Isto não é uma indicação de livro. É uma bomba travestida de reportagem.
Baseado na entrevista da WIRED com Karen Hao sobre “Empire of AI”
A jornalista Karen Hao (The Atlantic, ex-MIT Tech Review) acaba de lançar Empire of AI, um livro que parece biografia da OpenAI — mas é, na verdade, um raio-X da nova forma de império global disfarçada de tecnologia.
Durante anos, Hao teve acesso direto a Sam Altman e aos bastidores da OpenAI. O que ela descobriu? Que a “revolução da IA” opera sob as mesmas lógicas de poder dos antigos impérios coloniais.
A diferença é que, agora, os recursos não são especiarias ou petróleo — são dados, energia e trabalho humano invisível.
Ela descreve quatro paralelos brutais entre os impérios históricos e o império da IA:
Apropriação – Big techs tratam dados alheios como “domínio público”.
Exploração – Trabalhadores do Sul Global rotulam conteúdo por centavos.
Controle do conhecimento – As corporações compram os melhores cérebros e monopolizam a pesquisa.
Narrativa messiânica – OpenAI se apresenta como o “império bom” que salvará a humanidade — antes contra o Google, agora contra a China.
O livro revela também o lado mais material do colonialismo digital: o lítio e o cobre do Chile, extraídos sob o discurso de “progresso”, alimentam os data centers que sustentam o próprio império da IA.
E quem vive perto dessas minas paga a conta — com seca, desigualdade e empregos precários.
Hao compara a OpenAI à Companhia Britânica das Índias Orientais: uma empresa privada que acumula tanto poder que acaba se fundindo ao Estado — agora, através de alianças com Washington e o Pentágono.
O resultado: uma religião corporativa com discurso de salvação e práticas de dominação.
“Não é mais uma história de ciência. É uma história de poder, dinheiro e ideologia”, diz Hao.
Perguntas para o leitor
A IA global é a nova fase do colonialismo digital?
Quem governa quando as empresas acreditam que são deuses?
Link do livro: https://lnkd.in/dATkGVT6
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