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quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Se a era da mão de obra barata está terminando, a era da mão de obra empoderada deve começar, e isso redefinirá o futuro do desenvolvimento.



Se a era da mão de obra barata está terminando, a era da mão de obra empoderada deve começar, e isso redefinirá o futuro do desenvolvimento.


1. A era da mão de obra barata está terminando

O mundo ainda tem muita mão de obra barata. O que está terminando é a era em que a mão de obra barata poderia facilmente impulsionar o desenvolvimento. Mover pessoas de fazendas para fábricas costumava ser suficiente para aumentar a renda e construir nações. Isso agora se tornou muito mais difícil.

O que mudou?

🔹A demografia está mudando em grande parte do mundo. A força de trabalho está encolhendo em alguns países e envelhecendo em outros, deixando menos trabalhadores jovens para impulsionar o crescimento.

🔹Em partes do mundo, os salários reais estão subindo mais rápido do que a produtividade. A mão de obra ainda pode ser barata, mas não o suficiente para se manter competitiva. Vemos esse padrão em vários países da Ásia de renda média.

🔹As cadeias de suprimentos estão sendo reconfiguradas para se adaptar às novas realidades. As empresas agora valorizam a resiliência, a proximidade e a tecnologia em vez do salário mais baixo. Eles pensam em "custos totais da cadeia de suprimentos" em vez de apenas "salários baixos".

🔹A automação barata chegou. Robôs e IA agora são acessíveis e economicamente interessantes, mesmo em ambientes de baixos salários.

🔹A IA está redefinindo o significado do trabalho. Está subindo na cadeia de valor, assumindo tarefas cognitivas e criativas antes consideradas seguras.

2. Da mão de obra barata à empoderada

Trabalho capacitado significa trabalhadores equipados com habilidades, tecnologia e oportunidades, conectados e criativos o suficiente para prosperar em uma economia em mudança.

O futuro do desenvolvimento dependerá menos de mão de obra barata e mais de mão de obra empoderada.

O que isso exige?

🔹Abrace e aumente a tecnologia. A mudança tecnológica que economiza trabalho não precisa destruir empregos, pelo menos não no agregado e no longo prazo. Em vez disso, ele transforma e também cria novos setores, novos serviços e novas maneiras de se conectar a mercados em rápido crescimento. Para países com grandes necessidades de criação de empregos, o objetivo é abraçar a tecnologia e aumentá-la.

🔹Tornar as habilidades a nova infraestrutura. A mão de obra capacitada depende de pessoas que podem aprender, se adaptar e inovar junto com a tecnologia. Isso significa investir em aprendizagem ao longo da vida, treinamento vocacional e digital e caminhos que ajudem os trabalhadores a passar da rotina para tarefas de maior valor.

🔹Coloque a inclusão no centro da estratégia de desenvolvimento. Empoderar mulheres e grupos sub-representados é justo e essencial. Quando metade da população está ausente do mercado de trabalho, o crescimento permanece pela metade.

A Índia mostra o desafio e a oportunidade. Tem a maior população em idade ativa do mundo (cerca de 1 bilhão, logo acima da China), mas uma força de trabalho menor (ver gráfico), já que apenas ~ 30% das mulheres participam, em comparação com 60% na China. Fechar essa lacuna poderia adicionar mais de 200 milhões de trabalhadores, aproximadamente a força de trabalho combinada do Brasil e do Japão.

Se os países não conseguirem capacitar suas forças de trabalho por meio de tecnologia, habilidades e inclusão, o resultado será a informalização, o desemprego e o desperdício de capital humano.

Mas se eles acertarem, uma grande oportunidade pode ser transformada em realidade.

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