SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Em casa, na escola, na vida profissional. E quando o erro não é permitido, o aprendizado se torna defesa, não descoberta.




Há algo de profundamente humano nessa imagem: um cérebro segurando um lápis, e o lembrete simples mas essencial, de que o lápis vem com borracha porque errar faz parte do ato de aprender. Parece óbvio… mas não é. Crescemos, muitas vezes, dentro de uma lógica onde o erro é sinônimo de fracasso, vergonha ou punição.

Em casa, na escola, na vida profissional. E quando o erro não é permitido, o aprendizado se torna defesa, não descoberta.

Na Inteligência Socioemocional, o erro não é inimigo; é professor. É ele quem nos revela onde ainda há espaço para crescer, ajustar, compreender. Quando uma criança erra, não está “falhando”, está construindo repertório interno, aprendendo sobre limites, consequências, emoções e escolhas.
Pais que entendem isso educam com presença, não com cobrança cega. Professores que acolhem o processo, e não apenas o resultado, formam estudantes que não têm medo de pensar. Profissionais que reconhecem seus erros são mais maduros, mais adaptáveis, mais humanos.

A Neurociência confirma, o cérebro aprende pela tentativa, pelo ajuste, pela plasticidade neural. Cada erro abre novas trilhas sinápticas. Cada recomeço fortalece a autorregulação e a consciência. Quando erramos e pensamos sobre o erro, o córtex pré-frontal, responsável por decisão, planejamento e autocontrole, se reorganiza, refinando nossa capacidade de lidar com o mundo. Crescer emocionalmente não é eliminar falhas, é aprender a olhar para elas com honestidade e gentileza.

Na Psicanálise, o erro é também parte da nossa história afetiva. Muitas vezes, repetimos atitudes porque estamos tentando reparar dores antigas é o que chamamos de “compulsão à repetição”. E só conseguimos interromper esse ciclo quando olhamos para o que sentimos. Por isso, na relação entre pais e filhos, educar não é “acertar sempre”. É ter coragem de reconhecer quando não fomos compreensivos, quando falamos mais alto do que deveríamos, quando deixamos de escutar.
Pedir perdão também educa. Acolher o erro também fortalece vínculos.

No contexto profissional, reconhecer o erro é maturidade. É habilidade de análise, flexibilidade emocional, inteligência relacional. Pessoas que se permitem aprender com as próprias falhas constroem ambientes mais saudáveis, colaborativos e criativos. Equipes que entendem isso crescem não pela competição, mas pelo apoio mútuo.

O lápis com borracha é um lembrete simbólico, nós estamos em construção. Dia após dia. Relação após relação. Decisão após decisão.

Não existe desenvolvimento humano sem falhas. Não existe afeto verdadeiro sem pedido de desculpas. Não existe educação transformadora sem coragem para recomeçar.

Errar é humano. Recomeçar é uma escolha. Crescer é um ato de amor...consigo e com o outro.

Uma excelente noite e Saúde Socioemocional sempre!!!🧠❤️

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