As Várias Faces do Etarismo — E Eu Senti na Pele
Eu, Jeferson Motta, 51 anos, sei exatamente o que é sentir o peso silencioso do etarismo.
Não falo por ouvir dizer, falo porque vivi.
Porque já estive do outro lado da mesa, ouvindo justificativas polidas para um preconceito disfarçado de “fit cultural”, “perfil mais dinâmico” ou “processo seletivo competitivo”.
O etarismo tem muitas faces.
E todas elas tentam parecer razoáveis.
👔 No mercado de trabalho, ele aparece no disfarce do elogio:
“Você é muito qualificado para a vaga.”
Traduzindo: “Você tem mais experiência do que gostaríamos de lidar.”
Ou ainda: “Sua idade não combina com a nossa equipe.”
💻 Na tecnologia, o preconceito veste o manto da obsolescência:
“Será que você acompanha as novas ferramentas?”
Sim, acompanhamos e muitas vezes ensinamos quem finge dominá-las.
Mas o estigma da idade cria um muro invisível entre competência e oportunidade.
🎯 Nos processos seletivos, a exclusão é estatística.
Pesquisas do Infojobs e do IBGE (2024) mostram que 64% dos profissionais acima de 50 anos acreditam que a idade é o principal fator de rejeição em entrevistas.
Mais da metade nunca chegou à fase final, mesmo com currículo sólido e formação atualizada.
📺 Na mídia e nas redes sociais, o etarismo é estético.
O culto à juventude transforma rugas em fraqueza, cabelos brancos em desatualização e maturidade em obstáculo.
Vivemos uma era em que envelhecer é quase um erro e se manter ativo, uma resistência.
Mas o pior rosto do etarismo é o invisível:
É o silêncio das empresas que pregam “diversidade” mas nunca mencionam a palavra “idade”.
É o RH que celebra o ESG mas ignora que não existe sustentabilidade humana sem diversidade etária.
💡 O etarismo não é sobre idade, é sobre medo.
Medo do novo, quando jovem.
Medo de ser substituído, quando maduro.
E medo de olhar no espelho e perceber que o tempo é o único destino comum a todos.
Hoje, mais do que nunca, acredito que a experiência é a nova forma de sustentabilidade.
Quem já viveu crises, quem já recomeçou, quem aprendeu com o tempo, traz algo que algoritmo nenhum consegue reproduzir: consciência.
O combate ao etarismo não é uma causa pessoal, é um movimento civilizatório.
Porque lutar contra o preconceito etário é lutar por um futuro onde todas as idades tenham voz, propósito e lugar.
Eu senti na pele.
E é justamente por isso que eu não me calo.
✍️ Jeferson Motta, 51 anos
Líder do Movimento 50+ Contra o Etarismo
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