Sirius, o acelerador de partículas em Campinas (SP), é descrito como o “sol artificial” que coloca o Brasil na vanguarda da ciência. Operando 24 horas, sua luz síncrotron - milhares de vezes mais intensa que a do Sol - permite examinar estruturas atômicas e moleculares com precisão inédita na América Latina. Construído pelo Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), o complexo ocupa 68 mil m² e mobilizou mais de mil profissionais. No anel de 518 metros, elétrons acelerados quase à velocidade da luz são desviados por ímãs para gerar feixes conduzidos a dezenas de “linhas de luz”, cada uma funcionando como um laboratório independente; a meta é exceder 30 estações operacionais.
As aplicações vão da análise de proteínas do coronavírus a pesquisas em painéis solares, baterias, semicondutores, catalisadores e tratamentos contra o câncer. O projeto também reforça soberania tecnológica: grande parte dos sistemas (vácuo, detectores, engenharia de precisão) foi desenvolvida no Brasil, atraindo pesquisadores de mais de 15 países. Em expansão, Sirius será integrado ao Orion, um laboratório de biossegurança nível 4, potencializando estudos de vírus de alto risco com luz síncrotron. Com vida útil estimada em 30 anos e atualizações contínuas, o equipamento promete impulsionar inovação, economia e capacidade científica do país.
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