições estamos fazendo. Um dos perigos na matemática é que você pode não conceber que algo seja importante por não ser facilmente expresso ou discutido na linguagem que você escolheu usar. O que não significa que você esteja certo.

Eu gosto muito dessa citação de Descartes, em que ele diz essencialmente: “eu acho que sei tudo sobre um triângulo, mas quem disse que eu sei? Quer dizer, alguém no futuro pode vir com uma perspectiva radicalmente diferente e levar a um jeito muito melhor de se pensar sobre um triângulo”. E eu acho que ele está certo. Você vê isso na matemática.

Como você escreveu no seu artigo, você pode pensar na prova matemática como um pacto social – uma espécie de acordo mútuo entre o autor e sua comunidade matemática. Vimos um exemplo extremo disso não funcionando, com a alegada prova da conjectura abc de Mochizuki.

É extremo, porque Mochizuki não quis jogar o jogo como ele é jogado. Ele fez essa escolha de ser obscuro. Quando as pessoas fazem grandes avanços, com ideias realmente novas e difíceis, eu acredito que seja incumbência delas tentar incluir as outras pessoas, explicando a elas suas ideias da forma mais acessível possível. E ele estava mais para, bom, se você não quer ler do jeito que eu escrevi, não é problema meu. Ele tem o direito de jogar o jogo que quiser. Mas isso não tem nada a ver com comunidade. Não tem nada a ver com a forma como progredimos.

Se provas existem em um contexto social, como elas mudaram ao longo do tempo?

Tudo começa com Aristóteles. Ele disse que precisava haver algum tipo de sistema dedutivo – que você só pode provar novas coisas baseadas em coisas que você já sabe e sobre as quais tem certeza, voltando a certas “afirmações primitivas”, ou axiomas.

Mas então a questão é: quais são essas coisas básicas que você sabe que são verdade? Por muito tempo as pessoas simplesmente disseram, bem, uma linha é uma linha, um círculo é um círculo; há algumas coisas que são simples e óbvias e é por elas que devemos começar nossas assunções.

Essa perspectiva tem durado desde sempre. Ainda hoje é amplamente presente. Mas o sistema axiomático euclidiano que se desenvolveu – “uma linha é uma linha” – teve seus problemas. Houve esses paradoxos descobertos por Bertrand Russell com base na noção de conjunto. Além disso, era possível fazer jogos de palavras com a linguagem matemática, criando afirmações problemáticas como “esta afirmação é falsa” (se for verdadeira, então é falsa; se for falsa, então é verdadeira) que indicavam que havia problemas com o sistema axiomático.

Então Russell e Alfread Whitehead tentaram criar um novo sistema de fazer matemática que pudesse evitar esses problemas todo. Mas era ridiculamente complicado, e era difícil acreditar que oferecesse as melhores afirmações primitivas para começar tudo. Ninguém estava confortável. Algo como provar 2+2=4 tomava uma vastidão de espaço, desde o ponto de partida. Qual era o sentido de um sistema assim?

Então David Hilbert apareceu com essa ideia fantástica: que talvez nós não devêssemos dizer a ninguém qual era o ponto de partida certo. Em vez disso, qualquer coisa que funcione – um ponto de partida simples, coerente e consistente – vale a exploração. Não é possível deduzir duas coisas de seus axiomas que se contradizem, e você deve ser capaz de descrever a maior parte da matemática em termos dos axiomas selecionados. Mas você não deve, a priori, dizer quais são eles.

Isso também parece encaixar na nossa discussão anterior, sobre verdade objetiva na matemática. Então, na virada do século XX, os matemáticos perceberam que podia haver uma pluralidade de sistemas axiomáticos – que um determinado conjunto de axiomas não devia ser tomado como verdade universal ou autoevidente?

Sim. E eu diria que Hilbert não começou com isso por razões abstratas. Ele estava interessado em noções diferentes de geometria, em geometria não euclidiana. Era muito controverso. As pessoas na época diziam: você me dá essa definição de uma linha que contorna os cantos de uma caixa, por que eu deveria te dar ouvidos? E Hilbert dizia que se ele pudesse fazer algo coerente e consistente, você deveria ouvir, porque talvez houvesse outra geometria que nós precisávamos entender. Essa mudança de ponto de vista – que você pode permitir qualquer sistema axiomático – não se aplicava só à geometria: ela se aplicava a toda a matemática.

Mas é claro que algumas coisas são mais úteis que as outras. Então a maioria de nós trabalha com os mesmos dez axiomas, um sistema chamado ZFC.

