SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

domingo, 19 de outubro de 2025

E a hora de humanizar a academia, tornando-a viva e pulsante, é agora.

 


DESPERTAR DA SALA DE AULA


Sinceramente?

Quem, em sã consciência, consegue se concentrar por quatro horas seguidas ouvindo alguém falar?

Ainda mais hoje, quando o mundo cabe na palma da nossa mão, vibrando em telas com a promessa de informação instantânea e infinita.

É por isso que a fala de uma das candidatas à reitoria da USP acerta em cheio: “É cruel deixar aluno 4 horas em aula expositiva no mundo de hoje.”

Pode parecer uma crítica simples, mas ela revela uma fratura profunda no coração da academia, especialmente nas grandes universidades.

O modelo que herdamos, o do professor no palco, o aluno passivo na plateia, é um luxo que simplesmente não podemos mais nos dar.

Ele é um fardo, não uma forma de educar.

Não estamos falando de desvalorizar o conteúdo, nem o mestre.

A questão é a experiência.

Quando o formato engessa, ele sufoca a curiosidade.

Ele transforma o aprendizado em um exercício de resistência, não de descoberta.

Nossos alunos, que em minutos conseguem pesquisar, debater e se conectar com especialistas do mundo todo, são forçados a uma imobilidade que beira o castigo.

Precisamos virar a chave.

A universidade precisa ser o laboratório da vida, um espaço de colisão de ideias, onde o aluno é o protagonista que testa, erra e constrói o conhecimento.

O papel do professor evoluiu: não somos mais guardiões da informação, mas sim curadores e provocadores de debates que importam de verdade.

A mudança não é apenas pedagógica, é humana.

É sobre reconhecer que a atenção é um recurso finito e valioso.

É sobre entender que o ensino superior deve preparar mentes críticas e adaptáveis, não apenas armazenadores de dados.

Se queremos formar a próxima geração de líderes e inovadores, temos que ter a coragem de quebrar as paredes da sala de aula expositiva.

A rigidez é inimiga da relevância.

E a hora de humanizar a academia, tornando-a viva e pulsante, é agora.



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