Quando o General Dwight D. Eisenhower entrou pelos portões de Ohrdruf, o primeiro campo de concentração nazista libertado pelas forças americanas, ele ficou muito tempo sem falar. Ele apenas ficou olhando. O que ele viu naquele dia de abril de 1945 o assombraria pelo resto da vida e mudou a forma como o mundo lembra o Holocausto.
Ele não saiu por curiosidade. Ele foi porque sabia que um dia alguém diria que isso nunca aconteceu.
Quando as tropas americanas entraram pela primeira vez em Ohrdruf, um subcampo de Buchenwald, estavam despreparadas para o que encontraram pilhas de corpos, prisioneiros quase sem vida, o fedor da morte por toda parte. Os relatos chegaram a Eisenhower em poucas horas. Em vez de delegar a inspeção aos subordinados, ordenou uma visita imediata.
Ele trouxe consigo os generais Patton e Bradley. Patton, o guerreiro endurecido pela batalha, vomitou atrás de uma muralha de barraca. Eisenhower, embora visivelmente abalado, forçou-se a ver cada parte do acampamento: o crematório, as salas de tortura, as fossas cheias de cadáveres.
Depois, convocou jornalistas, fotógrafos e membros do Congresso. Ele insistiu que cada detalhe fosse documentado não para propaganda, mas para a história. "As evidências visuais e o testemunho verbal de fome, crueldade e bestialidade foram tão avassaladores", escreveu ele, "que fiz a visita deliberadamente, para estar em posição de apresentar provas em primeira mão dessas coisas caso algum dia, no futuro, desenvolva uma tendência a atribuir essas alegações apenas à propaganda."
A decisão de Eisenhower não foi sobre guerra, mas sim sobre verdade. Ele previu que a memória se apaga e a negação cresce. Ele queria tornar a descrença impossível. Sua visita garantiu que o que viu naquele dia não morresse em silêncio ou dúvida.
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