SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Mundo precisara de 44 milhões de professores ate 2030

 



POR QUE NINGUÉM QUER DAR AULA?


A questão é: o que fizemos para que ser professor se tornasse uma jornada tão desgastante?

Se a gente for sincero, a resposta é quase óbvia.

Não é que faltam pessoas, mas faltam condições e, principalmente, respeito que façam valer a pena ficar.

A receita para esse vazio tem ingredientes amargos que têm a ver com a forma como a sociedade enxerga o educador:

No Brasil, o alarme já toca: a projeção é de 235 mil profissionais a menos até 2040.

Por quê?

Porque o salário do professor, muitas vezes, não honra a responsabilidade da função.

Quando a recompensa não corresponde à importância do trabalho, o desincentivo é imediato.

- Condições de guerra:

Infraestrutura caindo aos pedaços, falta de material básico, burocracia sem fim...

Tudo isso gera uma sobrecarga que destrói a saúde física e mental.

Não à toa, a taxa global de abandono da profissão no ensino fundamental dobrou em apenas sete anos (2015-2022).

O educador está esgotado.

- O voto de não-confiança da juventude:

Os jovens viram as costas para as licenciaturas.

A carreira perdeu o apelo, e o resultado é o envelhecimento dos professores.

E se a gente não tiver quem queira pegar o giz, ou melhor, o tablet, o futuro da sala de aula é só um borrão.

Quando uma criança ou um adolescente fica sem professor, o prejuízo vai muito além de uma matéria não ensinada.

O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4 (ODS 4), aquele que promete educação de qualidade para todos, vira uma meta inalcançável.

A escassez de docentes é o motor da desigualdade.

É o aluno mais vulnerável, na escola mais precária, quem sente primeiro o peso dessa falta, limitando de vez suas oportunidades.

Para sair desse buraco, não podemos apenas tapar o sol com a peneira.

A Unesco calcula que precisaremos de US$ 120 bilhões anuais em salários até 2030 para suprir a demanda global.

Mas o resgate é muito mais do que dinheiro, é sobre dignidade

Aumentar a remuneração para que a profissão não seja vista como um "bico" ou a última opção, mas como uma carreira de alto impacto.

Investir na escola de verdade.

Dar suporte à saúde mental e garantir que o professor tenha as ferramentas, a autonomia e, acima de tudo, o respeito para fazer o seu melhor.

O professor precisa de apoio constante para se desenvolver e para aprender a usar tecnologias, como a Inteligência Artificial, de forma que ela seja uma aliada, não uma ameaça.

O futuro não se constrói sem quem ensina.

É hora de parar de tratar a educação como custo e começar a enxergá-la como o investimento principal que ela realmente é.

O que nos fará agir: o medo de um futuro sem professores ou a vontade de ver a educação, finalmente, valorizada?

Nenhum comentário:

Postar um comentário