SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

terça-feira, 28 de outubro de 2025






A savana africana ficou mais silenciosa. Com a confirmação da extinção funcional do Rinoceronte‑branco‑do‑norte (Ceratotherium simum cottoni), uma linhagem que pisou a Terra por milhões de anos chegou ao fim.


Restam apenas imagens, lembranças e o esforço incansável de cientistas que lutaram até o último instante para tentar evitar esse desfecho.

O macho final da subespécie, Sudan, faleceu em 19 de março de 2018, no Quênia, sob os cuidados de uma equipe que o considerava um verdadeiro guardião da espécie.

A ele seguiram-se apenas duas fêmeas: Najin e Fatu, filha e neta de Sudan, mantidas sob proteção constante, porém sem capacidade reprodutiva natural.

A ciência interveio: embriões foram produzidos em laboratório combinando tecnologia e esperança por exemplo, a coleta de óvulos das fêmeas remanescentes e o uso de esperma congelado de machos falecidos.

Mesmo assim, esses avanços revelam seus limites.

Já não há machos capazes de reprodução e a variabilidade genética é crítica.

A subespécie está, portanto, funcionalmente extinta: existe em número, mas sem viabilidade populacional natural.

A perda do rinoceronte-branco-do-norte representa mais do que o desaparecimento de uma subespécie é um espelho da nossa relação com o planeta.

A caça furtiva, impulsionada pelo comércio ilegal de chifres, e a destruição de habitats transformaram um dos maiores mamíferos terrestres do continente em espectro da história natural.

Pesquisadores e conservacionistas pedem que esta história sirva como alerta e legado.

A ausência desse gigante das planícies africanas é uma ferida que também atinge o equilíbrio ecológico.

É um lembrete de que o tempo para agir em defesa das demais espécies ameaçadas está se esgotando.

Carlos Alberto Tavares Ferreira 🌱💧

Fontes:
1. “Genomic map of the functionally extinct northern white rhinoceros” G. Wang et al., PNAS (2025): revela que a subespécie está funcionalmente extinta, com apenas duas fêmeas não reprodutivas vivendo.

2. “Northern white rhino: Facts about the world’s rarest rhino” página da Fauna & Flora International: afirma que a subespécie está “functionalmente extinta” e explica o conceito para conservação.

3. “Last male northern white rhino dies” WWF‑UK: documento que reporta a morte do último macho, Sudan, em 19 de março de 2018, no Quênia.

4. “What I learned documenting the last male northern white rhino’s death” artigo da National Geographic: relata a trajetória de Sudan e menciona as duas fêmeas restantes (Najin e Fatu).

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