A Maldição de Ver o Futuro e Ser Ignorado Vivemos tempos de transformação acelerada, onde discursos sobre inovação, diversidade e propósito preenchem apresentações de PowerPoint em reuniões corporativas mundo afora. O problema? Muitas dessas palavras nunca saem do slide. Pior: aqueles que enxergam os sinais do futuro e tentam alertar sobre os desafios que vêm pela frente são, muitas vezes, ignorados, ridicularizados ou até silenciados. Essa é a Síndrome de Cassandra no mundo corporativo. Se na mitologia grega, Cassandra foi amaldiçoada a prever o futuro, mas nunca ser levada a sério, no mundo dos negócios, temos líderes, especialistas e inovadores que enxergam o que está por vir, mas são vistos como alarmistas, sonhadores ou inconvenientes. Quantas vezes você já viu alguém alertar sobre um risco iminente e ser descartado como pessimista? Quantos projetos foram engavetados porque "agora não é o momento certo" – apenas para que, anos depois, a empresa se visse obrigada a correr atrás do prejuízo? Quantas vezes os alertas sobre mudanças na sociedade, no comportamento do consumidor, na necessidade de adaptação tecnológica, foram tratados como exagero até que se tornaram realidade inegável? Cassandra é aquele profissional que percebe a importância da digitalização antes de uma crise forçar a empresa a se reinventar às pressas. Cassandra é aquele executivo que insiste na necessidade de um novo modelo de negócios antes que os concorrentes o tornem obsoleto. Cassandra é aquele funcionário que avisa que a cultura da empresa está doente, mas que é rotulado como “negativo” e mandado para o RH. E o que acontece com quem carrega essa maldição? Muitas vezes, é isolado, rotulado como "difícil de lidar" ou "fora da cultura organizacional". Em um mundo onde conformidade vale mais do que coragem, os Cassandras se tornam vozes incômodas. Até o dia em que tudo aquilo que eles previram acontece. No mundo corporativo, a maldição de Cassandra não é apenas ser ignorado. É ver, anos depois, as mesmas ideias sendo compradas de consultorias caríssimas ou implantadas tardiamente como "grande inovação". E então, o ciclo recomeça. A grande questão é: quem são as Cassandras da sua empresa? Você as escuta ou as ignora? No fim do dia, a escolha entre enxergar o futuro e pagar o preço da mudança antecipada ou permanecer cego e pagar o preço da obsolescência sempre será nossa. A história já mostrou quem sempre acaba pagando mais caro.
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