O que nos leva à questão daquilo que pode ou não pode ser deduzido a partir dele. Há afirmações, como a hipótese do contínuo, que não podem ser provadas usando o sistema ZFC. Precisa haver um décimo primeiro axioma. E você pode resolver de qualquer jeito, porque pode escolher seu sistema axiomático. É bem legal. Nós continuamos com esse tipo de pluralidade. Não é muito claro o que está certo e o que está errado. De acordo com Kurt Gödel, nós ainda precisamos fazer escolhas baseadas em gosto, e tomara que nós tenhamos bom gosto. Nós deveríamos fazer coisas que façam sentido. E nós fazemos.

Falando em Gödel, ele também tem um papel grande nisso.

Para discutir matemática, você precisa de uma linguagem e um conjunto de regras para seguir nessa linguagem. Nos anos 1930, Gödel provou que não importa como você selecione sua linguagem, sempre há afirmações nessa linguagem que são verdadeiras, mas não podem ser provadas pelos seus axiomas de partida. Na verdade, é mais complicado que isso, mas ainda assim você tem esse dilema filosófico imediato: o que é uma afirmação verdadeira se você não pode justifica-la? É loucura.

Então existe essa grande bagunça. Nós estamos limitados pelo que podemos fazer.

Matemáticos profissionais ignoram isso amplamente. Nós focamos naquilo que é fazível. Como diz Peter Snark, “somos trabalhadores”. Nos esforçamos e tentamos provar o que podemos.

Agora, com o uso não apenas de computadores, mas também da inteligência artificial, como a noção de prova está mudando?

Nos movemos para um lugar diferente, onde computadores fazem coisas doidas. Agora as pessoas dizem, ah, eu tenho esse computador que faz coisas que as pessoas não conseguem. Mas ele faz mesmo? O computador pode mesmo fazer coisas que as pessoas não conseguem? Lá nos anos 1950, Alan Turing disse que um computador é desenhado para fazer coisas que humanos fazem, só que mais rápido. Nada mudou.

Por décadas, matemáticos têm usado computadores – para fazer cálculos que podem guiar sua compreensão, por exemplo. O que a IA pode fazer que é novidade é verificar aquilo que acreditamos que seja verdadeiro. Alguns desenvolvimentos fantásticos aconteceram com a verificação de provas. Como o [assistente de prova] Lean, que permitiu que os matemáticos verificassem muitas provas ao mesmo tempo em que ajudava os autores a entender melhor o próprio trabalho, porque eles precisavam dividir algumas de suas ideias em etapas mais simples para alimentar o Lean para verificação.

Mas isso é à prova de erros? Uma prova é uma prova só porque o Lean concorda que seja? De certa forma, é tão garantido quanto as pessoas que convertem as provas em inputs para o Lean. O que soa muito parecido com a forma como fazemos matemática tradicional. Então não estou dizendo que acredito que algo como o Lean esteja cometendo muitos erros. Só não tenho certeza se é mesmo mais seguro do que a maioria das coisas feitas por humanos.

Receio que eu seja um bocado cético a respeito do papel dos computadores. Eles podem ser uma ferramenta valiosa para acertar as coisas – particularmente para verificar matemática baseada massivamente em novas definições, que não são fáceis de analisar à primeira vista. Não há dúvida de que seja útil ter novas perspectivas, novas ferramentas e nova tecnologia no nosso arsenal. Mas me esquivo dessa ideia de que agora teremos máquinas lógicas perfeitas que produzirão teoremas corretos.

Você tem que admitir que nós não temos como ter certeza que as coisas estão corretas com os computadores. Nosso futuro depende no senso de comunidade de que dependeu ao longo da história da ciência: que possamos trocar ideias entre nós. Que conversemos com pessoas que veem a mesma coisa de perspectivas completamente diferentes. E assim por diante.

Mas então para onde você vê isso indo, no futuro, à medida que essas tecnologias fiquem mais sofisticadas?

Talvez elas possam assistir na criação de provas. Talvez daqui cinco anos eu diga para um modelo de IA como o ChatGPT, “eu tenho certeza que vi isso em algum lugar. Você checaria para mim?”, e ele vai me responder com uma afirmação semelhante que seja correta.

Uma vez que o modelo fique muito, muito bom nisso, talvez a gente possa ir mais longe e perguntar “eu não sei como fazer isso, mas há alguém que já tenha feito algo assim?”. Talvez alguma hora um modelo de IA possa encontrar maneiras hábeis de pesquisar a literatura para encontrar ferramentas que já foram usadas em outros lugares, de uma maneira que um matemático não poderia prever.

Ainda assim, não entendo como o ChatGPT poderia ir além de um certo nível para fazer provas, de um jeito que nos supere. O ChatGPT e outros programas de aprendizado de máquina não pensam. Eles usam associação de palavras baseadas em muitos exemplos. Então parece pouco provável que eles transcendam seus dados de treinamento. Mas se acontecer, o que os matemáticos vão fazer? Grande parte do que fazemos é prova. Se você tirar as provas de nós, não tenho certeza do que nos tornaremos.

