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quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Genocídio Palestino, Rio de Janeiro e Extermínio Cearense: A Banalização da Morte dos Pobres





Enquanto o genocídio palestino ceifou mais de 50 mil vidas sob bombardeios estatais, o Ceará registrou mais de 128 mil mortes violentas no período que Camilo e Cid governaram o Estado do Ceará, sem guerra declarada, sem exército nas ruas. Esta comparação não busca igualar contextos, mas expor a mesma capacidade de naturalizar a morte em massa quando as vítimas são pobres e marginalizadas. 

Na Palestina, a violência é estatal, vertical e aguda. Um exército moderno enfrenta uma população civil, resultando em uma catástrofe humanitária concentrada e globalmente visível. É o genocídio explícito. 

No Brasil, a violência é sistêmica, descentralizada e crônica. O Comando Vermelho, que surgiu a partir da tortura sistemática de presos políticos comuns no Presídio da Ilha Grande (Praia Grande) em 1979, e outras facções armam as periferias num ciclo de vingança onde cada massacre gera mais revolta. Sob a liderança de William de Lima Silva, o "Professor", presos comuns se organizaram para resistir às torturas da ditadura, criando uma organização que depois se aliaria ao tráfico. O "narco estado" na Colômbia de Pablo Escobar e os atentados do crime no México contra políticos e civis mostram que esta é uma patologia continental. 

A estratégia de guerra às drogas mostrou-se fútil em escala global. Nem o FBI nem o exército americano resolveram o problema, assim como não foi solucionado na Colômbia, Venezuela ou México. A lógica é insana: "mata o exército deles que no outro dia outros são promovidos na carreira do crime". Perdem-se estoques de armas e drogas que são recomprados no dia seguinte. O crime é uma hidra que se regenera. 

A solução testada e comprovada é tirar da pobreza com cidadania, como fez a China com milhões de pessoas, replicando o caminho dos EUA, Europa, Japão e Coreia. É mais barato que polícia e presídios, gera trabalho, renda, cidadania e mercado. Enquanto isso, os presídios brasileiros se tornaram Universidades do Crime, desperdiçando a juventude que deveria ser a força de trabalho, cidadania e consumo do país. 

O que existe em comum entre Camilo Santana, Ferreira Gomes e o Governador Castro do Rio? As mãos sujas de sangue e corrupção. Enquanto morreram mais de cem pessoas no Rio em um único dia - caso que pautou a imprensa internacional -, no Ceará morreram 3.178 pessoas no ano passado numa guerra diária sem visibilidade, em décadas passadas enquanto Camilo Santana junior e Cid Ferreira júniorcurrículo filhos do pais há décadas no poder, herdeiros incompetentes do Estado, onde se matou mais de 128 mil pessoas em seus Governos. E ironia ser Ministro da Educação quem nunca foi bom aluno, nem professor, nem pensador, apenas operadores da politicagem.  

Aqui os culpados não aparecem na imprensa, não são investigados e atuam como uma máfia vivendo do Estado. São políticos oligarcas como a família do Ministro Camilo Santana - seu pai, irmão, esposa e parentes -, os Ferreira Gomes, Benevides e outros, há décadas no poder, com vários casos de corrupção como Aquário, Tatuzões, Usina do Cariri e dezenas de outros, denunciados pelo Deputado Heitor Ferrer sem investigação na Assembleia Legislativa. 

Mentem sobre o caso de sucesso na educação quando, durante seus governos, abandonaram milhões de jovens com 60% da população não concluindo o ensino médio e o estado sendo o quarto pior em analfabetismo. Usam uma minoria que teve acesso como exemplo, desrespeitando a Constituição. 

Esta estrutura oligárquica gera bilionários que não pagam impostos enquanto mantém seus parentes intactos no aparelhamento do Estado, como na ONG do irmão de Camilo Santana com contratos sem licitação, ou a mulher de Camilo Santana Junior no TCE, pega pela Polícia Federal comprando votos. 

O Atlas da Violência confirma que o Ceará lidera rankings de letalidade, com taxas que superam países em guerra. A Transparência Brasil mostra que estados controlados por oligarquias têm os piores índices de transparência. É a "ditadura da corrupção" que gera uma juventude sem futuro - 23% dos jovens brasileiros nem estudam nem trabalham, formando o exército de reserva do crime. 

Enquanto isso, a imprensa espetaculariza a violência do Rio, mas a "Grande Corrupção" e a "Máfia Branca" dos estados seguem intocadas. É uma guerra menos visível, mas com vítimas incomparavelmente maiores, cujos culpados têm nome, endereço e assento no poder. 

A violência nas ruas é apenas o sintoma do câncer que corrói o Estado por dentro. A origem do Comando Vermelho na resistência à tortura estatal mostra como o próprio Estado é o germe da violência que depois diz combater. Até quando aceitaremos que a vida dos pobres vale tão pouco, seja em Gaza ou nas periferias do Brasil? 




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