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domingo, 9 de novembro de 2025

Nova versão de quimioterapia é 20 000 vezes mais eficaz contra o cancro e sem efeitos secundários

 



Nova versão de quimioterapia é 20 000 vezes mais eficaz contra o cancro e sem efeitos secundários


Uma equipa de cientistas da Northwestern University, nos Estados Unidos, desenvolveu uma nova forma de aplicar um conhecido medicamento contra o cancro que mostrou ser até 20 000 vezes mais eficaz em testes com leucemia em animais e sem causar os efeitos secundários típicos da quimioterapia. O estudo foi publicado recentemente na revista científica ACS Nano.

O medicamento em causa é o 5-fluorouracilo (5-FU), usado há décadas no tratamento de vários tipos de cancro. Apesar de ser eficaz, este fármaco provoca normalmente efeitos adversos severos, como náuseas, queda de cabelo e danos em tecidos saudáveis. Para resolver este problema, os cientistas criaram uma nova versão do 5-FU, transformando-o num “fármaco esférico” feito com moléculas de ADN, uma tecnologia chamada Spherical Nucleic Acids (SNA).

Essas nanopartículas são tão pequenas que podem entrar facilmente nas células cancerígenas, libertando o medicamento de forma controlada e precisa. Nos testes realizados em modelos animais com leucemia aguda mieloide, a doença foi eliminada sem sinais de toxicidade. Segundo os investigadores, a nova formulação conseguiu atacar as células malignas com uma potência muito superior à do medicamento tradicional.

O professor Chad A. Mirkin, líder da investigação e especialista em nanotecnologia, explicou que esta abordagem “pode revolucionar a forma como se criam medicamentos contra o cancro”, pois permite melhorar fármacos já existentes em vez de ter de desenvolver novos do zero.

Apesar dos resultados promissores, o tratamento ainda está numa fase inicial. Os próximos passos passam por ensaios clínicos em humanos, que deverão avaliar a segurança e a eficácia da nova formulação. Só depois disso será possível considerar o uso em hospitais.

Este avanço confirma o enorme potencial da nanomedicina, uma área em rápido crescimento que procura tornar os tratamentos contra o cancro mais eficazes e com menos efeitos secundários, oferecendo esperança a milhões de doentes em todo o mundo.

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