Independentemente disso, quando pensamos sobre até onde vamos levar a assistência computacional, precisamos considerar as lições que aprendemos do empreendimento humano: a importância de usar diferentes linguagens, trabalhando juntas, carregando diferentes perspectivas. Existe uma robustez, uma saúde, na forma como diferentes comunidades se juntam para trabalhar e compreender uma prova. Se vamos ter assistência computacional em matemática, precisamos enriquecê-la da mesma forma.

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

HOJE É UM DIA TRISTE! VIVA O VERDADEIRO E HISTÓRICO PARTIDO DOS TRABALHADORES, SEM HISTÓRIA E SEM LÍDERES DE VERDADE NÃO EXISTE DEMOCRACIA!



Hoje é um dos dias mais tristes da política brasileira, é o dia que querem destruir o militante histórico do Partido dos Trabalhadores no Ceará que luta de baixo para cima contra a pobreza, as desigualdades, que sai de casa sem recursos para fazer a campanha de Lula e do PT. Hoje é o dia do político profissional, das Oligarquias que vivem há décadas do Estado, do Coronel Ferreira Gomes, que ocuparam 8 partidos para manter seu projeto de poder e que agora vão usar o Partido dos Trabalhadores como uma grife de bolsas nas ruas. Porém são eles que gritavam "Lula está preso Babaca" que durante várias campanhas presidenciais atacaram Lula de todas as formas, e mesmo assim perderam. Os mesmos Ferreira Gomes que hoje seu grupo está na Prefeitura de Fortaleza com vários quadros como Ferruccio ligado a Cid, no Governo com seu irmão Quintino ou o pai da namorada do Ciro Gomes, e no Governo Federal com Camilo e Izolda com apoio de seu marido que transformaram a educação no bom negócio com a Fundação Lemann, às custas da exclusão da maioria da população cearense do acesso à educação com 60 % da população sem concluir o ensino médio e um dos piores em analfabetismo. O Ceará da Oligarquia que exporta seus pobres há décadas para periferias de outros Estados, apesar de bilionários que não pagam impostos e querem continuar a não pagar, deixando mais milhões de pessoas na extrema pobreza. Durante décadas que Coronel Ferreira Gomes estão no poder, o Ceará detém a maioria da população na extrema pobreza, mata mais gente que São Paulo, e destrói a Democracia cooptando políticos e partidos para se calarem para sua Máfia que não investiga corrupção e usa o Estado para manter a qualquer preço, os juniores, suas famílias no poder. Hoje é o dia dos Ferreira Gomes juniores, Camilo Santana junior mais esposa e familiares, dos juniores da família de Izolda e Véveu, Mauro Benevides junior e familiares, Sergio Aguiar juniores, Zezinhos, Bismarcks juniores e outros que sempre agiram em grupo, que foram eleitos pela máquina do Estado herdando orçamento e cargos, usando os partidos como políticos profissionais. Assim, são forjados falsos líderes pelas famílias que vivem e enriquecem pelo Estado. Hoje é o dia em que o Partido dos Trabalhadores nega à sua militância histórica o direito de ser feliz pela luta para se calar para a Ditadura das oligarquias do Ferreira Gomes. Mas o Ceará de Dragão do Mar, Bárbara de Alencar, Padaria Espiritual nunca se calará aos Coronéis. Da mesma forma que Ciro, Cid Ferreira Gomes e Camilo nunca serão Lula pois a História se fabrica nas ruas e não em gabinetes em acordos entre elites e oligarquias que acham que podem apagar a História e a esquerda.                     





quarta-feira, 15 de novembro de 2023

15 DE NOVEMBRO SEM REPÚBLICA E SEM ESTADO! SOBRE A ENGRENAGEM FEUDAL POLÍTICA NO COTIDIANO DAS INSTITUIÇÕES BRASILEIRAS.




Durkheim, fundador das ciências sociais, foi perseguido ao demonstrar que as relações sociais numa sociedade feudal estavam mudando com o surgimento da sociedade capitalista devido ao capital, especialização de funções, mercado, democracia e outros. Se pensarmos um pouco como nossas instituições funcionam ou porque deixam de funcionar, as diversas interações entre a política, o crime, igrejas, o aparelhamento por tecnocratas, ou quando elas são transformadas em negócios para alguns, mostra que pessoas ou grupos tornam privado o que é público. Isso é pior que o feudalismo porque é chamado de República e Estado sem ser, Democracia vendida todos os dias em nomes de interesses privados e mercado com a pior distribuição de renda do mundo; cometendo juntas as maiores injustiças sociais na decima maior economia do mundo.  



