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sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Custo de vida impactou a agenda política de Trump: o que disse a imprensa internacional sobre a suspensão do tarifaço

 

Seção de frutas de um supermercado nos Estados Unidos.

Crédito,Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu suspender nesta quinta-feira (20/11) o tarifaço de 40% sobre diversos produtos brasileiros.

A tarifa, anunciada em abril como retaliação diante do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), hoje condenado por golpe de Estado, foi retirada de produtos como carne, café, cacau, manga, açaí, dentre outros.

A agência Reuters noticiou a suspensão da tarifa, que será retroativa a partir de 13 de novembro, lembrando que o aumento dos preços dos alimentos é um dos principais fatores por trás da queda nos índices de aprovação de Trump.

Segundo a agência britânica, a aprovação do presidente americano caiu "para o nível mais baixo desde seu retorno ao poder, segundo uma pesquisa da Reuters/Ipsos".

A Reuters também lembrou que a ordem de Trump não mencionou as ações contra as autoridades brasileiras envolvidas no processo e condenação de Bolsonaro por golpe de Estado.

A mais emblemática delas foi sancionada contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e sua esposa, Viviane Moraes. Ambos foram incluídos na Lei Global Magnitsky, utilizada para punir terroristas e violadores dos direitos humanos. Outros ministros tiveram seus vistos e de seus familiares para os EUA revogados.

O jornal espanhol El País afirmou que Trump iniciou uma "revisão de sua política comercial após perceber, embora não tenha admitido publicamente, que o custo de vida está impactando sua agenda política".

Segundo o periódico, "a questão da acessibilidade financeira se transformou em um elemento central do debate público após a vitória do socialista Zohran Mamdani na eleição para prefeito de Nova York".

Tendo o custo de vida como principal argumento de sua campanha, Mamdani foi o primeiro prefeito muçulmano eleito na cidade.

O El País diz que a Casa Branca vem estudando há semanas medidas para enfrentar o problema do custo de vida no país.

E afirma que Trump busca reduzir os preços dos supermercados na semana em que as famílias celebram o Dia de Ação de Graças, o feriado mais popular do país, como um símbolo de sua nova estratégia política.

 Zohran Mamdani.

Crédito,Olga Fedorova/ EPA/Shutterstock

Legenda da foto,Mamdani, prefeito recém-eleito de Nova York, colocou o custo de vida no centro da sua campanha
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O jornal argentino La Nación diz que Trump suspendeu as tarifas e suavizou a guerra comercial travada contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O periódico também afirma que a suspensão do tarifaço teve como objetivo "reduzir os custos para os consumidores americanos, numa tentativa da Casa Branca de reagir à sua derrota nas eleições locais no início deste mês. Foi também um reconhecimento implícito de que a política tarifária estava pressionando os preços."

Já o português Público diz que Trump "se rendeu à química" que ele disse ter tido com Lula quando se encontraram na cúpula da ONU, em Nova York.

"Química entre Trump e Lula zera tarifaço sobre centenas de produtos brasileiros

"Com isso", diz o jornal, "o Brasil, que estava na liderança dos países mais punidos pelos EUA, agora, está no time das nações menos taxadas pelo governo norte-americano."

O Público lembrou que o Brasil não fez concessão alguma aos Estados Unidos e que a suspensão do tarifaço tem como pano de fundo a alta da inflação dos alimentos sofrida pelos americanos.

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