Baek doou seus órgãos — coração, pulmões, fígado e rins — que ajudaram a salvar cinco vidas, informou a Agência Coreana de Doação de Órgãos em um comunicado na sexta-feira.

O comunicado também incluiu comentários de sua irmã, que afirmou que Baek queria "compartilhar seu coração com outras pessoas por meio de seu trabalho e inspirar esperança".

O livro Queria morrer, mas no céu não tem tteokbokki, publicado em 2018, vendeu mais de 1 milhão de cópias em todo o mundo e foi traduzido para 25 países.

Tteokbokki é uma comida típica coreana, feita com bolinhos cozidos de farinha de arroz, chamados de tteok, cobertos por um molho apimentado e levemente doce.

O best-seller foi celebrado por normalizar conversas sobre saúde mental e por sua abordagem sutil das lutas internas — principalmente, o conflito pessoal da autora entre pensamentos depressivos e sua apreciação por alegrias simples.

Capa da edição brasileira do livro Queria morrer, mas no céu não tem tteokbokki

Crédito,Divulgação

Legenda da foto,Queria morrer, mas no céu não tem tteokbokki faz um registro de conversas entre a autora e seu psiquiatra
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"O coração humano, mesmo quando quer morrer, muitas vezes também quer comer um pouco de tteokbokki", diz a frase mais famosa do livro.

Nascida em 1990, Baek Se-hee começou a estudar escrita criativa na universidade e trabalhou por cinco anos em uma editora, de acordo com sua curta biografia na Bloomsbury Publishing, que produziu a versão em inglês de suas memórias em 2018.

Anton Hur, que traduziu o livro de Baek para o inglês, escreveu no Instagram que seus órgãos salvaram cinco pessoas, mas "seus leitores saberão que ela tocou milhões de vidas com sua escrita".

"Meus pensamentos estão com sua família", escreveu ele.

Por uma década, ela recebeu tratamento para distimia, um tipo de depressão leve, mas duradoura, que formou a base de seu best-seller, segundo sua biografia na Bloomsbury.

Uma sequência, Queria morrer, mas no céu (ainda) não tem tteokbokki foi publicada em coreano em 2019. Sua tradução para o português foi publicada em 2024.

Homenagens foram feitas nas redes sociais. "Descanse em paz", diz um comentário na página de Baek no Instagram. "Obrigado por nos salvar com sua honestidade."

Outro usuário do Instagram disse que cada vez que lia as memórias de Baek, encontrava "profundo conforto em cada frase e crescia com elas".

"Criar um único livro que possa elevar as pessoas... não é uma tarefa fácil, e tenho um respeito indescritível por você por conseguir isso", escreveu.