Recentemente descobrimos a relação entre o fuzil do crime, a fé e o medo nas igrejas que atuam em comunidades dominadas pela violência. Mas porque o Exército brasileiro é o lugar mais democrático onde o pobre tem uma chance de vida? E algumas pessoas usaram o Exército para seus objetivos políticos. Porque algumas pessoas transformaram a polícia do Rio de Janeiro em milícias? No Brasil sem lei onde a ascensão social se dá roubando o Estado e o Povo, esses exemplos são dados todos os dias pelas nossas elites políticas como Centrão ou elites econômicas como o caso das Lojas Americanas para eles é a troca de moedas entre a nobreza que funciona sem capitalismo nem Republica, nem Estado, nem lei. 



Lembramos que quem vai servir no exército ou na polícia são os pobres que estudaram em escolas públicas e a maioria vive nas mesmas comunidades pobres sem ascensão social que domina quase 90% da população brasileira, fica claro os privilégios da nobreza que usa as instituições em seu nome para servir aos seus interesses de diversos modos. Todos sabem que se ganha eleições no Brasil comprando votos usando dinheiro do Estado roubado. E quem mentir mais e roubar mais ganha, essa é a lei? Sendo assim muitos seguem o exemplo para roubar as instituições como Exército, Polícia, Igrejas, Escolas, Universidades, Justiça, e claro Prefeituras e Governos, ou trocar moedas que geram enriquecimento com operações imobiliárias, superfaturamento com construtoras, contratos de compras e venda de serviços teleguiados há décadas, entre outros. Essa engrenagem feudal enferrujada há séculos é o verdadeiro comando no dia a dia brasileiro que tem por consequência milhares de vidas mortas sem direitos e milhões massacrados em suas vidas quase escravizadas para servir aos senhores feudais, seus capitães do mato e casas grandes. 



A equação da escravidão é simples todos sabem que isso acontece, ninguém comenta, todos se submetem ou se calam para não ser perseguidos ou mortos pela Ditadura da corrupção sem lei que atuam com máfias oligarquias. Vivem de espetáculos e imagens nas redes sociais ou na mídia comprada visando ampliar seus feudos. Porém é preciso explicar para as pessoas que o crime leva à ascensão social, mas pode morrer assim como se for ser policial, dois lados da mesma moeda. As Escolas sem condições mínimas de educar assim como as Universidades podem ser um bom negócio para alguns, que as políticas públicas têm donos bem antes de prestar serviço, quando prestam já atenderam primeiro os senhores feudais.




Hoje deveríamos comemorar as praticas republicanas e democráticas no Brasil. O sol e a esperança deveria ser para todos. Os discursos dos políticos, a justiça social, distribuição de renda, os direitos humanos deveriam ser consequência de nossa Educação, Economia, Justiça e Constituição. Nós nos acostumamos a esvaziar o conteúdo das palavras e tentar apagar a história com espetáculos. Muitos políticos e partidos viraram standups em nome dos mesmos que não tem vergonha, nem limites de dizer, esqueçam o que fizemos durante décadas nos governos que ocuparam diversos cargos porque as oligarquias vão continuar a viver do osso, trocando moedas entre familiares e amigos submissos e babões. A República permanece dos Coronéis e elites das Casas grandes sobre o silêncio da esquerda que negocia no mercado dos votos, seus votos, cargos e orçamentos para viver assim como as Oligarquias e gangues partidárias dos espetáculos enquanto milhões pagam com a vida sua pobreza, violências e desigualdades sem República, Estado ou lei. Enquanto nossas instituições são feudos onde se opera nas engrenagens politicas feudais da Casa Grande Brasil e Ceara.                     




segunda-feira, 13 de novembro de 2023

UMA POÉTICA EDUCACIONAL PARA O SÉCULO XXI! A QUE MISSÃO DOARIA SUA VIDA?



Você doaria sua vida porque? Essa é a razão pela qual vale a pena viver. Se você ficar uma hora olhando, tiktok verá muitas coisas que as pessoas fazem no esporte, cultura, humor, muitas besteiras inclusive para que possam ter atenção das pessoas. Alguns dão a vida para ter uma casa e quando tem não querem ficar nela porque deixaram de viver, viajar e conhecer o mundo. Alguns dão a vida por dinheiro e quando tem não se prepararam para realizar a própria vida. Eu pessoalmente dou minha vida a algo que possa mudar o maior número de vidas possível. O nome disso é educação, cultura, a boa política como Gandhi, novas tecnologias como o computador e internet, preservar e cuidar da natureza, espiritualidade, e vários caminhos que podem de fato mudar a vida de muitas pessoas. Mas o nome disso não se resume à formação na Escola ou Universidade, essa jornada extrapola as paredes na construção de saberes que alimentam vidas e sonhos. Saber que precisa contagiar, se multiplicar, assim como a natureza, as ideias no bom livro, os filmes, as tecnologias, espiritualidade que a gente possa contribuir com a humanização através de experiências de vida.   



