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quinta-feira, 2 de outubro de 2025

O Brasil investe tanto quanto os Estados Unidos em pesquisa e desenvolvimento — mas está apenas na 52ª posição no ranking global de inovação.

 


O Brasil investe tanto quanto os Estados Unidos em pesquisa e desenvolvimento — mas está apenas na 52ª posição no ranking global de inovação. O que explica essa contradição?


Dados recentes mostram que o governo brasileiro investe, proporcionalmente ao PIB, o mesmo que os Estados Unidos em P&D. E mais do que países como França, Itália, Inglaterra e Canadá.

Mas se os números são comparáveis, por que os resultados ainda são tão diferentes?

Aqui vão três pontos-chave:

1. Falta de foco estratégico
O Brasil ainda pulveriza seus recursos de pesquisa. Tentamos fazer de tudo, para todos os lados — do alfinete ao foguete —, sem priorizar áreas-chave com real potencial de impacto.

2. Ausência de avaliação de impacto
Investimos em programas ambiciosos — como o Ciência sem Fronteiras — sem mecanismos consistentes de retorno, transparência ou mensuração de resultados. É raro ver relatórios que mostrem o que foi alcançado, qual o legado e como isso contribuiu para o desenvolvimento nacional.

3. Baixa participação do setor privado
Nos países mais inovadores do mundo, a maior parte dos investimentos em P&D vem das empresas. No Brasil, essa equação é invertida. Alta carga tributária, juros elevados e insegurança regulatória inibem o investimento empresarial, obrigando universidades e institutos a dependerem excessivamente do Estado.

Mas há caminhos possíveis — e estamos trilhando um deles no IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas

Hoje, 55% da receita do Instituto vem de contratos de inovação envolvendo diretamente o setor privado.
Atendemos 3.000 empresas por ano, temos 14 empresas instaladas no IPT Open, entre elas WEG, Tupy e Google, e somos parceiros de 300 startups anualmente.

O IPT é a ponte entre a universidade e a indústria.
E o que vemos aqui, todos os dias, é que a inovação acontece quando ciência, mercado e política pública se alinham no mesmo propósito.

Se quisermos mudar a posição do Brasil no ranking de inovação, não basta investir mais.
É preciso investir melhor.

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