Seguindo esse caminho em minha vida e nos passos de minha formação, os filmes são essenciais para que possamos pensar e sentir ao mesmo tempo por imagens, ao mesmo tempo que a leitura de livros de diversas ciências, história, e política nos dá a lentidão necessária para refletir sobre os conceitos na vida, somando a experiência do agir e vivências em vários setores da sociedade. Essa Interdisciplinaridade, interculturalidade, intersetorialidade, ora local, ora internacional, transborda e expande o ser em pensamentos sistêmicos e complexos cantando com poesias, dançando em redes, escrevendo e filmando no mundo real, os roteiros de outras histórias e personagens que inovam em novas formas de ser, educar, viver e nos governar no Século XXI.  


 

Mas também de que adianta entendermos tudo sobre nosso eu, se não conheço o outro, se não percebo as realidades e contextos que fazemos parte interagindo com diversas pessoas, raças, gêneros, culturas, religiosidades. Sonhando juntos, unindo individual ao coletivo, dialogando com outras gerações sobre os mundos e formações que os tornaram quem eles são, sempre procurando compreender suas razões, trajetórias de vidas e as instituições que fazemos parte. Essas lições ao mesmo tempo éticas e estéticas são apreendidas pelos afetos, pelo corpo, pela alma com autonomia no processo de individuação que ao mesmo tempo afirma a singularidade de nossa existência coletiva.  



Diante de muitos desafios coletivos como o feminicídio de milhares de mulheres sem que o Estado entregue cuidado, proteção e justiça apesar de seus diversos órgãos, orçamentos, burocracia, funcionários públicos, políticos, muitas vezes uma mulher é morta por falta de uma palavra ou atitude. De que adianta nosso currículo e formação tradicional em Escolas e Universidades diante de tais situações? Diante de não conseguir executar um orçamento que poderia salvar a vida de jovens em sistemas de medidas sócio educativas. Diante da pobreza da maioria de nossa população, da morte de jovens pela violência ou pessoas por falta de saúde, de milhões de pessoas analfabetas ou sem concluir o ensino médio, isso tudo durante décadas sobre o silêncio e omissão do Estado, de políticos e autoridades de outros poderes. Diante de partidos que ora são controlados pelas mesmas pessoas durante décadas que negociam seus cargos e posições ou são ocupados por políticos que já ocuparam diversos partidos como grupos apenas para manter seus projetos de poder, e se manter no poder a qualquer preço, mesmo que seja destruir a Democracia. A sociedade em que vivemos com trilhões de dinheiro público servindo aos interesses de grupos que usam as instituições para roubar e corromper, às custas de milhões de vidas numa guerra permanente durante décadas em várias faixas de Gazas que se tornaram as periferias sobre o comando do crime organizado. Muitas vezes transmitidas pela mídia sem discutir as reais causas ou pelas narrativas de políticos há décadas no poder que criam espetáculos e stand up para tentar apagar a história, os cargos que ocuparam e como viveram a vida toda do que agora criticam para se candidatar de novo. 



 

A rejeição individualista de qualquer responsabilidade pelo mundo é o pior que escolhemos quando todos devem encontrar seu lugar na sociedade. Repetimos passados sem enxergar os fragmentos, ruínas e guerras que provocamos. A luta pela vida, em sobrevivência a uma cultura que nega a existência coletiva, contra a busca de uma perfeição individual nos leva mas a busca do fazer do que formar. O agora que une a história individual e coletiva, nos faz enxergar o passado e construí-lo por outros caminhos. É hora de renunciar ao caminho reto da razão em proveito para abertura dos espaços coletivos. Pensar nos sentidos daquilo que fazemos, reconstrução da experiência no presente. O conhecimento não apenas como organização e sistematização dos saberes, indo além dos limites da consciência empírica, uma experiência imanente e concreta que revela o que poderia ter sido nossa vida e o mundo que vivemos para agir agora. Uma experiência ética é uma ampliação da consciência não refém de conceitos e práticas sem sentido. Indo além do retrato fiel da realidade unindo a perspectiva estética do conhecimento e da própria vida. O Universal não precisa ser abstrato, ambição dos discursos científicos, mas é algo concreto que se revela no singular. Incorporar um senso comunitário, uma palavra comum diante do esfacelamento do tecido social e dos egos. O sentido que institui comunidades. Um campo capaz de acolher incertezas, provisórios, aquilo que escapa ao logos, fazendo da experimentação condição do saber e da vida. A escola de novas formas, a possibilitar a percepção estética da existência humana, novas construções de sentidos, dizer o presente de outras formas, criando um passado também novo. A educação é a renovação de um mundo comum, mas ela sozinha não pode resolver todos os males da sociedade de um pequeno grão de terra, a Terra da Sabedoria.                      

      



quarta-feira, 8 de novembro de 2023

A UNIVERSIDADE PÚBLICA CONTRA OS FILÓSOFOS DO PROGRESSO E DA DECADÊNCIA NO CAMINHO DA FELICIDADE E DO SOFRIMENTO DA SOCIEDADE QUE A FINANCIA.


 

Se temos uma Universidade pública de qualidade, infelizmente milhões de pessoas pagaram ou morreram sem ter acesso a ela. Essa dívida social pode ser resgatada agora por uma Universidade presente, viva e democrática atuando nas periferias, incorporando e legitimando os saberes produzidos pelas comunidades e projetos que mudam vidas e realidades com os seus saberes, tecnologias e epistemologia que desbravam novos horizontes na formação de nossa juventude e nos lugares onde moram.



A vida humana enquanto ethos, seguindo as passagens de Walter Benjamin, busca reintroduzir a experiência pela pesquisa, ensino e extensão universitária na história coletiva, e não apenas individual, nos lugares onde moramos como missão da educação. Considerando que a educação produz a singularidade do indivíduo e sua socialização na História que resgata o presente, no passado, e constrói agora o futuro. A encarnação temporal da educação compartilhando sentidos pelo contexto social até a diferença e descontinuidade, indicando que a história é um legado comum a todos os homens; assim com os "achados arqueológicos" que encontramos em nossa jornada de aprendizagem sobre a vida e o mundo que vivemos, os diversos sinais de destruição e barbárie por onde passamos que a modernidade tenta negar em nome do progresso.



Os vários acontecimentos que nos chocam e nos levam a refletir com criticidade e agir com criatividade, por serem subjetivos nos levam a humanização no encontro com o coletivo, com o diferente e com o outro para construirmos a história juntos. A experiência pode auxiliar no enfrentamento da tensão gerada nos acontecimentos que vivemos, no processo educativo, entre a criação da singularidade do eu e sua integração a um ethos comum produzindo conhecimentos. Nesses espaços educacionais não escolares produzimos narrativas que mais que retratos científicos podem incorporar a arte como tem feito o hip hop, a grafite, o cinema e outros mostrando todo potencial da vida e transformação nas comunidades. O agora interfere na produção de palavras e imagens indo além do método científico para inovar políticas públicas, novas formas de ser, viver e conhecer um mundo em transição tecnológica, mudanças climáticas e brutais desigualdades e violências.


Contra a perfectibilidade e empatia, porque nasce da tristeza, do espírito de sacrifício, do ódio, do sofrimento dos corpos prostrados no chão, a construção da experiência, segundo Benjamin, depende de uma vontade ética inscrita em uma luta política e histórica, que impeça que essa história se repita, mostrando quanto a construção da memória pertence ao presente como esse espaço coletivo. 



Não podemos depender de belas almas ou professores bons esse processo educacional como pesquisa, ensino e extensão deve ser institucionalizado nas Universidades. Parece mais fácil e menos arriscado cuidar dos que morreram muito tempo atrás, porque não ameaçam o conforto dos vivos. O que não é o caso, quando se trata dos mortos e vivos de hoje, em relação aos quais corremos o risco de tratar as lembranças dos mortos e a indignação contra os horrores passados em tantos pretextos bem vindos para nos desviar de lutar contra os assassinos do presente. É urgente educar gerações com experiências que podem salvar suas vidas, transformar e salvar as Escolas, Universidades e os lugares onde moramos no único planeta que vivemos. A História é uma superfície de luta e não o jardim da ciência para o passeio dos ociosos como descreve Benjamin. Uma educação que saiba ultrapassar a História como acúmulo de conhecimentos e conservação piedosa do passado em direção a uma História que exija uma intervenção crítica para transformação da realidade, em outras palavras, para construção de experiências. Autoformação e autoconhecimento dependem de uma memória que só adquire seu sentido mais fundamental quando mergulha suas raízes no coletivo.



A possibilidade da experiência pressupõe que o indivíduo alienado de si mesmo possa acordar no coletivo. Numa relação radical e original com o tempo: o futuro está no presente. O futuro deixa de ser projeção finalista, para no presente, articular se no passado. Cada geração tem um encontro marcado com as gerações passadas. É um movimento que não quer ficar na simples constatação dos fatos, mas quer transformar o que está inacabado (a felicidade) em algo acabado e o que está acabado (sofrimento) em algo inacabado. Contra os filósofos do progresso e da decadência, é urgente recriar a vida, recolher todo o passado no presente, pensar o agora para além de sua negatividade e de progressos tecnológicos sem humanidade. Voltar a alegria e o riso do saber para ironizar poderes e ignorâncias que destroem vidas e a Terra com a capacidade crítica e criativa dos estudantes. Educar para adaptação e autonomia capazes de mudar culturas, o mundo e o tempo. Interromper o fluxo da história oficial dos vencedores, quebrando a coerência dos seus discursos, em busca de outras formas de pensar, ser, viver em um mundo em transição tecnológica, mudanças climáticas, brutais desigualdades e violências.                              




segunda-feira, 6 de novembro de 2023

AS QUESTÕES DA PROVA DO ENEM E A CRITICIDADE ENTRE ESCOLARIZAÇÃO E EDUCAÇÃO.



 

A maioria das questões do Enem exige uma compreensão crítica, incluindo da linguagem do mundo em que muitos não vivem, nem têm acesso a ele devido a pobreza e violências. A verdade é que muitas das respostas das questões do ENEM se encontram em processos de letramento educacionais que se dão na vida, no mundo ou na paz de sua mesa em casa fazendo outras coisas que não se reduz ao que a escola exige. Mas infelizmente desde a infância muito da curiosidade, autonomia, e rebeldia é massacrada e negada em processos de escolarização que negam a educação e o despertar das cem linguagens das crianças e seus modos de expressão. Muitas vezes para manter o silêncio e a disciplina em sala de aula, quando um tipo de aula é ministrada, para quem conseguir acompanhar, não importa quantos estão aprendendo e as diferentes formas de aprender entre eles. Não importa que o problema da violência e indisciplina tem a ver com outros fatores cognitivos, sociais e às vezes biológicos que a Educação necessita urgente lidar como fizeram os principais sistema de ensino no mundo, integrando política educacional, social, saúde, e outras.  




Mas muitas vezes as escolas são usadas para alimentar as neuroses de capitães do mato que se saciam com "tarefismos" e métricas inúteis que servem para esconder a verdade e os limites de um modelo escolar conteudista. É importante lembrar que os melhores sistemas de ensino devem ser medidos pelas piores escolas em que estão os alunos com maiores dificuldades, violências e desigualdades. Numa fábrica quando um modelo de carro dá problema tentam identificar o lote e a causa. Parece incrível mas é verdade que com seres humanos no que se chama de escolas fazem o mesmo! O que foi algum problema no algoritmo escolar naquela nota ? Tem que ser muito malvado ou ignorante para querer transformar a educação por esses caminhos. Afinal para isso deve simplesmente dizer que a maioria das piores escolas e notas não deu certo ainda; porque ainda não encontraram a fórmula mágica ou seus manuais oficiais de educação tentam negar pensadores que construíram juntos em seus países a História da educação. Que tal estudar Dewey, Wallon, Vygotsky, Morin? Mas eles insistem em colocar na marra fake news de fundações empresariais ou políticos que transformaram educação em bom negócio para alguns. 



A relação com o tempo é fundamental na educação, ainda não somos feitos de chips, além do exterior da escola e do interior da casa, tem muitos lugares físicos e virtuais que passamos e não adianta fechar os olhos, podemos ser críticos e criativos a eles ou nos deixar adestrar para a novidade ou prova da hora. O amor ao saber é que nos torna humanos e ele é anti-cartesiano. Situações da vida são ambivalentes e complexas e não podemos enxergar apenas o superficial ou querer calcular até porque com o computador e a inteligência artificial esse não é mais o problema. Não se reduz as respostas mas as perguntas que fazemos, que depende de como lemos o mundo e o nosso ser, de como imaginamos o inimaginável diante de tantas guerras, mudanças climáticas, pobreza e criminalidade cometidos por poderosos e ricos impunes no mundo sem lei para eles. Como é o caso das Lojas Americanas no Brasil, a nossa Enron, de donos de escolas privadas que querem impor um modelo na escola pública pela força das violências como fizeram durante o Governo Temer sem escutar professores, alunos e famílias.


Na arte de viver o mundo presente despertado pela educação, o saber se alimenta da ética e da estética do pensamento em ação com crítica e criatividade. A criança deve experimentar o mundo pela escola, sem submeter as métricas da ciência de hoje nem do mercado. Ainda estamos presos nas certezas sem física quântica, em um mundo irreversível que chamamos cíclicos de apocalipses, retorno ao Paraíso ou viagens a Paris como consumo de shoppins. A razão é cega para si mesma e nunca vamos livrar-nos do medo mesmo que alguns se tornam senhores de escravos de suas vidas. A escolarização é uma prisão com suas grades, disciplinas, e capitães do mato. A escola da falsa utilidade e meritocracia não nos torna pessoas melhores para o mundo ainda não aprendemos isso ? Não tira a maioria da pobreza cercada pelo crime há décadas, e nega um espaço verdadeiro livre para criação sem nota, para vontade e poesia da infância. Necessitamos lidar com nossa capacidade crítica para os diversos choques de realidade que o mundo nos desafia todos os dias e refletir sobre eles, não esconder ou negar enquanto nos preparamos para a próxima prova de um sistema de avaliação qualquer que não avalia o mundo que eles criaram com seu dinheiro e poderes. Esvaziamos as crianças e jovens de sua própria vida. Ensinamos várias máscaras e fugas em processos escolares que negam a solidariedade, o amor e a justiça em nome de uma competitividade idiota e irracional. A nossa memória não é de computador, ela carrega experiências que não cabem no currículo e mudam a história, vida e as escolas apesar de vocês, os amanhãs já são outros dias. Afirmar a pobreza dessas tristes realidades escolares para construir outros mundos e educação ricas em vida e alegres pelo aprender com seu corpo e alma que não transforma nossas mentes em zumbis. Mesmo diante da destruição, podemos reconstruir outras escolas vivas e democráticas.   



Como diria Nietzsche " e se um certo dia às 12 horas eu não tiver nada de verdadeiramente pensado a dizer? " Como infelizmente muitos jovens hoje estão deformados por nossas escolas e Universidades. Gerações negam a elas o coletivo a fim de se tornar refém de seus egos. Como Freud escreveu a consciência nasce onde acaba o traço repetitivo, infelizmente repetir é a moda dos tik tok e redes sociais. Vivemos tempos sem memória, sem sentido que nos priva de experiências educacionais, que os agora aprisionados no presente possam ser libertados. Escolas ou Jogos Vorazes? Alguns macacos querem destruir a sabedoria da educação que humaniza? Ou alguns imperadores não eleitos usando cargos e dinheiro público? 



          

 


sexta-feira, 3 de novembro de 2023

CAPÍTULO 51 | Nitsavim - Instados | Sabedoria em Foco

 


Sobre as Guerras contra o povo judeu.


 


Nessa época de escuridão das guerras no coração de tantos homens, a luz que pode iluminar outros caminhos vem da sabedoria da alma e da história. Dentro de um pedaço de carvão vive uma luz solar guardada em plena escuridão, mesmo no fogo que arde de uma bala de canhão! Mesmo nos ataques das violências a escuridão dura pouco quando a luz tem o poder de iluminar nossos atos de terror. A verdade e a consciência sempre serão luz. Enxergue o máximo que puder à luz antes que teus olhos se fechem diante do ódio e da guerra. Talvez os fatos, razões e a espiritualidade acabem com a loucura das guerras.


 

Em um minuto, o mundo muda para sempre. Falar coisas bonitas e a verdade é proibida na guerra. Muitos preferem ficar invisíveis em momentos como esse. Mas, a escuridão e cegueira não nos protege nem nos guia. Muitas crianças, mulheres, idosos e jovens estão sendo mortos na linha de frente da guerra, enquanto terroristas covardes se escondem e negociam seus poderes. O terror mente e quer apagar toda luz e verdade, objetivo é nos acostumarmos com a escuridão onde impera a verdade do terror na guerra, onde a humanidade morre de fome e desespero enquanto outros não economizam suas armas. A guerra é maior que qualquer discurso, ela cala todas as razões com as armas do terror. A bondade é assassinada, o medo destrói o humano, o silêncio e a dor imperam. Enquanto o tirano é filho do orgulho, imprudência e vaidades.


 

As notícias da guerra são armas que atiram contra a opinião pública e corrompem a verdade e a ética. Mas nenhuma guerra vai mudar minha alma. Sempre vivi na terra em busca de amor, alegria e sabedoria e isso depende de termos coragem de lutar para não deixar as guerras te destruírem. A vida eterna, a vida na terra, tudo está ligado ao amor, a liberdade, a luz mesmo que não possamos vê-la podemos senti-la, como crianças inocentes que morrem na guerra sem compreender porque nasceram?  


 

Porque atiram aqueles que falam em nome de seus profetas ou de Deus? É importante entender que os judeus nunca falam por Deus. No judaísmo, os judeus podem até brigar com Deus, buscam estudar para entender as palavras da Tora, mas não existe a possibilidade de negociar com Deus, nem de se matar em nome dele por um ato de terror. Eles começam as guerras calculadas por projetos de poder de alguns que não respeitam e matam seu próprio povo na miséria ou como escudos. Ninguém negocia com o terror, o seu objetivo é matar ou buscar exterminar o povo judeu. O povo de Deus não negocia Deus, ele transforma vida em conhecimento, riqueza, luz em sabedoria. Não podemos transformar bênçãos e dádivas em guerra, não queremos guerra, mas mataremos primeiro quem quiser matar o povo judeu. O Holocausto ensina que não lutar é o pior caminho, que buscamos a paz não degolar, estuprar e explodir pessoas. Reféns não são moedas de negociação, e o povo palestino precisa se libertar do terror. Os árabes e outras civilizações sempre perseguiram e mataram o povo judeu, mas saímos do Egito e da escravidão pelos caminhos dos Kibutz e enriquecemos pelos caminhos do estudo, do trabalho e da fé. Não pedimos esmolas, mas passamos fome e pobreza sem calar nossas vozes e preces. O povo judeu é ao mesmo tempo oriente e ocidente, criou os sindicatos e as empresas, transgrediu as regras com melancolia e revolta, protegeu suas famílias e a mãe judia comanda nosso povo como Golda Meyer que em seis dias venceu a guerra.